sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Relatório de 2010

2010 chega ao fim, e posso dizer que, em termos de leitura, foi um bom ano. No início do ano tinha feito uma lista dos objectivos para 2010, e agora é tempo de analisar.
Não me posso queixar, pois li mais este ano do que em qualquer outro, e ganhei um hábito regular de leitura, coisa que não tinha anteriormente.

Para começar, li mais do que os 30 livros a que me tinha proposto, aliás, bastante mais:
- 50 Livros (44 Romances, 5 Antologias, 1 Livro Infantil)
- 91 Contos
- 17 BDs (e à volta de 100 volumes de Manga)
- 3 Revistas de Contos (Fantasia e Ficção Científica)
Dos romances, 32 foram lidos em Português, e 18 em Inglês.

Total páginas lidas: Romances -14 060; BD - 2 042; Total: 16 102.
Média de Classificação (1 a 10): Romances - 6,5; Contos - 5,8; BD - 6,1; Revistas - 6,7.
O mês em que mais li foi Dezembro, com 13 leituras (BDs e Romances).

Relatório dos Desafios:
- Terminei o Desafio Literário 2010, com os 12 livros propostos lidos. Gostei mais de umas escolhas do que de outras, mas li géneros que de outra forma teria passado ao lado este ano, e isso foi muito bom.
- Terminei o Desafio Thriller e Suspense,com 17 livros (mais 5 do que me tinha proposto). Alguns mais dentro do género que outros, mas acho que não fiz "batota" em nenhuma das nomeações;
- Participei em vários outros desafios nos grupos do Goodreads, e completei-os todos (que me recorde), maioritariamente na área da Fantasia Urbana e Romances Paranormais.

E agora segue a lista das melhores leituras de 2010:
Melhor Antologia:
Imaginários, vol. 2
(opinião)
Menção Honrosa: Leya Contos

Melhor Livro de Romance:
O leitor
, de Bernhard Schlink (opinião)
 Menção Honrosa: Ciranda de Pedra, de Lygia Fagundes Telles

Melhor Livro de Fantasia
Os livros que devoraram o meu Pai, de Afonso Cruz (opinião)
Menção Honrosa: O anjo mais estúpido, de Christopher Moore

Melhor Livro de Romance Paranormal:
Shiver, de Maggie Stiefvater (opinião)
Menção Honrosa:  Na Sombra do Pecado, de J.R. Ward

Melhor Livro de Fantasia Urbana:
Sunshine, de Robin McKinley (opinião)
Menção Honrosa: Storm Front, de  Jim Butcher

Melhor Livro de Ficção:
O Cão Vermelho, de Louis de Bernières (opinião)
Menção Honrosa: A Vida na Porta do Frigorífico, de Alice Kuipers

Melhor Livro de Ficção Científica: 
A Estrada, de Cormac MacCarthy (opinião)
Menção Honrosa: Os Jogos da Fome, de Suzanne Collins

Melhor Livro de Thriller/Suspense/Mistério: 
Os guardiães da noite, de Serguei Lukianenko (opinião)
Menção Honrosa: Memórias de Sherlock Holmes 1, de Arthur Conan Doyle

Autor Revelação (Português):
Madalena Santos
Menção Honrosa: Afonso Cruz

Autor Revelação (Estrangeiro):
Robin McKinley
Menção Honrosa: Serguei Lukianenko

Melhor Personagem Masculina:
Sam Roth, em "Shiver"
Menção Honrosa:  Michael, em "O Leitor"

Melhor Personagem Feminina:
Sunshine, em "Sushine"
Menção Honrosa: Katniss, em "Os Jogos da Fome" e "Em Chamas"

Melhor Conto:
O menino que escrevia versos, de Mia Couto- (opinião)
Menção Honrosa:  In Which a Masquerade Ball Unmasks an Undead, de Collen Gleason
Menção Honrosa (português):  Um amor na cidade, de Inês Pedrosa
 
Melhor BD/Novela Gráfica:
[Malitska:], de Francisco Oliveira e Miguel Rocha (opinião)
Menção Honrosa: BRK, de Filipe Pina e Filipe Andrade

Melhor Revista de Contos e Fantasia:
Conto Fantástico, nº1 (opinião)
Menção Honrosa: Bang! nº8


E agora o TOP 5 de 2010 (excluindo BDs):
1) Sunshine, de Robin McKinley
2) O Leitor, de Bernhard Schlink
3) Os guardiães da noite, de Serguei Lukianenko
4) Os Jogos da Fome, de Suzanne Collins
5) Shiver, de Maggie Stiefvater
Menções Honrosas: Onde vivem os monstros, de Maurice Sendak ; O Cão Vermelho, de Louis de Bernières 

Em contrapartida, os piores livros do ano foram: Dead Witch Walking, de Kim Harrison e Darkest Night, de Gena Showalter.



2010 foi um bom ano para as letras, embora tivesse gostado de ter lido mais livros "Muito Bons". O único objectivo que não consegui cumprir, foi o de comprar menos livros (pior que isso, comprei ainda mais que em 2009), mas para o ano isso irá mesmo ter de mudar.
E acho que fico por aqui, para não me estender ainda mais.

Livros Lidos em 2010

Janeiro:
1) "Uma Última Noite", de Nora Roberts
2) "A Luz", de Stephen King
3) "Onde Vivem os Monstros", de Maurice Sendak
4) "Os Jogos da Fome", de Suzanne Collins
5) "Storm Front", de Jim Butcher
6) "Brinca Comigo!", antologia

Fevereiro:
7) "Em Chamas (Catching Fire)", de Suzanne Collins
8) "Os Guardiães da Noite", de Serguei Lukianenko
9) "Neverwhere - Na Terra do Nada", de Neil Gaiman

Março:
10) "Lolita", de Vladimir Nabokov

Abril:
11) "Sunshine", de Robin Mckinley
12) "A Vida na Porta do Frigorífico", de Alice Kuipers
13) "Leya Contos", antologia
14) "Dead Witch Walking", de Kim Harrison
15) "A Casa dos Espíritos", de Isabel Allende

Maio:
16) "Fables - volume 1", de Bill Willingham
17) "Bons na Cama", de Jennifer Weiner
18) "A Floresta de Mãos e Dentes (The Forest of Hands and Teeth)", de Carrie Ryan
19) "Imaginários - Volume 2", antologia

Junho:
20) "O Anjo mais Estúpido", de Christopher Moore
21) "Contos de Grimm" - Irmãos Grimm
22) "Contos de Vampiros", antologia
23) "Na Sombra do Dragão (Lover Eternal)", de J.R. Ward
24) "Ciranda de Pedra", de Lygia Fagundes Telles
25) "Amante de Sonho", de Sherrilyn Kenyon

Julho:
26) "Zona Negra", fanzine
27) "A Cidade dos Ossos", de Cassandra Clare
28) "O Leitor", de Bernhard Schlink
29) "A estrada", de Cormac McCarthy
30) "BRK", de Filipe Pina e Filipe Andrade

Agosto: 
31) "Venom", de Joan Brady
33) "Shiver", de Maggie Stiefvater
34) "A Noite mais Escura (The Darkest Night)", de Gena Showalter
35) "O Beijo mais Escuro (The Darkest Kiss)", de Gena Showalter
36) "The Darkest Pleasure", de Gena Showalter
37) "[Malitska:]", de Francisco Oliveira e Miguel Rocha
38) "Os Homens que odeiam as Mulheres", de Stieg Larsson

Setembro: 
39) "Na Sombra do Pecado (Lover Awakened)", de J.R. Ward
40) "Witchblade - Origens (Volume 1)", de David Whol e Christina Z.
41) "On Writing Horror", de Horror Writers Association
42) "Conto Fantástico 1 e 2", revista
43) "Mockingjay", de Suzanne Collins
44) "Ódio", de David Moody

Outubro: 
45) "Por Treze Razões", de Jay Asher
46) "Os Livros que Devoraram o meu Pai", de Afonso Cruz
47) "O Décimo Terceiro Poder", de Madalena Santos
48) "The Walking Dead - volume 1", de Robert Kirkman
49) "The Walking Dead - volume 2", de Robert Kirkman
50) "The Walking Dead - volume 3", de Robert Kirkman
51) "The Walking Dead - volume 4", de Robert Kirkman
52) "Welcome to the jungle", de Jim Butcher

Novembro: 
53) "A cidade das cinzas (City of Ashes)", de Cassandra Clare
54) "Sr. Bentley - O Enraba Passarinhos", de Ágata Ramos Simões
55) "Bang! 8", revista
56) "Dagon 1", revista
57) "Cão Vermelho", de Louis de Bernières

Dezembro:
 
