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domingo, 12 de junho de 2016

Graphic May - resumo

Maio chegou ao fim e com ele o desafio lançado pela as meninas dos blogs Página Encadernadas e Os Devaneios da Jojo. Consegui ler bastante e alguns álbuns foram mesmo muito bons, e nenhum foi mau, o que é excelente.
Aqui fica a minha lista de romances gráficos e banda desenhada lida em Maio de 2016, assim como um pequeno apanhado do que achei de cada um:

- "The Umbrella Academy", de Gerard Way e Gabriel Bá
Um grupo de super-heróis que se forma logo na infância, quase desde o nascimento, e com muitos problemas de interacção, muito graças à personalidade do seu mentor.
Eu gostei bastante da história, com reviravoltas muito poderosas e momentos que surpreendem. No entanto gostava de ter sabido mais sobre o passado destes super-heróis antes de eles aparecerem como as peças defeituosas que são no segundo capítulo. e o primeiro capítulo está longe e dar a informação necessária. no entanto, em certas instâncias, o facto de o passado ser um desconhecido do leitor, foi um ponto a favor das reviravoltas narrativas.
A arte é dinâmica, embora eu não seja grande fã do traço. Também achei confuso o desenho de personagens no primeiro capítulo, quando elas ainda eram crianças e usavam todas uniformes. Era difícil perceber quem era quem no meio do caos.
No geral gostei, especialmente porque o conceito me surpreendeu e algumas cenas mais fortes foram empregues com estilo. Apesar de ter algumas falhas eu irei, com certeza, ler o segundo volume.
6,5/10

- "O Buda Azul", de Cosey
Eu adorei a forma como este álbum me fez viajar. A forma como a história é contada e as belas paisagens ajudam a transportar o leitor. Além disso a forma como o autor apresenta a cultura, a religião e a fé (no geral) agarraram-me do início ao fim.
A arte começa por não espantar, embora seja sempre bela, mas há situações em que sobe de nível, especialmente nos trajes, nas paisagens e nas feições das personagens.
Em suma, adorei esta viagem pelo Tibete, e embora a história tenha momentos menos fortes, como um todo este é um trabalho belíssimo, que merece ser apreciado.
8/10

- "Vingadores vs X-Men vol 1 e 2", de Brian Michael Bendis e Ed Brubaker e Jason Aaron e Matt Fraction
Uma história em que as duas grandes equipas da Marvel se defrontam num frente-a-frente bombástco só podia ser bom.
O primeiro livro começa de forma um pouco forçada, visto que dois líderes cheios de experiência agiram de forma um pouco infantil, mas sem isso também não haveria confronto, certo? Mas assim que a Fénix chegou à Lua, aí as coisas foram melhorando de forma exponencial e todo o potencial desta premissa se desenvolveu. daí que o segundo volume tenha sido o meu favorito.
Também é no segundo livro que temos uma profundidade maior nas personagens, dando tempo para que muitas delas sejam bem estabelecidas, coisa que não acontece no primeiro com tanto sucesso. ou não fossem tantas as personagens que muitas passavam despercebidas. O segundo volume é mais focado. E o que se passou entre a Emma Frost e o Cicople foi muito bem conseguido. Já para não falar na crescente tensão entre os membros dos X-Men. A luta entre o Homem-Aranha, O Colossus e a sua irmã foi das melhores. E o confronto entre o Ciclope e a o Professor X dispensa argumentos.
Uma coisa é certa: o leitor fica desde o início imerso na história. mesmo que não tenha grande familiaridade com o universo Marvel. E a introdução do editor português da série ajuda a isso mesmo.
A arte está lindíssima, em todos os capítulos, e em especial no segundo volume nas cenas da Fénix e os últimos capítulo estão soberbos.
Dois volumes que fazem exactamente aquilo que prometem.
7,5/10

- "Israel Sketchbook", de Ricardo Cabral
Este álbum não é nem uma BD mas antes uma viagem ilustrada. No entanto ela supera as expectativas naquilo que se propõe a fazer. O Traço de Ricardo Cabral, que vai do mais esboçado ao mais realista, dá vida às cenas, e as cores estão fabulosas.
O ponto menos conseguido deste livro será o texto que acompanha cada uma das ilustrações mas eu não acho que isso prejudique a experiência.
Foi uma viagem sem sair de casa. Um passeio despretensioso que me cativou.
8,5/10

- "I.R.$.", de Stephen Desberg e Bernard Vrancken
Nada sabia deste álbum mas achei a história interessante pelo seu tema (o combate à fraude fiscal por meio de agentes ultra-secretos e brutais), embora um pouco cliché.O facto de também ter usado o tema dos judeus após a segunda guerra mundial foi uma adição interessante e vista de um prisma diferente.
Por seu lado as piadas que o protagonista dizia, ameaçando as pessoas que faziam evasão fiscal, eram hilariantes.
Gostei da arte, embora esta fosse pouco dinâmica e por vezes um pouco tensa. No entanto os rostos estavam bastante bons.
No geral este é um livro de BD que se lê bem mas que não me marcou.
6/10

domingo, 8 de maio de 2016

Graphic May - divulgação

As meninas dos blogs Página Encadernadas e Os Devaneios da Jojo estão a fazer, este mês, um desafio que chamaram de Graphic May que consiste em ler o maior número de Romances Gráficos (ou Novelas Gráficas, como quiserem chamar-lhes) e Bandas Desenhadas durante o mês de Maio.

Eu vou juntar-me a elas até porque preciso ler muitas das BDs que tenho cá por casa há que tempos.
Juntam-se a nós?

terça-feira, 5 de agosto de 2014

Maratonas de Verão

Se bem se lembram, em Julho entrei em duas maratonas de Verão: a BootubeAThon e o Bingo Literário (Viagens (In)esperadas). Terminadas as maratonas, fica um balanço final:

Livros Lidos
BooktubeAThon (podem ver o vídeo resumo AQUI):
- Precious, de Sapphire - 180 páginas
- Cartas Portuguesas, de Soror Mariana Alcoforado - 160 páginas
- Annarasumanara 1 (BD), de Il Kwon-Ha - 344 páginas
- Annarasumanara 2 (BD), de Il Kwon-Ha - 328 páginas
- Annarasumanara 3 (BD), de Il Kwon-Ha - 328 páginas 
- O Último a Rir (Joker), de Alan Moore, Brian Bolland, Brian Azzarello, Lee Bermejo - 176 páginas
- Linhas Cruzadas, de vários autores - 304 páginas
- Dark and Stormy Knights, de vários autores - cerca de 170 páginas (total 357)
- Ninja Girls 6 (BD), de Hosana Tanaka - 192 páginas
- A Trança de Inês, de Rosa Lobato Faria - 224 páginas
Total de páginas: +/- 2226 páginas
Desafio Cumprido!

Maratona de Verão do Viagens (In)esperadas - Bingo Literário:
- Air 1 (BD), de Yukimaru Katsura - 185 páginas
- Air 2 (BD), de Yukimaru Katsura - 138 páginas
- Two Moons of Sera vol. 3, de Parvati K. Tyler - 67 páginas
- Two Moons of Sera vol. 4, de Parvati K. Tyler - 66 páginas
- Ninja Girls 7 (BD), de Hosana Tanaka - 224 páginas
- Ninja Girls 8 (BD), de Hosana Tanaka - 192 páginas
- Lili e o Natal no Fundo da Caixa, de Manuel Alves - nº páginas desconhecido
- Há Horas Más, de Meg Cabot - 256 páginas
- Delirium, de Lauren Oliver (audiolivro) - cerca de 200 páginas (total 440)
Total de páginas: +/- 1328

Desafio não cumprido!
No desafio de Verão houve também um final: Leituras com Sabor a Verão
- Sol: qual o livro que brilhou mais nesta maratona (livro preferido) - Há Horas Más, de Meg Cabot
- Escaldão: qual o livro que te deixou cheia de arrependimentos (livro que menos gostaste) - Delirium, de Lauren Oliver (audiolivro)
- Gelado: qual o autor cuja escrita te deliciou - Lili e o Natal no Fundo da Caixa, de Manuel Alves
- Bóias: qual o livro que foi custoso de ler mas que conseguiste terminar - O que me custou foi o "Delirium", mas não o cheguei a terminar, ainda.
- Piscina: Qual foi a leitura leve e refrescante - Air 1 (BD), de Yukimaru Katsura (o 2 já não foi nada leve)
- Picnic: Quais as personagens com as quais gostarias de passar tempo - Suze e Jesse (Há Horas Más) e o Yukito e a Misuzu (Air).


