"Homecoming", de Patricia Briggs e David Lawrence (ainda não publicado em Portugal)
Esta novela gráfica é uma prequela para a saga Mercedes Thompson, que tem início no livro "O apelo da Lua" (opinião). A história é original e escrita pela autora (Patricia Briggs), adaptada depois por David Lawrence.
Argumento (Patricia Briggs / David Lawrence)
Sendo esta uma colaboração com a autora, nota-se que o compasso da história é relativamente semelhante ao dos romances. A história central está interessante, tem bastante acção, e os diálogos estão bem conseguidos, embora por vezes decisão da sequência dos acontecimentos não tenha sido a melhor (refiro-me particularmente ao segundo capítulo)
No entanto tenho que apontar uma falha, um pouco grave a meu ver, que se tornou notória em certas partes da história. Refiro-me às inconsistências narrativas com o primeiro volume da saga. Sendo esta uma prequela, deveriam ter tido um pouco mais de cuidado em não se estar a desmentir. Exemplo: O Adam só disse à Mercy que o Marrock lhe pediu para tomar conta dela no 1º volume (O Apelo da Lua); o Sebastian nunca disse a outro vampiro que a Mercy era uma Caminhante; e por fim, tanto quanto me recordo, foi a Mercy que encontrou a gata, e não o Adam que lha ofereceu.
Isto seria 'desculpável' se a própria autor não tivesse trabalhado nesta novela gráfica.
É claro que são pontos que facilmente podemos ignorar, mas achei bem apontá-los.
Noutra nota, os apontamentos finais que o David Lawrence fazia em todos os capítulos (4) estavam bastante interessante e tinham um certo ambiente descontraído.
Desenho e Cores (Francis Tsi / Amelia Woo)
Adorei e arte de Francis Tsi logo nas primeiras páginas, o traço simples, a escolha das cores e o estilo de pintura quase tradicional, deram a toda a Bd um ambiente fantástico. Simplesmente adorei. A acção também estava bem retratada e as personagens eram bastante distintas, assim como os lobos.
Amelia Woo, que desenhou e pintou os últimos dois capítulos, conseguiu captar muito bem o estilo do seu antecessor, fazenndo com que o choque artístico quase não se fizesse sentir, conseguindo ainda assim dar-lhe um toque muito pessoal. A única coisa que tenho a dizer contra, é o facto de não ter conseguido distinguir muito bem os lobos uns dos outros, primariamente porque ela escolheu dar-lhes a todos a mesma cor de pêlo. Fora isso, está um trabalho exemplar.
Foram ambos fantásticos artistas, que captaram -a meu ver- muito bem o ambiente dos romances.
Em suma esta novela gráfica está bastante bem conseguida, mas em termos de enredo talvez apele mais a quem não conhecer os romances, pois todos os já leitores da saga, verão algumas inconsistências que poderão ou não enervar. Contudo, graças ao facto de mostrar um passado desconhecido das personagens, será uma leitura interessante para os fãs.
Em termos visuais está brilhante, num estilo que condiz muito bem com o tom desta e das restantes histórias da saga, tanto com a arte de Francis Tsai, como com a de Amelia Woo.
Para os que não conhecem, poderá também ser um bom ponto de partida.
Nota: Se não estou em erro, a capa do volume é de Dan dos Santos, o mesmo ilustrador dos romances.
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sábado, 30 de abril de 2011
terça-feira, 26 de abril de 2011
O Apelo da Lua
"O Apelo da Lua (Mercedes Thompson 1)", de Patricia Briggs (Saída de Emergência)
Sinopse:
Opinião:
Encontrar verdadeiras Fantasias Urbanas (que não ultrapassem o limite do Romance Paranormal) parece cada vez mais difícil nos dias que correm (não que isso seja necessariamente mau). Este "Apelo da Lua" é de verdade uma Fantasia Urbana com muito estilo.