58) "A Mecânica do Coração (The Boy with the Cucko-Clock Heart)", de Mathias Malzieu
59) "Herbert West: Reanimador", de H.P. Lovecraft
60) "The Walking Dead - volume 5", de Robert Kirkman
61) "The Walking Dead - volume 6", de Robert Kirkman
62) "Grimm Fairy Tales - volume 1", de Joe Tyler e Ralph Tadesco
63) "Grimm Fairy Tales - volume 2", de Joe Tyler e Ralph Tadesco
64) "A Minha Mulher" de Anton Tchekov
65) "Grimm Fairy Tales - volume 3", de Joe Tyler e Ralph Tadesco
66) "O Veneno de Ofiúsa", de Francisco Dionísio
67) "Meridiano de Sangue", de Cormac McCarthy
68) "Memórias de Sherlock Holmes 1", de Arthur Conan Doyle
69) "Firmin", de Sam Savage
70) "Grimm Fairy Tales - volume 4", de Joe Tyler e Ralph Tadesco

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Compras e Ofertas - Dezembro 2010

Dezembro foi mais um mês de muitas compras. Como não recebi nenhum livro no Natal as ofertas foram mais reduzidas, mas ainda assim as houve. Abaixo segue a lista da "desgraça":

- "O Estranho Caso de Benjamin Button", de F. Scott Fitzgerald
- "Anoitecer", de Karen Marie Moning
- "Duna", de Frank Herbert
 - "Precious - A Força de Uma Mulher", de Sapphire
- "O Beijo Mais Escuro", de Gena Showalter
- "Fénix (Fanzine)", de vários autores
- "O cão Vermelho", de Louis de Bernières (já lido e opinado)
- "Goose Chase", de Patrice Kindl
- "Fortune's Folly", de Deva Fagan
- "Bad Girls don't die", de Katie Alender


Para pesquisa, adquiri:
- "The Element Encyclopedia of Magical Creatures", de John Matthews e Caitlín Matthews
- "Mitologia Geral - Volume 1", de Maria Lamas
- "Mitologia Geral - Volume 2", de Maria Lamas

E ainda comprei estes manhwas, mangas e BDs:
- "Black God - Volume 1", de Dall-Young Li e Sung-Woo Park
- "Black God - Volume 2", de Dall-Young Li e Sung-Woo Park
- "Eternal Sabbath - Volume 1", de Fuyumi Soryo
- "Banzai - Número 0", de TMG e Kuroneko
- "Zona Fantástica", de vários autores
- "Walking Dead - Volume 1",  de Robert Kirkman e Tony Moore
- "As Incríveis aventuras de Dog Mendonça e Pizza Boy", de Filipe Melo e Juan Cavia
- "Bang Bang - Ultimate 1", de Hugo Teixeira
- "Dragon Ball - Volume 1", de Akira  Toriyama

Na compra da revista "Os Meus Livros" veio de oferta o livro:
- "Estradas Secundárias", de Ignacio Martínez de Pisón

Recebi num passatempo da Spoilers & Nuts (Muito obrigada!):
- "Graceling - O Dom de Katsa", de Kristin Cashore

Num total de 24. O.o

Conversas Imaginárias 2011

Nortenhos, rejubilem!
Parece que é no próximo ano que vamos ter um evento do fantástico (literário e não só) para os lados do Norte. Eu que me estava sempre a queixar que só havia destas coisas lá para baixo, não prtendo deixar passar esta oportunidade ao lado.

O 2º Conversas Imaginárias, vai acontecer no Porto, entre 16 e 17 de Abril do próximo ano. Tomem nota na agenda!

Quando o Conversas Imaginárias foi criado, uma das suas intenções principais era a itinerância do evento por várias localidades. Depois do seu início auspicioso em Lisboa (2009), o próximo Conversas Imaginárias irá ser realizado no Porto.

Assim, nos dias 16 e 17 de Abril de 2011, com organização de Rogério Ribeiro, Inês Botelho, Madalena Santos, Rui Baptista e Rui Ramos, e com a colaboração do Clube Literário do Porto, onde irá decorrer o evento, haverá uma programação inteiramente dedicada ao Fantástico nacional, nas suas várias formas (literatura, cinema, ilustração, banda desenhada, música, etc.).

Ao longo dos próximos meses irão sendo dados mais pormenores, mas podemos já adiantar que uma das convidadas principais será a escritora Beatriz Pacheco Pereira; que tem retratado nas suas obras um Porto com traços de fantástico, quer no seu quotidiano actual quer mesmo num futuro pós-apocalíptico.

Considerando o encanto próprio das instalações do CLP, e o sucesso obtido na primeira edição do Conversas Imaginárias em Lisboa, este evento irá certamente apelar a todos os adeptos e curiosos pelo género Fantástico, principalmente para conhecerem o que se vai fazendo (de melhor) em Portugal. 
(Fontes: Conversas Imaginárias e I Dream in Infrared)

(Actualização 2011-04-12)

Sábado, 16 de Abril
10:30 – Ponto de Encontro: Piano-Bar do CLP.

Sessões no Auditório:
11:30 – Novas formas de publicação em Portugal (debate com Pedro Ventura, Carla Ribeiro, Diana Sousa e Ana Cláudia Silva; moderação de Rogério Ribeiro).
12:30 – Intervalo.
14:00 – Arte Fantástica: Ilustração, Fotografia e Banda Desenhada (apresentações por Ana Cruz, André Coelho, Pedro Miranda, Manuel Alves e Diogo Carvalho; moderação de Rui Ramos).
15:30 – Marionetas do Porto (apresentação por Isabel Barros e Shirley Resende; moderação de Rui Ramos).
16:00 – O Porto Fantástico e o Fantástico no Porto: À conversa com Beatriz Pacheco Pereira (moderação de Rogério Ribeiro).
17:00 – Intervalo.
17:30 – Contos: O Fantástico em dose concentrada (debate com João Ventura, Jorge Palinhos, João Reis e José Pedro Lopes; moderado por Inês Botelho).
18:30 – Projectos multimédia (apresentações de Nocturnus (Rafael Loureiro-escritor), Yoshi (João Pedro Sousa-mangaka+Pedro Andrade-músico), Noidz (Andreia Lopes-vocalista e José Baetas-ilustrador) e UnderSiege; moderação de Rogério Ribeiro).

20:30 – Encontro em restaurante a anunciar. Jantar com a participação especial da contadora de histórias Clara Haddad.

Domingo, 17 de Abril
Sessões no Auditório:
11:30 – Literatura Fantástica Portuguesa (debate com João Barreiros, Ana Cristina Alves, Luís Filipe Silva e João Seixas; moderação de Madalena Santos).
13:00 – Intervalo.
14:30 – Utopias e Distopias (debate com Fátima Vieira, Luís Filipe Silva e João Seixas; moderação de Inês Botelho).
15:30 – Cinema Fantástico (debate com Paulo Leite, Artur Serra Araújo e Nuno Reis; moderação de Rogério Ribeiro).
17:00 – Intervalo.
17:30 – Gravação ao vivo do podcast Jogador-Sonhador (por Ricardo Tavares).

Organização: Rogério Ribeiro, Rui Baptista, Inês Botelho, Rui Ramos e Madalena Santos. Colaboração na org.: Isabel Damião (CLP).

Conversas Imaginárias 2011 @Porto
http://conversas-imaginarias.blogspot.com/

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Segunda Página

Um ano depois de estrear o "Floresta de Livros", posso dar-me por satisfeita. Tornei-me um leitora mais assídua e pouco divaguei do meu objectivo original para o blog, que era colocar online as minhas opiniões.
Ao contrário de outros blogs (muitos dos quais adoro e sigo assiduamente), não dou grandes notícias sobre o mundo literário e raramente falo das novidades editoriais. De vez em quando divulgo um ou outro livro de autores portugueses e ou um ou outro evento, mas pouco mais que isso vêem por aqui, e sinceramente, esse não é o meu objectivo. Para isso já há muitos blogs lá fora (e também há muitos mais de opinião, mas não são a minha opinião).
Por um lado isto pode parecer egocêntrico (mas não creio), embora cada qual o posso interpretar à sua maneira.
Enfim, espero continuar por aqui durante mais uns tempos e, quem sabe o que o futuro reserva? Entretanto, espero que tenham gostado do que viram até agora, e estejam à vontade para discordar com as minhas opiniões.
Espero para o ano conseguir ainda ler mais livros do que este ano. E daqui a um ano voltar aqui e escrever algo mais ... "positivo", por assim dizer. Entretanto, fiquem bem!

Nota: E com a minha pressa toda acabei por cantar "Parabéns" antes do tempo. O blog só faz um ano amanhã, dia 29. :D

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Grimm Fairy Tales - Volume 4

"Grimm Fairy Tales (Volume 4)" de Joe Tyler e Ralph Tedesco (ainda não publicado em Portugal)

Argumento (Joe Tyler e Ralph Tedesco):
É neste volume que aparece a rival de Sela, O seu nome é Belinda e ao contrário da outra, esta promove o pior que há nas pessoas. Um dos seus "trabalhos" neste volume, foi corromper um jovem rapaz que faz os seus vários pais adoptivos acreditarem que está a ser vítima de abusos, até que estes cometem crimes hediondos para o proteger.
Gostei especialmente da dinâmica criada na segunda história (The Boy who cried Wolf), que me deixou confusa no início, mas logo me fez render ao compasso escolhido. E o seguimento de toda a história do Timmy esteve bastante bom ao longo do volume.
O final foi surpreendente, mas pouco convincente, na medida em que a Sela foi ingénua demais. No entanto, deixa no ar a vontade de saber mais.