Agora tenho é de escrever as opiniões de todos estes livros. Ui!

sexta-feira, 25 de julho de 2014

Maratona Especial de Verão - Bingo

Mal saí do BookTubeAThon e entrei logo de cabeça noutra Maratona Literária: A Maratona Especial de Verão - Bingo Literário, que decorre de 21 de Julho a 3 de Agosto e que foi organizada pelo grupo Viagens (In)esperadas.

Cada livro que lemos pode cruzar várias categorias do Bingo. E aqui estão os livros que eu escolhi para cada categoria:
- Capa Azul ou com Mar: Air, de Katsura Yukimaru
- Conto ou Novela: Lili e o Natal no fundo da Caixa, de Manuel Alves
- Natureza em Destaque ou como cenário: Two Moons of Sera vol 3 e 4, de Paravati K. Tyler
- Um dos teus autores favoritos: Lili e o Natal no fundo da Caixa, de Manuel Alves
- Recomendação Amigo/Online: Drácula, de Bram Stoker
- Aventura, Mistério ou Comédia: Largo Winch, de Philippe Francq e Jean Van Hamme
- Infantil ou Juvenil: Lili e o Natal no fundo da Caixa, de Manuel Alves
- Protagonista Feminino: Two Moons of Sera vol 3 e 4, de Paravati K. Tyler
- Género Diferente do Habitual: Largo Winch, de Philippe Francq e Jean Van Hamme
- Ebook ou da Biblioteca: Lili e o Natal no fundo da Caixa, de Manuel Alves /
Two Moons of Sera vol 3 e 4, de Paravati K. Tyler
- Decorre no Verão: Air, de Katsura Yukimaru
- Romance ou Amizade Forte: Air, de Katsura Yukimaru
- Com Personagens não Humanas: Two Moons of Sera vol 3 e 4, de Paravati K. Tyler
- Continente Diferente do Norte Americano: Air, de Katsura Yukimaru
- Mais de 400 Páginas: Drácula, de Bram Stoker
- Best Seller: Drácula, de Bram Stoker

Podem ver também o vídeo em que faço o apanhado de como correu o b e dos livros que escolhi para este novo desafio:

quinta-feira, 17 de julho de 2014

Booktubeathon 2014 - Dia 1 2 3

A Booktubeathon continua e, até agora, já li:
- "Precious - A Força de Uma Mulher", de Sapphire
- "Cartas Portuguesas", de Soror Mariana Alcoforado
- "Joker -O Último a Rir", de Alan Moore, Brian Bolland, Brian Azzarello, Lee Bermejo
- "Annarasumanara 1 a 3", de Il-Kwon Ha
E estou a ler "Linhas Cruzadas", uma antologia.
O que é que vocês estão a ler neste momento?

domingo, 13 de julho de 2014

Booktubeathon 2014 (Desafio LIterário)

Esta semana vou participar no Booktubeathon, um desafio que consiste em ler o maior número possível de livros no espaço do desafio (14 e 20 de Julho). Já há muito que queria tentar participar numa read-a-thon e esta é uma oportunidade tão boa como qualquer outra, especialmente porque envolve grande parte da comunidade do Booktube (Youtube de livro).
Se quiserem juntar-se a nós, visitem o canal oficial, e o twitter. Toca a ler e a desfrutar do que se lê!

sábado, 23 de março de 2013

Short Story Literary Challenge

A Olinda P. Gil e a Liliana Novais criaram o Short Story Literary Challenge, que pretende incentivar os leitores a apostarem mais na ficção curta (contos). Como boa  apreciadora desse tipo de ficção, decidi aceitar o desafio e vou para o nível Especialista (104 contos até ao final do ano). Como já li 25 este ano, só me faltam 3/4. :)
 Nível 1.  Especialista - 104 contos (2 por semana)

Os restantes níveis são:
  1. Especialista - 104 contos (2 por semana)
  2. Profissional - 52 contos (1 por semana)
  3. Experiente - 26 contos (1 a cada 2 semanas)
  4. Aficionado - 24 contos (2 por mês)
  5. Mediano - 12 contos (1 por mês)
  6. Iniciado - 8 contos (2 por trimestre)
  7. Iniciante - 4 contos (1 por trimestre)
  8. Inexperiente - 1 conto
 
Podem saber mais informações sobre o desafio AQUI.

E há medida que vou lendo contos, vou actualizando esta lista:
01. "A Musa Irrequieta", Pedro Paixão
02. "The White Wolf of the Hartz Mountains", Captain Frederick Marryat
03. "Alma Improvavelmente Dolorosa", Andreia Silva
04. "The White Wolf of Kostopthin", Sir Gilbert Campbell
05. "The Other Side (a Breton Legend)", Count Stenbock
06. "Last Christmas I gave you my heart", Carlos Silva
07. "The Terror in the Snow", B. Fletcher Robinson
08. "Coração Atómico", Manuel Alves
09. "Colombo", Carla Ribeiro
10. "O Saque da Lampedusa", João Barreiros
11. "Mania", Luísa Costa Gomes
12. "A Werewolf of the Campagna", Mrs. Hugh Fraser
13. "The White Wolf", Andrew Lang
14. "The Boy and the Wolves, or the Broken Promisse", Andrew Lang
15. "William and the Werewolf", F.J. Harvey Darton
16. "The Undying Thing", Barry Pain
17. "Gabriel-Ernest", Saki
18. "The She-Wolf", Saki
19. "The Thing in the Forest", Bernard Capes
20. "Among the Wolves", Vasile Voiculescu
21. "The Shades of The Wolf", Ron Weighhell
22. "The Clay Party", Steve Duffy
23. "The Tale Untold", Gail-Nina Anderson
24. "Loup-garou", R.B. Russell
25. "The Seduction of Lady Marikova", Pavarti K. Tyler
26. "O Complexo de Golconda", Pedro Martins
27. "Sonhos numa Noite de Natal", Marcelina Gama Leandro
28. "Vinho Fino", Inês Montenegro
29. "Como Portugal foi Salvo pelos Pastéis de Nata", Catarina Lima
30. "A Guerra do Fogo", Nuno Almeida
31. "A Cidade das Luzes", José Pedro Lopes
32. "A Passagem Uivante", Pedro Cipriano
33. "A Escuridão", André Carneiro
34. "O Homem de Areia", Domingos Santos
35. "Esferas e Tormentas", Carlos Espigueiro
36. "Um dia de Trabalho", Ricardo Dias
37. "O Estranho Caso do Livro sem Palavras", Ana C. Silva
38. "A Passagem Secreta", Sara Farinha
39. "Fismoth - O Último Inquilino", Manuel Mendonça
40. "Mundos em Mundos", Vitor Frazão
41. "Livros do Tempo", Carlos Coelho de Faria
42. "Pulsação", Inês Montenegro
43. "Uma Demanda Literária", Joel Puga
44. "O Rosto Vivo", Marcelina Gama Leandro
45. "Crónicas de Amarílis", Sara Farinha

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Desafio Ficção Histórica Portuguesa 2013

No início do ano disse que não iria participar em desafios de leitura, mas depois de ver o post da Ana T., decidi abrir uma excepção.

Nunca dei grande oportunidade aos romances históricos, quer fossem portugueses ou não, e esta será uma boa oportunidade para ler pelos menos uns 2 ou 3. Por isso inscrevi-me no nível iniciante, Curious About It, e vamos ver como corre.
Saibam mais informações no blog Aneca's World.
Quem mais vai participar?

