Mostrar mensagens com a etiqueta Manuel Alves. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Manuel Alves. Mostrar todas as mensagens

terça-feira, 28 de janeiro de 2020

Os melhores livros de 2019

Já estamos quase no fim do mês de Janeiro e só agora me dei conta que ainda não fiz o apanhado das leituras de 2019 aqui no blog.
2019 foi um ano em que o blog esteve inativo. Peço desculpas pelo desaparecimento, mas trabalho a tempo inteiro e estou a tirar uma licenciatura em regime pós-laboral, o que significa que me sobra tempo quase nenhum para tudo o resto. Assim não tive mesmo oportunidade de publicar nada no blog e por isso peço desculpas. É muito provável que 2020 seja em tudo semelhante, pelas mesmas razões, mas tentarei contrariar essa tendência tanto quanto me seja possível.


Mas vamos ao que interessa! Os números.
- Em 2019 li 21 romances (3 ebooks, 18 audiolivros), 13 álbuns de BD/Manga e 5 contos.
- De romances foram cerca de 7.133 páginas (incluindo aproximadamente 223 horas de audiolivros), e cerca de 1.700  páginas de BD/Manga.


- Dos romances, 2 eram de autores portugueses.
- Os géneros mais lidos foram a Fantasia (6) e a Ficção Científica (6).
Este foi o primeiro ano em que não li nenhum romance em formato físico, tendo apenas lido versões físicas de 3 álbuns de BD.


Média das classificações:
- Romances: 6,38 / 10;
- BD/Mangas: 7,2 / 10;
- Contos: 7,10 / 10.


Top de Romances:
1) "Mortal Engines (The Hungry City Chronicles #1)", Philip Reeve
2) "Índice Médio de Felicidade", David Machado
3) "O Castelo de Vidro", Jeannette Walls
4) "The Blade Itself (The First Law #1)", Joe Ambercrombie
5) "All the Crooked Saints", Maggie Stiefvater


Top de BD / Mangas:
1) "Monstress", de Marjorie M. Liu & Sana Takeda
2) "One Punch Man", One & Yusuke Murata
3) "V de Vingança", Alan Moore & David Lloyd


Top de Contos:
1) "Carnívora", Manuel Alves
2) "My third-world girlfriend", R.J. Silver
3) "O Pequeno Herói", Carina Portugal


Melhor Autor/a Português/esa: David Machado (Índice Médio de Felicidade)
Melhor Autor/a Estrangeiro/a: Philip Reeve (Mortal Engines)
Melhor P. Principal Masculina: Tom Natsworthy (Mortal Engines)
Melhor P. Principal Feminina:  Maika (Monstress)
Melhor P. Secundária Masculina: Jezal dan Luthar (The Blade Itself)
Melhor P. Secundária Feminina :  Katherine Valentine (Mortal Engines)
Melhor Vilão:  Sand dan Glokta (The Blade Itself)
Melhor Casal Literário: -nenhum-


A lista de todos os títulos que li no ano transato será publicada em breve.

sábado, 23 de abril de 2016

Dia Internacional do Livro e dos Direitos do Autor

Não podia deixar passar o Dia Internacional do Livro e dos Direitos do Autor em branco, certo?

Por isso gostaria de vos convidar a divulgar, aqui e nas redes sociais, quais os vossos autores favoritos de sempre e qual o(s) livro(s) que leram este ano que mais gostaram.

E porque além de autora sou também leitora, deixo uma pequena lista de alguns dos meus autores favoritos (sem ordem de preferência): Markus Zusak, Marissa Meyer, Luís Filipe Silva, Edgar Allan Poe, J.K. Rowling, Carina Portugal, Brandon Sanderson, Vitor Frazão, Robin Mckinley, João Barreiros, Manuel Alves.
E o livro que mais gostei de ler este ano foi: "28 Days Later", uma banda desenhada de Micheal Alan Nelson e Declan Shalvey.

E não se esqueçam de respeitar sempre o trabalho do autor, seja ele escritor, fotógrafo, músico, ilustrador, compositor, escultor ou outro "-or".
Ajudem os autores e lembrem-se de, sempre que usam uma foto linda no vosso mural do facebook ou no blog, mencionar que é o autor (ou caso não saibam referir isso mesmo). Os autores do mundo inteiro agradecem!

terça-feira, 5 de agosto de 2014

Maratonas de Verão

Se bem se lembram, em Julho entrei em duas maratonas de Verão: a BootubeAThon e o Bingo Literário (Viagens (In)esperadas). Terminadas as maratonas, fica um balanço final:

Livros Lidos
BooktubeAThon (podem ver o vídeo resumo AQUI):
- Precious, de Sapphire - 180 páginas
- Cartas Portuguesas, de Soror Mariana Alcoforado - 160 páginas
- Annarasumanara 1 (BD), de Il Kwon-Ha - 344 páginas
- Annarasumanara 2 (BD), de Il Kwon-Ha - 328 páginas
- Annarasumanara 3 (BD), de Il Kwon-Ha - 328 páginas 
- O Último a Rir (Joker), de Alan Moore, Brian Bolland, Brian Azzarello, Lee Bermejo - 176 páginas
- Linhas Cruzadas, de vários autores - 304 páginas
- Dark and Stormy Knights, de vários autores - cerca de 170 páginas (total 357)
- Ninja Girls 6 (BD), de Hosana Tanaka - 192 páginas
- A Trança de Inês, de Rosa Lobato Faria - 224 páginas
Total de páginas: +/- 2226 páginas
Desafio Cumprido!