Desenho:
Ashok Badhana (Rapunzel),apesar da dinâmica interessante e do estilo algo inovador, as personagens tinham todas feições semelhantes e as poses eram, maioritariamente, bastante estáticas e pouco apelativas.
Mark dos Santos (The Boy who cried Wolf), embora os miúdos não parecessem nada crianças/adolescentes, mas sim mais adultos que outra coisa, no restante, o estilo do artista funcionou de forma esplendorosa com a acção da história.
Eric J. (A aprendiz do feiticeiro),  trouxe-nos um desenho que brilhou especialmente nas partes em que surgiram as criaturas mágicas, mais do que propriamente nas em que aparece, apenas as personagens humanas.
Joe Dodd (A Rainha do Gelo), gostei de como os miúdos foram desenhados, mas tanto a Belinda como a Sela pareciam um pouco estranhas. Não muito, e nem sequer decresceu a qualidade, mas não gostei tanto como do resto.
John Gunderson (Snow White & Rose Red 1), gostei especialmente do desenho da Rose Red, embora não tivesse achado muita piada à vestimenta da Snow White. O desenho funcionou bem com a história.
Kris Carter (Snow White & Rose Red 2), de longe a pior arte do volume e uma das piores de toda a série. Desproporcional, com planos arrojados mas falhados, e com muitos pormenores que não coincidiam com o capitulo anterior (as roupas, o cenário, etc.) e que deveriam, já que é a continuação directa. Melhorou na segunda parte do capítulo, e até se tornou agradável, mas as primeiras páginas até "metem medo"

Um suma,um volume interessante, que introduz uma vilã realmente maléfica, mas que, na segunda parte, não consegue fazer com que a história seja realmente "fabulosa", ficando-se apenas pelo mediano.

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Boas Festas

Imagem de Simon Howden.
O blog Floresta dos livros, sob a forma da Ana Nunes, deseja a todos os leitores e amigos umas muito Boas Festas, e ficam já também os votos para que tenham um 2011 cheio de boas surpresas e que este novo ano que aí vem, seja exponencialmente mais feliz que todos os anteriores.

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

The Walking Dead 1

The Walking Dead é a adaptação televisiva da BD homónima (da qual já revi vários volumes) e que estreou com grande sucesso este ano. A primeira temporada tem somente 6 episódios, mas a 2ª deverá ter 13.

Vou ser sincera, se for a comparar esta adaptação com a BD, então terei de dizer que está horrível, pois logo a partir do primeiro episódio começa a divergir do original de forma tão drástica que parecem produtos completamente diferentes.
Por isso mesmo, tive de olhar para esta série como algo totalmente novo e deixar-me de comparações (o que foi difícil).
A partir do momento que fiz isto, comecei a gostar. A verdade é que as mudanças são, em grande parte, uma melhoria. Por exemplo, o facto de a Lori pensar que o marido está morto, ao invés de simplesmente cair nos braços do Chase enquanto pensava que o esposo estava vivo (como aconteceu na BD). O Rick (para já) ainda não teve a estúpida ideia de dar uma arma ao filho, e o Chase está muito melhor retratado (e aprofundado) na série.

Esteticamente está muito boa, e os actores são quase todos bastante bons. Mas olhando para o poster (e agora vou ser picuinhas), terei de repetir o que já alguém disse: Quem estivesse a fugir do zombie apocalipse, certamente não estaria preocupado em seguir pela sua faixa de rodagem e ocuparia as duas, não acham?

No entanto, há outras coisas que não gostei. Por exemplo, acho que meteram personagens novas desnecessárias (que só serviram para morrer pelo caminho), e embora algumas sejam interessantes, a maioria não é. Também não achei muita piada ao facto dos zombies serem todos rápidos (o "28 Dias Depois" é que é!), pois tinha achado o conceito da BD mais interessante, em que havia dois tipos de zombies: una mais rápidos e outros tão lentos que podíamos quase caminhar ao lado deles e ainda assim ultrapassa-los.
Aquele episódio com os mexicanos foi totalmente desnecessário (ainda por cima quando só tinham 6 episódios) e embora tenha mostrado um lado mais "humano", não serviu nenhum propósito fulcral.
Também existem certas inconsistências nas teorias e nas acções dos personagens (especialmente nos tiros), mas bem ... vou deixar passar sem me queixar, embora não tenha gostado.

Enfim, foi uma série que, se apreciada como algo não dependente da BD é bastante boa, mas caso contrário torna-se uma decepção. Por isso, pela primeira vez na vida, aconselho a verem a série antes de lerem a BD, ou então a separarem definitivamente os dois.

domingo, 19 de dezembro de 2010

Firmin

"Firmin", de Sam Savage (Planeta Manuscrito)

Sinopse:
De uma originalidade brilhante e grande riqueza alegórica, Firmin encanta-nos pelo humor e pela tristeza e desperta em nós o desejo por um mundo que compreende o poder redentor da literatura,um mundo que se desvanece deixando para trás uma ratazana sonhadora, uma amizade única e uma livraria desarrumada. Uma obra escrita para todos aqueles que sentem paixão pelos livros e que conquistou os leitores de todo o mundo.

Opinião:
É difícil exprimir o que senti com a leitura deste livro.
Claramente, esta é uma obra que fará as delícias dos amantes de livros e dos grandes sonhadores.

O que mais gostei, sem dúvida, foi a voz narrativa. Firmin, com o seu olhar sarcástico e sonhador do mundo, transmite-nos o que se passa à sua volta e envolve-nos nas suas "aventuras" e nas suas descobertas do ser humano e do mundo. E se deixarmos de lado certos preconceitos e, talvez até, algumas incongruências, deixando-nos levar pela personalidade desta ratazana, esta leitura será muito agradável.

Outra coisa que gostei muito, foi a forma como, aos poucos e poucos, vamos recebendo umas lições de história (pequenas) e muitas de vida.

Não tenho grandes pontos negativos a apontar, embora me pareça que a "obsessão" que o Firmin tinha com as mulheres tenha sido "abusada". Para mim não fez sentido. Se por acaso Firmin desejasse ser homem, então seria normal que tivesse atracção pela mulher, mas como ele sentia nojo do homem, não me pareceu natural a sua apetência para querer envolver-se com mulheres. Aliás, acho que foi esta parte que estragou um pouco o livro (felizmente não muito) e teria sido mais normal se sentisse algo pelas da sua espécie.

Em suma, uma leitura muito agradável, que nos ensina alguns valores e que deixará qualquer amante de livro rendido.

Tradução (Sofia Gomes):
Não tenho nada a apontar sobre a tradução. Está muito boa e faz transparecer bem a voz única do narrador.

Capa (Fernando Krahn), Design e Edição:
Apaixonei-me pela capa da primeira vez que a vi, e antes mesmo de ter lido a sinopse, já me sentia impelida a comprar o livro só pela expressão triste do ratinho leitor (nesta casa ratazana). Adoro as cores e o estilo esboçado do artista, o mesmo que tratou das lustrações interiores, que são um mimo! O meu único problema com as ilustrações é que não são fiéis ao texto. Ou quase nenhuma o é totalmente fiel. Os cenários e as personagens estão perfeitas, mas metade das ilustrações não são boas interpretações das cenas, o que lhes tirou um certo valor, mas não impediu que se mantivessem fabulosas.
O design interior, à excepção dos desenhos, está bastante simples, mas funciona bem. A edição também está bastante boa.

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Memórias de Sherlock Holmes 1

"O Problema Final, O Paciente Internado, O Enigma de Reigate, O Corcunda (Memórias de Sherlock Holmes I)", de Sir Arthur Conan Doyle (Global Notícias, Publicações)

Sinopse:
As Memórias de Sherlock Holmes incluem originalmente onze contos de histórias do detective Sherlock Holmes, publicados em 1894. Os contos foram divulgados pela primeira vez na revista Strand Magazine, nos anos de 1892 e 1893. Neste primeiro livro de memórias estão reunidos O Problema Final, O Paciente Internado, O Enigma de Reigate e O Corcunda.

Opinião:
Este foi o meu primeiro contacto literário com o detective mais famoso de todos os tempos: Sherlock Holmes.

O Problema Final
 Logo desde o início gostei da "voz" do Watson e por isso todo o conto foi contado de forma a que a leitura se tornou bem interessante. No entanto, o extenso diálogo do Sherlock, no momento em que explicava ao seu fiel amigo o que lhe tinha ocorrido desde o momento em que descobriu o seu "arqui-inimigo", foi ... não chato, mas pouco natural. Não houve pausas no diálogo, e as situações e segundos diálogos foram narrados como se fossem prosa e não como se o detective estivesse a contar algo que se tinha passado com ele. Muito estranho, embora não estivesse aborrecido.
Outra coisa que me deixou algo decepcionada, foi o facto de nunca nos ser revelado o que, exactamente, o "vilão" tinha feito, ou sequer como ele tinha chegado a descobrir o Holmes no final. Ou seja, embora o desenrolar tenha sido interessante, o "recheio" ficou um pouco perdido.