sábado, 11 de junho de 2011

45 Days Book Challenge

A convite do Vítor Frazão, nos últimos 45 dias fiz o 45 Days Book Challenge, que consiste em, todos os dias, nomear um livro para cada ponto seguinte. A lista completa segue abaixo:
- Dia 1 – Livro Favorito
Começo mal, porque na verdade não tenho um livro que possa chamar de meu favorito. Para simplificar, vou antes dizer qual foi o meu livro favorito do ano passado: "Sunshine", de Robin McKinley.
- Dia 2 – Livro detestado
Detestado é uma palavra tão forte, mas um que não gostei foi “Eclipse”, de Stephanie Meyer.
- Dia 3 – Livro subvalorizado
"A loja dos suicídios", de Jean Teulé.
- Dia 4 – Livro sobrevalorizado
"Memória de Elefante", de António Lobo Antunes.
- Dia 5 – Livro que levarias para uma ilha deserta
Só posso escolher um? Dos que tenho teria de ser “The Element Encyclopedia of Magical Creatures: The Ultimate A-Z of Fantastic Beings from Myth and Magic”, de John Matthews e Caitlín Matthews, que ao menos me entreteria durante muito tempo.
- Dia 6 – Livro que leste mais vezes
Uuuuiii … eu sou pouco de repetir leituras, por isso este é difícil. Os livros da “Rua Sésamo”, e basta olhar para as lombadas para perceber o quanto eu amava a minha colecção.
- Dia 7 – Livro que te desiludiu
Meridiano de Sangue”, de Cormac McCarthy. Depois do “A Estrada” (do mesmo autor), esperava um livro mais interessante.
- Dia 8 – Livro tão mau, tão mau, mas tão mau que consegue ser bom
Vou ter que votar num manga: “Fall in love like a comic”, de Chitose Yagami. Aquilo é do mais estúpido e cliché que há, mas eu adoro!
- Dia 9 – Livro mais longo que já leste
Bela pergunta. Deixa cá ver … “Harry Potter e a Ordem da Fénix” de J.K. Rowling, com 750 páginas, mas tenho maiores em casa (só que ainda não os li).
- Dia 10 – Livro mais curto que já leste
O Banqueiro Anarquista”, de Fernando Pessoa, com 60 páginas.
- Dia 11 – Livro que não conseguiste acabar
Já foram vários, mas o “Marcada”, de P.C. Cast e Kristin Cast, destaca-se por eu não ter conseguido ler mais que 20 páginas.
- Dia 12 – Colecção (saga)  favorita
Harry Potter”, J.K. Rowling
- Dia 13 – Sequela que nunca devia ter sido impressa
Mockingjay”, de Suzanne Collins. Perdoe-me quem gostou, mas para mim o terceiro livro estragou a saga. (Claro que mesmo assim não chegou aos calcanhares do horror que foi o “Eclipse”, de Stephanie Meyer, mas não queria usar o mesmo livro no dia 3)
- Dia 14 – Livro comovente
Desta vez um outro manga. Desta feita é "Solanin", de Inio Asano, que me fez chorar rios e suja história me apaixonou.
- Dia 15 – Livro hilariante
O Anjo mais Estúpido“, de Christopher Moore
- Dia 16 – Livro perturbante
Sorte”, de Alice Sebold
- Dia 17 – Livro inspirador
Assim de repente não me lembro de nenhum que me inspire profundamente na vida. Nenhum se sobressai.
- Dia 18 – Livro para o qual escreverias uma sequela
Escrever não escrevia, mas adorava ter uma sequela par “Sunshine”, de Robin McKinley. (E já escrevi uma fanfiction do “Naruto” (aliás, mais que uma), por isso também deve contar)
- Dia 19 – Livro em cujo universo habitarias
Naruto”, de Masashi Kishimoto. Que foi? Eu sempre quis ser ninja. :P
Dia 20 – Melhor citação (diálogo)
"If you live to be a hundred, I want to live to be a hundred minus one day so I never have to live without you.", A.A. Milne (Winnie-the-Pooh)

- Dia 21 – Melhor citação (descrição)
"She generally gave herself very good advice, (though she very seldom followed it).", Lewis Carroll (Alice's Adventures in Wonderland & Through the Looking-Glass)
"We accept the love we think we deserve.",— Stephen Chbosky (The Perks of Being a Wallflower)
- Dia 22 – Autor(a) favorito(a)
Sem qualquer ordem de preferência: J.K. Rowling, João Barreiros, Luís Filipe Silva e Robin McKinley, J.R. Ward.
- Dia 23 – Livro que espelha a tua vida
Nenhum, que eu conheça, mas nunca se sabe não existirá algures no mundo. Agora também acho que se não existir isso é uma coisa boa, porque um livro parecido com a minha vida seria muito aborrecido. :)
- Dia 24 – Personagem literária mais parecida contigo
Quando li o livro, revi-me bastante na Cannie do “Bons na Cama”, de Jenniffer Weiner.
- Dia 25 – Personagem literária favorita
Sirius Black, "Harry Potter" de J.K. Rowling; Rae (Sunshine) Seddon, em "Sunshine" de Robin Mckinley.
- Dia 26 – Personagem literária que gostarias de conhecer
Jenks, “Dead Witch Walking” de Kim Harrison (que, estranhamente, foi o único personagem que me interessou realmente neste livro).
- Dia 27 – Personagem literária que odeias
Nils Bjurman, em "Os Homens que Odeiam as Mulheres", de Stieg Larsson.
- Dia 28 – Personagem literária que adoras odiar
Snape, "Harry Potter" de J.K. Rowling.
- Dia 29 – Personagem literária com a qual trocarias de lugar
Esta resposta para mim é um pouco complicada, porque raramente leio sobre personagens cujas vidas não sejam um eterno desastre. Mas acho que teria imensa graça ser a Suze por um dia (“Terra Sombria”, de Meg Cabot).
- Dia 30 – Personagem literária que admiras
Sorcha, “A Filha da Floresta” de Juliet Marillier.
- Dia 31 – Personagem literária que nunca devia ter sido criada
Eu estava tentada a dizer que é a Bella Swan, mas depois dei-me conta que na verdade (para mim), o grande erro do livro nem é a Bella, mas sim o Edward, por isso nomeio o vampiro reluzente e stalker, para esta categoria. No entanto, fica também a nota que acabo por concordar um pouco com outras pessoas que dizem que todas as personagens têm um propósito (embora muitas vezes o leitor não perceba qual).
- Dia 32 – Personagem literária com a qual terias uma relação amorosa estável
Não é muito ético dizer isto, mas eu sempre achei que o Chrno (“Chrno Crusade”, de Daisuke Moriyama), na sua versão adulta, era um exemplar perfeito de homem para mim (tirando a parte de ele não ser totalmente humano e tal … (E só para esclarecer, antes de haver o manga homónimo, existia já o romance/novela).
- Dia 33 – Personagem literária com a qual terias “one-night stand”
Eu diria nenhum, mas depois de pensar bem no assunto, se calhar o Bones de “Halfway to the grave“ da Jeanine Frost. :P
- Dia 34 – Personagem literária secundária que merecia um livro só dela
A Lolita, do livro “Lolita” de Vladimir Nabokov, pois embora o livro tenha o nome dela, neste ela não passa de uma personagem secundária e acessória à verdadeira história, que é do HH. E assim nunca ficamos a saber realmente o que a motivava e porque fazia o que fazia.
- Dia 35 – Personagem literária para a qual escreverias um livro
Neste momento: nenhuma (para além das minhas próprias personagens), embora já tenha escrito várias fanfictions, no passado (Naruto e Escaflowne).
- Dia 36 – Personagem literária que não quererias encontrar num beco
Por razões óbvias, não queria encontrar o violador do livro “Sorte”, de Alice Sebold (cujo nome não me recordo). Pois não há nada mais temeroso que um vilão de verdade.
- Dia 37 – Livro para os dias chuvosos
E depois …”, de Guillaume Musso – Não me perguntem porquê, mas foi o primeiro livro que me veio à cabeça.
- Dia 38 – Livro para os dias solarengos
"O Cão Vermelho", de Louis de Bernières - Austrália? A história de um cão e as vidas que ele afectou. Uma leitura perfeita para o sol.
- Dia 39 – Livro que custou a ler
Os Maias”, de Eça de Queirós. Tanto custou, que ainda custa (ou seja, ainda não o terminei de ler por custar tanto a ler).
- Dia 40 – Autor(a) cujo talento invejas
Terei mesmo de dizer 'nenhum', pois embora goste de vários, a verdade é que não sinto necessidade de ser como nenhum deles, ou sequer penso nisso. E agora que penso nisso, até é um pouco estranho ... Embora não me importasse de ter o dinheiro da J.K. Rowling. :)
- Dia 41 – Livro que é um “guilty pleasure”
A saga “Lords of The Underworld” da Gena Showalter. Nem eu sei porque li os três primeiros e ainda tenho vontade de ler os restantes. *sigh*
- Dia 42 – Livro que adoravas e agora detestas
Detestar mesmo, não tenho nenhum, mas dantes amava o livro “Ruby” de V.C. Andrews, e agora acho-o banal.
- Dia 43 – Livro que marcou a infância
Os seis volumes da “Enciclopédia Infantil Ilustrada”. Aquilo abriu-me portas ao conhecimento e imaginação. Já não se fazem livros como estes!
- Dia 44 – Último livro lido
"O Beijo do Highlander", da Karen Marie Moning. Não valeu o esforço. :(
- Dia 45 – Próximo livro a ler
"Fortune's Folly", de Deva Fagan.

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Meridiano de Sangue

"Meridiano de Sangue", de Cormac McCarthy (Biblioteca Sábado)

Sinopse:
Um jovem que vaga pelo sul dos Estados Unidos acaba por se unir a um grupo de aventureiros que pensam fazer razias em território mexicano. Quando o bando é dizimado por Comanches, o rapaz é obrigado a atravessar um deserto até chegar à cidade de Chihuahua, onde é levado para o presídio. É então que é recrutado para uma expedição comandada pelo capitão Glanton, dedicada à caça de escalpes. Sob a prodigiosa influência do Juiz Holden, o grupo vai-se afundando numa espiral de violência, cometendo actos cada vez mais sanguinários.

