quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Como fazer amigos e influenciar pessoas

"Como fazer amigos e influenciar pessoas" de Dale Carnegie (Civilização Editora)


Sinopse:
Livro é voltado para a arte de se relacionar com as pessoas, técnicas simples, porém, de extrema eficácia nos relacionamentos interpessoais. Com experiências vivenciadas pelo próprio autor e outras ocorridas em sua época por pessoas a sua volta, Dale Carnegie, em linguagem simples, ensina a arte nos relacionamentos.

Opinião:
A ideia por detrás do livro é boa e a maioria das exposições que o autor faz são acertadas – notem: “a maioria”, pois sinto-me inclinada a discordar com algumas.
Agora, algo que não posso de todo ignorar é a tradução.
Tenho uma edição antiga do livro (1996) e devo dizer que, em certas alturas, zanguei-me com o livro por causa da fraca tradução. Senti-me como se estivesse a ler um livro em Brasileiro, de tão não portuguesa (nativa) que era a linguagem. É certo que isto só ocorreu algumas vezes, mas foram o suficientes para se tornarem irritantes.
Gostei de o facto do autor referir que não está a tentar ensinar ninguém a fingir sentir o que não sente para assim conseguir chegar mais longe, e que, só as pessoas com sentimentos verdadeiros conseguirão esse sucesso (um pouco idealista, mas bonito de se ler).
Em contrapartida, não posso deixar de referir que, num dos últimos capítulos, o texto foi um pouco sexista, incriminando as mulheres de serem as maiores perpetuadoras do fim dos casamentos (como se …).
E não posso concordar (entre outras coisas) com a afirmação “Aceite o seu companheiro tal como ele é”. Para mim esta convicção é idealista e irresponsável. Quer então dizer que devemos aceitar um parceiro violento, porque bem, ele é assim e temos de o aceitar. Não! Os parceiros devem-se ajudar mutuamente a tornarem-se melhores, sem quererem impingir nada, mas desde que seja para melhor, não há que aceitar, há mas é que convidar à mudança!
Bem, no fundo este livro diz-nos aquilo que já sabemos. Sim! O mundo seria melhor se todos seguíssemos os seus conselhos, mas como em tudo na vida, a perfeição não existe e por isso não caio na asneira de sonhar que exista um ser humano tão harmonioso que se possa gabar de possuir todas estas qualidades. Mas! Isso não denigre o facto de podermos e devermos aceitar e ponderar sobre muito do que fala este livro.

Uma leitura agradável e não muito exigente, que nos faz pensar um pouco, mas que, como grande parte dos livros de auto-ajuda, na realidade não nos diz nada que nós (como seres humanos conscientes), não saibamos de ante-mão.

Primeiramente publicado no Caneta, Papel e Lápis (2009/01/01).

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