O Paciente Internado
Os pontos positivos e negativos foram os mesmos do conto anterior, e, ou muito me engano, ou esta e mesmo a forma como os contos de Sherlock Holmes são contados. A prosa está muito cativante, e o poder de observação do detective continua a ser exemplar (mesmo nos dias de hoje), mas o facto de não nos ser dito como ele foi capaz de descobrir a verdade sobre a quadrilha, é um "balde de água fria" no leitor.

O Enigma de Reigate
Embora tivesse conseguido adivinhar a solução para este caso a meio do conto, a verdade é que este está mais bem conseguido que os anteriores, pois apresenta-nos todos os factos e deixa que o leitor, ao mesmo tempo que o Holmes, vá descobrindo o que se passou.

O Corcunda
À semelhança do anterior, também este adivinhei antes do desfecho, porque os dados nos foram dados na medida certa. No entanto, mais uma vez, o autor usou e abusou dos diálogos para narrar algo que poderia ter exposto de outra forma mais natural. Não que isso seja mau, pois consegue ainda assim motivar a leitura, mas é estranho e anti-natura.
Confesso que só no final percebi a que se referia "David" e foi um toque inteligente.

Em suma, um livro pequenito, que se lê num instante, mas que demonstra porque este é o detective londrino mais famoso de sempre. Recomendo!

Tradução:
À excepção de um dois erros, o trabalho de tradução está impecável.

Capa, Design e Edição:
A capa mostra-nos a cidade londrina, o que é natural quando se fala do detective, mas que mostra algum descuido no facto de ser uma foto relativamente actual, com carros e tudo.
A impressão está bem delimitada e as margens permitem uma leitura agradável, assim como a letra e tamanho escolhidos. O problema foi o papel, que era tão fino que deixava antever a tinta do outro lado da página. Isto não foi muito impeditivo, mas exigiu alguma "ginástica" especialmente quando foi lido com luz fraca.
Uma nota negativa para o facto de não estar mencionado, em nenhum lado, quem é o/a tradutor/a.

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Meridiano de Sangue

"Meridiano de Sangue", de Cormac McCarthy (Biblioteca Sábado)

Sinopse:
Um jovem que vaga pelo sul dos Estados Unidos acaba por se unir a um grupo de aventureiros que pensam fazer razias em território mexicano. Quando o bando é dizimado por Comanches, o rapaz é obrigado a atravessar um deserto até chegar à cidade de Chihuahua, onde é levado para o presídio. É então que é recrutado para uma expedição comandada pelo capitão Glanton, dedicada à caça de escalpes. Sob a prodigiosa influência do Juiz Holden, o grupo vai-se afundando numa espiral de violência, cometendo actos cada vez mais sanguinários.

Opinião:
Exactamente três meses depois de começar a ler este livro, cheguei à última página. Com uma pausa extensa pelo meio, e sendo este o segundo livro que li do autor ("A Estrada" foi o primeiro), não posso dizer mais do que "fiquei desapontada."

A escrita do autor continua divinal, fora todas as habituais repetições do "e" e também a confusão dos diálogos, este livro está fabulosamente bem escrito.

Mais do que uma história sobre os homens, eu vejo este livro como um mapa geográfico e histórico, quase visual, de tão exaustivas e certeiras que são as descrições do autor. Mas também é aqui que ele peca mais, pois aquilo que no "A Estrada" deu vida ao livro, aqui torna-se abusivo e até irritante. Muitos momento houve, em que me perguntei sobre, exactamente, o que estava a ler.
Bélicas ... sim! Induzidoras de imagens vividas e retratos soberbos ... sim! Comedidas ... não!

Não foi a violência extrema que me fez desgostar da leitura, pois esta, embora abusiva e gráfica ao ponto de dar nojo, foi algo necessário à trama e para mostrar o que era a vida naqueles tempos e naqueles locais.
O que me deixou insatisfeita foi a forma como o autor sentiu necessidade de descrever todos os dias da história, sem excepção (tirando no último capítulo), mesmo quando nada de relevante se passava. Uma vez ... muito bem; duas vezes ... certo; sempre ... é demais. Percebi que o fez para mostrar o isolamento e austeridade das vidas dos homens, mas foi demasiado.

Ainda assim, o que menos gostei no meio de tudo isto, foram as personagens. Ou será que devo dizer ... a falta delas?
Certo, certo! O livro está cheio de personagens. Diria até demais, pois o autor fez o favor de nomear todas as pessoas que se cruzaram no caminho dos caça-escalpes, e no entanto, fica-se pelas alcunhas nas personagens que, supostamente, são centrais.
O que me pareceu, durante toda a leitura, foi que as personagens realmente importantes, tinham a profundidade humana de uma barata (sem querer injuriar a espécie em questão).
Deixem-me esclarecer: Temos um grupo de caça-escalpes, a percorrer quilómetros e quilómetros a cavalo, até que, sem nenhuma razão aparente, começam a matar toda e qualquer pessoa que se cruze com eles. Aquela que começou por ser uma missão nobre, para salvar as povoações, acaba por ser o massacre das mesmas. Até aqui, tudo bem. O problema é que num bando de trinta ou quarenta homens, não houve UM que se insurgisse. Aliás, minto, houve um, mas nem sequer levantou a voz para protestar, apenas confidenciou com um amigo. E no entanto o juiz tenta convencer-nos que afinal um deles é diferente. Tenta, é a palavra de ordem, porque não há uma única acção que o prove.
Agora, podem argumentar comigo que eram outros tempos, mas convenhamos, que num grupo daquele tamanho, alguém havia de ter juízo, pressuponho eu.
E mesmo quando as coisas começaram a escalar ... nada!
Mas nem foi isto que fez dizer que o desenvolvimento das personagens é nulo, e sim a mais completa e absulota inexistência de qualquer ligação emocional (ou de outra índole) que o leitor cria com qualquer uma das personagens.
É impressionante! Digo-o porque normalmente tenho muita facilidade em "entrar na pele" das personagens, mas aqui ... aqui não houve nada!
Já tive "discussões" em alguns fóruns por causa do que penso sobre as personagens deste livro. A maioria das pessoas não concorda comigo, e respeito isso, assim como esperei que aceitassem a minha opinião.
Podem dizer que eu devia olhar por baixo da camada exterior e procurar o que está por baixo, no interior desta história. Pois bem, eu olho e olho e olho; e leio, leio e leio ... e vejam lá! Não encontro nada. 

Em suma, este foi um livro que me deixou muito descontente e acho que a fórmula e a escrita que tão bem funcionaram em "A Estrada", aqui se perderam e me perderam enquanto leitora. A escrita está fabulosa, mas isso só, não salva este livro. Tenho muita pena de não ter gostado desta leitura, mas a verdade é uma só ... não gostei.

Tradução (Paulo Faria):
Começando pelo principio, achei uma pequena delícia aquela nota do tradutor e pude comprovar, ao longo do livro, que o Paulo Faria (tradutor) parece ter feito um trabalho exemplar, tendo eu muito pouco de negativo a apontar no trabalho (exaustivo) dele. O meu único problema foi um já muito recorrente nas traduções portugueses, e que já mencione várias vezes. Isto é: A "mania" dos editores de não providenciarem traduções de expressões noutras línguas. Ou seja, eu sou a favor de deixarem determinados diálogos ou textos na língua original quando ao traduzirem perca o seu "poder", mas e que tal umas notas de rodapé? Será que é assim tão difícil perceber que nem toda a gente percebe espanhol (ou inglês, ou francês, ou alemão, ou o que for). Porque é que teimam em quebrar esta regra que me parece absolutamente básica?
Mas de resto a tradução foi impecável. :)


Capa, Design e Edição:
A capa está bem alusiva à narrativa, e embora não seja das minha favoritas, acho que funciona bem.
O pequeno tamanho da letra, e a fonte escolhida para esta edição, não facilitam a leitura, mas não é nada que não se ultrapasse com um pouco de boa vontade e as margens estão boas, o que facilita.

Projecto Adamastor - Divulgação

Votem, e apoiem este futuro projecto, denominado "Projecto Adamastor", que tem potencial para se tornar algo de muito interessante e que poderá vir a ter um bom resultado.

Criação de uma biblioteca digital de ficção especulativa

Pretende-se, numa primeira fase, proceder à recolha de textos dentro da chamada ficção especulativa, que numa abrangência geral abriga dentro de si géneros como a ficção científica, o terror, o fantástico e a fantasia, de autores portugueses e que já não estejam em circulação comercial nem sejam de fácil acesso a toda a comunidade lusófona.