Maratona de Verão do Viagens (In)esperadas - Bingo Literário:
- Air 1 (BD), de Yukimaru Katsura - 185 páginas
- Air 2 (BD), de Yukimaru Katsura - 138 páginas
- Two Moons of Sera vol. 3, de Parvati K. Tyler - 67 páginas
- Two Moons of Sera vol. 4, de Parvati K. Tyler - 66 páginas
- Ninja Girls 7 (BD), de Hosana Tanaka - 224 páginas
- Ninja Girls 8 (BD), de Hosana Tanaka - 192 páginas
- Lili e o Natal no Fundo da Caixa, de Manuel Alves - nº páginas desconhecido
- Há Horas Más, de Meg Cabot - 256 páginas
- Delirium, de Lauren Oliver (audiolivro) - cerca de 200 páginas (total 440)
Total de páginas: +/- 1328

Desafio não cumprido!
No desafio de Verão houve também um final: Leituras com Sabor a Verão
- Sol: qual o livro que brilhou mais nesta maratona (livro preferido) - Há Horas Más, de Meg Cabot
- Escaldão: qual o livro que te deixou cheia de arrependimentos (livro que menos gostaste) - Delirium, de Lauren Oliver (audiolivro)
- Gelado: qual o autor cuja escrita te deliciou - Lili e o Natal no Fundo da Caixa, de Manuel Alves
- Bóias: qual o livro que foi custoso de ler mas que conseguiste terminar - O que me custou foi o "Delirium", mas não o cheguei a terminar, ainda.
- Piscina: Qual foi a leitura leve e refrescante - Air 1 (BD), de Yukimaru Katsura (o 2 já não foi nada leve)
- Picnic: Quais as personagens com as quais gostarias de passar tempo - Suze e Jesse (Há Horas Más) e o Yukito e a Misuzu (Air).


Agora tenho é de escrever as opiniões de todos estes livros. Ui!

sexta-feira, 25 de julho de 2014

Maratona Especial de Verão - Bingo

Mal saí do BookTubeAThon e entrei logo de cabeça noutra Maratona Literária: A Maratona Especial de Verão - Bingo Literário, que decorre de 21 de Julho a 3 de Agosto e que foi organizada pelo grupo Viagens (In)esperadas.

Cada livro que lemos pode cruzar várias categorias do Bingo. E aqui estão os livros que eu escolhi para cada categoria:
- Capa Azul ou com Mar: Air, de Katsura Yukimaru
- Conto ou Novela: Lili e o Natal no fundo da Caixa, de Manuel Alves
- Natureza em Destaque ou como cenário: Two Moons of Sera vol 3 e 4, de Paravati K. Tyler
- Um dos teus autores favoritos: Lili e o Natal no fundo da Caixa, de Manuel Alves
- Recomendação Amigo/Online: Drácula, de Bram Stoker
- Aventura, Mistério ou Comédia: Largo Winch, de Philippe Francq e Jean Van Hamme
- Infantil ou Juvenil: Lili e o Natal no fundo da Caixa, de Manuel Alves
- Protagonista Feminino: Two Moons of Sera vol 3 e 4, de Paravati K. Tyler
- Género Diferente do Habitual: Largo Winch, de Philippe Francq e Jean Van Hamme
- Ebook ou da Biblioteca: Lili e o Natal no fundo da Caixa, de Manuel Alves /
Two Moons of Sera vol 3 e 4, de Paravati K. Tyler
- Decorre no Verão: Air, de Katsura Yukimaru
- Romance ou Amizade Forte: Air, de Katsura Yukimaru
- Com Personagens não Humanas: Two Moons of Sera vol 3 e 4, de Paravati K. Tyler
- Continente Diferente do Norte Americano: Air, de Katsura Yukimaru
- Mais de 400 Páginas: Drácula, de Bram Stoker
- Best Seller: Drácula, de Bram Stoker

Podem ver também o vídeo em que faço o apanhado de como correu o b e dos livros que escolhi para este novo desafio:

sábado, 10 de maio de 2014

::Autor:: Manuel Alves

Biografia (via Goodreads):
O autor só fala de si mesmo na terceira pessoa quando tem de falar do autor ou, é claro, quando pratica a extraordinária arte da feitiçaria imaginativa — há quem lhe chame Escrita. Se houvesse na minha vida lugar para gatos, teria dois e um seria um Gremlin disfarçado. Tenho um furão e uma hiena — ambos imaginários.

Livros que li do autor:
Zé (conto in Antologia de Ficção Científica Fantasporto) - Opinião
A Invenção de um Conto de Fadas - Opinião
Lili (Lili 1) - Opinião
Lili e o Natal no Fundo da Caixa (Lili 2)


Livros editados em Português:
International Speculative Fiction #5
Celacanto nº1 - Ecozine sobre o Albatro,  Qual Albatroz (2009)
Zona Zero, Associação Tentáculo (2009)
Zona Negra, Associação Tentáculo (2009)
Zona Fantástic, Associação Tentáculo (2010)
Zona Gráfica Volume I, Associação Tentáculo (2010)
Zona Negra, Associação Tentáculo (2010)
Zona Monstr, Associação Tentáculo (2011)
Antologia de Ficção Científica Fantasporto, Edições Asa (2012)
Almanaque Steampunk 2012, EuEdito (2012)
Zona Desenh, Associação Tentáculo (2012)
Legado Vermelho, Smashwords (2012)
Z, Smashwords (2012)
Coração Atómico, Smashwords (2012)
Orin, Smashwords (2012)
A invenção de um conto de fadas, Smashwords (2013)
Perguntas-me?, Smashwords (2013)
Tecendo Nós, Smashwords (2013)
Lili, Smashwords (2013)
Equador Morto, Smashwords (2013)
VÉNUS 12, Smashwords (2013)
O Natal no Fundo da Caixa, Smashwords (2013)
Terra Fria, Smashwords (2014)
Celacanto nº 3 - Ecozine sobre o Golfinho, Qual Albatroz (2014)
A Cativa, Smashwords (2014)