Opinião:
Exactamente três meses depois de começar a ler este livro, cheguei à última página. Com uma pausa extensa pelo meio, e sendo este o segundo livro que li do autor ("A Estrada" foi o primeiro), não posso dizer mais do que "fiquei desapontada."

A escrita do autor continua divinal, fora todas as habituais repetições do "e" e também a confusão dos diálogos, este livro está fabulosamente bem escrito.

Mais do que uma história sobre os homens, eu vejo este livro como um mapa geográfico e histórico, quase visual, de tão exaustivas e certeiras que são as descrições do autor. Mas também é aqui que ele peca mais, pois aquilo que no "A Estrada" deu vida ao livro, aqui torna-se abusivo e até irritante. Muitos momento houve, em que me perguntei sobre, exactamente, o que estava a ler.
Bélicas ... sim! Induzidoras de imagens vividas e retratos soberbos ... sim! Comedidas ... não!

Não foi a violência extrema que me fez desgostar da leitura, pois esta, embora abusiva e gráfica ao ponto de dar nojo, foi algo necessário à trama e para mostrar o que era a vida naqueles tempos e naqueles locais.
O que me deixou insatisfeita foi a forma como o autor sentiu necessidade de descrever todos os dias da história, sem excepção (tirando no último capítulo), mesmo quando nada de relevante se passava. Uma vez ... muito bem; duas vezes ... certo; sempre ... é demais. Percebi que o fez para mostrar o isolamento e austeridade das vidas dos homens, mas foi demasiado.

Ainda assim, o que menos gostei no meio de tudo isto, foram as personagens. Ou será que devo dizer ... a falta delas?
Certo, certo! O livro está cheio de personagens. Diria até demais, pois o autor fez o favor de nomear todas as pessoas que se cruzaram no caminho dos caça-escalpes, e no entanto, fica-se pelas alcunhas nas personagens que, supostamente, são centrais.
O que me pareceu, durante toda a leitura, foi que as personagens realmente importantes, tinham a profundidade humana de uma barata (sem querer injuriar a espécie em questão).
Deixem-me esclarecer: Temos um grupo de caça-escalpes, a percorrer quilómetros e quilómetros a cavalo, até que, sem nenhuma razão aparente, começam a matar toda e qualquer pessoa que se cruze com eles. Aquela que começou por ser uma missão nobre, para salvar as povoações, acaba por ser o massacre das mesmas. Até aqui, tudo bem. O problema é que num bando de trinta ou quarenta homens, não houve UM que se insurgisse. Aliás, minto, houve um, mas nem sequer levantou a voz para protestar, apenas confidenciou com um amigo. E no entanto o juiz tenta convencer-nos que afinal um deles é diferente. Tenta, é a palavra de ordem, porque não há uma única acção que o prove.
Agora, podem argumentar comigo que eram outros tempos, mas convenhamos, que num grupo daquele tamanho, alguém havia de ter juízo, pressuponho eu.
E mesmo quando as coisas começaram a escalar ... nada!
Mas nem foi isto que fez dizer que o desenvolvimento das personagens é nulo, e sim a mais completa e absulota inexistência de qualquer ligação emocional (ou de outra índole) que o leitor cria com qualquer uma das personagens.
É impressionante! Digo-o porque normalmente tenho muita facilidade em "entrar na pele" das personagens, mas aqui ... aqui não houve nada!
Já tive "discussões" em alguns fóruns por causa do que penso sobre as personagens deste livro. A maioria das pessoas não concorda comigo, e respeito isso, assim como esperei que aceitassem a minha opinião.
Podem dizer que eu devia olhar por baixo da camada exterior e procurar o que está por baixo, no interior desta história. Pois bem, eu olho e olho e olho; e leio, leio e leio ... e vejam lá! Não encontro nada. 

Em suma, este foi um livro que me deixou muito descontente e acho que a fórmula e a escrita que tão bem funcionaram em "A Estrada", aqui se perderam e me perderam enquanto leitora. A escrita está fabulosa, mas isso só, não salva este livro. Tenho muita pena de não ter gostado desta leitura, mas a verdade é uma só ... não gostei.

Tradução (Paulo Faria):
Começando pelo principio, achei uma pequena delícia aquela nota do tradutor e pude comprovar, ao longo do livro, que o Paulo Faria (tradutor) parece ter feito um trabalho exemplar, tendo eu muito pouco de negativo a apontar no trabalho (exaustivo) dele. O meu único problema foi um já muito recorrente nas traduções portugueses, e que já mencione várias vezes. Isto é: A "mania" dos editores de não providenciarem traduções de expressões noutras línguas. Ou seja, eu sou a favor de deixarem determinados diálogos ou textos na língua original quando ao traduzirem perca o seu "poder", mas e que tal umas notas de rodapé? Será que é assim tão difícil perceber que nem toda a gente percebe espanhol (ou inglês, ou francês, ou alemão, ou o que for). Porque é que teimam em quebrar esta regra que me parece absolutamente básica?
Mas de resto a tradução foi impecável. :)


Capa, Design e Edição:
A capa está bem alusiva à narrativa, e embora não seja das minha favoritas, acho que funciona bem.
O pequeno tamanho da letra, e a fonte escolhida para esta edição, não facilitam a leitura, mas não é nada que não se ultrapasse com um pouco de boa vontade e as margens estão boas, o que facilita.

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

A Mecânica do Coração

"A Mecânica do Coração", de Mathias Malzieu (Editora Contraponto)

Sinopse:
Edimburgo, 1874. Jack nasce no dia mais frio do mundo, com o coração… congelado. A Dr.ª Madeleine, a parteira (segundo alguns, uma bruxa) que o trouxe ao mundo, consegue salvar-lhe a vida instalando um mecanismo – um relógio de madeira – no seu peito, para ajudar a que o coração funcione. A prótese funciona e Jack sobrevive, mas com uma condição: terá sempre de se proteger das sobrecargas emocionais. Nada de raiva e, sobretudo, nada de amor. A Dr.ª Madeleine, que o adopta e vela pelo seu mecanismo, avisa: «o amor é perigoso para o teu coraçãozinho.» Mas não há mecânica capaz de fazer frente à vida e, um dia, uma pequena cantora de rua arrebata o coração – o mecânico e o verdadeiro – de Jack. Disposto a tudo para a conquistar, Jack parte numa peregrinação sentimental até à Andaluzia, a terra natal da sua amada, onde encontrará as delícias do amor… e a sua crueldade.

Opinião:
Há livros que nos enganam logo à partida.
Quando vi as capas deste livro, imaginei logo que seria, ou uma história meio à la Tim Burton, ou uma história de amor inocente e doce como uma flor. A sinopse reafirmou essa minha ideia inicial, assim como as várias críticas e opiniões que fui lendo ao longo dos meses que se seguiram à publicação.
No entanto, o que recebi, foi um livro sumariamente poético na escrita, belo nas palavras, mas praticamente vazio em desenvolvimento de personagens.

Começo por dizer que adorei a forma como o escritor escreveu esta história. Linda!, não chega para descrever as páginas de beleza literária que se avizinham ao abrir o livro. Só por isso, já vale a pena.

Mas, os pontos bons pouco passam daí.
Confesso que talvez não tenha adorado esta leitura porque esperava algo totalmente diferente, ao invés de um (dois aliás) romance fatídico e obsessivo, um protagonista capaz de um acto de violência algo despropositado (exageros?) e descrições sensuais que apesar da beleza da descrição, chegavam a dar-me voltas ao estômago (e não ajudava que os protagonistas tivessem 15 anos, e sim eu sei que isto não se passa nos dias de hoje).
Talvez, no meu subconsciente, eu quisesse algo mais suave, mais belo na sua elementaridade, e mais feliz no seu desfecho. E já que falo no final, fiquei extremamente decepcionado com este. Sou a favor de finais em aberto e até de finais pouco felizes, mas este livro roça o "ridículo" com o seu fecho que me deixou um sabor amargo na boca.

O desenvolvimento das personagens foi praticamente nulo. Os anos e as experiências nada fizeram para alterar os comportamentos de nenhuma das três personagens principais, e estes foram prova do típico "não aprendas com os teus erros, e volta a fazer tudo igual uma segunda vez". É horrível ver isto acontecer num livro que poderia ter sido muito mais do que foi. E pior, ver o autor a tentar resolver assuntos que não precisavam ser resolvidos (de que serviu toda aquela confusão com os relógios?).

Em suma, uma leitura esplendorosa a nível literário, mas uma decepção a nível narrativo. Ainda assim, vale pelo lirismo da prosa e pela ideia (que tinha muito mais potencial do que o que foi explorado).


