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segunda-feira, 23 de julho de 2018

Book TAG: 50% - 2018

Encontrei na web uma TAG que me pareceu perfeita para fazer agora, visto que não tenho dado muitas opiniões aqui no blog. Chama-se TAG 50%, e é suposto a meio do ano falarmos dos melhores livros que lemos até então. Não consegui descobrir quem foi o/a inventor/A original desta TAG. Se souberem por favor deixem num comentário para eu poder dar os devidos créditos.

TAG 50%



1. O melhor livro que li até agora


2. A melhor continuação que li até agora


3. Um livro, lançado no primeiro semestre, que ainda não li mas que quero muito ler

https://imaginauta.net/2017/12/15/crazy-equoides/25319959_2312795192280124_915649259_o-copia/#main


4. Lançamento que aguardado com mais entusiasmo no segundo semestre


5. O livro que mais me decepcionou em 2017 (até agora)


6. O livro que mais me surpreendeu (até agora)


7. Novo autor favorito
marjoriemliu.com
(Marjorie M. Liu)


8. Paixoneta mais recente, por um personagem fictício
(nada de paixonetas, mas Ahmann Jardir, de "A Lança do Deserto", foi uma das personagens que mais me cativou, pela sua complexidade emocional)

9. Minha personagem favorita mais recente
(Garou, do manga "One Punch Man" foi a personagem mais interessante que li até agora neste ano)

10. Um livro que me deixou feliz
(Ojisama to Neko)


11. Livro que me fez chorar
(nenhum)


12. Melhor adaptação cinematográfica que vi no primeiro semestre
Baseado no romance de Diane Ackerman.


13. Minha opinião favorita do primeiro semestre
"Quem Teme a Morte", de Nnedi Okarofor.


14. O livro mais bonito que comprei/recebi de presente


15. Livro que preciso ler até o final do ano

sábado, 29 de outubro de 2016

A Vida em Romances - Junho a Setembro

Quatro meses de leituras, uns com muita variedade e outros com pouquíssima. Houve de tudo.


"The Raven King (The Raven Cycle 4)", de Maggie Stiefvater
Este livro vai merecer uma opinião mais detalhada, bem como o seu antecessor. Entretanto posso dizer que a autora soube fechar muito bem a saga e embora eu não concorde com todas as suas decisões, na verdade este foi um livro empolgante, cheio de momentos fortes, crescimento das personagens e a história teve um desfecho merecido. Quando comecei a leitura tive dúvidas que a autora conseguisse atar as pontas todas mas a verdade é que o fez. É uma leitura forte, com algumas cenas bem arrepiantes, mas certamente agradará a quem já leu o resto da série. De verdade que vos tenho de convidar a dar uma oportunidade a esta série pois é mesmo muito boa.
7,5/10

"Teoria Geral do Esquecimento", de José Eduardo Agualusa
Nesta opinião tenho mesmo de citar a Andreia Ferreira que, no seu blog d311nhe4, disse sobre este livro: “Que nome tão apropriado!”. Poucos dias depois de ler o livro já pouco me recordava dele. Os traços gerais da história permanecem mas os nomes das personagens e os seus trilhos pelas páginas varreram-se rapidamente. Não foi um livro que marcou. Por outro lado este livro recordou-me um pouco o “Transparentes” do Ondjaki (opinião aqui), não só porque grande parte da história se passava num prédio mas por causa dos temas e da própria dinâmica da narrativa.
Gostei do facto de ter várias perspectivas diferentes sobre esta época da história de Luanda mas na verdade as personagens, que eram tantas, não tinham suficiente independência para moverem a narrativa. Eram um pouco estéreis. Uma pena, pois a escrita do autor até me agradou.
6/10

"À Boleia Pela Galáxia (Hitchhiker's Guide to the Galaxy 1)", de Douglas Adams
Depois de já ter visto o filme algumas vezes desde que este saiu, tive muita curiosidade por ler o livro que lhe deu origem. Notam-se várias diferenças mas o livro é também ele muito engraçado. O Marvin era demais! E a prosa é tão séria que torna tudo ainda mais divertido. A imaginação do autor é prodigiosa.
O único senão é que por culpa de já ter visto o filme pouca coisa me surpreendeu. Mas recomendo muito esta leitura. E certamente vou ler o livro seguinte da série.
7,5/10