A visitar: Site Oficial do Autor, Facebook do Autor, Twitter do Autor, Goodreads do Autor, Manuel Alves no Smashwords

domingo, 27 de outubro de 2013

Tecendo Nós

"Tecendo Nós", antologia organizada por Ana Costa, Cristina Delgado e Renata Silva; com contos de Ana C. Nunes, Andreia Silva, Carla Ribeiro, Carlos Silva, Érica Bombardi, Fernando Évora, Manuel Alves, Pedro Pinto, Olinda P. Gil e Victor Eustáquio (ebook)

Sinopse:
Tecendo Nós é uma pequena antologia de contos criados para a assinalar o primeiro aniversário do Clube de Leitores em Português, um grupo criado no Goodreads.
Todos os contos encontram-se subordinados ao tema Imaginação vs Realidade.


Opinião:
Tratando-se de uma antologia e, como de costume, vou primeiro comentar o contos, um a um.

"Lili", de Manuel Alves
A minha opinião sobre este conto está AQUI, já que o conto também está disponível sozinho, com ilustrações do autor, que vale a pena serem vistas.

"Vivo, Morto X", de Érica Bombardi
Neste conto a prosa funcionou bem e o protagonista também, mas a trama não me convenceu, apesar de ter achado a intriga envolvente, simplesmente senti que faltava mais pano de fundo, mais informação sobre o que os levara àquela situação. Havendo dito isto, esta foi uma história que me manteve agarrada ao kindle do início ao fim.


"Sede de Ser", de Victor Eustáquio
As descrições contidas neste conto são bastante vivas e evocam sentimentos e emoções fortes no leitor; o autor tem jeito com as palavras. No entanto o desfecho deixou algo a desejar.


"Uma Demanda de Bertolameu, Frei de Portugal", de Fernando Évora
Gostei deste conto e da forma como está escrito. Apesar de longo, nunca chegou a aborrecer. A prosa é limpa e evoca bem as situações, personagens e emoções, no entanto acabou por se arrastar demasiado tempo e o final pecou pela falta de detalhe e de uma verdadeira resolução.


"Por Detrás de uma Leitura", de Olinda P. Gil
Com um conceito interessante, cuja reviravolta se mostrou imprevista, confesso que ainda assim o tom narrativo não me manteve ligada à história. Existiu um distanciamento que não consegui ultrapassar e que fez com que o conto não me ficasse muito tempo na memória.


"Uma Miragem na Chuva", de Ana C. Nunes
Sendo eu a autora, abstenho-me de comentar, mas agradeço a vossa opinião, se o lerem. :)


"Ensina-me a Amar", de Pedro Pinto
Esta é uma história romântica que, a meu ver, foi a que menos se enquadrou no tema da antologia (realidade vs imaginação). Não que isso tenha sido razão suficiente para prejudicar o conto.
A história em si tem potencial e as personagens são interessantes mas, a forma como o autor se arrastou na descrição da vida das personagens, das situações que elas viveram, na intensidade de um suposto amor que não atravessou a barreira das palavras até ao leitor. Infelizmente este conto não me produziu qualquer faísca em mim, apesar de simpatizar com as personagens, achei que a história, que era tão simples, foi esmiuçada até à exaustão, e por isso perdeu o seu brilho.


"As Últimas Horas do Rei Cego", de Carla Ribeiro
Um conto que peca apenas por ser demasiado curto. Não houve tempo para uma ligação mais profunda com o protagonista, mas foi o suficiente para que se percebesse a sua situação. Gostei da claustrofobia incutida no texto, e da ideia.

"Conversas Sobre Carris", de Andreia Silva
Este conto tem um conceito muito interessante e é emocionante visitar a mente do protagonista, especialmente quando chega o final, no entanto a prosa pareceu-me algo pesada para o tema e não funcionou a seu favor.

"Problemas que Não Existem", de Carlos Silva
Um tema muito imaginativo, que me relembrou um pouco do Lili (do Manuel Alves) mas que acabou por não ter o mesmo impacto. Apesar de o conceito ser bastante refrescante e ter gostado de alguns trechos, o final foi demasiado básico, faltando-lhe uma faísca do fantástico que permeou outras partes do pequeno conto.

No geral, esta é uma antologia bastante coerente, com autores que mostram talento e histórias bastante diversificadas. Alguns contos foram mais satisfatórios que outros (como sempre acontece com antologias de vários autores), mas nenhum foi particularmente mau. Ficou a vontade de ler mais trabalhos de vários dos autores presentes na colectânea.

Visitem: Tecendo Nós na Smashwords (grátis) * Tecendo Nós no Goodreads * Clube de Leitores em Português

::Conto:: Lili

"Lili", de Manuel Alves (ebook)

Sinopse:
Lili acabara mesmo de mudar de casa. Novamente. Era a segunda vez, em menos de um mês, que os pais encaixotavam tudo para voltarem a desencaixotar. Na primeira casa, ficaram quase duas semanas, e Lili já começava a conhecer todos os cantos secretos. Só lhe faltava explorar a cave. Mas voltaram a encaixotar tudo dois dias depois de a mãe ter começado a escrever o livro novo. Durante duas noites seguidas, Lili acordou a gritar com um pesadelo horrível. Sonhou com um homem alto muito baixo que tinha tanto de gordo como de magro. Lili chamou-lhe o Homem Que Muda. No pesadelo, aparecia-lhe cego, mas olhava-a nos olhos. Era mudo, mas falava. Dizia sempre a mesma coisa: não desças à cave.