Para começar, gostei muito da sociedade que a autora criou e nos explicou, de forma interessante e nada massuda, ao longo do livro. Tanto os seres, como as regras foram bem pensadas e doseadas, embora por vezes algumas informações não parecessem pertinentes. O mundo aqui apresentado é credível e bem sustentado, deixando o leitor envolto nos seus mistérios e criaturas.
Embora mais ficado nos lobisomens, neste volume, deixa no ar a expectativa de ver mais de outras criaturas, como os vampiros, os caminhantes e os seres féericos.
Em termos de história, Patricia Briggs conseguiu escrever uma narrativa interessantes, cheia de momentos altos, mas que ao mesmo tempo parecia estranhamente mundana. Não houve cenas irracionais, e tudo parecia bastante terra-a-terra, o que foi uma boa mudança. Pessoalmente gosto mais das coisas quando não são tão apressadas, e as sequências de cenas fazem sentido, assim como a resolução dos problemas. Muitos livros estão tão preocupados com o factor choque, que não dão este ar 'natural'.
No entanto tenho coisas más também a apontar. Um, apesar de o romance não ser central (nem sequer lateral), houve espaço para muitas 'sugestões' e o triângulo (ou será pentágono) amoroso se formar quase logo no início. Isto, mais por gosto pessoal que outra coisa, não me agradou de todo. Sinceramente estou um pouco farta de triângulos amorosos. Infelizmente, como este não era o foco da autora, eu fiquei com a sensação de que não havia ali faísca, e por isso o romance tornou-se ainda menos credível, apesar de a autora bem tentar justificar certos relacionamentos. Simplesmente não funcionou (comigo).
Quanto às personagens, não vou julgá-las muito a fundo, porque sei que este é o primeiro volume e são-nos apenas introduzidas. pessoalmente gostei muito do Mac (coitado!) e da Mercy, que é uma mulher de garra, que apesar de não ter a força extraordinária dos restantes, se mantém firme nas suas decisões. Ela é uma protagonista daquelas que dá gosto ler. os restantes personagens não me apelaram por aí além. Os machos eram todos territoriais, e à excepção do Stefan e do Zee, nenhuma outra personagem me parecia interessante o suficiente para recordar (estão à vontade para discordar, mas é a minha opinião).
O que também não gostei muito no livro foi um certo machismo presente em quase toda a história. Poucas mulheres apareceram (para além da Mercy, claro) e as que surgiram ou eram odiosas (porque não gostavam da Mercy), ou loucas. Sinceramente, não gostei disso na história. A única que ainda se safou foi a Jesse.
Em suma, foi um bom início para uma saga que promete. Destaca-se a protagonista, que é muito interessante, assim como o mundo criado no livro. No entanto faltou-lhe algum desenvolvimento das personagens secundárias (que espero seja resolvido nos próximos volumes). Uma boa fantasia urbana, que espero continuar a ler em breve.
Tradução (Manuel Alberto Vieira):
Uma tradução bastante boa, com poucas falhas a apontar e uma fluidez de texto bem conseguida.
Capa (Dan dos Santos), Design e Edição:
Como apreciadora do trabalho do Dan dos Santos, não podia deixar de gostar desta capa (e de todas da saga), embora não seja dos seus melhores trabalhos, e a pose seja um pouco ... exagerada. Até porque, pelas descrições da autora, a Mercy não anda assim vestida. No entanto gostei do conceito dos portões lá atrás, e claro, das tatuagens.
Nota: Ganhei este livro num passatempo promovido no blog BranMorrighan. Obrigada!
Sinopse:
Mercy Thompson é uma talentosa mecânica de automóveis que vive na zona de Washington. Mas ela é muito mais do que isso: também é uma metamorfa com o poder de se transformar num coiote. Como se não chegasse, o seu vizinho é um lobisomem, o seu antigo patrão um gremlin, e neste momento está a reparar a carrinha de um vampiro. Este é o mundo de Mercy Thompson, um que parece igualzinho ao nosso, mas cujas sombras estão repletas de estranhas e perigosas criaturas da noite. E se até agora Mercy sempre viveu bem nesse mundo, aproxima-se o dia em que a sua preocupação vai ser apenas sobreviver…
Opinião:
Encontrar verdadeiras Fantasias Urbanas (que não ultrapassem o limite do Romance Paranormal) parece cada vez mais difícil nos dias que correm (não que isso seja necessariamente mau). Este "Apelo da Lua" é de verdade uma Fantasia Urbana com muito estilo.