"Stars Above (The Lunar Chronicles 4,5)", de Marissa Meyer
Já publiquei a minha opinião na íntegra noutro post, AQUI.
Mas resumindo gostei bastante de revisitar as personagens, saber um pouco mais do seu futuro e especialmente do seu passado. Também a única história que não tinha relação com nenhuma personagem conhecida foi uma boa leitura. No entanto não acho que quem não seja já fã da série vá apreciar esta antologia. É muito dirigida aos fãs.
7,5/10

"O Retrato da Biblioteca (Imtharien 1)", de Carina Portugal
Já por várias vezes falei na Carina Portugal, por esta ser uma das minhas autoras portuguesas favoritas de fantasia em conto. Por isso tinha muita curiosidade em ler o seu único romance, publicado há alguns anos em ebook. A escrita da autora sobressai mesmo no estilo de romance mas nota-se que entretanto amadureceu bastante. Aqui neste livro a escrita é bela mas sem refreio. Tem floreados que se estendem, por vezes, longe demais. A história tem bastante potencial e certas cenas estão bem conseguidas mas no geral há muitas partes que estão um pouco que a "encher monte". A Liriana não é propriamente uma personagem que me tenha chamado no início mas a sua evolução ao longo do livro, especialmente na segunda metade, foi muito bem conseguida. Personagens como o Leonardo estão muito bem conseguidas, mas por outro lado, tanto a Laura como a Alexis, precisavam de muito mais profundidade, visto que elas são uma parte tão integrante da narrativa. Vê-se que este livro foi escrito com o intuito de ter continuação e eu confesso que não apreciei muito o final.
No entanto vejo o potencial na história e tenho a certeza que se a Carina voltasse a pegar neste projecto agora lhe daria outra vida.
5,5/10

"O Quarto de Jack", de Emma Donoghue
Eu adorei basicamente tudo acerca deste livro mas na verdade não consigo expressar muito bem tudo o que nele gostei e só por isso é que não escrevi uma opinião a solo para ele.
Desde o primeiro parágrafo que fiquei envolvida no livro, coisa que na verdade não esperava. A forma como a autora constrói a narrativa, como nos envolve na vida das personagens e nas sua limitações, a forma como não explica nada e deixa o leitor assimilar a situação ao seu próprio passo, foi a melhor parte. É o tipo de história que me parece absolutamente viável e a carga emocional por detrás desta história é infinita. E a voz do Jack, que é quem narra toda a história, está tão bem conseguida. Pontos máximos para a narração.
Adorei como a saída do Jack para o exterior foi feita, como era nos pequenos detalhes que se via como era difícil para ele mas ao mesmo tempo não era tão difícil como para a sua mãe.
O único senão deste livro é que eu acho que os tempos da acção não são muito realistas, especialmente depois de os dois serem libertos. Tudo aconteceu demasiado rapidamente. A adaptação do Jack foi rápida demais e a admissão da mãe de volta à sociedade também.
9/10

"A História de Uma Serva", de Margaret Atwood
Esta história é daquelas que sabemos que poderiam vir a ser reais, mesmo não querendo acreditar que a sociedade pudesse chegar a estes pontos. A autora mostrou, aos poucos, como a protagonista chegou aonde está, como o mundo em que ela vive conseguiu descer tanto de nível. E na verdade não está a história do mundo cheia de histórias assim? onde um governo totalitário consegue vergar nações? A História de Uma Serva dá que pensar, especialmente depois do meio do livro, quando realmente o leitor começa a perceber o que levou a história até aquele ponto. No início estamos meios perdidos mas a forma como a autora distribui a informação é soberba!
O ponto fraco do livro é, por fim, a própria narração, que tem poucas nuances e soa muitas vezes desinteressada (e não desinteressante). E o epílogo não ajudou muito, na verdade.
No entanto destaco as personagens, a história e a forma como esta nos faz pensar na nossa sociedade moderna, nas que vieram antes de nós e nas que poderão ainda estar para vir.
7/10