Opinião:
Lili é um conto que se pode dizer infantil mas que consegue cativar também os adultos.
Confesso que a princípio não me agarrou, mas à medida que a história se desenrolava, o interesse foi crescendo e acabou por ser uma boa experiência, relembrando-me da infância e do ilimitado poder da imaginação das crianças.
Gostei muito da Lili, do Homem Que Muda e do Mão Que Puxa. Todas personagens bem conseguidas e que não me importaria de revisitar.

Confesso que o final não me satisfez por completo, por ser muito 'bonzinho', mas no geral o conto está muito bem escrito e usa temáticas que nunca ficam velhas. Vale a pena ler!

As ilustrações do Manuel Alves são soberbas e muito adequadas. Adorei-as todas, incluindo a da capa, que apesar de ser uma imagem já um pouco usual, acaba por ser muito apelativa. Com as suas cores vivas mas o augúrios dos 'monstros' debaixo da cama.

Visitem: Site do Autor * Facebook do Autor * Lili na Smashwords (gratuito) * Lili no Goodreads

terça-feira, 11 de junho de 2013

A Invenção de um Conto de Fadas

"A Invenção de um Conto de Fadas", de Manuel Alves (Smashwords - ebook)

Sinopse:
Seria bom que todas as histórias entre duas pessoas que se gostam terminassem em verdadeiros contos de fadas. A vida é outra coisa.
Se querem uma história em linha recta, não leiam este romance. No início, é uma chama que arde lenta. No meio, fala de amor como apenas o amor sabe falar de si. No fim, umas coisas acabam e outras começam. É um fim um bocado mentiroso.


Opinião:
Já conhecia o trabalho do autor, por ter lido alguns contos que escreveu, por isso já sabia mais ou menos que estilo esperar. No entanto, este livro é muito diferente do que li antes, e por um lado isso foi bom.

Este é um romance que se lê de rajada e onde o leitor consegue criar empatia quase instantânea com as personagens. São todas muito 'humanas' e tenho a certeza que todos os leitores encontrarão algo com que se identificar em pelo menos uma delas.
Neste romance, a
s várias histórias que se cruzam, estão bem conseguidas e bem distribuídas.Temos os relato do que podia ser a vida de pessoas comuns, dos nossos amigos, irmãos, vizinhos. São histórias dentro de histórias, e todas tocam, de uma maneira ou de outra. Todas elas são interessantes e o autor conseguiu torná-las dinâmicas, sem que para isso necessitasse de grande acção. Afinal a vida também é cheia de aventuras, as do dia-a-dia, quanto mais não seja.
No entanto não gostei particularmente daquele capítulo final (ou penúltimo, já não me recordo ao certo, mas é aquele em que o verdadeiro conto de fadas parece acontecer). Não sei ... pareceu destoar demasiado do resto do livro.

As personagens são o pilar da história. O autor criou um role de personagens invejável e bastante diversificado, embora por vezes eu achasse que as acções de umas eram demasiado similares às de outras.

A escrita do autor é boa, por vezes até brilhante. Os diálogos são excelentes, excepto quando se esticam demais, pois por vezes o autor ia tão embalado que não parava a tempo e despistava-se um pouco, mas não é nada que incomode de sobremaneira. 
 
Em suma, diverti-me imenso com estas deliciosas histórias e agradeço ao autor ter partilhado este belíssimo livro com os leitores. 



Capa e Design:
Sendo o autor também um ilustrador, não é de admirar que todos os seus trabalhos tenham capas belíssimas. Eu adoro esta! E está perfeitamente em sintonia com o livro.
O design do ebook é muito simples. Nada a apontar. lês-se perfeitamente num ereader.

Nota: Leitura conjunta do grupo O Cantinho do Corvo Fiacha, no Facebook. Este livro está à venda, em ebook, no Smashwords, por cerca de 2,30€. Aproveitem!

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

A Invenção de um Conto de Fadas - Divulgação

Título: A Invenção de um Conto de Fadas
Autor: Manuel Alves
Edição: Fevereiro 2013

Sinopse: Quantas maneiras diferentes há para dizer que se ama alguém? E quantas maneiras há de o mostrar? Esta é a história de cinco relacionamentos que se cruzam no tempo e em idades diferentes. O amor de Pedro e Aninhas é a fantasia mais jovem de todas e começa, naturalmente, com uma discussão de crianças. O amor de Agostinho vive apenas das memórias de uma vida inteira, que já só existe no passado e nos livros que empresta aos vizinhos na esperança de os ensinar a serem felizes. As outras três histórias moram todas no mesmo prédio. João e Isabel, dois adolescentes apaixonados desde crianças, vão separar-se pela primeira vez. Ângela e Manuel vivem a incerteza dos namorados que não são namorados, na descoberta do melhor que podem ser um para o outro. Rosário e Aníbal vivem sufocados num casamento de quase vinte e cinco anos, que necessitará de provas de amor para continuar a existir. Seria bom que todas essas histórias fossem verdadeiros contos de fadas. É preciso ..