A recolha e digitalização para formatos passíveis de leitura online ou offline incidirá sobre obras no domínio comum e sobre aquelas de que, já não estando em circulação, se obtenha a devida autorização dos detentores dos direitos autorais. As obras abrangerão um leque vasto, desde romances, a contos, artigos, ensaios, poesia, que podem surgir nos mais variados aspectos, tal como livros, revistas, fanzines, jornais.

À semelhança de outros projectos como o Projecto Gutenberg, este necessita de um elevado número de voluntários para que a sua concretização seja assegurada. Assim criou-se este questionário que pretende asseverar do interesse e participação da comunidade.

Gratos pela sua resposta, estamos ao seu dispor para qualquer questão através do email adamastordigital@gmail.com


Podem votar no questionário abaixo ou, se preferirem, nesta página. A vossa participação é fulcral para avaliar a viabilidade deste projecto, pelo que deixo o meu apelo para que divulguem a iniciativa tanto em websites/blogs como nas principais redes sociais.

Via Falling into Infinity

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

O Veneno de Ofiúsa

"O Veneno de Ofiúsa (Histórias Perdidas da Lusitânia 1)", de Francisco Dionísio (Saída de Emergência)

Sinopse:
Numa luta entre deuses e homens, só os verdadeiros heróis poderão fazer a diferença. Chegou o tempo há muito anunciado em que os deuses deverão partir e deixar o destino da Terra entregue aos homens. Mas nem todos os deuses aceitam fazê-lo, e um terrível conflito entre homens e divindades é inevitável. É neste cenário que dois jovens guerreiros, Anio e Camal, percorrem a Lusitânia em busca do guardião da joia da Deusa-mãe - uma pedra capaz de aniquilar as próprias divindades. Inspirado nos povos pré-romanos da Península Ibérica, "O Veneno de Ofiúsa" é uma viagem para um tempo mágico há muito esquecido. Estás preparado para a guerra com os deuses?

Opinião:
Mesclando História com Mitologia e Fantasia, este livro leva-nos a explorar um tempo antigo da nossa herança. Passado numa época da história ibérica, que eu praticamente desconheço, este livro conseguiu transmitir com bastante interesse a vida dos povos na era pré-romana da nossa terra.

Com personagens interessantes e diversificadas, mas que poderiam ter sido alvo de ainda maior desenvolvimento, acabo por não achar que tal falha seja muito notória, até porque este é apenas o primeiro livro de uma saga. O maior problema que vi, foi a forma como as mulheres foram retratadas, quase todas elas estereótipos (a bruxa má, a donzela em perigo, a deusa boazinha (ficamos sem perceber porque é que ela deixou que "aquilo" acontecesse à Lupia, quando passava  a vida a salvar os dois rapazes)), sendo que a única que escapa a isto é a Castécis.
Já os homens, embora todos guerreiros com o orgulho quase a entupir-lhes o raciocínio, conseguiram criar um leque coeso e diversificado, de onde se destacam Camal, Anio, Lancio e Cileu (não esquecendo o fofinho Zimbro, lobo de serviço).
Gostei também de como o autor fez uso das divindades, que embora não tivessem um papel central, estiveram em grande destaque.

Infelizmente certas personagens sofreram de pouca atenção, já que a maior parte da narrativa estava focada nas batalhas. E neste ponto, que na verdade não chegou a tornar-se monótono mas, que pecou pela exaustiva representação, achei que o autor poderia e deveria ter cortado descrições em prole de um ainda maior desenvolvimento das personagens, as suas motivações e as suas vidas antes da guerra. Certamente que o livro teria ganho com isso.

A escrita do autor consegue ser cativante, e rica, sem ser monótona ou abusiva. Está ao alcance do público-alvo (infanto/juvenil), mas não descura o público mais adulto. Não recorrendo a facilitismos e por isso sendo uma leitura em agradável.

Em suma, um livro que demonstra bem o público-alvo (quanto mais não seja por ter personagens principais adolescentes, e pelo foco nas batalhas), mas que não se fica por aí, conseguindo entreter. Peca por se focar demasiado nas batalhas, mesmo assim não descuidando um certo nível de desenvolvimento das personagens. Gostei muito do uso da história Ibérica, e do uso das divindades. Recomendo aos mais jovens, e aos adultos que gostem da nossa história e que não pretendam que estas leitura seja de uma extrema complexidade, mas que a vejam como um livro interessante.

Capa e Edição:
Embora a edição já não seja em capa dura, como aconteceu com os números anteriores da colecção, a capa mole é bem mais resistente do que as comuns, e por isso continua a destacar-se. Ambas capas (frontal e traseira) estão bem conseguidas, retirando vários elementos que conseguimos identificar da narrativa. Mas, mais uma vez, a Saída de Emergência falhou em nos dar o nome do designer da capa, limitando-se a dizer que foi a SdE. Que foi a editora, já eu sei, quero é NOMES. Porque é que eles insistem em não os dar?
O design interior, seguindo o estilo das restantes da colecção (e passadas as primeiras páginas mais trabalhadas), é simples mas extremamente eficaz.
Fora um ou dois erros que encontrei ao longo do texto, não há grandes problemas de edição a apontar.

Visitem o site oficial: Terras Encantadas.
Podem ver o trailer abaixo:


P.S.: Porque é que este livro, da colecção TEEN, não teve quase publicidade nenhuma e acabou com uma tiragem tão ... minúscula? Isto é de estranhar quando todos os outros receberam muito mais atenção. Claro que posso estar enganada, mas foi esta a ideia com que fiquei.

domingo, 12 de dezembro de 2010

A Vingança do Lobo - Divulgação

Título: A Vingança do Lobo (Crónicas Obscuras 1)
Autor: Vitor Frazão
Editora: Chiado Editora
Edição: Julho de 2009

Sinopse: No Parque Nacional de Olympic, sobre um crepúsculo enublado, dois campistas são atacados.
Dias depois, em pleno Parque Central de Nova York, três corpos aparecem mutilados, alimentando a imaginação dos media. O que eles não sabem é que ambos os crimes são mais do que aparentam.
Dez anos após ter desertado do seu clã, Lance "Meia-Raça" Fenrison, um lobisomem híbrido, volta à cidade Nova York para se vingar do homem que lhe matou a mulher e a filha. No outro lado do espectro está Isabel Martínez, uma agente da polícia, que ao encontrar-se acidental com Lance é atirada de cabeça para uma realidade que nem sonhara existir, levando-a a duvidar da própria sanidade. O mero regresso de Lance à Grande Maçã acaba por ter mais repercussões do que este poderia imaginar e, sem dar por isso, o licantropo vê-se alvo não só dos Obliteradores, uma sociedade dedicada ao extermínio de todas as criaturas paranormais, como do seu próprio clã. Vale-lhe uma inesperada e invulgar aliada, Eleanora "Lâmina Sangrenta" Reeve, uma vampira atípica, que tem uma única e ambiciosa missão: unir todas as divergentes espécies de Ocultos, o nome colectivo dados aos seres sobrenaturais, contra os Obliteradores que insistem em caçá-los.
Uma obra com sentimentos profundos, quem sabe apaixonante para quem lê. Palavras de Amor são um capítulo de uma vida...
Obliteradores obcecados e inflexíveis; lobisomens belicosos e tribalistas; vampiros inteligentes e intriguistas; feiticeiros poderosos e vulgares humanos que vivem as suas vidas, ignorando que em plena Nova York do século XXI o sobrenatural continua tão forte como em qualquer supersticioso e atrasado canto do mundo medieval.

Preço: (desde) 25,23€
Onde é que o livro pode ser adquirido?  No site da editora, Livraria Apolo, FNAC (indisponível de momento), Bulhosa, Bertrand, ou consultem a lista feita pelo autor.

Visitem o blog das Crónicas Obscuras, que o autor actualiza com regularidade.
E, abaixo, assistam ao booktrailer:

::Filme:: Laputa - Castle in the sky

Inspirado num trecho de "As viagens de Gulliver" (que mencionava Laputa (por favor, abstenham-se de gozar com o nome)), este é mais um filme animado pelos estúdios Ghibli que eu já pretendia ver há muito tempo, mas que nunca tinha tido a oportunidade de visualizar.

Para quem, como eu, adora as animações deste estúdio, certamente não sairá desapontado. A fluidez da animação, tão característica dos anos 80 (e que o estúdios mantém até aos dias de hoje) está lá presente em toda a sua glória.
A história é bastante madura, como também é costume em grande parte das obras deles. E a beleza da história, das paisagens e dos temas não deixa ninguém indiferente. Já para não falar nas maravilhosas personagens que vamos conhecendo ao longo da história.
O ponto fraco aqui, são mesmo os vilões, mas nem isso tira gosto a este filme animado.

Enfim ... mais uma pérola da animação, e que não me importarei de rever vezes sem conta (embora não seja tão bom como a Princesa Mononoke (o meu favorito)).