Capa inglesa (Benjamin Lacombe), Design e Edição:
A capa inglesa (e portuguesa na 2ª edição) é absolutamente fabulosa e capaz de apaixonar qualquer um, mas, a meu ver, não transmite fielmente o conceito do livro e pode induzir em erro.
A capa da primeira edição em português (a amarela) é também muito bonita, e extremamente cativante, mas nada tem a ver com o livro. O protagonista nunca toca violino e falta-lhe ali o coração de cuco.
O design da edição que li (inglesa) está simplista, mas eficiente e edição está bastante boa com uma tradução bastante bélica  e bem conseguida (o original é francês).

sábado, 6 de novembro de 2010

Sr. Bentley, o Enraba-Passarinhos

"Sr. Bentley, o Enraba-Passarinhos ", de Ágata Ramos Simões (Saída de Emergência)

Sinopse: 
Sr. Bentley, o Enraba-Passarinhos, irá provocar incontroláveis convulsões aos amantes das ditas avezinhas e a qualquer incauto que ainda não tenha compreendido as verdades do mundo. É um clister moral, uma purga mal-pensante, um insulto ao bom-gosto, um gosto pelo insulto, um compêndio de palavras feias e um espelho do Portugal politicamente correcto em que o leitor habita. O Sr. Bentley não conhece travão e nada tem de sagrado. Mais do que uma pedrada no charco, é um verdadeiro pontapé nas penduricalhas miudezas deste pântano à beira mar encalhado; Portanto, leitor, acomode a coquilha sobre as jóias da família, proteja os dentes, e prepare-se para a porrada, porque o Sr. Bentley é um peso-pesado. Um Atlas que carrega com alegria sobre os ombros tudo o que de mais abjecto, medonho, mesquinho, estúpido e medíocre os portugueses têm… e, por isso, é um verdadeiro encanto. Pensando bem, caro leitor, tire daí a mãozinha; este livro não é para si!

Opinião:
Não sendo eu muito versada em sátiras, ou mesmo em humor negro (só me lembro de ler um livro que adorei, "A Loja de Suicídios"), parti para este livro com um misto de expectativa e cautela.
anteriormente expressei o meu total desagrado com os palavrões (seja na forma literário, como ainda mais na verbal), mas este desagrado acontece quando os impropérios não são justificados e estão lá simplesmente por estar. O que, certamente, não acontece neste livro, em que tal acto faz parte integrante da fabulosa personalidade do Sr. Bentley.

Nem sei bem o que dizer sobre ele (livro), mas a verdade é que a crítica à sociedade, aos portugueses e à forma como lidamos com o dia-a-dia, está intrínseco em cada página, em cada palavra e em caga acto.

Este livro fez-me pensar, muito. O que raramente acontece em livros deste género. Tudo o que o Sr. Bentley dizia tinha um fundo de verdade tão amargo que simplesmente não dava para rir, mas percebia-se perfeitamente a vertente humor negro, só que de tanto ser clara a sua mensagem, era contra-natura rir com o texto.

Adorei cada uma das personagens, todas distintas e com algo de muito certeiro a transmitir ao leitor.

O final deixou-me algo desnorteada, ao princípio, mas depois até este encarei pelo que realmente era, um retirar do protagonismo ao odiado e abandonado Sr. Bentley, que de alguma forma se resignou ao seu infortúnio e foi deixado de parte, até pelo chapéu-de-chuva. É algo que faz lembrar o que acontece muitas vezes aos nossos idosos. Ficam sós e perdem tudo o que anteriormente parecia fazer sentido, limitando-se a deixar a vida correr, por não terem mais escolhas.

Em suma, foi um livro que me deu prazer ler, mas que não conseguiu deixar-me realmente arrebatada apesar da sua astúcia e uso inteligente e nada rebuscado do português. Aliás, posso dizer que adorei a escrita da autora. Certeira, sem exageros, mas bem versada, sem chegar a ser monótona. Um deleite!
Por isso recomendo a quem goste de sátiras e críticas algo "abusivas" da nossa sociedade e forma de viver.
Fiquei também com muita vontade de ler algo mais da autora (que é também uma das participantes assíduas do NaNoWriMo).

Capa, Edição e Design:
Esta edição está impecável! Capa dura, separador embutido, ilustrações em quase todas as páginas. Design que capta a atenção, sem distrair dos textos. A capa está fabulosa e adoro o facto da cor ser tão arrojada. Só não compreendi porque as ilustrações interiores estavam dispersas e não nos locais mais apropriados (ao lado do texto referente). Não sei se foi propositado ou não, mas também isto não estragou a fantástica edição.
Como ponto negativo à edição, só tenho um a apontar, que me parece indesculpável. E é o facto de o nome do ilustrador não ser mencionado UMA só vez no livro inteiro. O que é uma lacuna do pior. Nos créditos mencionam um site (ao invés de um nome), mas este nem sequer está operacional por isso fica a dúvida sobre quem fez este trabalho de excelência.
A Saída de Emergência apostou forte na edição deste livro, e a obra ficou a ganhar muito com isso.

Nota: A autora tem um blog que podem visitar AQUI.

sábado, 9 de outubro de 2010

Por Treze Razões

"Por Treze Razões", de Jay Asher (Editorial Presença)

Sinopse:
Naquele dia quando Clay regressou da escola, encontrou à porta de casa uma estranha encomenda com o seu nome escrito, mas sem remetente. Ao abri-la descobre que, dentro de uma caixa de sapatos, alguém colocara sete cassetes áudio, com os lados numerados de um a treze. Graças a um velho leitor de cassetes Clay prepara-se para ouvi-las quando é sobressaltado pela voz de Hannah Baker de dezasseis anos, que se suicidara recentemente e por quem ele estivera apaixonado. Na gravação, Hannah explica os seus treze motivos para pôr fim à vida, que a cada um deles correspondia uma pessoa e que todas elas iriam descobrir na gravação o seu contributo pessoal para aquele trágico desfecho.

Opinião:
Ao ler este livro, recordei-me um pouco do que senti ao ler o "Sorte" da Alice Sebold. Ou seja ... uma completa e total apatia.
Eu sei, parece cruel, até atroz. Mesmo para mim, é isso que parece, especialmente quando o livro supra mencionado é um relato cru e biográfico da violação da autora. Mas estaria a mentir se dizesse que consegui empatizar com a Alice Sebold, porque a forma como ela descreveu todo o livro, era de um afastamento gelado que me impedia de sentir algo para além de nojo. O mais completo nojo.
Este "Por treze razões" não é um relato auto-biográfico. É ficção. Mas o tema, por si só, tinha potencial para me fazer chorar rios de lágrimas. E eu nem uma verti ...
Por um lado sinto-me como se fosse uma insensível, mas por outro sei que a culpa não é minha, nem sequer do meu estado de espírito. É o livro que não tem o impacto que deveria ter.
A Hannah Baker está longe de ser uma personagem que inspire piedade. Está certo que lhe aconteceram coisas horríveis, e também sei que são as pequenas coisas, que acumuladas em cima umas das outras, que levam a actos como o dela. Mas, sem querer ser objectiva demais, metade das coisas que lhe aconteceram foi porque ela deixou, porque ela era fraca e eu não consigo simpatizar com uma personagem assim.
No fundo acho inverossímil que uma personagem que é fraca e não consegue defender-se das situações que a deixam incomodada, tenha o discernimento de gravar 7 cassetes a deitar as culpas do seu suicídio aos outros.
Não lhe tiro realismo, porque não são poucos os suicidas que, no seu "caminho" para a morte, se certificam que os que vivem se tornam tão ou mais miseráveis que eles. Por isso nem é o facto de ela gravar as cassetes que parece estranho. O que parece estranho é que as acções dela não condizem com isso. Já para não falar que não me parece que uma pessoa com tendências suicidas vá fazer "piadas" sobre isso. Os suicidas são pessoas deprimidas, perdem todo o sentido de humor, por isso quando a primeira cassete começa com uma graçola, eu perco esperanças.


Eu queria muito gostar deste livro. Aliás, gostar é a palavra errada. Eu queria muito chorar (rios e rios de lágrimas) com esta leitura. Pois sabia que se isso não acontecesse, era muito mau sinal.


Não simpatizei com a Hannah Baker, mas felizmente o Clay foi uma personagem bem interessante de seguir. As reacções dele, há medida que ouvia as cassetes, foram constrangedoras e verdadeiras. Senti apertos no coração em certas cenas que a Hannah descreveu. Cheguei a imaginar coisas horríveis, que infelizmente mais tarde chegaram mesmo a acontecer, mas quando chegamos ao 12º culpado, eu passei a odiar a Hannah Baker. Só entenderá o que eu quero dizer, quem ler o livro, mas deixem-me dizer isto: Ela perdeu todo o respeito que tinha por si mesmo, e isso é normal na situação, mas o que ela fez, ou aliás, o que ela deixou que lhe fizessem, tirou toda e qualquer piedade que tinha por ela. Simplesmente deixou-me mal disposta.