Preço: $1,99 (dólares americanos, mas podem pagar em euros)
Onde é que o livro pode ser adquirido?  Smashwords

Visitem também a página de facebook do autor

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Antologia de Ficção Científica Fantasporto

"Antologia de Ficção Científica Fantasporto", organizado por Rogério ribeiro, com contos de Afonso Cruz, Bruno Martins Soares, Isabel Cristina Pires, António Carloto, Madalena Santos, João Ventura, José Cardoso , Luís Roberto Amabile, João Leal, António de Macedo, Manuel Alves, João Paulo Vaz, Telmo Marçal, Beatriz Pacheco Pereira, Rodrigo Silva, Filipe Homem Fonseca, Ágata Ramos Simões (Edições 1001 Mundos)


Sinopse:
O Fantástico nasce da mente e imaginação humanas e encontra campo fértil de expressão nas mais diversas formas artísticas. Tem sido esse o espírito do "Fantasporto", e foi aqui objectivo da 1001 Mundos trazê-lo para a literatura. Esta antologia nasce fruto dessa colaboração, e do trabalho do organizador, Rogério Ribeiro.
Esperamos que apreciem estes momentos de um tempo que ainda não é - ou que nunca foi - e que saíram da imaginação de autores de três continentes, mas com um forte elo que os une - a Língua Portuguesa.


Opinião:
Vou começar por falar dos contos, um a um, e no final farei um apanhado geral.

"O tempo tudo cura menos velhice e loucura", de António de Macedo
Um conceito engraçado com um bom desfecho, mas cuja execução deixou algo a desejar. Não entrei verdadeiramente na história e os 'factos' científicos que deveraim ter sido divertidos (entendi-os como uma sátira) foram um pouco aborrecidos. Já para não falar que a explicação do que aconteceu deixou muito a desejar.

"A inimaginável materialização de Samira", de João Paulo Vaz
Mais um excelente conceito que poderia ter dado um excelente conto, mas que se ficou apenas pelo mediano. O autor usou muito o 'contar' e pouco o 'mostrar'. Ou seja, relatou-nos os eventos de forma algo monótona, em vez de criar situações em que o leitor percepcioansse a mensagem sem ser por forma de relato.

"O Robot Auris", de Beatriz Pacheco Pereira
Uma história simples, que por momentos pareceu prestes a voltar para um lado completamente diferente, e que no fim me surpreendeu. gostei muito pelo seu tom sereno e pela caracterização, não só do Auris, como das crianças e dos seus pais.

"O Festival", de Filipe Homem Fonseca
Um conto com uma história interessante, com momentos muito bons e uma ideia base genial, mas que em certos momentos se perdeu e com isso esvaiu força. Se em certas cenas o autor nos mostrava como as personagens reagem, em outras apenas nos dizia, sem que o leitor criasse a empatia necessária. Mesmo assim foi uma boa história.

"Virgílio Bentley e o extra-terrestre", de Ágata (Ramos) Simões
Foi bom rever o Sr. Bentley e ri-me muitas vezes com este conto. O humor de Ágata Ramos Simões mantêm-se intacto (e como qualquer humor, não será do agrado de todos). O único problema do conto foi a falta de pormenores sobre o ET, a sua nave e o seu modo de comunicação. Os que havia pareceram insuficientes.

"As mãos e as veias", de Afonso Cruz
Se ao principio estranhei este conto, escrito em forma de peça de teatro, assim que o 'mistério' se desenrolou, tudo ficou diferente. Apesar de eu achar que um pouco mais de descrição seria agradável, pois até mesmo as peças de teatro descrevem dos movimentos e expressões, este foi um conto que me surpreendeu e agradou.

"Tsubaki", de Bruno Martins Soares
Com um início interessante e misterioso, esta história perde-se em tempos verbais desconexos, pontuação mal-conseguida (ao ponto de me irritar muito, apesar de em certos momentos me parecer que era propositada era tão errática que foi impossível perceber se o era ou não). A resolução não ajudou. A violência não fazia sentido algum no contexto da personagem que o autor nos mostrou antes (*SPOILER* se não matou o homem com quem entrou em duelo, porque o faria com o outro estranho? *Fim de SPOILER*).
Enfim, um conto decepcionante, apesar de ter potencial.

"Uma alforreca no quintal", de António Carloto
Apesar de ter gostado do tom do conto e da sua história simples mas significativa, fiquei decepcionada com a sua simplicidade e falta de explicações. Esperava mais do conto vencedor.

"Fogo!", de João Ventura
Um conceito excelente e uma execução inteligente. O final foi muito bom. Gostei muito do ritmo da história e da prosa, mas em certos momentos as explicações pareceram-me extensas de mais.

"O Cão", de Isabel Cristina Pires
Apesar de ter gostado da reviravolta final, a história não me cativou muito por se manter tão distante. o leitor não entra realmente na história. Se fosse experimentado de outra forma, seria ainda melhor, mas gostei.

"O mistério dos Uivos", de Madalena Santos
Confesso que estive quase, quase, para desistir de ler este conto, mas fui até ao fim. A ideia que fica é que a autora sabia tanto, queria mostrar tanto, que debitou informação como se não houvesse amanhã. Perdi-me, literalmente, na narrativa e só quase no fim consegui perceber afinal qual era o propósito do conto. As duas primeiras partes foram as piores e as mais dispensáveis. Não consegui sentir empatia pelas personagens e irritou-me bastante o facto de estas serem sempre narradas como "Técnica de Manutenção" ou "Bellvis Montesano", ou pior ainda "Técnica de Manutenção Bellvis Montesano" (nunca só um nome, só uma designação). Isto vezes sem conta.
Gostei da comunidade que foi introduzida, dos conceitos e até da ideia central do conto, mas achei-o mal executado, enfadonho e muito disperso.

"Expedição ao Futuro", de José Cardoso
Com uma boa linguagem e algumas cenas bem conseguidas, este conto pareceu-me demasiado disperso, o que tornou difícil a sua apreciação. Não consegui fazer grande sentido da história e achei que podia bem ter sido poupado a algumas divagações.

"Déjà-vu", de Luís Roberto Amabile
Nada nesta história se sobressai e achei que tinha muito pouco de ficção científica. Além de que não foram dadas explicações nenhumas para nada do (pouco) que aconteceu.

