quinta-feira, 28 de julho de 2011

Palavras Escuras

"Palavras Escuras (Lords of the Underworld 4)", de Gena Showalter (publicado em Portugal pela Harlequin)

Sinopse:
Afinal, aquele demónio estava interessado em mais do que uma batalha... Sabin, preso ao demónio da Dúvida, destruía sem querer todas as suas amantes. Por essa razão, o guerreiro imortal passava a vida no campo de batalha em vez de no quarto. A vitória era a única coisa que lhe interessava… até que conheceu a tímida Gwen. Gwen, também imortal, sempre tinha pensado que se apaixonaria por um humano que não despertasse o seu lado obscuro. Mas quando Sabin a libertou da prisão, combater os seus inimigos para conseguir a caixa da Pandora não seria nada comparado com a batalha que ambos estavam prestes a iniciar...

Opinião:
O livro começou de imediato com acção, mas uma coisa eu não gostei: quando o Sabin começou a inspeccionar e descrever cada um dos seus companheiros. Eu percebo a intenção da autora ao fazê-lo, mas fez uma pausa absurda e algo cómica (no mau sentido) mesmo a meio de uma cena importante. Não fez grande sentido e cortou a acção.
Depois disso as coisas ficaram mais encarreiradas e desta vez a autora até nos mostrou mais do que se passava com os outros guerreiros, em vez de se focar exclusivamente no casal principal. Gostei muito do destaque dado ao Torin, à Cameo, ao Gideon, ao Paris e até ao Aeron (palpando já terreno para o próximo volume da série). Também foi bom ver o que se passava com os casais dos livros anteriores, e saber um pouco de como as suas relações estão a progredir, especialmente no caso da Anya.

Em termos do casalinho principal, Sabin e Gwen, posso dizer que não gostei por aí além do Sabin, embora o ache uma personagem forte e bem construída, a verdade é que ele é demasiado 'duro' e focado na guerra. Já a Gwen (que de tímida não tem nada, ao contrário do nome), gostei da personalidade dela, diferente das mulheres anteriores, mas do que não gostei, foi de a autora a ter poupado tanto. Afinal o que é a experiência dela comparada com a das outras mulheres cativas? Achei que a personagem teria ganho muito mais personalidade se não tivesse sido tão 'sortuda'. Pareceu-me uma jogada segura da autora, em não a deixar ser abusada, embora tenha explicação, simplesmente não consigo ter tanta pena dela como talvez fosse desejável.
Embora insatisfeita com a relação, não posso negar que os dois me pareceram absolutamente perfeitos um para o outro. Dificilmente haveria escolha melhor.
No entanto, o que me levou a não gostar particularmente de nenhum dos dois, foi a escolha de ambos, em pôr o outro à frente da família e dos amigos (que são quase como família, no caso). Compreendo que estes livros sejam sobre o poder do amor, mas quando uma personagem põe em perigo amigos e família só por causa do amante que conheceu à meia dúzia de dias (especialmente quando essas mesmas personagens passam o livro a dizer que nada é mais importante que os amigos/família), bem ... digamos que fico a não gostar dessa personagem. Neste livro, ambos o fazem.

Em termos de desenvolvimento da trama central, existiram alguns desenrolares interessantes, especialmente em relação ao Galen, mas também no que diz respeito às crianças.
Infelizmente aquele final, apesar de estranhamente apropriado, merecia outro tipo de consequência (especialmente para o Sabin).

A escrita da autora mantém-se semelhante aos volumes anteriores. Acessível, sem grandes floreados.

Em suma, este foi mais um volume algo banal, em que as personagens principais não me cativaram de forma conveniente, e onde a história se desenvolveu bem em termos mitológicos, mas não tão bem como desejado em termos de enredo. Conseguiu ser um pouco melhor que o primeiro volume, mas não chegou para superar o terceiro (que apesar de não encher as medidas totalmente, ainda é o melhor até agora).
Esta série é o meu guilty-pleasure, por qualquer razão que não consigo descortinar, mas sei que o que me mantém a lê-la é o Paris (o único que pôs os amigos e família, à frente dos seus desejos pessoais) e só por ele e pela mitologia, continuarei a ler até ao dia que o livro dele seja escrito (ou talvez dê um salto até lá). No entanto não sei ao certo quando pegarei no volume seguinte, apesar do Aeron ser outra personagem que me intriga.

Como nota final tenho de dizer que esta história me lembrou demasiado o "The Warlord Wants Forever", de Kresley Cole  (um livro publicado alguns anos antes deste de Gena Showalter). E tendo eu notado demasiadas semelhanças desde o início, foi mais um motivo para eu não gostar muito deste livro. O da Kresley Cole é muito mais pequeno (podem lê-lo de graça aqui), mas consegue ainda mais sentimento que este.

Tradução:
O trabalho de tradução tem alguns momentos menos brilhantes, tendo algumas frases estranhas, troca de sexos,etc. Mas no geral lê-se de forma razoável (baixa).

Capa, Design e Edição:
Não é segredo nenhum que gosto muito das capas desta série (se calhar só a leio por isso mesmo :). Esta não é excepção. Sou biased no que diz respeito à cor roxa. Depois temos um modelo bem jeitoso, numa pose que demonstra força mas também vulnerabilidade, e como sempre adorei que se dessem ao trabalho de colocar a tatuagem no sítio correcto, e ainda lhe meteram o colar que a autora descreve no livro.Apesar de imaginar o Sabin com aspecto um pouco mais velho, acho que esta capa o representa bem.

1 comentário:

  1. As traduções são sempre um "calcanhar de Aquiles" :P
    Geralmente nunca correm bem e eu tenho um bocado de dificuldade em perceber a razão porque a nossa lingua é tão rica...
    Resta esperar que o próximo saia melhor :)

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