segunda-feira, 16 de agosto de 2010

O Beijo mais Escuro

"O Beijo mais Escuro (Lords of The Underworld 2)", de Gena Showalter (publicado em Portugal pela Harlequin)

Sinopse:
Ela já seduziu muitos homens ... mas nunca encontrou um capaz de fazer o mesmo a ela. Até agora.
Embora tenha vivido durante séculos, Anya, deusa da anarquia, nunca conheceu o prazer. até que Lucien, a encarnação da Morte  --um guerreiro eternamente amaldiçoado a conduzir almas para o além. Ele atraia como nenhum outro antes de si. e a Anya arriscará tudo para o ter

Opinião:
Posso dizer que este livros são uma espécie de guilty-pleasure. Não são bons, mas não consigo parar de os ler. Sinceramente chega a ser frustrante, mas vou ler mais um e logo vejo o que decido (não consigo parar. Gah!)

Uma coisa é certa: este livro começou logo ao ataque e o que mais gostei nisto tudo foi a interacção entre os dois protagonistas. Passavam a vida atrás um do outro, a tentarem matar-se, tentando negar a a atracão que sentiam um pelo outro. Foi muito divertido ler as cenas de luta e perseguição entre os dois, embora em alguns pontos fosse extrema (quase se matavam mesmo).
Infelizmente, durante o livro, nunca achei que a atracão deles passasse disso mesmo. Não cheguei ao fim convencida que se amavam, mesmo depois dos sacrifícios que ambos fizeram. Simplesmente não pareceu amor.
Mas claro, lá estava aquela possessividade irritante. Primeiro foi a Anya a "pensar" que o Lucien era "dela". Ainda estava no primeiro capítulo e já tinha disto. Depois foi a vez do Lucien, que ao menos era um pouco mais comedido. está aqui uma coisa que eu nunca gostei na literatura romântica, e quando começa logo nos primeiros capítulos, ainda fica pior. Felizmente, lá mais para o fim deixou de aparecer e eu suspirei de alívio. 

Quanto às personagens, gostei muito da Anya, ela é tão irreverente e independente. Uma mulher que sabe o que quer e o que tem de fazer para o ter. Já o Lucien, embora interessante na medida em que conseguia manter-se sempre sério e impenetrável, ainda assim achei que lhe faltou muito desenvolvimento. Queria saber mais sobre ele, mas pouco foi dito, aliás, como aconteceu com o Maddox no livro anterior.

Agora noutra nota: Porque é que todos os demónios ronronam? Eu não consigo imaginar um demónio a soltar o mesmo barulho que gatos. A sério. É estúpido!

A autora tem muitos tiques que se repetem de livro para livro, de personagem para personagem, como o morder o interior da bochecha, o morder o lábio inferior da boca ou o esmurrar paredes sequencialmente. Tudo isto denota alguma falta de originalidade e até construção de personagens.
Já nas personagens deste livro, o tique que mais me irritou foi as pestanas a fazerem sombra sobre o rosto, ou a simples menção das pestanas. Repetido vezes e vezes sem conta, tanto para descrever a Anya como o Lucien, o que chegou a ser ridículo.
Outra coisa que me incomodou foi a repetição  de frases. Percebi que eram uma característica das personagens, mas repetidas tantas vezes chegavam a ser irritantes. Exemplo: "Pretty please, with a cherry on top of me", frases com "FYI" (For Your Information) no meio. É como dizer "OMG" ao invés de "Oh My God". Eu sei que há quem diga as siglas, mas torna-se irritante.

Quanto à história, embora tenha sentido um bom desenvolvimento neste livro, continuo achar que se move devagar e fica pelas arestas. Não há grande profundidade narrativa e o potencial da saga continua por explorar. Felizmente o vilão, Cronus, foi um pouco mais explorado neste livro e pudemos ver algumas luzes sobre a localização da caixa de Pandora. Começo a ver um padrão: Quatro mulheres suja linhagem é especial; 4 artefactos. Cá para mim Cronos queria-as mortas porque elas têm algo a ver com 4 artefactos. Certo? Pelo menos foi o que pensei logo no primeiro livro e logo iremos descobrir se é verdade.

Uma coisa que até gosto nestes livros é o facto de não se focar apenas no casal em cena, mostrando um pouco dos restantes guerreiros. Neste caso foi o Reyes (novamente) e o Paris (coitadinho!), sem esquecer um pouco o Aeron e o Maddox (vai ser papá. Fofo!). Mal posso esperar para ler o terceiro volume porque como já disse antes, estou muito curiosa quanto ao Reyes e a Danika. Não vejo o caminho fácil para o Reyes.

Noutra nota: Os finais da autora são muito abruptos. De repente estamos a ler, e no momento seguinte já não há nada para ler. Já no primeiro tinha acontecido o mesmo, mas neste foi especialmente "corta-casacas".
 
Em suma, foi um livro que entreteve, com uma ou outra  personagem bem divertidas, mas que ainda assim peca por falta de profundidade narrativa e crescimento das personagens. Mas no que peca mais é na exploração dos demónios. Parece que eles nem lá estão. Não há nada! Só ronronam e pouco mais. Que decepção! Tanta coisa por causa de eles serem possuídos por demónios incontroláveis e depois nem têm de fazer nada para os controlar. Chega um rabo de saia e os demónios tornam-se uma gatinhos. Que desperdício de linha narrativa!
Continuo a não aconselhar veemente a saga, mas como vou já saltar para o terceiro livro, posso estar a ser algo hipócrita. *guilty-pleasure*

Capa:
Por alguma razão adoro esta capa! Devem ser as cores, porque sinceramente não tem nada de extraordinário e ainda assim me chama a atenção. A sério! Juro que foi esta capa que fez ter vontade de ler a Saga.
Infelizmente a capa tem pouco a ver com o Lucien, que é o principal deste volume. Não há cicatrizes (que cobrem o corpo dele na totalidade), mas ao menos os olhos multi-colores estão lá. Já a tatuagem parece estar no sítio exacto descrito pela autora.
Ainda assim ... AMO esta capa!

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