quinta-feira, 29 de setembro de 2011
Passatempo termina amanhã
Não se esqueçam que o Passatempo 100 Seguidores, do blog Floresta de Livros, termina já amanhã. Participem!
Booking Through Thursday - Em Voz Alta
1. What do you think of reading aloud/being read to? Does it bring back memories of your childhood? Your children’s childhood?
2. Does this affect the way you feel about audio books?
3. Do you now have times when you read aloud or are read to?
Não tenho grandes recordações de infância, por isso não sei ao certo se gostava que me lessem em voz alta, mas acredito que sim. Quem não gostava quando era criança?
Agora eu a ler para os outros, a história já se complica. Já várias pessoas me disseram que eu tenho uma boa entoação e que gostam de me ouvir contar histórias, mas a verdade é que cada vez pareço gostar menos de o fazer. Não ajuda o facto de eu não gostar de estar no centro das atenções, quer de conhecidos, mas muito menos de desconhecidos.
No entanto recordo-me ainda com carinho de quando a afilhada da minha mãe ia a nossa casa passar fins-de-semana e me pedia sempre para lhe contar histórias antes de adormecer. Somos ambas mais ou menos da mesma idade por isso gostávamos +/- das mesmas coisas. Nessa altura achava graça a ser eu a contar-lhe histórias e sei que anos mais tarde, quando ela voltou a dormir lá uma altura (já nós estávamos a entrar na idade adulta), me pediu a mesma coisa e eu já me senti mais ... tímida (chamemos-lhe assim), mas ela lá me convenceu a contar-lhe uma história, pelos velhos tempos.
Recentemente a única altura que me lembro de ter lido algo em voz alta, foi para a minha mãe, que na altura estava doente e me pediu que lhe lesse um dos meus livros (uma parte). Eu não queria nada, mas lá fui eu.
A verdade é que não me sinto à vontade por duas razões: Como não ouvimos a nossa voz da mesma forma que os outros nos ouvem , quando penso que estou a falar bem, se calhar os outros estão-me a ouvir numa voz esganiçada. não basta já a minha voz ser poderosa (e é!, de tal forma que quando me oiço nos gravações, assusto-me), ainda por cima não sei se estou a fazer as coisas bem. Isso dá-me um medo de falar para o público, que não consigo ultrapassar, embora com a idade esse medo tenha vindo a diminuir em parte.
Continuo a gostar que leiam para mim e normalmente gosto muito que os autores leiam uma parte das suas obras nas apresentações dos livros, por exemplo (ai se um dia for eu no lugar deles, nem quero imaginar), e nos livros de prosa não sou muito esquisita quanto à entoação, desde que não seja monótona. No entanto, no caso dos livros de poesia, vou ser sincera e dizer que poucos foram os autores que ouvi que souberam ler com sentimento os seus próprios poemas. Poderia ser do nervosismo, ou talvez não. A verdade é que para se entoar poesia é preciso, não só sentir as palavras, como expressá-las. E isso não é para qualquer um. Felizmente quando o fazem bem, fazem-no MESMO bem.
No caso dos audiobooks, já experimentei alguns e só um número relativamente reduzido me cativou realmente. É um risco porque, já que a maioria dos audioboks só tem um narrador, ou este/a é mesmo bom/a e sabe entrar na pele de todas as personagens que falam, ou então o audio-livro pode ser um desastre. Também é preciso que a voz seja minimamente reconhecível com a personagem que faz de narrador no livro original. Não vamos colocar uma mulher a narrar um homem ou um senhor de idade a narrar um adolescente. (a menos que sejam pessoas que realmente conseguem gesticular a voz, como há alguns talentosos).
Já em relação à terceira pergunta, normalmente não o faço com livros que estou a ler, mas de acordo com um dos conselhos do David Soares, de vez em quando, enquanto faço a revisão das minhas histórias, leio-as em voz alta para perceber a 'sinfonia' das palavras. Não o faço sempre, mas é um exercício que acho muito construtivo.
segunda-feira, 26 de setembro de 2011
As minhas folhas não caíram dessa árvore que és tu
"As minhas folhas não caíram dessa árvore que és tu", de Lúcia Vaz Pedro (Ideias & Rumos)
Sinopse:
Nesta obra a autora evidencia uma grande imaginação e uma assinalável capacidade de entrelaçar os fios da narrativa de modo a seduzir, envolver e alimentar permanentemente a curiosidade e o interesse do leitor em relação ao percurso vital de cada uma das personagens.
