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sábado, 1 de maio de 2010

A casa dos Espíritos

"A Casa dos Espírito" de Isabel Allende (Biblioteca Sábado)

Sinopse:
Clássico indiscutível da literatura contemporânea, este romance relata a turbulenta história de uma poderosa família de latifundiários, os Trueba, ao longo de quase cem anos. A dura realidade da terra e o mundo espiritual e mágico entrelaçam-se através das diferentes gerações do romance, forjado à volta do forte carácter do patriarca, Esteban Trueba, e da sensibilidade de Clara, capaz de tocar o mundo dos espíritos com a sua mente. Envolvidos numas dramáticas relações familiares, as suas personagens encarnam as tensões sociais e espirituais da sua época até configurar uma espécie de parábola sobre o destino colectivo da América Latina.

Opinião: 
Mais do que a história de um homem, mais do que a história de uma família, ou de várias gerações, esta é a história de um povo e de um país cuja mentalidade amadurece com o passar do anos, numa era de mudanças e radicalismos.
A forma como esta história é contada é muito cativante, e a autora tem uma voz muito própria, que envolve o leitor e o faz viajar pelas páginas do livro e pela história do país. Confesso que ao princípio não gostei tanto porque me parecia que a narrativa se movia demasiado depressa, mas cedo percebi que não era bem assim e agora vejo que esta andou ao compasso mais acertado.
Alturas houve também, em que me pareceu que os outros (que não da família) eram mais explorados que os da própria família, mas também isso cedo se dissipou pois todos faziam parte do ciclo da história e nenhuma personagem estava lá ao acaso, algo que a autora usou com mestria.

Tive pena que Clara fosse tão pouco explorada, pareceu-me que sempre a mostravam apenas superficialmente, o que não deveria contecer já que ela é um dos pilares da família de da história. Ao contrário de Estéban, que foi bem retratado e analisado ao pormenor, Clara ficou-se numa superfície de avaliações que deixaram mais questões que respostas.

Depois de todo o livro, não consegui ter pena do Estéban, pois ele irritou-me e enojou-me desde a primeira vez que apareceu. pareceu-me que a intenção da autora era fazer-nos ter alguma piedade por esta personagem, mas comigo não funcionou, embora perceba como tal poderia ocorrer a outros leitores, já que vemos tanto o seu pior como o seu melhor, e ele não deixa de ser um homem preso à sua geração, quase totalmente incapaz de evoluir com os tempos, algo que no fim acabou por lhe trazer muitos dissabores.

Gostei de como todas todas as personagens foram retratadas e dos sentimentos que cada uma delas me fez sentir, quer fosse ódio, desprezo, amor, piedade ou outro.
Como romance histórico está fantástico! Não sei ao certo quão fiel é à realidade, embora tenha impressão que o é muito, mas mesmo não sendo, a autora conseguiu embrenhar-nos da história geracional de uma nação e sentir por um povo oprimido.

Em suma, este é sem dúvida um clássico que recomendo a todos que leiam. Não é perfeito, mas é uma boa leitura.

Tradução (Carlos Martins Pereira): 
Maioritariamente não tenho nada de grave a apontar, mas no meio da narrativa encontrei alguns poucos erros ortográficos que saltaram à vista. Mas não foram nada que incomodasse realmente.

Capa & Design: 
A capa é uma imagem da adaptação cinematográfica (que pretendo ver em breve). Não é fabulosa, mas acho que mostra bem o carinho familiar que está presente no livro.
Já o design interior, está simples, e confesso que por vezes as margens reduzidas me incomodaram, mas não o suficiente para me cansar a vista ou estragar o prazer da leitura.

Nota: Esta leitura foi feita no âmbito tema do mês de Abril do Desafio Literário 2010 

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