Onde vivem os monstros

"Onde vivem os monstros" de Maurice Sendak (Editora Kalandraka)

Sinopse:
Na noite em que Max vestiu o seu fato de lobo e começou a fazer travessuras a torto e a direito, a mãe chamou-lhe - Monstro!
E Max respondeu-lhe: - Vou-te Comer!
Então ela mandou-o para a cama sem jantar. Naquela mesma noite, no quarto de Max surgiu uma floresta que cresceu….


Opinião: 
Com a adaptação cinematográfica prestes a estrear nos cinemas, e com um trailer que dá asas à imaginação, achei por bem ler o livro antes de ir ver o filme. Só que isto não foi LER um livro, mas sim VER um livro. Senti-lo, saboreá-lo, e fechá-lo com a sensação de que vimos muito em tão pouco.
As imagens dançam com as letras e as poucas páginas dizem mais do que está escrito, mais do que está ilustrado, pois há muito para se subentender deste pequeno livro infantil.
Os monstros não são mais que a representação das inseguranças e injustiças que a criança sente, a viagem para a o sítio "onde vivem os monstros" não é mais que o afastamento emocional, a melancolia e isolamento da criança quando a mãe o põe de castigo, injustamente segundo ele. Ele sente-se injustiçado e por isso torna-se rei. Rei do seu mundo, um rei capaz de intimidar até as criaturas mais assustadoras, mas que no fundo são tão amigas. E depois o regresso, pois uma criança não guarda rancores e sente a falta do que é real, mesmo quando o real não é exactamente o que ele gostaria.

É assim que vejo esta obra, mas acredito que outros a interpretem de outra forma.
Como um livro de 40 páginas me fez pensar nisto, ainda não sei ao certo, mas  verdade é que fez.
Recomendadíssimo!

Nota: Porque não traduziram isto como "O sítio das coisas selvagens" ou "Onde os monstros estão"? Muito mais apelativo, a meu ver.