Sinopse:
Um livro com dicas sobre como escrever dentro do género HORROR, contendo conselhos de muitos e grandes autores que ficaram conhecidos pelas suas histórias capazes de arrepiar os leitores mais incautos.
Opinião:
Como amante dos filmes de terror, e curiosa dos livros do género (infelizmente ainda li poucos), decidi comprar este livro (ainda não publicado no nosso país).
E se ao principio fiquei algo decepcionada, pois nas primeiras páginas nada me parecia promissor, à medida que fui lendo, fui conhecendo melhor o tema, as suas condições e o quão subestimado e menosprezado este é. Aliás, basta olhar para Portugal! (se bem que no nosso país poucos são os géneros que "vendem") Quantos escritores de horror temos nós? Não muitos, e menos ainda aqueles que têm alguma "fama". O mesmo parece acontecer no resto do mundo, onde o horror (faz-me lembrar a ficção científica, e até a fantasia há dois anos atrás) é considerado um género menor. E para muitos, nem chega a ser um género.
Confesso, sou das que gosta de catalogar o Horror como um género, se bem que por um lado me parece melhor caracterizá-lo como um sentimento, ou uma "forma" de contar uma história.
Nesta publicação pude ler opiniões e conselhos de muitos autores, vários consagrados, outros menos conhecidos mas (acredito que) não menos talentosos.
Gostei muito do facto de abranger várias áreas da escrita, desde a novela, ao conto, passando pelo teatro, cinema, banda desenhada e até peças áudio (para rádio). Muito multi-facetado.
E posso mesmo dizer que acho que este livro tem boas dicas até para quem não escreve dentro do Horror, pois a maioria dos conselhos pode ser aplicado a qualquer tipo de escrita.
Houve uma entrevista no livro que me fez sorrir, e não porque era cómica, mas porque era a um escritor, Harlan Ellison (que desconheço completamente) e que tem uma visão muito "enforcada" do Horror e ainda mais dos seus escritores. Não é a primeira vez que vejo um escritor agir desta forma e não vou opinar sobre a personalidade do senhor em questão, mas fez-me recordar que os autores devem ser humildes. Meus amigos, não faz mal a ninguém e depois temos situações que os leitores "sorriem" porque acham certas afirmações ... ridículas (?). A humildade é tão bonita!
O "contra" deste livro é o facto de este estar muito direccionado para os Americanos. Há muitos conselhos, e até vários artigos completos, que só se aplicam no mercado Americano (USA), o que acaba por ser insignificante para quem não é de lá. Confesso que passei vários artigos à frente por causa disto, mas também percebo que o livro esteja feito desta forma porque foi publicado nesse mercado. Ainda assim, penso que havia forma de eles abordarem certos assuntos de forma a englobar o mercado mundial. Não seriam tão "específicos" mas os conselhos seriam ainda mais válidos.
Em suma, foi um livro que li com muito gosto, que me deu várias dicas interessantes e que poderão facilitar-me a escrita num futuro próximo. Recomendo, a quem goste ou queira escrever no campo do Horror.
O único ponto contra é pelo facto de não ser mais "global". Se não se cingisse tanto ao mercado americano, teria muito mais valor. Ainda assim, vale a pena!
Capa, Design e Edição:
Uma capa interessante, simples, mas que consegue transmitir bem o que se passa dentro do livro.
O design interior estava bastante bom, com divisões claras entre várias categorias. O que não gostei muito foram os títulos dos "artigos", pois a maioria não transmitia de forma clara o que tratava o dito artigo, e acho que esse deveria ser o objectivo dos títulos.
O design interior estava bastante bom, com divisões claras entre várias categorias. O que não gostei muito foram os títulos dos "artigos", pois a maioria não transmitia de forma clara o que tratava o dito artigo, e acho que esse deveria ser o objectivo dos títulos.
"...mas fez-me recordar que os autores devem ser humildes."
ResponderEliminarJá dizia o George Orwell que todos os escritores são necessariamente vaidosos, caso contrário não teriam o descaramento necessário para forçar as suas publicações sobre o público incauto. A humildade até pode ser bonita, mas fingir ou desejar que ela exista num escritor é, mais uma vez nas palavras do Orwell, "humbug". Ainda por cima ensinar humildade ao Harlan Ellison --- mais depressa punhas o cadáver do Mussolini a cantar a Internacional.
Luís R.,
ResponderEliminarEu não quero ensinar nada a ninguém, nem quero que finjam o que quer que seja. E quando digo que a humildade é bonita, nem me refiro só aos escritores, mas a todo o tipo de gente. Sinceramente, não tenho nada contra a vaidade, mas o pretensiosismo e a avareza dão-me pele de galinha.
Pessoalmente, todos os que se acham "melhores" que todos os outros, são uns convencidos, sem mais nada que se lhes diga. Claro que há muita porcaria por aí, mas daí a dizer-se "o melhor" (e não me refiro particularmente ao autor mencionado no post) vai um grande salto.