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Grimm Fairy Tales - Volume 3

"Grimm Fairy Tales (Volume 3)" de Joe Tyler e Ralph Tedesco (ainda não publicado em Portugal)

Argumento (Joe Tyler e Ralph Tedesco):
Este é o volume em que há mais desenvolvimento na personagem Sela pois cada história se foca mais e mais nela, até percebermos que mesmo ela é humana e por isso comete erros. Os casos mais marcantes da vida dela, são aqui retratados de forma convincente, criando um desenvolvimento bem merecido e bem conseguido.

Desenho:
Tommy Castillo (A Bela e o Monstro - Parte 1 e 2), que faz os desenhos e as cores de Mark MacNabb que contrastam de uma forma excelente com o desenho esboçado de Tommy, fazem uma parelha que dá gosto ver.
Christian Duce (Os Três Porquinhos), gostei especialmente dos traços dos porcos e das sequências de acção, mas achei que a roupa que a Sela usou foi excessivamente provocadora e fiquei sem perceber o que isso tinha a ver com a história, mas enfim ...
Andrew Magnum (Little Miss Muffet), o mais fraco artista deste volume, e possivelmente o mais fraco de todos até aqui. Anatomicamente desproporcional, arte desgrenhada e nada apelativa, seguida de poses e trajes cuja única finalidade é mostrar o corpo supostamente sensual da Sela, acompanhado por cores horríveis. Uma pena, já que a história estava muito boa.
Scott Woodward (The Juniper Tree), com uma arte mais rude e traços mais fortes, o estilo funcionou bem para a história, embora não me tenha tornado fã do artista.
Nate Watson (Three Billy Goats Gruff), adorei a arte, pois embora não tenha de realmente único, consegue fazer com que cada página seja única e tem um dinamismo bastante bom.

Um suma, Um muito bom volume, com grande desenvolvimento e arte bastante boa (à excepção de um caso). Sem dúvida deixa vontade de continuar a ler.

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

A Minha Mulher

"A Minha Mulher", de Anton Tchekov (Edições Quasi)

Sinopse:
Neste livro, a partir do olhar excessivamente presumido e crítico de Pavel Anndreievitch, abastado ex-funcionário no Ministério das Comunicações, e da relação fria e tensa que este mantém com a sua mulher, somos transportados para a Rússia profunda e rural do século XIX, com todos os seus problemas e conflitos. Uma obra magnífica, na qual se pode respirar o sentimento de desalento e impotência da sociedade russa face ao infortúnio do povo.

Opinião:
Não tenho muito a dizer sobre este pequeno livro, e se por um lado adorei lê-lo, por outro o final deixou-me um pouco ... vazia, se bem que não totalmente. Foi um desfecho ambíguo, para uma noveleta (conto?) igualmente ambíguo.
Adorei as personagens e a forma como ficamos a conhecê-las bastante bem ao longo destas poucas páginas. Um homem, uma mulher, um casamento acabado, e os ideais desses homem, mas mais que isso, da sociedade em que vivem.

Não posso deixar de recomendar, pois é uma leitura prazerosa, coberta de pequenas coisas que todos reconhecemos. Passado numa época de mudança, mas ainda de valores antigos e difíceis de mudar.
Um pequeno mimo.

Tradução (Luiz Pacheco), Capa e Edição:
Não notei grandes erros, à excepção de uma outra incorrecção temporal, que passa praticamente despercebida. De resto, excelente trabalho de tradução.

Nota: Alguém pode por favor dizer-me qual o sobrenome verdadeiro deste senhor? É que uns dizem que é Chehkov, outros que é Chécov e outros ainda Tchékov ou será mesmo Tchekov? (É ainda pior que o Sergey Lukianenko ou o Hómēros)

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Grimm Fairy Tales - Volume 2

"Grimm Fairy Tales (Volume 2)" de Joe Tyler e Ralph Tedesco (ainda não publicado em Portugal)

Argumento (Joe Tyler e Ralph Tedesco):
A Sela continua envolta em mistério, mas nets volume vimo-la aparecer mais vezes e com muito maior destaque, pois enquanto que no anterior ela quase não interagia com as outras personagens, neste ela toma um papel bastante mais activo.
As histórias também parecem ter ganho mais interesse, com enredos mais verdadeiros e não tão "juvenis" que lhe deram um toque bem mais maduro.

Desenho:
Julio Cesar (Branca de Neve),A arte parecia estar em concordância com a leveza da pele da Branca de Neve, pois tinha um estilo algo simplista, mas que caía que nem uma luva na história.
Chris Moreno (João e o pé de feijão), o melhor estilo do volume e que encaixa perfeitamente no ambiente da história. Simplesmente Perfeito!
Wellington Dias (Os Três Ursos), num estilo mais respeitante aos dos volume anterior, a arte deste senhor conseguiu no entanto destacar-se pela sua beleza e anatomia relativamente correcta. A sequência de imagens também me agradou bastante.
Julian Aguilera (A Princesa e o Sapo), o mais fraco dos trabalhos gráficos deste volume. Anatomicamente incorrecto e com desenhos que roçavam a falta de talento (não totalmente, mas há muito lugar para melhorias).
Jason Craig (Bluebeard - Barba Azul), a arte funcionou muito bem com este conto e a dinâmica das vinhetas esteve sempre em coordenada.
Randy Munly (O Flautista de Hamelin), não gostei particularmente da arte deste artista, mas acho que funcionou bem para esta história.

Um suma, foi um volume bastante mais bem conseguido que o anterior, tanto a nível de argumento (que obteve mais profundidade e maior interacção pela parte da Sela) como a nível visual, com a integração de artistas mais variados no estilo e uma aposta em maior qualidade ilustrativa.
Irei com certeza ler o volume seguinte.

Grimm Fairy Tales - Volume 1

"Grimm Fairy Tales (Volume 1)" de Joe Tyler e Ralph Tedesco (ainda não publicado em Portugal)

Argumento (Joe Tyler e Ralph Tedesco):
Em termos gerais, o argumento foi o po nto forte desta novela gráfica, pois embora todas as histórias seguissem uma fórmula algo repetitiva (excepto a primeira), como as histórias variavam, esta fórmula não se tornava irritante.
Sela, a única personagem que vai aparecendo em cada um dos capítulos, promete tornar-se ainda mais importante ao longo das histórias.
Por vezes, as suas histórias têm um final bom, e outras nem tanto, o que é excelente pois há diversidade.

Desenho:
Joe Dodd (Capuchinho Vermelho), não sendo dos piores contribuidores gráficos deste volume, gostei especialmente de como ele desenhou os homens e os lobos. Mas de resto, não vi nada de excepcional ou memorável na arte deste artista.
Aluisio de Souza (Cinderella), gostei mas não adorei a arte deste senhor, que conseguiu criar alguma distinção entre as personagens, e algumas cenas visualmente interessantes, mas que arriscou pouco noutras, tornando-as algo estáticas.

Alexandri Benhossi (Hansel & Grettel), foi certamente o artista que menos gostei. Não achei os desenhos articularmente dinâmicos ou distintos e a sucessão das vinhetas não me pareceu fluir da melhor forma.

H.G. Young (Rampulstiltskin), o meu favorito de todos, embora esteja longe de focar para a história como melhor artista que já vi. Gostei particularmente da passagem das vinhetas e da interpretação da acção.

John Todelo (Bela Adormecida), um dos meu favoritos no volume, não só por algum dinamismo na disposição das vinhetas, como também pelo design de personagens, que embora tenha espaço para melhoramentos, me pareceu ser dos melhores aqui apresentados.

Josh Medors (The Robber Bridegroom), personagens confundíveis (roupas iguais de umas para as outras), e não sei se foi propositado o aspecto duvidoso do príncipe, mas se sim, então vivas, mas sinceramente acho estranho como as duas irmãos cairiam por um homem tão ... estranho. No entanto goste da forma como a acção foi mostrada.

Um suma, um volume interessante, com bastante potencial, mas que não conseguiu distinguir-se, tanto pela parca qualidade da arte (e excesso de fan-service *mamas por todo o lado*) como pela falta de alguma profundidade. No entanto, acho que os mais jovens (não demasiado por causa de alguma violência) encontrarão aqui um bom entretenimento.
Vou continuar a ler, pelo menos mais um volume, pois parece-me que há muito potencial ainda por explorar.

::Conto:: O Moço do Saxofone

"O Moço do Saxofone" na antologia Antes do Baile Verde, de Lygia Fagundes Telles (Livros do Brasil)

Opinião:
Sendo este o meu segundo contacto com a autora, posso dizer que reconheci a voz narrativa da mesma, embora de forma bem diferente do que aconteceu com a Ciranda de Pedra.
Ainda assim não me revi neste conto, talvez por este ser curto, ou porque apesar de ficarmos a saber bastante sobre as acções das personagens, no fim nada sabemos sobre elas.
Gostei, mas não amei.