A história está bem empregue, muito bem estruturada e de um realismo sufocante. Acho que ninguém pode ler isto e dizer "isso nunca aconteceria", porque na verdade acontece ... todos os dias, infelizmente. É esta realidade que faz com que este livro me fique na memória. Pela sua franqueza, pelo facto de não andar com rodeios. A forma como a história é contada, é inteligente e original, se bem que por (raras) vezes algo forçada.


As personagens são interessantes, mas quase todas desaparecem da memória rapidamente, há excepção do Clay e da Hannah, mas ambos por razões bem diferentes. E já que falo nestes dois, posso dizer que, tendo em conta a personalidade da Hannah (que foi extremamente bem retratada) eu não acredito que ela colocasse o Clay na lista pelas razões que ela mencionou. Sendo ela quem era, culpá-lo-ia por a deixar só naquela noite, por ele não ter tido coragem de falar come ela antes, e por uma outra infinidade de pequenas coisas que parecem sem grande importância. Afinal, foi isso mesmo que ela fez com os restantes. Assim sendo, a história do Clay, aos olhos dela, não parece minimamente credível. Desculpem, mas é a verdade.


Em suma, foi uma história com um certo nível de interesse que me deixou indisposta e com as entranhas às voltas, mas que não conseguiu ter o impacto sentimental que se esperaria de uma história com esta premissa. A escrita estava simples (por vezes até demais), mas acessível e integrada na idade das personagens. Os dois principais estiveram extremamente bem desenvolvidos, e os restantes também, mas não de uma forma semelhante ou tão fulcral como seria de esperar.
Recomendo, a quem não se importe de ler verdades cruas e que não tenha medo de descobrir que, são as pequenas coisas que às vezes têm os efeitos mais nefastos na vida dos que nos rodeiam. Até as coisas mais insignificantes podem pôr a rolar uma bola de neve, que em breve ficará tão grande que o seu peso será insuportável.


Tradução (Alice Rocha):
Dois livros seguidos com traduções que deixam muito a desejar, é azar! E não se percebe porquê já que a tradutora deste livro parece ter muita experiência (J.K. Rowling, Nicholas Sparks, Ken Follet). De onde vieram tantas más expressões, então?
Traduzir "If I even tried to utter a single word, I would have lost it. Or had I already lost it?" para "Se tivesse proferido uma palavra que fosse, tê-lo-ia perdido. Ou seria que já o perdera?" (pág. 177) - É de uma atrocidade indesculpável. Desculpem-me, mas é!
E quem é que diz "Acho que aquele rapaz te está a galar." - Galar? A sério? Por favor ...
Confesso que, por várias vezes, torci o nariz à tradução. Havia capítulos inteiros em que nada surgia de mal, mas depois aparecia algo alienígena no texto, que me dava comichão.
Lamento, mas a tradução neste livro não está aprovada, de todo.

Capa (Filipa Costa Félix), Design e Edição :
Gosto muito desta capa porque a cassete representa bem um pouco do que é a história, mas a cor (turquesa) pode indiciar um livro "feliz" quando este não o é.
Gostei bastante da paginação do livro, pequenita e no cantinho lateral, fazendo-me lembrar as cassetes (não sei bem porque fiz esta associação). 
De mal só achei que tinha o tamanho dos capítulos. Muito longos, a maioria deles, mas isso não tem a ver com a edição. Só achei que deveria deixar aqui uma notinha.

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Os Homens que Odeiam as Mulheres

"Os Homens que Odeiam as Mulheres (Millennium 1)", de Stieg Larsson (publicado pela Oceanos) - página oficial em português

Sinopse:
O jornalista de economia MIKAEL BLOMKVIST precisa de uma pausa. Acabou de ser julgado por difamação ao financeiro HANS-ERIK WENNERSTÖM e condenado a três meses de prisão. Decide afastar-se temporariamente das suas funções na revista Millennium. Na mesma altura, é encarregado de uma missão invulgar. HENRIK VANGER, em tempos um dos mais importantes industriais da Suécia, quer que Mikael Blomkvist escreva a história da família Vanger. Mas é óbvio que a história da família é apenas uma capa para a verdadeira missão de Blomkvist: descobrir o que aconteceu à sobrinha-neta de Vanger, que desapareceu sem deixar rasto há quase quarenta anos. Algo que Henrik Vanger nunca pôde esquecer. Blomkvist aceita a missão com relutância e recorre à ajuda da jovem LISBETH SALANDER. Uma rapariga complicada, com tatuagens e piercings, mas também uma hackerde excepção. Juntos, Mikael Blomkvist e Lisbeth Salander mergulham no passado profundo da família Vanger e encontram uma história mais sombria e sangrenta do que jamais poderiam imaginar.

Opinião:
Devido às muitas críticas positivas que este livro tem recebido, eu tinha as expectativas altas, embora tente sempre entrar numa nova leitura de forma imparcial. O que eu queria deste livro era um bom mistério que me deixasse agarrada e que me surpreendesse.
Infelizmente, não foi bem isso que recebi.

A coisa que mais me incomodou e que menos me incentivou a ler mais compulsivamente esta história, foi a quantidade de despejo de informação (info dump) que foi passada na primeira metade do livro. Era algo que me dava arrepios. Demasiadas explicações, diálogos longos e aborrecidos sobre uma infinidade de pormenores que me cansavam enquanto leitora.
Claro que compreendi a necessidade de muita dessa informação, mas também houve muita coisa altamente desnecessária, sem que fosse necessário contar tudo até ao mais ínfimo (e irritante) pormenor.
Por várias vezes ponderei abandonar a leitura, mas como tinha lido algures que o final era totalmente imprevisto, segui a leitura, por vezes num desinteresse tal que me perguntava porque estava a dar-me ao trabalho de ler um livro de 544 páginas, cuja primeira metade me demorara, nada mais nada menos que 17 dias a ler (isto pareceu-me uma eternidade comparada com os 6 dias que demorei a ler o resto, e que ainda assim foi bastante tempo).
Felizmente, depois de passar o meio do livro, as coisas começaram a encarreirar-se (ou seria eu que já estava ambientada com o estilo do livro) e daí foi um saltinho até ao final. Confesso que a segunda parte redimiu de certa forma a impiedosa primeira parte.

A nível de personagens, devo dizer que achei que os dois protagonistas foram muito bem expostos e explorados, mas não gostei de nenhum dos dois. XD
O Mikael, embora fosse dos dois o meu favorito, é um homem que me irrita até um certo ponto porque é um mulherengo que faz com que todas as mulheres se derretam a seus pés. Felizmente é um homem também muito integro e aprendi a apreciá-lo enquanto "ser humano".
Já a Lisbeth, que sempre se mostrou uma personagem bastante única, cometeu alguns erros injustificados. Como é que alguém tão inteligente (como supostamente ela é) conseguiu ser tão ingénua? Afinal quem é que, depois de ser mordida por um cão feroz, entra de livre vontade na casota do cão? Que estava à espera? De ser lambida? Era óbvio que na segunda vez o cão não se limitaria a morder. A ingenuidade (e estupidez) dela irritou-me! (desculpem lá a comparação, mas não quero estragar a festa a quem não leu o livro)
Escusado será dizer que lhe fiquei com algum "pó". Não gostei dela, embora não desgoste totalmente da sua forma de ver as coisas. É uma personagem complexa que me deixa algo dividida (ponto a favor para o autor).
Infelizmente, no que respeita a personagens o autor também falhou ao não conseguir expor convenientemente as personagens secundárias. Nem o próprio Henrik Vanger, que era das personagens secundárias mais presentes, foi suficientemente bem mostrado para sentir algo em relação a ele. E tudo isto fica pior quando falamos dos "vilões" que, diga-se, foram tão mal explorados que até doeu. Uma pena, pois havia muito potencial.


Quanto à história em si,e depois de ter já dito que esperava muito mais, devo confessar que não fui apanhada de surpresa pela resolução do mistério. Logo no início do livro percebi o que tinha realmente acontecido à Harriet, e nada do que foi dito ou mostrado depois disso conseguiu tirar-me a verdade da cabeça. Só por aí, senti-me defraudada.
Depois houve o resto ... a história grotesca por trás da família Vanger, que a mim me pareceu mais uma jogada para impressionar o leitor com a sua violência, do que outra coisa. Também esse mistério não me surpreendeu na sua resolução, embora quando comecei a história não esperasse algo assim, mas como os crimes foram expostos antes do meio do livro, eu esperava ser surpreendida com a verdade sobre quem os cometia, coisa que não aconteceu pois o "culpado" era o meu suspeito número um.
A verdade é que penso que a forma como o autor escreveu o livro lhe tirou muita momentaneadade. Sinto que se este tivesse um compasso mais acelerado eu teria ficado surpreendida com quase todas as reviravoltas, mas a forma como tudo foi desvendado foi muita anti-climática, a meu ver, o que tirou muita adrenalina e surpresa das situações em causa.