Para começar, gostei muito da sociedade que a autora criou e nos explicou, de forma interessante e nada massuda, ao longo do livro. Tanto os seres, como as regras foram bem pensadas e doseadas, embora por vezes algumas informações não parecessem pertinentes. O mundo aqui apresentado é credível e bem sustentado, deixando o leitor envolto nos seus mistérios e criaturas.
Embora mais ficado nos lobisomens, neste volume, deixa no ar a expectativa de ver mais de outras criaturas, como os vampiros, os caminhantes e os seres féericos.
Em termos de história, Patricia Briggs conseguiu escrever uma narrativa interessantes, cheia de momentos altos, mas que ao mesmo tempo parecia estranhamente mundana. Não houve cenas irracionais, e tudo parecia bastante terra-a-terra, o que foi uma boa mudança. Pessoalmente gosto mais das coisas quando não são tão apressadas, e as sequências de cenas fazem sentido, assim como a resolução dos problemas. Muitos livros estão tão preocupados com o factor choque, que não dão este ar 'natural'.
No entanto tenho coisas más também a apontar. Um, apesar de o romance não ser central (nem sequer lateral), houve espaço para muitas 'sugestões' e o triângulo (ou será pentágono) amoroso se formar quase logo no início. Isto, mais por gosto pessoal que outra coisa, não me agradou de todo. Sinceramente estou um pouco farta de triângulos amorosos. Infelizmente, como este não era o foco da autora, eu fiquei com a sensação de que não havia ali faísca, e por isso o romance tornou-se ainda menos credível, apesar de a autora bem tentar justificar certos relacionamentos. Simplesmente não funcionou (comigo).
Quanto às personagens, não vou julgá-las muito a fundo, porque sei que este é o primeiro volume e são-nos apenas introduzidas. pessoalmente gostei muito do Mac (coitado!) e da Mercy, que é uma mulher de garra, que apesar de não ter a força extraordinária dos restantes, se mantém firme nas suas decisões. Ela é uma protagonista daquelas que dá gosto ler. os restantes personagens não me apelaram por aí além. Os machos eram todos territoriais, e à excepção do Stefan e do Zee, nenhuma outra personagem me parecia interessante o suficiente para recordar (estão à vontade para discordar, mas é a minha opinião).
O que também não gostei muito no livro foi um certo machismo presente em quase toda a história. Poucas mulheres apareceram (para além da Mercy, claro) e as que surgiram ou eram odiosas (porque não gostavam da Mercy), ou loucas. Sinceramente, não gostei disso na história. A única que ainda se safou foi a Jesse.
Em suma, foi um bom início para uma saga que promete. Destaca-se a protagonista, que é muito interessante, assim como o mundo criado no livro. No entanto faltou-lhe algum desenvolvimento das personagens secundárias (que espero seja resolvido nos próximos volumes). Uma boa fantasia urbana, que espero continuar a ler em breve.
Tradução (Manuel Alberto Vieira):
Uma tradução bastante boa, com poucas falhas a apontar e uma fluidez de texto bem conseguida.
Capa (Dan dos Santos), Design e Edição:
Como apreciadora do trabalho do Dan dos Santos, não podia deixar de gostar desta capa (e de todas da saga), embora não seja dos seus melhores trabalhos, e a pose seja um pouco ... exagerada. Até porque, pelas descrições da autora, a Mercy não anda assim vestida. No entanto gostei do conceito dos portões lá atrás, e claro, das tatuagens.
Nota: Ganhei este livro num passatempo promovido no blog BranMorrighan. Obrigada!
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