Este conto pode ser lido integralmente AQUI, ou ouvido no vídeo abaixo, pela voz da própria autora.



via + inspiração BiblioFilmes Festival

sábado, 4 de dezembro de 2010

The Walking Dead - Volume 6

"The Walking Dead (Volume 6)" de Robert Kirkman e Charlie Adlard (ainda não publicado em Portugal)

Argumento (Robert Kirkman):
Apesar do grande desenvolvimento que a personagem Michone sofreu neste volume, o resto enredo perdeu alguma vitalidade e não houveram cenas realmente dignas de grande registo (além das que envolviam a personagem acima mencionada). O que foi uma pena, pois graças à previsibilidade do volume, este não se destacou dos restantes.

Desenho (Charlie Adlard):
Agora que um dos "clones" (aka personagem que eu confundia sempre com outra) está morta e queimada, vai-me ser mais fácil distinguir as personagens. :)
Gostei especialmente de como foi retratada toda a primeira parte do volume, e a segundo manteve-se na normalidade.

The Walking Dead - Volume 5

 "The Walking Dead (Volume 5)" de Robert Kirkman e Charlie Adlard (ainda não publicado em Portugal)

Argumento (Robert Kirkman):
Embora as reviravoltas deste volume tenham sido uma excelente aposta, que abre novas portas a grandes acontecimentos, achei que o argumentista falhou (e muito) quando decidiu que o Rick ia tomar uma decisão completamente alheia à sua personalidade. pois o Rick que até este volume nos foi mostrado, nunca teria decidido seguir as pegadas e correr o risco que, depois, se veio a comprovar ser verdadeiro.
Percebo que tal foi necessário para que novas tramas entrassem na história, mas podiam tê-lo feito de forma a não parecer tão fora de contexto.
Fora isso, os enormes diálogos, muitas vezes filosóficos, que algumas personagens têm, começam a ser secantes. Pessoas normais não falariam assim. Nem sequer no Apocalipse zombie, acho eu ...
Mesmo assim o volume trouxe muitas novidades e cenas absolutamente brutais, com muito potencial futuro.

Desenho (Charlie Adlard):
O mesmo continua a acontecer em relação a uma série de personagens, as quais não consigo diferenciar umas das outras sem o auxílio dos textos. É horrível!
Mas isso não impede que desfrute da BD e acho que neste volume o desenho funcionou muito em para transmitir a força e o impacto de todas as situações. Também gosto bastante das pranchas em que o artista vai lentamente aproximando a "câmara" de uma qualquer personagem para mostrar algum detalhe que na distância não se notava.

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Herbert West: Reanimador

"Herbert West: Reanimador", de H.P. Lovecraft (Edições Quasi)

Sinopse:
Uma perturbante história sobre as experiências excêntricas e secretas de um médico em busca da solução química para reanimar a vida humana. nesta busca, Herbert West faz diversas tentativas com cadáveres frescos e obtém os resultados mais inesperados e aterradores.

Opinião:
Este pequeno livro contém, entre as suas poucas páginas, uma noveleta (ou será conto) e dois contos relativamente pequenos.
Vamos por partes, então.

Herbert West: Reanimador
Apesar das sucessivas e extenuantes repetições narrativas no início de cada capítulo (que na veradde amontoavam a quase metade de cada capítulo), esta noveleta foi veraddeiramente interssante e manteve-me uma leitora atenta durante todas as páginas. A escrita está simplista, mas muito bem conseguida, de forma que, embora não pregue veraddeiros sustos, consegue intimidar e deixar o leitor com a cabeça cheia dos verdadeiros horrores que West 'trouxe à vida'.
Assim sendo, foi uma leitura muito interessante, nada datada e muito bem transmitida, mas que teria ganho com menos repetições abusivas.

Celephais
Com uma prosa estimulante, este conto peca por uma certa previsilidade. Mas como é curto e as suas descrições criam imagens vivas na mente do leitor, é uma história que não chega a aborrecer.

A Oliveira
Gostei do tom fábula/lenda deste conto, mas confesso que fiquei muito bem sem perceber o final pois nada explicou realmente o que se passou, e nem o 'fazer assumpções' terá grande efeito neste caso bizarro. E acho que a narrativa teria ganho mais com alguma profundidade extra.

Em suma, foi uma leitura muito interessante e que não me importarei de repetir no futuro, este foi o meu primeiro contacto com um dos grandes nomes dos contos de horror, e pretendo voltar a este grande autor muito em breve, pois adorei a escrita deste.

Tradução (Isabel Rocha), Capa e Edição:
Sem lacunas que eu notasse, uma tradução bastante boa (à excepção da "galera" que eu tive que ir pesquisar para saber o que era, mas bem ... isso é falta de cultura da minha parte e nada tem a ver com o excelente trabalho da tradutora).
A capa está em sintonia com o resto da colecção, e a cor amarela é bastante chamativa (embora pouco tenha a ver com o conteúdo).
Quanto à edição, e embora o papel seja relativamente fino, o livro parece relativamente durável. O design interior é do mais simples que há, mas funciona bem.

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

A Mecânica do Coração

"A Mecânica do Coração", de Mathias Malzieu (Editora Contraponto)

Sinopse:
Edimburgo, 1874. Jack nasce no dia mais frio do mundo, com o coração… congelado. A Dr.ª Madeleine, a parteira (segundo alguns, uma bruxa) que o trouxe ao mundo, consegue salvar-lhe a vida instalando um mecanismo – um relógio de madeira – no seu peito, para ajudar a que o coração funcione. A prótese funciona e Jack sobrevive, mas com uma condição: terá sempre de se proteger das sobrecargas emocionais. Nada de raiva e, sobretudo, nada de amor. A Dr.ª Madeleine, que o adopta e vela pelo seu mecanismo, avisa: «o amor é perigoso para o teu coraçãozinho.» Mas não há mecânica capaz de fazer frente à vida e, um dia, uma pequena cantora de rua arrebata o coração – o mecânico e o verdadeiro – de Jack. Disposto a tudo para a conquistar, Jack parte numa peregrinação sentimental até à Andaluzia, a terra natal da sua amada, onde encontrará as delícias do amor… e a sua crueldade.

Opinião:
Há livros que nos enganam logo à partida.
Quando vi as capas deste livro, imaginei logo que seria, ou uma história meio à la Tim Burton, ou uma história de amor inocente e doce como uma flor. A sinopse reafirmou essa minha ideia inicial, assim como as várias críticas e opiniões que fui lendo ao longo dos meses que se seguiram à publicação.
No entanto, o que recebi, foi um livro sumariamente poético na escrita, belo nas palavras, mas praticamente vazio em desenvolvimento de personagens.

Começo por dizer que adorei a forma como o escritor escreveu esta história. Linda!, não chega para descrever as páginas de beleza literária que se avizinham ao abrir o livro. Só por isso, já vale a pena.

Mas, os pontos bons pouco passam daí.
Confesso que talvez não tenha adorado esta leitura porque esperava algo totalmente diferente, ao invés de um (dois aliás) romance fatídico e obsessivo, um protagonista capaz de um acto de violência algo despropositado (exageros?) e descrições sensuais que apesar da beleza da descrição, chegavam a dar-me voltas ao estômago (e não ajudava que os protagonistas tivessem 15 anos, e sim eu sei que isto não se passa nos dias de hoje).
Talvez, no meu subconsciente, eu quisesse algo mais suave, mais belo na sua elementaridade, e mais feliz no seu desfecho. E já que falo no final, fiquei extremamente decepcionado com este. Sou a favor de finais em aberto e até de finais pouco felizes, mas este livro roça o "ridículo" com o seu fecho que me deixou um sabor amargo na boca.

O desenvolvimento das personagens foi praticamente nulo. Os anos e as experiências nada fizeram para alterar os comportamentos de nenhuma das três personagens principais, e estes foram prova do típico "não aprendas com os teus erros, e volta a fazer tudo igual uma segunda vez". É horrível ver isto acontecer num livro que poderia ter sido muito mais do que foi. E pior, ver o autor a tentar resolver assuntos que não precisavam ser resolvidos (de que serviu toda aquela confusão com os relógios?).

Em suma, uma leitura esplendorosa a nível literário, mas uma decepção a nível narrativo. Ainda assim, vale pelo lirismo da prosa e pela ideia (que tinha muito mais potencial do que o que foi explorado).


Capa inglesa (Benjamin Lacombe), Design e Edição:
A capa inglesa (e portuguesa na 2ª edição) é absolutamente fabulosa e capaz de apaixonar qualquer um, mas, a meu ver, não transmite fielmente o conceito do livro e pode induzir em erro.
A capa da primeira edição em português (a amarela) é também muito bonita, e extremamente cativante, mas nada tem a ver com o livro. O protagonista nunca toca violino e falta-lhe ali o coração de cuco.
O design da edição que li (inglesa) está simplista, mas eficiente e edição está bastante boa com uma tradução bastante bélica  e bem conseguida (o original é francês).