Uma coisa que gostei foi do fim, refiro-me ao fim fim (últimas 2/3 páginas) que deu um novo alento à personagem da Lisbeth. Bem jogado!

Em suma, foi um livro cuja primeira metade cruzou o limite do aborrecido, mas que conseguiu apanhar o passo na segunda metade. A escrita do autor é muito acessível, mas arrasta-se até à exaustão e por isso perdeu muito valor enquanto mistério capaz de surpreender até às últimas páginas (coisa que não foi).
Não vou deixar de aconselhar o livro a quem goste de livros de mistério, mas advirto que para quem não gosta de longos diálogos e ainda mais longas descrições infinitamente pormenorizadas, poderá não gostar deste livro.
Se alguém me oferecer o segundo volume, sou bem capaz de o ler, mas caso tal não aconteça, não tenho intenções de comprar a restante saga.

Tradução:
O livro teve uma tradução aprimorada que não esqueceu detalhe nenhum e só muito esporadicamente encontrei um ou outra palavra que não estava bem contextualizada, No entanto, do que senti falta foi de algumas notas de rodapé. Este é um livro carregado de menções a ícones característicos da região onde se passa a história, e ao não haver lugar para notas de rodapé que expliquem aos incautos o que é o quê, perdeu-se algum valor. Refiro-me especialmente aos muitos livros e, especialmente, revistas mencionadas, já sem falar em algumas bebidas e variados objectos culturais. Uma nota a dizer que género de revista era, ou que tipo de bebida era, faria com que a história fizesse um pouco mais de sentido. mas também afirmo que isto não interferiu de todo na fluidez do livro, apenas achei que seria uma mais valia.
Noutro apontamento, achei que o título se encaixou que nem uma luva no livro.

Capa e Design:
Confesso que sempre gostei mais da versão da capa da 1ª edição portuguesa, mas esta (a partir da 2º edição, se não estou em erro) não está muito má, embora bem mais básica que a anterior.
É um caso claro de, primeiro estranha-se, depois entranha-se.
O design interior está básico, mas bem conseguido para o género literário em que se integra. Neste campo não há nada a apontar.

Os Homens Que Odeiam as Mulheres - www.wook.pt

quinta-feira, 8 de julho de 2010

O Leitor

"O Leitor", de Bernhard Schlink (Edições ASA)

Sinopse:
Em 1960, Michael Berg é iniciado no amor por Hanna Schmitz. Ele tem 15 anos, ela 36. Ele é apenas um adolescente. Ela é uma mulher madura, bela, sensual e autoritária. Os seus encontros decorrem como um ritual: primeiro banham-se, depois ele lê, ela escuta e finalmente fazem amor. Mas este período de felicidade incerta tem um fim abrupto quando Hanna desaparece subitamente. Michael só a encontrará muitos anos mais tarde, envolvida num processo de acusação a ex-guardas dos campos de concentração nazis. Inicia-se então uma reflexão metódica e dolorosa sobre a legitimidade de uma geração, a braços com a vergonha, julgar a geração anterior, responsável por vários crimes. 

Opinião:
Não estava à espera de muito quando comecei este livro, embora soubesse que é muito aclamado, mas, por vezes é mesmo bom que não tenhamos expectativas, pois assim podemos desfrutar muito melhor dos livros, como no caso deste.

Este livro é, antes de mais, um retrato de duas gerações: Uma remoída pelos crimes cometidos, mas ainda enterrada num orgulho há muito ultrapassado; Outra decidida na mudança e emersa numa culpa que não é sua.

As duas personagens que conhecemos ao longo da narrativa, tem uma profundidade estrondosa. Em poucas palavras e usando de escassos diálogos, o autor consegue fazer-nos sentir com e pelos protagonistas, mesmo quando queremos odiar uma personagem, a narrativa está escrita de uma forma que quase impossibilita qualquer julgamento, pois mantêm um distanciamento proporcional à letargia que toma conta dos personagens. Ambos demasiado orgulhosos e incapazes de se compreenderem embora estejam mais próximos um do outro do que alguma vez estiveram de outra pessoa. Nenhum dos dois tem a coragem de estender a mão ao outro, embora se amparem da forma que podem.

Há muitas obras literárias que são mencionadas. Grandes clássico, maioritariamente, e que nos mostram um pouco mais das personagens.

Mais do que uma culpabilização, esta obra retrata vivamente um povo, uma sociedade que se tenta recompor das desgraças e arrependimentos da guerra.

Não posso deixar de recomendar este livro, curto, simples e quase evasivo mas que consegue ser estranhamente profundo. Como se estivéssemos na ponta de um riacho, a olhar pela superfície da água, sem termos de mergulhar pois a água é cristalina. Ficamos distantes, mas ao mesmo tempo perto o suficiente para compreender o que se passa lá em baixo.

Tradução (Fátima Freire de Andrade):
Uma tradução exemplar! Nada a assinalar.

Capa & Design:
A capa, com a brancura predominante, tem um estilo que se relaciona muito bem com o conteúdo do livro. O problema é que colocaram não só uma menção ao filme, como também aos óscares e globos de ouro, aos actores., e inclusive na contracapa puseram os créditos do filme. Isto, sinceramente, achei de muito mau gosto, pois afinal estou a ler o livro e não a ver o filme. Tudo bem que mencionem a adaptação cinematográfica, mas isto já é demais!

Nota: Esta leitura foi feita no âmbito tema do mês de Julho do Desafio Literário 2010.  

sábado, 26 de junho de 2010

Ciranda de Pedra

"Ciranda de Pedra" de Lygia Fagundes Telles (Editorial Presença)

Sinopse:
Na magnífica casa de Natércio, que Virgínia visita semanalmente, há num recanto frondoso do jardim, uma fonte dentro de uma roda formada por cinco anões de pedra. Ela efabula que essas cinco figuras são as suas irmãs, Bruna e Otávia e os amigos Afonso, Letícia e Conrado. Porém, Virgínia sente o peso da rejeição junto dessa família idealizada. Por isso, ao descobrir quem é o seu verdadeiro pai, após a morte trágica de Laura e Daniel, pede a Natércio que a deixe estudar em regime de internato. Voltará quase adulta para finalmente descobrir o que se oculta por detrás do mito familiar que cristalizou na imagem da ciranda dos anões de pedra.

Opinião: 
Fez-me alguma impressão, especialmente ao início, o facto de o livro não estar adaptado ao português de Portugal. Certas palavras e especialmente certas expressões eu estranhava muito. Talvez por isso não tenha desfrutado mais deste pequeno livro.

Adorei a forma como todo o livro é contado e como é notório o crescimento da personagem principal ao longo da narrativa, fazendo-nos entrar na sua lógica e obscurecendo a verdade, da mesma forma que ela vê as coisas.
A Primeira Parte, contada enquanto Virgínia era ainda uma criança e lutava pela atenção de todos, foi muito genuína. Senti-me mesmo como se estivesse no interior da cabeça de uma menina que queria integrar-se, mas que ao mesmo tempo era incapaz de se erguer e tomar uma posição, sempre limitada pelo que acreditava ser o desprezo e incompreensão de todos.
A Segunda Parte, contada já quando Virgínia era uma mulherzinha, depois de ela ter crescido, sozinha e enclausurada por vontade própria, num colégio de freiras, deixa-nos entrar na pele dela, mais uma vez, com uma veracidade tal que não conseguimos entrar na pele das outras personagens. Vemos tudo pelo prisma dela, um prisma limitado pela solidão e ancorado pela raiva.
Isto foi o que mais gostei no livro, pois consegue mesmo retratar a personagem, fazer-nos senti-la, mas ao mesmo tempo não conseguiu, pelo menos na primeira parte, transmitir convenientemente a dor da perda que ela sentiu. Esse foi o primeiro ponto negativo.

Interessante é ver como a autora jogou com as repetições, ou melhor, com as memórias. Virgínia vive no passado, e ainda assim é assaltada pelos fantasmas do presente. Cresceu mas ao mesmo tempo continuou sendo a mesma menina de sempre, com medo de encarar os outros, incapaz de lhes perguntar de frente aquilo que lhe moí o coração, e isso condiciona e ao mesmo tempo exalta toda a narrativa.