"Graceling - O Dom de Katsa (Graceling Realm 1)", de Kristin Cashore
Este livro vai merecer uma opinião separada mas posso já adiantar que o adorei. Katsa é uma protagonista forte e que conduz a história de forma a que o leitor se sinta sempre envolvido, e apesar de a prosa não ser muito rica é bem mais que suficiente para manter o leitor agarrado. O romance é muito bom. Super-fofo! Katsa a Po! E como eu gosto do facto de este livro se levar bem a sério e não se prender nas limitações de outros YA (Romances Young Adult), Tão refrescante! O mundo é também ele fantástico e é sempre refrescante ler high-fantasy onde tanto personagens femininas como masculinas têm um papel predominante e determinante.
8/10

"O Trono de Vidro (Throne of Glass 1)", de Sarah J. Maas
Oh, por onde começar? Tanto Graceling como O Trono de Vidro começam com a premissa de uma protagonista que é uma famosa assassina do reino, mas onde Graceling brilha com uma protagonista forte e independente, O Trono de Vidro tropeça e cai com estrondoso aparato. Não posso evitar compará-los, se bem que apenas superficialmente, pois depois desta premissa semelhante nada é igual.
Em O Trono de Vidro a Celaena é uma protagonista fraca, forçosamente feminina e um pouco infantil. De assassina a rapariga não tem nada. Não mata ninguém quase até ao final do livro e no único combate em que ela entra na competição ela leva porrada forte e feio. Não consegui visualizá-la como sequer aprendiz de assassina, quanto mais assassina profissional e de renome por todo o reino.
O romance também é fraquito. Quase não há química nenhuma entre os cantos do triângulo amoroso, excepto ali uma chama pequenita entre a  Celaenae o Chaol.
A história não me envolveu, as personagens não me prenderam, e não tenho qualquer intenção de ler as sequelas.
5/10

"O Nome do Vento (The Name of the Wind (Kingkiller Chronicles 1))", de Patrick Rothfuss
Ainda continuo dividida na minha opinião deste livro, mesmo já o tendo lido há quase dois meses. Pois eu adoro o mundo que o autor nos mostra, aos bocadinhos; gosto das personagens, mesmo quando as detesto; adoro a prosa que tornou uma história demasiado extensa em algo que se lê muito bem; e vejo imenso potencial nesta série. Contudo acho que há muita coisa desnecessária na história. Muitos detalhes a mais.
Kvothe, o protagonista, é quase perfeito demais (por vezes irrita) mas depois tem aquelas saídas de estupidez que o tornam mais interessante. E na verdade a história é toda um pouco máscula (não consigo descrevê-la de outra forma), embora a personagem da Denna seja refrescante, especialmente mais perto do fim.
Haveria demasiadas coisas a dizer sobre este livro mas o que eu sei mesmo com certeza é que vou ler o seguinte. E convido-vos a experimentar porque a prosa de Patrick Rothfuss merece ser lida.
6,5/10

"Changeless (Parasol Protectorate 2)", de Gail Carriger
Outro livro que merecerá, sem dúvida, uma opinião à parte. Entretanto posso dizer que foi uma delícia regressar a esta série. A escrita da autora é simplesmente fantástica: witty e hilariante! A nova personagem (de grande enfoque) foi uma adição espectacular à série e eu adorei a história do início ao fim, embora aquele final me tivesse caído um pouco mal, ou não fosse ele tão brutal. Tive logo de ir a correr ler o livro seguinte! :)
8/10

"The Man in the High Castle", de Philip K. Dick
Mais uma vez Philip K. Dick dá-nos uma premissa fantástica, mostra uma imaginação prodigiosa, mas depois espeta-se na narração. As suas personagens são interessantes mas pensam todas de uma forma muito semelhante, e se uma foge da norma isso acaba por não ser suficiente. O auto filosofou um pouco demais neste livro.
Mas o que realmente me enervou neste livro foi a falta de um final. Com tantas histórias diferentes contadas no livro, apenas uma se pode dizer que teve um final digno do nome.
No entanto não há como negar a genialidade do livro e da história.
5,5/10

