"Twilight" de Stephenie Meyer, editado em Portugal como “Crepúsculo (Luz e Escuridão 1)”, pelas Edições Gailivro
Sinopse:
A respeito de três aspectos, eu estava absolutamente segura. Em primeiro lugar, Edward era um vampiro. Em segundo lugar, uma parte dele - e eu não sabia qual era o poder dessa parte - ansiava pelo meu sangue. Por fim, em terceiro lugar, eu estava incondicional e irrevogavelmente apaixonada por ele.
Opinião:
Há livros pelos quais me interesso sem grande pressão exterior, mas nos últimos meses o alarido em volta da saga “Twilight” foi tanto que eu me senti quase que na obrigação ética de ler o primeiro livro.
Com tantas críticas positivas quantas negativas, as minhas expectativas eram um pouco flutuantes. Sabia, por alto, do que se tratava, mas felizmente não deixei que ninguém me estragasse a festa contando pormenores da história (detesto spoilers).
Li o livro em pouco mais de uma semana, o que é muito rápido para mim, e para um livro deste tamanho.
Confesso que gostei bastante da primeira metade do livro, tinha todos os ingredientes certos: uma personagem feminina (Bella) desajustada, a típica adolescente rebelde, com a ideia que tudo está contra ela. Um protagonista (Edward) intrigante, com uma personalidade interessante e um pouco de mistério à mistura.
O início do relacionamento dos dois foi brilhante e credível, e o facto de estarmos a ver toda a história sobre a perspectiva da Bella deu-nos muito a saber sobre a vida dela e muitas surpresas quanto ao Edward e à sua família, já que muito nos era escondido até que ela própria o viesse a saber. Acho que esta jogada foi muito bem conseguida pela autora.
Quanto aos vampiros em si, confesso que não achei muita graça ao facto deeles brilharem sob o sol mas é uma escolha da autora.
O problema foi a partir do meio do livro, logo depois de a Bella e o Edward terem assumido o seu amor um pelo outro (a cena do brilho ao sol). A partir daqui tudo ficou lamechas e previsível. O Edward mostrou ser um stalker de 1ª, e ela, em vez de ficar assustada por esse facto, não, até achou muito romântico … pois!
Depois o aparecimento do inimigo, que pareceu um pouco forçada, para avançar o enredo, sem nunca aprofundar as personagens maquiavélicas.
E aquele jogo de basebol … huh … sem comentários!
Mas o que mais me deixou insatisfeita, mesmo, foi o nem sequer nos ser mostrado o confronto final. O boss foi derrotado e nós nem sabemos como.
A história melhora um pouco no último capítulo, mas não o suficiente para fazer esquecer meio livro. A Bella, por mais rebelde que pudesse ser, não foi nada realista no sentido em que aceitou demasiado bem o facto de ele ser um vampiro. Quer dizer, ele passava a a vida a dizer-lhe que era perigoso e ela nada!
Outra coisa que me fez um pouco de “comichão” foi o facto de a Bella, ser uma rapariga vulgar, sem nenhum trato acima do normal (dito pela própria autora) e mesmo assim todos os rapazes andarem atrás dela (dito pelo Edward). Desculpem mas não me parece plausível.
E mais … o Edward tinha confessado que os vampiros não se controlam assim que sentem ou vêem o sangue da vítima. Então como é que todos eles (7) conseguiram se conter quando a Bella estava a sangrar por todos os lados? Não é nada credível!
Quanto à escrita da autora, e ao contrário do que muitos dizem, a mim não me aborreceu. Aela tem uma escrita simples e directa, mas eu até gosto de coisas simples. Não adorei, mas não me incomodou de forma alguma a forma como ela escreveu.
Bem … confesso … até gostei de ler, mas mais por causa da primeira parte que me deu esperanças que talvez o próximo livro se redima. Vou ler, por curiosidade mais do que outra coisa. Só espero não sair desapontada.
Primeiramente publicado no Caneta, Papel e Lápis (2009/03/04).
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