Compras e Ofertas - Novembro 2010

O 11º primeiro mês deste ano começou bem, com uma carrada de ofertas da ACSilva (a mesma que me ofereceu o "Guardiães da Noite" no ano anterior), e a lista desta vez é a seguinte (todos em Inglês):
- "The Good Ghoul's Guide to Getting Even", de Julie Kenner;
- "Dead Until Dark", de Charlaine Harris;
- "The Vampire Diaries - The Awakening and The Struggle", de L.J. Smith;
- "Evermore", de Alyson Noël;
- "Blue Moon", de Alyson Noël;
- "Fallen", de Lauren Kate;
- "Percy Jackson and the Olympians", by  Rick Riordan

E eu comprei os que seguem abaixo:
- "Este País não é para Velhos", de Cormac McCarthy;
- "O Escolhido", de Samuel Pimenta (fui à sessão de apresentação no NorteShopping e fiquei com o livro autografado);
- "Blade Runner -Perigo Iminente" (mais conhecido por "Do Androids dream of electric sheep?"), de Philip K. Dick;
- "Wuthering Heights", de Emily Brontë;
- "O veneno de Ofúsa", de Francisco Dionísio
- "Alex 9 - A guardiã da Espada", de Martin S. Braun
"A Saga de Alamar - O início", de Diana Franco de Sousa
- "Pátria", de R.A. Salvatore
- "Million Dollar Baby", de F.X. Toole

O que significa muitos livros novos, grande parte deles oferecidos, mas ainda assim muitos comprados (onde anda a minha contenção?). E Dezembro não se avizinha um mês mais calmo (com o Natal aí à porta).

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

O Cão Vermelho

"O Cão Vermelho", de Louis de Bernières (Edições ASA)

Sinopse:
Depois de Milu e Rantanplan, há que integrar o protagonista desta história no panteão canino. Na senda de La Fontaine, Louis de Bernières escreveu uma fábula enternecedora com um protagonista inesquecível: um cão sem morada ou destino fixos, apaixonado pela liberdade e pelos espaços amplos, um nómada louco por aventuras que não gosta de vínculos ou constrangimentos. De facto, O Cão Vermelho está longe de ser um cachorrinho mimado; ele é fedorento, impulsivo, independente… e tem a característica muito especial de tocar as vidas de todos os que encontra no seu caminho. 
 

Opinião:
Logo na primeira página, devo ter-me rido umas três ou quatro vezes.
Este foi, sem dúvida, um livro que me deixou bem disposta desde o início e que ao longo de todas as suas (poucas) páginas me deixou com um sorriso nos lábios.

Para amantes de cães, para amantes da natureza e para quem gosta de um livro bem humorado, esta é uma leitura deliciosa.

A escrita está em total harmonia com o estilo da história, mas também demonstra um certo "distanciamento", que mais para o fim do livro faz com que certas cenas não sejam tão emocionais como poderiam ter sido. O que não quer dizer que seja mau, porque está de acordo com o resto da narrativa, mas pareceu-me que poderia ser melhorado nesse ponto.

Este é um livro com várias personagens, e embora conheçamos certos aspectos curiosos de quase todas elas, tudo fica muito superficial. Apenas o cão vermelho nos é retratado com mais profundidade, o que parece lógico, tendo em conta que ele é o centro da história.

Em suma, um livro que se lê de uma assentada (eu li em duas, mas isso é outra história), com passagens episódicas e baseado em histórias verídicas. com descrições bem conseguidas da Austrália, e que nos deixam com vontade de visitar o continente. Este livro fez-me rir e fez-me chorar, e embora o tinha lido emprestado, assim que tiver oportunidade irei comprá-lo para o ter na minha estante e ler quando estiver a precisar de soltar umas gargalhadas.

Tradução (Isabel Alves):
Impecável! Não notei nenhum erro, nem nenhuma frase que não fizesse sentido no nosso bom português.

Capa (Alan Baker) e Design:
A capa está muito viva e apelativa, evocando todo o ambiente do livro. O interior do livro está um autêntico deleite. Tanto quanto à escolha do papel (amarelado) como pelas maravilhosas ilustrações que acompanhavam todos os capítulos, e as pequenas gravuras no canto superior de cada página. Tudo em tons de preto, vermelho e laranja. Um mimo!

domingo, 21 de novembro de 2010

Dagon 1

"Dagon" nº1, revista lançada pela Edita-me e Correio do Fantástico

"Dormindo com o inimigo", de Luís Filipe Silva
Depois de já ter lido dois contos do autor (e adorando ambos), as minhas expectativas era altas.
A escrita não decepcionou, cativando desde o primeiro parágrafo. A história estava interessante, embora tivesse potencial para mais algumas explicações, e mesmo para tirar certas dúvidas recorrentes do que o protagonista dizia e pensava.
O final foi bastante surpreendente, mas de certa forma inverossímil, pois custa-me a acreditar que o protagonista, sendo tão observador, não tivesse percebido o que realmente se estava a passar.
Mesmo assim, foi uma leitura maravilhosa com um final inesperado.

Festival de Stiges 2009, por Luís Canau
Um artigo detalhado sobre o festival, com opiniões curtas e directas sobre os filmes exibidos. Gostei bastante de ler este artigo, até porque já vi grande parte dos filmes mencionados, e outros tenho planos para ver.

"A Balada do Executor", de Carla Ribeiro
Um conto que peca nos diálogos, que parecem forçados e mecânicos. Com uma história que até foi razoavelmente bem aproveitada, mas que pela forma como foi contada perdeu muito valor. Ao ser-nos narrada de forma tão monótona, perdeu vigor e interesse. Nenhuma das personagens foi exposta bem o suficiente para nos interessarmos. Em suma, esperava muito mais.

"No Bucks, No Bucks Roger", de Pedro Ventura
Este ensaio (pois não o vejo como um conto) fará com que muitos escritores em Portugal se identifiquem com o texto, que reflecte bem o típico escritor português (eu sou só amadora, mas percebo como as coisas funcionam).
Mas embora me tenha revisto neste pequeno texto, que expõe mais do que critica, achei que a prosa poderia estar mais apurada e interessante. (e também fiquei sem perceber a ligação com o título)

Entrevista com Lavie Tidhar
Uma entrevista que pareceu curta, mas que conseguiu reunir algumas questões interessantes, deixando no ar a curiosidade em ler "Tha Apex Book of World SF".

"Brasereiros", de Nir Yanic
Com uma ginástica narrativa muito interessante, este conto pecou pela falta de descrição e foco demasiado extenso no diálogo sem o amparo de qualquer descrição. A ideia original está interessante e foi bem explorada, até um certo nível, mas perdeu pontos pela ineficácia da transmissão visual.

A Ficção Científica Internacional e Problemas de Identidade, por Larry Nolen
Artigo interessante e que levanta questões que gostaria de ver mais exploradas. A verdade é que também desconheço em grande parte a FC que se faz pelo mundo e gostaria de poder ver como as diferenças culturais se transmitem para histórias do género.

Ilustrações por Miguel Ministro
Já tendo conhecimento do trabalho do artista antes desta publicação, posso dizer que gosto, especialmente pela diversidade estética e de influencias. Adoro as cores que ele usa, embora não possa dizer que gosto de todos os seus trabalhos de igual forma, não lhe retiro mérito. É um excelente artista.

"Não há Etcoeteras", de Nuno Fonseca
Um artigo de opinião sobre um dos grandes nomes da FC em Portugal, que nos dá uma visão sobre o trabalho dos escritor, mas que deixa no ar muitas curiosidades.

"Um dia com Júlia na Necrosfera (parte 1)", de João Barreiros
Tendo já lido dois contos deste escritor, confesso que estava à espera de algo muito bom.
Mas antes de mais tenho de dizer que a escolha de dividir o conto em dois foi muito MÁ. A história perdeu momentum, deixando no leitor um sentimento de "traição" e falha em entregar aquilo que prometeu com tanto afinco no artigo "Não há etcoeras" (acima) e não conseguiu, por cortar o conto em dois. Muito má escolha!
E se a escrita do autor conseguiu novamente cativar-me, a história possivelmente só começará a fazer sentido quando terminar de a ler.
O que prometia ser um grande conto (e possivelmente o será). perdeu toda a força ao ser apresentado por partes.

"Glória Perpétua", de Roberto Mendes
Não compreendo se os incessantes pontos de exclamação eram propositados (imagino que sim), mas continuo sem perceber a sua necessidade e digo apenas que o seu uso abusivo me impediu de concentrar devidamente neste curto texto que pareceu, por vezes, perder-se nos seus próprios meandros.

Posfácio, por Roberto Mendes
O homem que criou a Dagon (e também o Conto Fantástico) fala um pouco da jornada e do conteúdo da revista (que a meu ver se tornou inadequado num posfácio).

Em suma, esta foi uma revista interessante de ler, com artigos bem escolhidos, contos variados (que poderão ou não agradar) e muitas promessas, na sequência o desafio que foi este projecto. Contudo, deixo aqui a nota que o preço foi mais que abusivo (8€).
Quanto ao conto do João Barreiros, aconselho os leitores a esperarem até terem a outra parte, antes de se aventurarem na leitura desta primeira parte, mas o problema é que, depois de dez meses o segundo número da revista ainda não saiu.

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