Sinopse:
A conselho de uma colega e amiga, Cannie, jornalista do Philadelphia Examiner, compra a revista feminina Moxie. E o inesperado acontece!… O colunista de «Bons na Cama» é, nada mais nada menos, que o seu namorado dos últimos três anos, de quem se encontra temporariamente afastada. Mas o que Cannie não podia, de todo, suspeitar era que a sua vida íntima estivesse ali publicada. E pior, com o título «Uma Mulher de Peso»! Candice Shapiro é uma heroína inovadora, generosa, emocionalmente sólida, com uma enorme alegria de viver e um magnífico sentido de humor, que consegue preservar mesmo nos momentos mais difíceis. Nunca recuperada do abandono paterno e atormentada por uns quilos a mais, Cannie lida surpreendentemente com essas circunstâncias, tal como lida com os seus acessos de gula, o seu simpático cachorro, os amigos, e uma vida profissional de sucesso.
Opinião:
Não sei muito bem o que esperava quando comecei a ler este livro. O título é bem enganador, e ainda bem que o que me levou a lê-lo foi a sinopse, porque senão bem que ia sair da leitura gorada. Mesmo assim o título faz sentido, não literal, mas porque tudo começa com a publicação da dita coluna, de nome duvidoso, já que o dito jornalista e ex-namorado de Cannie, falava de tudo menos de sexo (pelo menos do que foi mostrado).
Mas voltando ao que interessa. A história é realista, mas com aquele toque de chick-lit que eu tendo a não apreciar muito, e confesso que foi esse um dos motivos porque não gostei mais deste livro, embora confesse que não era tão proeminente como temia. Aliás, a única coisa que me enervou um pouco foi mesmo a constante menção de marcas e personalidades
Mas como disse, isto até não incomodou por aí além.
A Cannie tem uma voz muito própria e consegui reconhecer-me imenso nela, como sendo uma "mulher de peso", mas também tive muita vontade de lhe dar um bom par de estalos porque ela tem a auto-estima de uma formiga (e não me refiro em termos proporcionais, porque as formigas devem ter muita auto-estima para trabalhar daquela forma). Não me vou pôr aqui a falar de mim, mas a verdade é que posso afirmar que a autora fez um bom trabalho a retratar a verdade dura de ser uma "mulher de peso" (e longe de mim de me achar uma coitadinha).
Já no campo afectivo, não me revi, mas juro que a Cannie, nesse aspecto, é a cópia chapada de uma pessoa que me é próxima, por isso passei muito tempo a rir-me com o seu sofrimento, porque já tinha visto aquele filme. O que, obviamente, é mais um ponto a favor da autora. Posso não ser assim (viva!) mas não posso deixar de achar que as situações eram bem prováveis de serem reais porque convivo com isso.
Assim sendo, o livro ganha pontos pela realidade narrativa, embora em certas alturas aquilo parecesse um pouco "bom demais" para ser verdade, mas mesmo na vida todos temos momentos em que tudo nos corre bem, e outros (como acontece no livro) em que tudo corre mal e parece que nos afundamos num poço escuro e sem fundo à vista.
Em suma, este livro é uma boa leitura, descontraída, realista, mas que não chateia e com a qual acho que grande parte das mulheres se conseguirá identificar. E porque não os homens também? Sim porque a autora também consegue trazer à vida algumas figuras masculinas bem diferentes e tridimensionais. Uns odiosos e outros amorosos (como acontece com as mulheres).
Recomendo com algumas reservas, pois é uma leitura de verão, com os seus momentos mais intensos, algum drama e lágrimas, mas acima de tudo é um livro que nos pode deixar com uma sensação boa de que nem tudo é mau e que depois da tempestade vem sempre a bonança.
Tradução (Maria Clara Mira Capitão):
A tradução, tanto quanto percebi, muito boa. Não dei por nenhum erro ortográfico (pode-me ter escapado claro) e não notei nenhuma frase que estivesse mal estruturada, mas confesso que fiquei um pouco à tona com tanto "pigarrear" e achei que faziam falta algumas notas de rodapé onde explicasse algumas referências ao judaísmo. ou talvez seja só eu eu que não percebo muito disso e por isso me senti perdida. Mas como só foi uma ou duas vezes também não posso dizer que tenha incomodado muito.
Capa (Hony Werner) & Design:
A ilustração da cama está muito fofa, com cores vivas e é apelativa, só tive pena que a impressão em português estivesse aquém do desejado. A qualidade não é igual à original e por isso tira-lhe um pouco da beleza.
Nota: Esta leitura foi feita no âmbito tema do mês de Maio do Desafio Literário 2010.
Eu gosto de chick-lit, já tinha lido uma resenha desse livro mas não tinha me interessado muito... gostei muito da sua, vou colocar esse na listinha...rss
ResponderEliminarbeijos,
Dé...
Gostei das apreciações em particular à tradução e à capa, acho uma excelente ideia :)
ResponderEliminarQuanto ao livro, confesso que pelo título não me chamaria a atenção. No entanto, parece ser uma boa leitura para descontrair um pouco ;)