Sinopse:
Em 1960, Michael Berg é iniciado no amor por Hanna Schmitz. Ele tem 15 anos, ela 36. Ele é apenas um adolescente. Ela é uma mulher madura, bela, sensual e autoritária. Os seus encontros decorrem como um ritual: primeiro banham-se, depois ele lê, ela escuta e finalmente fazem amor. Mas este período de felicidade incerta tem um fim abrupto quando Hanna desaparece subitamente. Michael só a encontrará muitos anos mais tarde, envolvida num processo de acusação a ex-guardas dos campos de concentração nazis. Inicia-se então uma reflexão metódica e dolorosa sobre a legitimidade de uma geração, a braços com a vergonha, julgar a geração anterior, responsável por vários crimes.
Não estava à espera de muito quando comecei este livro, embora soubesse que é muito aclamado, mas, por vezes é mesmo bom que não tenhamos expectativas, pois assim podemos desfrutar muito melhor dos livros, como no caso deste.
Este livro é, antes de mais, um retrato de duas gerações: Uma remoída pelos crimes cometidos, mas ainda enterrada num orgulho há muito ultrapassado; Outra decidida na mudança e emersa numa culpa que não é sua.
As duas personagens que conhecemos ao longo da narrativa, tem uma profundidade estrondosa. Em poucas palavras e usando de escassos diálogos, o autor consegue fazer-nos sentir com e pelos protagonistas, mesmo quando queremos odiar uma personagem, a narrativa está escrita de uma forma que quase impossibilita qualquer julgamento, pois mantêm um distanciamento proporcional à letargia que toma conta dos personagens. Ambos demasiado orgulhosos e incapazes de se compreenderem embora estejam mais próximos um do outro do que alguma vez estiveram de outra pessoa. Nenhum dos dois tem a coragem de estender a mão ao outro, embora se amparem da forma que podem.
Há muitas obras literárias que são mencionadas. Grandes clássico, maioritariamente, e que nos mostram um pouco mais das personagens.
Mais do que uma culpabilização, esta obra retrata vivamente um povo, uma sociedade que se tenta recompor das desgraças e arrependimentos da guerra.
Não posso deixar de recomendar este livro, curto, simples e quase evasivo mas que consegue ser estranhamente profundo. Como se estivéssemos na ponta de um riacho, a olhar pela superfície da água, sem termos de mergulhar pois a água é cristalina. Ficamos distantes, mas ao mesmo tempo perto o suficiente para compreender o que se passa lá em baixo.
Tradução (Fátima Freire de Andrade):
Uma tradução exemplar! Nada a assinalar.
Capa & Design:
A capa, com a brancura predominante, tem um estilo que se relaciona muito bem com o conteúdo do livro. O problema é que colocaram não só uma menção ao filme, como também aos óscares e globos de ouro, aos actores., e inclusive na contracapa puseram os créditos do filme. Isto, sinceramente, achei de muito mau gosto, pois afinal estou a ler o livro e não a ver o filme. Tudo bem que mencionem a adaptação cinematográfica, mas isto já é demais!
Nota: Esta leitura foi feita no âmbito tema do mês de Julho do Desafio Literário 2010.
É, acho que forçaram um pouco a barra na capa, até parece capa de DVD...
ResponderEliminarEu nunca havia me interessado por esse livro, uma amiga assistiu o filme e me contou... daí sempre achei que não iria gostar...
Mas sua resenha me intrigou, agora talvez eu leia...rss
beijos,
Dé...
Estou com o filme há tempos para assistir e nunca tive muita vontade.
ResponderEliminarEm vista disso, nunca me interessei pelo livro, mas gostei do que vc escreveu. Eu imaginava outra coisa a respeito.
Bjim!
Eu li O Leitor e adorei. O filme tambem e' muito bom. Boa escolha.
ResponderEliminarTenho o filme aqui em casa para ler. Este é um daqueles casos em que acho que vou ver o filme primeiro. Nunca tinha reparado no livro. :)
ResponderEliminarReparei que estás a ler A Estrada, vou ficar a aguardar a tua opinião. Adorei o filme e fiquei muito curiosa para ler o livro, mas ainda não passou tempo suficiente. :)
Olá!!!
ResponderEliminarAssisti ao filme, muito bom. Não li o livro, mas me parece que a adaptação pra telona foi bem fiel!
Bjs
Não li o livro, mas adorei o filme, inclusive até falei dele no meu blog http://organizando-o-caos.blogspot.com/2009/09/o-leitor.html
ResponderEliminarQuero ler o livro tb pq acho sempre mais completo que o filme
Ana, ainda tenho de ver o filme, mas parece ser muito bom.
ResponderEliminarEu tenho muita curiosidade em conhecer esse livro!
ResponderEliminarTem uma história instigante...
Mas o filme tb não vi! Mas tenho vontade de ler o livro...
Essa história é belíssima. Lembro-me de quando a li, fiquei admirada da narrativa deixar-se revelar pelas nuances mais ocultas. Certamente trata-se de uma escrita que não subestima o leitor. Òtima resenha!
ResponderEliminarBeijocas