"Acordar o Profeta", de João Leal
Uma história que soube agarrar o leitor do início ao fim. Gostei da prosa, do desenvolvimento da ideia e da acção. Um bom conto com o compasso certo e fundações bem vinculadas.

"Zé", de Manuel Alves
Um dos meus favoritos da antologia. Apesar de sentir falta de maiores explicações (sobre o que é ZÊ e o que é o professor), o desenrolar das cenas está muito bem conseguido, a prosa está excelente e fica a vontade de ler uma continuação (embora esta não seja obrigatória, pois o conto é autónomo). Uma agradável surpresa.

"As Moças do Campo", de Telmo Marçal
No início este conto não me cativou, mas à medida que a história avançava, fui gostando mais e mais. O final, para mim, não foi dos melhores. Achei a resolução um pouco mal-executada, mas no geral o conto é um curioso. No entanto o que me deixou mais decepcionada foi o facto de este conto, praticamente, nem ser muito FC (a ficção científica é muito ténue, não que isso seja necessariamente mau, mas neste caso sentiu-se falta de algo mais).

"A besta-fera", de Rodrigo Silva
Conceito interessante, início bom, mas péssimo desenvolvimento. Muito apressado e sem nada que o mantenha na memória

Em suma, esta antologia pecou um pouco em termos de qualidade e diversidade. Vários temas se repetiram e isso nem teria sido muito problemático se os enredos fossem verdadeiramente originais e interessantes, bem explorados e na dose certa. Infelizmente, muitos dos contos não o fizeram.
Apesar de ter gostado de alguns contos, não adorei nenhum e isso é raro acontecer-me em antologias (há sempre ou que se destacam e são diferentes de leitor para leitor).
Esperava mais, confesso, mas não é um livro mau, apenas mediano.

Capa, Design e Edição:
Gosto muito da capa. O conceito em si é genérico, mas as cores e os efeitos estão muito bonitos e tornam-no num trabalho chamativo.
Em matéria de edição, não percebi a disposição dos contos na antologia. Não estavam por ordem alfabética dos autores, nem por ordem de prémios, nem sequer por temas.
Apesar de ter discernido alguns erros na edição, não foi nada de muito relevante a  em termos de edição acho que fizeram um bom trabalho. Já ao nível da coordenação e escolha dos contos, embora saiba que depende muito do gosto pessoal do organizador, confesso que a antologia não me conquistou por completo.
Em termos de design, achei que podiam ter feito algo mais único, alusivo ao tema. Está eficiente, mas por isso mesmo não se destaca. Também achei que fazia falta, no início dos capítulos do vencedor do concurso e das menções honrosas, uma menção desse facto.

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Zona Fantástica

"Zona Fantástica", fanzine com vários autores

Depois de ler o Zona Negra, fiquei bastante curiosa por ler as restantes publicações deste projecto,e foi assim que acabei por comprar este Zona Fantástica, que aposta ainda mais que os volumes anteriores, tanto em número de participações, como na qualidade da publicação.

Começamos com um editorial interessante dos dois nomes responsáveis pelo volume, Fil e André Oliveira

Capa, de Carla Rodrigues
Confesso que não sou fã desta capa, pois embora represente várias das histórias incluídas na revista, falta-lhe o dinamismo subjacente ao próprio 'fantástico'. E como apreciadora da arte da Carla Rodrigues, acho que este trabalho ficou aquém do seu potencial.

O Assassino do Martelo, de Carla Rodrigues
Um autêntico mimo, especialmente para quem está 'farto' dos filmes de terror que dizem que vão meter susto e depois é só clichés. Cada vez gosto mais da arte da Carla e, estranhamente, adequa-se bem às histórias.

A Child after the metal, de Eduardo Monteiro
Uma ilustração visualmente apelativa e com uma aura sombria que deu mais valor a um desenho que, doutra forma poderia ser banal.

Lufftwaffe in Distress, de Manuel Morgado
Uma ilustração com um bom enquadramento e até uma certa beleza, no entanto, a gosto pessoal, não gostei muito do design do dragão nem da textura das escamas, que me parecem ter-lhe tirado alguma beleza e naturalidade.

RED, de Quico
Esta ilustração relembra-me um pouco manga, e gostei da 'mensagem', mas o desenho em si está demasiado estático e não tem nada que foque realmente a atenção, apesar de tudo.

Silence, de Bárbara Lourenço
Gostei da ilustração, mas ao mesmo tempo pareceu-me algo incompleta. Um fundo de outra cor talvez lhe tivesse dado mais destaque.

Anda cá florzinha, de Joana Afonso
Uma ilustração que mistura uma dinâmica de traço com algum humor e muita simplicidade. Neste caso o fundo branca foi favorável.

A Anunciação, de André Oliveira / Nuno Frias / Ricardo Reis / Miguel Gabirel / João Vasco Leal / Cristiano Baptista
Um projecto conjunto que funcionou muitíssimo bem. Cada página é distinta e quase se torna independente, mas no todo é que está a fantástica história. Gostei muito e achei que foi um trabalho de equipa muito bem conseguido, especialmente tendo em conta os diferentes estilos de desenho de cada um.

Neutral Zone - At war, de Eduardo Monteiro
Tal como a ilustração anterior (A Child after the metal), esta também é bastante apelativa e tem um certo dinamismo, mas por outro lado nada a faz realmente destacar-se.