O que menos gostei neste livro foi mesmo o fim, pois depois de ela finalmente conseguir mudar-se e ter aquilo que tanto deseja, vira costas a tudo, como uma covarde e volta a ficar sem nada. Não compreendi a lógica do final e deixou-me um gosto muito amargo.
Também não gostei do facto de todos, mas mesmo todos os personagens serem hipócritas e de poucas virtudes terem. Sou a favor de personagens tridimensionais, com virtudes e defeitos, mas não de personagens que apenas conseguimos odiar.

Uma outra coisa muito interessante nesta obra é que ela se torna intemporal. Não há nada na narrativa que condicione esta obra, nada que nos diga em que "tempo" se passou, e isso joga a seu favor.


Em suma, foi uma leitura muito interessante, forte e extremamente emotiva e realista, sob um prisma diferente do que costumo ler. Custou-me a habituar ao Português do Brasil (a editora falhou neste ponto, limitando-se a publicar sem ao menos umas notas de rodapé que auxiliassem em certas expressões) mas no fim já estava comodamente adaptada, só que no início não gostei da leitura por esta mesma razão.
Recomendo.


Capa & Design: 
A capa tem uma textura fantástica e um esquema de cores harmónico, mas não percebo porque cortaram a cabeça à rapariga (não gosto nada quando fazem isso, mais valia cobrirem-lhe a cara com o cabelo), mas por outro lado a imagem adapta-se muito bem pois representa uma parte fulcral da história, com a flor vermelha e o vestido negro.


Nota: Esta leitura foi feita no âmbito tema do mês de Junho do Desafio Literário 2010.  

sábado, 19 de junho de 2010

Contos de Vampiros

"Contos de Vampiros" de João Barreiros, Saint-Clair Stockler, Jorge Candeias, Alexandre Heredia, Eric Novello, Sacha Ramos, Luís Filipe Silva, Tibor Moricz, André Carneiro (Editora Draco - Brasil)

Sinopse:
Por favor não me leia o pescoço.
Lembra-se do filme? Agora tem um livro: nove terríveis contos de vampiros, originais e assinados por autores portugueses contemporâneos, directamente para os seus maiores receios de leitor!
A partir do momento que iniciar a leitura, a responsabilidade é inteiramente sua.

Opinião: 
Escrevi uma opinião distinta para cada conto, e podem lê-las aqui:
- "O Mistério da Rua da Missão", de Ana Paula Tavares (6 valores);
- "A Fotografia (a história do vampiro de Belgrado)", de Gonçalo M. Tavares (6 valores);
- "Uma noite em Luddenden", de Hélia Correia (7 valores);
- "Vlad, o empalador", de João Tordo (7 valores);

- "Sangue Azul", de Jorge Reis-Sá (6 valores);
- "M. de Malária", de José Eduardo Agualusa (5 valores);
- "Exangue", de Miguel Esteves Cardoso (7 valores);
- "O Monstro", de Rui Zink (5 valores);
- "Como tocar Violino", de Susana Caldeira Cabaço (6 valores);



Edição: 
Não encontrei nenhum erro durante a leitura, o que é excelente! A antologia também está bem organizada, tanto a nível de conteúdo como de sequência dos contos (embora todos sejam bem distintos dos restantes).
Fora isso, só tenho a dizer que tanto a sinopse como a nota do editor estão um pouco ... (como dizê-lo?), infantis?!? Sinceramente, não fiquei fã de nenhum destes atributos do livro, mas é uma questão pessoal.

Capa & Design: 
Já o disse várias vezes e volto a repeti-lo: ESTA é a capa MAIS PIROSA de sempre!
Quem foi o designer que deixou uma coisa destas ser publicada? Sinceramente, estavam todos cegos? Que coisa mais horrorosa! E foi por causa da capa que eu não comprei isto antes.
Bem, mas fora a capa, o design do livro está muito bom. Adorei o toque único das páginas marginadas a vermelho. Fantástico!

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Bons na Cama

"Bons na Cama" de Jennifer Weiner (Editorial Presença)

Sinopse:
A conselho de uma colega e amiga, Cannie, jornalista do Philadelphia Examiner, compra a revista feminina Moxie. E o inesperado acontece!… O colunista de «Bons na Cama» é, nada mais nada menos, que o seu namorado dos últimos três anos, de quem se encontra temporariamente afastada. Mas o que Cannie não podia, de todo, suspeitar era que a sua vida íntima estivesse ali publicada. E pior, com o título «Uma Mulher de Peso»! Candice Shapiro é uma heroína inovadora, generosa, emocionalmente sólida, com uma enorme alegria de viver e um magnífico sentido de humor, que consegue preservar mesmo nos momentos mais difíceis. Nunca recuperada do abandono paterno e atormentada por uns quilos a mais, Cannie lida surpreendentemente com essas circunstâncias, tal como lida com os seus acessos de gula, o seu simpático cachorro, os amigos, e uma vida profissional de sucesso.

Opinião: 
Não sei muito bem o que esperava quando comecei a ler este livro. O título é bem enganador, e ainda bem que o que me levou a lê-lo foi a sinopse, porque senão bem que ia sair da leitura gorada.  Mesmo assim o título faz sentido, não literal, mas porque tudo começa com a publicação da dita coluna, de nome duvidoso, já que o dito jornalista e ex-namorado de Cannie, falava de tudo menos de sexo (pelo menos do que foi mostrado).

Mas voltando ao que interessa. A história é realista, mas com aquele toque de chick-lit que eu tendo a não apreciar muito, e confesso que foi esse um dos motivos porque não gostei mais deste livro, embora confesse que não era tão proeminente como temia. Aliás, a única coisa que me enervou um pouco foi mesmo a constante menção de marcas e personalidades semi-famosas. Acho que isso data muito um livro (como já alguém muito mais inteligente que eu disse, mas que não sei quem foi) e também acho que nem toda a gente tem de conhecer as marcas, as estrelas e mais não sei quantas centenas de referências que o livro nos dá.
Mas como disse, isto até não incomodou por aí além.
A Cannie tem uma voz muito própria e consegui reconhecer-me imenso nela, como sendo uma "mulher de peso", mas também tive muita vontade de lhe dar um bom par de estalos porque ela tem a auto-estima de uma formiga (e não me refiro em termos proporcionais, porque as formigas devem ter muita auto-estima para trabalhar daquela forma). Não me vou pôr aqui a falar de mim, mas a verdade é que posso afirmar que a autora fez um bom trabalho a retratar a verdade dura de ser uma "mulher de peso" (e longe de mim de me achar uma coitadinha).
Já no campo afectivo, não me revi, mas juro que a Cannie, nesse aspecto, é a cópia chapada de uma pessoa que me é próxima, por isso passei muito tempo a rir-me com o seu sofrimento, porque já tinha visto aquele filme. O que, obviamente, é mais um ponto a favor da autora. Posso não ser assim (viva!) mas não posso deixar de achar que as situações eram bem prováveis de serem reais porque convivo com isso.

Assim sendo, o livro ganha pontos pela realidade narrativa, embora em certas alturas aquilo parecesse um pouco "bom demais" para ser verdade, mas mesmo na vida todos temos momentos em que tudo nos corre bem, e outros (como acontece no livro) em que tudo corre mal e parece que nos afundamos num poço escuro e sem fundo à vista.

Em suma, este livro é uma boa leitura, descontraída, realista, mas que não chateia e com a qual acho que grande parte das mulheres se conseguirá identificar. E porque não os homens também? Sim porque a autora também consegue trazer à vida algumas figuras masculinas bem diferentes e  tridimensionais. Uns odiosos e outros amorosos (como acontece com as mulheres).

Recomendo com algumas reservas, pois é uma leitura de verão, com os seus momentos mais intensos, algum drama e lágrimas, mas acima de tudo é um livro que nos pode deixar com uma sensação boa de que nem tudo é mau e que depois da tempestade vem sempre a bonança.

Tradução (Maria Clara Mira Capitão): 
A tradução, tanto quanto percebi, muito boa. Não dei por nenhum erro ortográfico (pode-me ter escapado claro) e não notei nenhuma frase que estivesse mal estruturada, mas confesso que fiquei um pouco à tona com tanto "pigarrear" e achei que faziam falta algumas notas de rodapé onde explicasse algumas referências ao judaísmo. ou talvez seja só eu eu que não percebo muito disso e por isso me senti perdida. Mas como só foi uma ou duas vezes também não posso dizer que tenha incomodado muito.
Capa (Hony Werner) & Design: 
A ilustração da cama está muito fofa, com cores vivas e é apelativa, só tive pena que a impressão em português estivesse aquém do desejado. A qualidade não é igual à original e por isso tira-lhe um pouco da beleza.

Nota: Esta leitura foi feita no âmbito tema do mês de Maio do Desafio Literário 2010.  

  

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