E vocês? Quais foram as vossas melhores leituras dos meses recentes?

terça-feira, 19 de julho de 2011

Bang! 10

"Bang!" nº10, revista lançada pela Saída de Emergência e FNAC

Começamos com um editorial a citar Ursula K. LeGuin, que diz que "a boa ficção não se destina a mentes preguiçosas" e Safaa Dibb faz todo o editorial a partir dessa afirmação.
A secção das novidades da colecção Bang! está cheia de surpresas no final, com grandes nomes a serem apontados como apostas para breve (H.P. Lovecraft, Ray Bradbury, Anne Bishop, Harry Turtledove, Dan Simmons, entre outros).
Tal como na revista anterior, também nesta podemos ler pequenas opiniões de bloggers, publicadas nos cantos de algumas páginas (entre essas está uma opinião minha, que já referi aqui).
As críticas literárias inseridas na secção própria da revista estavam, na sua maioria interessantes, embora uma em particular se tenha debruçado demasiado sobre a história do que sobre o estilo e a opinião (felizmente não foi exagerado).

Ilustrador (Andreas Rocha)
Já conhecia o trabalho deste artista há algum tempo, e reconheço-lhe bastante mérito, especialmente a nível de criação de cenários. Creio, no entanto, que os trabalhos mostrados na secção dedicada ao ilustrador, não foram os mais enaltecedores, especialmente estando reduzidos a tamanhos tão pequenos. O tipo de arte que ele cria, merece ser visto em tamanho grande, tal como acontece na capa ou no conto de Philip K. Dick.

Os Livros das Minhas Vidas (Fernando Ribeiro)
Reconheço que antes da saída do mais recente livro deste autor, desconheci-a fora do género musical. Gostei particularmente de como narrou esta crónica sobre os livros das suas vidas (como o próprio diz) e nota-se a paixão que te pelas histórias bem contadas.
Tenho cá em casa uma antologia que tem um conto dele (só o soube ao ler o artigo), e estou curiosa por ler pois gostei do que ele disse neste artigo, e da forma como o disse.

Admiráveis Mundos Novos (Safaa Dib)
Um artigo interessante, que ainda assim pareceu deixar de lado certos nomes que me pareciam merecedores de atenção. Contudo, se esta for uma secção habitual da revista, isto poderá ser facilmente resolvido de futuro.

"O Turno da Noite", de João Barreiros
Estranhei o início deste conto, mas passada primeira parte, vi-me novamente imersa na escrita e prosa deste grande autor português, que conseguiu dar um fôlego extraordinário a algo até bastante 'normal' (dentro da sua anormalidade). Gostei da história e muito especialmente do final, mas devo dizer que a parte introdutória me pareceu dispensável (já que tudo o que nela foi revelada, acabou por ser repetida no resto da narrativa, perdendo-se dessa forma o interesse da parte I.
Gostei muito de ver as ilustrações de Melo Matos, que embora não fossem fiéis aos textos (nem o deveriam ser, pois são anteriores a este), deram uma outra vida ao conto.

História do Breve Cinema de Terror Português (João Monteiro)
Confesso-me um autêntica leiga, no que respeita ao cinema português, e muito particularmente ao (breve) cinema de terror lusófono. Este foi um artigo muito interessante e abrangente, não se restringindo somente às películas, mas também às épocas que as condicionaram e/ou fervilharam.

Era uma vez Mil Novecentos e Oitenta e Quatro (Pedro Piedade Marques)
Pensava eu que este artigo ia ter a ver com o livro de George Orwell, e afinal ... afinal era outra coisa, talvez igualmente interessante. Achei o artigo curioso, especialmente porque desconhecia por completo, não só o livro, como ainda mais a 'organização'.