Cromo, de Bruno Bispo / Victor Freundt
O estilo, tanto narrativo como artístico, desta BD faz lembrar automaticamente os livros infantis, e as cores também ajudam a que tal mensagem paz. Visualmente este trabalho está impecável, mas vou ser sincera e dizer que não percebi muito bem o porquê da escolha daquele fim (quem leu que me diga se ficou com a mesma sensação) e pareceu-me que a nível de história poderia ter sido um pouco melhor.

Princesa da Ervilha, de Ana Duarte Oliveira
Automaticamente consegue-se perceber o que a ilustração representa, embora seja uma versão mais adulta do 'conto'. No entanto posso dizer que gostei muito, tanto pela composição, como pelo traço da artista, e claro, pela aguarela (sempre adorei trabalhos a aguarela). Embora não seja muito dinâmico nem imaginativo, funciona.

Os Quatro Demónios de Bremen, de André Oliveira / Sónia Carmo / João Ataíde
Brutal e rápido, são certamente palavras que descrevem esta BD. Confesso que nem o estilo, nem a história funcionaram muito bem comigo, mas não foi um mau trabalho, com personagens expressivas e bastante liberdade nas pranchas.

The Dragon Tamer, de João Vasco Leal
Apesar do traço simplista, esta ilustração tem um certo ar harmonioso que realmente capta a atenção e até nos dá um sorriso.

Porteiros, de Filipe Coelho
Adorei o grafismo da BD e o alinhamento das vinhetas. O fim foi bastante bom também, e a história foi interessante o suficiente. Um trabalho bastante interessante, especialmente a nível visual.

The Warrior, de Manuel Morgado
Cheia de belíssimos detalhes e uma composição que funciona, embora seja bastante estática. Não é muito inovadora em termos de alinhamento dos 'elementos', mas as cores e os elementos de fundo dão uma vida quase mágica à imagem.

Sangue Mau e Medusa, de Manuel Alves
A minha opinião do volume anterior mantém-se. Os desenhos são lindos e muito realistas, mas a balonagem intromete-se como um estigma e arruína as ilustrações, especialmente quando é usado o fundo amarelo.

3 Olhos, de Rodolfo Buscaglia / Sebastián Luqué
Arte muito boa e expressiva (com o uso apenas do preto e branco), e uma história interessante e que dá que pensar.Um trabalho muito interessante.

Attic, de Luís Lourenço Lopes
Já no volume anterior tinha gostado da arte deste artista que faz uso de uma técnica muito particular, que se vê poucas vezes. No entanto, desta vez, a história deixou-me confusa (e não no bom sentido).

Ilustração de Joana Afonso
Mais um excelente trabalho desta ilustradora, que funciona extremamente bem com os mínimos detalhes (sem qualquer fundo). Cria um impacto extremo.

Utopia, de Diogo Campos / José Pinto Coelho / Fil
Argumento algo confuso, ou melhor, um pouco mal explicado a meu ver, e que me deixou algo insatisfeita. A arte funciona bem para o tipo de história, mas as cores, demasiado escuras e pouco contrastantes, não ajudaram muito à apreciação das pranchas. Mas ainda assim devo referir que gostei do final, por ser imprevisível mas não inverossímil.

In Memoriam, de Mariana Perry
Adorei! Acho que a sequência da imagem está fenomenal e ri-me com este trabalho.

Descida ao Inferno, de Pedro Nascimento / Nuno Amado
A história central está boa, embora contenha vários clichés. No entanto os diálogos estão demasiado previsíveis e cheios de 'lugares comuns'. A acção não tem a melhor sequência (por vezes estende-se demasiado, outras passa muito depressa. Já a arte está muito boa em partes, e noutras ... nem por isso. O trabalho a aguarela, no entanto, está bastante interessante. O que me intrigou foi o fim.

Ilustração, de Fil
Macabro e visualmente chocante. Foi impossível desviar os olhos e contem pormenores bastante interessantes.

Um Final Feliz, de João Raz / Fil
A arte funcionou bastante bem nesta Bd, mas o argumento estava muito fraco. Carregado de clichés, apressado onde não devia e lento onde poderia ter andado bem mais depressa. Sinceramente acho que perdeu imenso com uma história sem originalidade.

Sedução Carnal, de Diogo Campos / Véte
Certamente algo diferente e completamente inesperado. Mas talvez por isso mesmo não tenha parecido ... natural. No entanto funcionou bem e a arte está bastante interessante.

Catacumba - prólogo, de António Valjean
Este é o tipo de prancha que teria funcionado à mil maravilhas sem uma única palavra no meio. Infelizmente o texto só serviu para me fazer revirar os olhos, pois as vinhetas falavam por si e eram bastante dinâmicas, com uma arte interessante.

A sereia da minha infância, de Vidazinha / Hugo Teixeira
Um argumento bastante original, com um estilo artístico que funcionou muito harmoniosamente com a história, graças à sua simplicidade (tanto nos traços, como nas cores). Um trabalho muito interessante.


Sem Futuro, de Rui Alex
Gostei particularmente desta BD, pois embora o conceito não seja novo, a forma como decidiram ilustrá-la deu-lhe vida.

Dador Universal, de Fil
Bastante chocante, tanto a nível artístico como narrativo. Gostei muito desta BD, epla sua frontalidade e porque ... bem ... acredito que esta realidade não esteja muito longe. A arte funcionou muito bem para a história e vice-versa.


Unrelieved Fairy, de Eduardo Monteiro
Mais uma ilustração muito apelativa do ilustrador. Das três, esta é a minha favorita (embora me pareça que lhe falta ali um pé :)

Uma coisa que notei em várias bd/ilustrações foi o uso de texturas. Bem sei que está em voga, mas há que ter cuidado pois tudo o que é exagerado acaba por aborrecer. Algumas chegavam a ter demasiadas texturas e isso tirava muito aos trabalhos.

