Sinopse:
Em cada um de nós há uma Rute. Vivemos cada acontecimento numa dupla relação: umas vezes como algo que dominamos, outras como algo que nos ultrapassa, que não suportamos. A diferença está, no entanto, no modo como lidamos com ela. Uns, iludidos e rendidos ao terror cinzento do mundo do trabalho, nunca chegam a vê-la. Outros, preferem sonhá-la, logo que a censura diurna afrouxa e adormece. Outros ainda, preferem fazer amor com ela, e acordam de manhã com os joelhos todos fodidos num canto de uma rua qualquer. Enfim, é sempre bela, mas só de dia.
História (Francisco Oliveira):
A história está envolvente e consegue confundir o leitor, mas de uma boa maneira. Em poucas páginas conseguiu explorar bem um conceito interessante e actual, e que, possivelmente nunca deixará de ser actual. Pena é que não o tivesse aprofundado um pouco mais e talvez, usado um pouco mais das palavras. Sei que a arte é uma grande peça na BD (se não mesmo a maior), mas por vezes senti falta de um "apêndice" literal.
Arte (Miguel Rocha):
Amei! Apaixonei-me perdidamente pela arte do Miguel Rocha, um artista extremamente talentoso e visual que manteve os meus olhos colados a cada página, a cada vinheta, a cada sinal que ele traçava.
Num estilo muito próprio e extremamente emotivo, ele fez delícias a preto e branco. Simplesmente ... WOW!
Balonagem:
Onde este livro mais pecou foi neste campo. A balonagem, embora em concordância com o estilo algo rústico da arte, por vezes tornava-se imperceptível. Cheguei mesmo a ter de colar os olhos à página para tentar decifrar alguns dos diálogos.
Em suma esta é uma excelente BD, que não se fica pelo comum e tenta ser algo inovadora, conseguindo surpreender e brilhar.
Não conhecia, mas se é assim tão boa vou ter que procurar. Estou sempre curiosa em encontrar novos trabalhos de BD portuguesa.
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