"Guia de Viagens Seguras para Negros", de Matt Ruff
Achei este conto muito consciente e focado, com temas anda em voga, e que poderiam (quem sabe se não terão) realmente acontecido, até porque muito do descrito foi verdade, em tempos. No geral gostei muito, tanto da prosa como da história e da personagem principal. A minha dúvida é uma só: o que é que este conto tem de fantástico? (resposta: nada além da menção de obras famosas do género)

O Sonho Americano Desenha-se em Português (João Lameiras)
Um artigo interessante, se bem que posso dizer que já conhecia quase todos os factos retratados, acho que o cronista conseguiu reunir bem a informação e torná-la acessível e construtiva. Espero sinceramente que esta secção de BD se mantenha, e que se debruce ainda mais sobre a BD produzida em Portugal.

"Os Defensores", de Philip K. Dick
Depois de ficar desapontada com "Ubik - Enter 2 Mundos", um livro do mesmo autor, parti para a leitura deste conto com algum receio, mas confesso, fiquei rendida. Realmente nesta curta história o autor construiu um mundo sólido, personagens interessantes, mas mais que tudo, uma trama profunda. Gostei muito da prosa e do desenrolar narrativo, nesta distopia a verter para a utopia. Muito bom!

A Guerra dos Tronos (Safaa Dib)
Tinha receio de ler este artigo e receber spoilers, mas felizmente a Safaa soube conter-se nas informações dadas, de forma a que mesmo quem nunca tenha lido os livros, possa ler o artigo e ficar interessado. No entanto o artigo pouco trouxe de novo, para quem segue com o mínimo de atenção o mundo da fantasia em Portugal, ou mesmo das séries internacionais. Ainda assim, para quem é desconhecedor total, será um artigo a ter em atenção.

Vida Noutros Planetas (Fábio Fernandes)
É bom ler sobre leitores/autores de fora do nosso país, sobre o género da FC&F. O Fábio Fernandes conseguiu sumarizar o que se tem passado no Brasil nos últimos anos, de relevante, mas pareceu-me que ao artigo faltou algo de ... único.

"2BR02B - To Be Or Not To Be". de Kurt Vonnegut
A simples ideia por trás deste conto, daria pano para mangas, mas posso dizer que gostei muito desta interpretação e da forma como as personagens escolheram ver as suas 'vidas'. Fez muito sentido, mas ao mesmo não fez sentido nenhum, pois tudo se baseava no egoísmo. Um conto profundo e intenso, onde a significância da vida é posta me causa.


Távola Redonda (Cristina Alves, Célia M., Rui Baptista, João Seixas)
Uma 'reunião' bastante curiosa de quatro bloggers bastante conhecidos na web. Esta 'conversa' focou pontos de interesse, alguns que por norma não são muito falados, e outros que já estão quase banalizados. Uma rubrica a continuar.

No geral esta foi mais uma revista exemplar, desta vez com uma qualidade ainda maior na ficção (menos não seria de esperar dos nomes envolvidos, embora muitas vezes os novatos surpreendam pela positiva), mas igualmente com vários artigos de não-ficção que se destacam.
Um projecto a seguir.

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Ubik - Entre 2 Mundos

"Ubik - Entre 2 Mundos", de Philip K. Dick (Editorial Presença)

Sinopse:
Ubik, tal como Blade Runner ou Minority Report, é uma das obras-primas de Philip K. Dick. Um dos livros mais assinaláveis dos anos 60, foi escrito num estilo muito próximo da pulp fiction e encerra tanto um thriller como um romance. O enredo desenrola-se numa atmosfera futurista, no ano de 1992, em que os avanços tecnológicos permitem manter os defuntos num estado de meia-vida até à próxima reencarnação. É criada em Nova Iorque uma organização que emprega pessoas com vários talentos psíquicos, desde telepatas a precogs, entre outros. Do mesmo autor de Relatório Minoritário e de Os Três Estigmas de Palmer Eldritch, Ubik é uma espantosa comédia metafísica sobre o medo da morte e a salvação, em que as pessoas são congeladas, num estado de meia-vida. Mais um livro deste consagrado autor que integra a colecção Viajantes no Tempo.