No geral esta foi mais uma boa colectânea de BDs e Ilustrações, teve participações muito boas e outras que nem tanto, mas isso é normal acontecer, já que, como é costume dizer-se "não se pode agradar a gregos e a troianos".

Se ficaram interessados, visitem o BLOG do projecto Zona!

sábado, 3 de julho de 2010

Zona Negra

"Zona Negra" de André Oliveira, Bruno Bispo, Carla Rodrigues, Eduardo Monteiro, FIL, Gustavo Carreira, João Vasco Leal, Hugo Teixeira, Luís Lourenço Lopes, Manuel Alves, Maria João Careto, Paulo Marques, Pedro Carvalho, Raz, Roberto Macedo, Rui Alex, Victor Freundt e Vidazinha

Sinopse:
Uma colectânea de bandas desenhadas e ilustrações de vários artistas (amadores e/ou profissionais) portugueses e até estrangeiros.
O projecto ZONA! conta já com vários números: Zona Zero, Zona Negra (este), Zona Fantástica, Zona Gráfica.

Opinião: 
- Capa (Eduardo Monteiro): Maravilhosa! Sempre adorei o contrate preto/branco e vermelho, e nesta ilustração sentimos um certo terror (quase oriental) e acho que é impossível não ficar a olhar para ela uns bons minutos.
- Ilustração (FIL): Muito expressivo e com traços distintos, mas que se baralha um pouco, tirando-lhe algum simbolismo mais profundo.
- Ilustração (Carla Rodrigues): Adorei o trocadilho e a ilustração está bastante boa, expressiva e com um bom uso das tonalidades.
- BD (Sunday Zombie Sunday de Pedro Carvalho): Ri-me do princípio ao fim e imagino que a referência ao trabalho do Romero tenha sido propositada, o que lhe deu um toque ainda mais fantástico. Com movimentos bem conseguidos (faz-me lembrar os desenhos do Cartoon Network) e uma história totalmente nonsense, este foi dos meus preferidos da colectânea. 
- Ilustração (João Vasco Leal): O desenho das personagens está bastante bem conseguido e elas estão expressivas, mas falta-lhe um verdadeiro toque de originalidade.

- BD (Crónica de um morto vivo de Paulo Marques): Esta história fez-me lembrar a recente moda literária dos romances zombies. Foi interessante e original, mas não fiquei rendida. Os desenhos estão interessantes e não são estáticos, mas faltou-lhes um pouco de perspectiva.
- Ilustração (Raz): Mostrando uma grande originalidade e bom uso das linhas, esta ilustração tem vida própria. Só lhe faltou um pouco mais de obscuridade e uma pose menos estática.

- BD (Insane de Luís Lourenço Lopes): Adorei! Pequena, simples, mas totalmente alucinante e com uma expressividade fabulosa. Só achei que o artista poderia ter jogado mais com as linhas e intensidades, já que está tudo muito uniforme. De resto, está soberba!
- Ilustração (FIL): Com um traço maravilhoso, esta ilustração pecou apenas pela estática, parece demasiado parada, mas isso é compensado pelo nível de pormenor e pelo uso inteligente das tonalidades, sombras e focos.

- BD (A.L.I.E.N. de Bruno Bispo e Victor Freundt): Uma BD extremamente visual, mas que faz um uso muito inteligente da parte narrativa. Com um desenho que se sente, um design intuitivo, este trabalho sobressaí para deixar o leitor a pensar no que nos entra pelos olhos adentro dia após dia.
- BD (A minha maldição de Vidazinha e Hugo Teixeira): Uma composição com um grafismo fantástico, um uso brilhante do preto, e que consegue não se confundi com tanta expressividade. Só achei que o texto poderia estar mais envolvente.
- BD (A fome de Manuel Alves): Graficamente apelativo e mostrando uma mestria visual espantosa, esta BD peca pela fraca balonagem que estorva (e muito) a apreciação do trabalho artístico, obscurecendo-o. O texto em si está muito bom, mas a dinâmica dos balões está horrível.
- Ilustração (Manuel Alves): Visualmente estonteante e eye-catching. Uma ilustração que mostra as verdadeiras potencialidades dos tons-de-cinza e a mestria do artista.
- BD (Non Mortuos de Roberto Macedo Alves): Uma história rica e inteligente,acompanhada de desenhos absorventes e usando as linhas de uma forma bastante original e mostrando um ambiente muito negro. Gostei!
- BD (A derradeira arma de Rui Alex): Embora o artista dê mostras de ter muito talento, esta BD pecou pelo uso exagerado de vinhetas repetidas e por muita da acção estar representada por ilustrações demasiado estáticas. A história estava bem aproveitada, mas estes pontos fracos obscureceram as potencialidades do artista.
- BD (Rotina de Gustavo Carreira e FIL): A história está bem conseguida, mas infelizmente termina demasiado depressa, cortando a piada pela metade. A mensagem foi bem passada e os desenhos conseguiram enquadra a "rotina", ao mesmo tempo que a letra da música fazia exactamente o oposto, colocando-nos alerta.
- BD (A mulher do manto branco de André Oliveira e Maria João Careto): Adorei o uso do preto e branco nesta BD e a história estava interessante e foi bem transmitida, na companhia dos desenhos simples mas fabulosos do artista.

Em suma, esta colectânea (revista?) foi muito boa, mostrando vários artistas (tanto a nível de desenho como argumento) e que conseguiu manter-se coesa, o que por vezes é difícil nestes casos.
Sem dúvida um projecto a seguir com expectativas altas.

Visitem o SITE e o BLOG do projecto Zona!

LinkWithin

Related Posts with Thumbnails