Opinião:
O que posso dizer sobre este livro? Para começar, digo que esperava mais. Muito mais. Sendo Philip K. Dick um dos grandes nomes da ficção científica e tendo "Ubik - Entre 2 Mundos" ganho tantos prémios e recebido tantos elogios, aguardava por uma obra exemplar, coisa que no fim acabou por não ser.

A história em si está muito bem conseguida, com vários momentos de surpresa, muitas reviravoltas, inúmeros pormenores interessantes e com um bom compasso. Adorei também as descrições incluídas no texto, especialmente em relação ao 'passado'. estava tudo muito bem pensado e até moderadamente bem apresentado (embora nunca fosse verdadeiramente explicado como Joe Chip tinha conhecimento de certos pormenores que nunca fariam parte da cultura geral, mesmo se ele fosse da época em questão e a sua mente se adaptasse a tal).
Devo também apontar que gostei particularmente dos anúncios 'Ubik' que apareciam no início de cada capítulo. Foi especialmente fascinante perceber a crítica embutida nestes pequenos parágrafos (tal como acontecia várias vezes ao longo do restante texto). 
Contudo, a escrita do autor não e cativou, especialmente a escolha de voz narrativa. A sensação que ficou foi que, a forma como o autor decidiu contar a história quase que impediu que o leitor tivesse pensamentos seus. O que quero dizer e que o autor fê-lo de tal forma que qualquer ideia que o leitor tivesse por si só, ficasse desvalorizada. Noutras histórias, feito de outra forma, talvez isto fosse uma mais valia, mas em "Ubik - entre 2 mundos", isto não funcionou a favor da narrativa (não confundir isto com o facto de o autor criar reviravoltas a cada capítulo, estou a falar de coisas distintas).


Contudo, uma coisa é certa. Toda a história está muito bem pensada e interessante, no entanto acho que não foi 'entregue' da melhor forma.


Outro ponto fraco foram as personagens. Nenhuma tinha traços distintivos em termos de personalidade. Pareciam todas cópias umas das outras, sem vida própria, sem pensamento uno e cujas acções reflectiam as dos outros, como clones (que claramente não eram). Rucinter no início pareceu promissor, assim como Joe e Pat, mas a partir de um certo momento (a primeira grande reviravolta) as personagens perderam independência e traços distintivos. A meu ver isto foi de tal forma flagrante, que em certos momentos já nem sabia quem estava a fazer o quê, porque poderia ser qualquer um. Nem sequer Jory conseguia agir de forma surpreendente e autónoma, ou mesmo a Ella.

Em suma, este foi um livro que primou pela ideia central, mas cuja execução fez com que até a própria história perdesse força entre uma narrativa fraca e dispersa, personagens previsíveis, onde nem as maravilhosas descrições conseguiram validar o restante.
Não sinto que tenha sido uma leitura perdida, pois como disse a história em si é excelente e os pormenores são 'deliciosos',  mas tudo o resto está abaixo do mediano.
Irei ler outro trabalho do autor para perceber se foi só este "Ubik - entre 2 mundos" que falhou, ou se o estilo narrativo é mesmo uma 'marca' do autor. Caso se dê a segunda hipótese, temo ser das que não apreciará a obra do autor (mas logo veremos).


Tradução (Luís Santos):
A tradução estava bastante boa. Não percebi nenhuma inconsistência ou erro de maior.

Capa, Design e Edição:
Não compreendo muito bem o que a capa tem a ver com o conteúdo do livro (provavelmente nada). Poderia estar a retratar a Ella, mas se assim fosse a figura na capa tinha de ser loira. Pessoalmente não fiquei fã do ar esfumado, tanto da imagem, como das letras, mas também não é uma capa 'feia'. É apenas ... medíocre e com pouca ligação ao conteúdo (excepto no facto que de alguma forma dá a entender que um dos assuntos é a 'segunda vida'.
O Design interior está consistente com o resto da colecção. profissional, simples, mas bem conseguido, tal como a Edição em si.

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