Opinião:
Deixem-me começar por dizer que, apesar de o título ser muito extenso, acho-o muito poético, além de fazer todo o sentido para o livro em questão.
Encontrei este livro por acaso, na Feira do Livro de Barcelos, no ano passado. Estava a um preço muito reduzido e lida a sinopse, achei-o interessante o suficiente para trazer para casa. Nunca tinha ouvido falar da obra, nem da autora, por isso iniciei a leitura um pouco às escuras.
Fiquei, logo de início, absorvida nas palavras que lia, quase poética na sua construção. No entanto, à medida que a narrativa avançava, apesar de a curiosidade ser crescente, também o era a confusão. Há livros que nos confundem de uma forma cíclica e que nós, enquanto leitores, até apreciamos; mas existem outros livros cuja trama se rebusca de tal forma que quase nos perdemos. Isto, num livro cuja premissa é tão simples e cuja história quase não tem complexidade (não há mistérios, nem grandes conflitos) é ainda pior, pois o leitor sente-se quase um estranho na história. O pior é concluir que esta confusão, que parece propositada da parte da autora, era absolutamente escusada e nada trouxe a favor da narrativa.
A escrita da autora é muito cuidada, diria quase bélica, mas por vezes é também bastante confusa. A autora alterna constantemente entre a perspectiva das personagens grande parte das vezes não o faz convenientemente. Isto fez-me bastante confusão ao longo do texto e foi uma grande pena, pois fora isso o texto estava muito bom. Também o facto de a autora saltar do passado para o presente e futuro, não ajudou muito a que a confusão se dispersasse.
Tenho ainda que dizer que, enquanto grande parte dos diálogos estavam muito bem conseguidos, outros momentos houve que criaram um certo desconforto, não pelo tema, mas por não parecerem naturais e estarem lá apenas para criarem um suspense desnecessário e por vezes até repetitivo. No entanto, é de repetir, que, na sua maioria, os diálogos estavam muito naturais.
Não fosse isto e o livro seria ainda melhor. Embora a história se salve por si só e acabemos por gostar de o ler, tenho consciência que teria realmente gostado muito mais dele não fossem estas confusões.
A história em si é um pouco idealista e confesso que não gostei particularmente do desfecho dado a certas personagens. O livro é sobre o perdão e nisso ressalvou-se, mas exactamente por isso perde alguma plausibilidade. No entanto, olhando num prisma de este tentar ser uma 'lição de vida' é um livro muito bonito (quase utópico em certos aspectos) e que traz ao de cima o pior, mas mais que tudo, o melhor das pessoas.
*spoiler* Este livro tem uma reviravolta muito à Eça de Queirós, que poderia ter sido mais surpreendente, mas que por culpa do modo narrativo, se adivinhou com muita facilidade (não sei se tal foi propositado, mas tirou algum brilho ao enredo).*fim de spoiler*
As personagens são muito bem exploradas e cada uma é individualizada de forma interessante e coerente. Apesar de, no caso do Miguel, a sua abrupta mudança ter ficado aquém do que poderia, caso a autora não tivesse saltado logo de uma fase muito má para uma fase muito boa. Ou seja, quase não houve transição e isso tornou a mudança demasiado conveniente (se bem que explicada pelo salto temporal, mas acho que deveria ter sido mais bem explicada).
Neste sentido, a minha personagem favorita foi o amigo de Miguel (cujo nome neste momento me escapa), que foi o que se manteve mais constante e razoável ao longo do livro.
Em suma, este foi um livro muito curioso, que me deu gosto ler, mas que poderia ter sido mais marcante, não fosse a escolha da autora em rebuscar (a meu ver, desnecessariamente) a acção. A história é muito bonita transmite uma mensagem sublime de perdão, mas isto torna-a também um pouco inverossímil e para os mais descrentes (na humanidade), o final será um pouco insatisfatório.
Uma leitura diferente e que me deixa com vontade de conhecer outros trabalhos da autora.
Capa (Soraia Pereira), Design e Edição:
É verdade que gosto muito do verde, mas não é só por isso que gosto muito desta capa. Além da ilustração ser muito simbólica em relação à história, julgo haver ali uma harmonia dos elementos. Embora a mulher (escultural) pouco tenha a ver com a história (ou não fosse a mulher mais falada uma idosa), decidi encará-lo como uma representação de uma Sofia mais nova. A conexão também é óbvia com o título e aí sim, a ilustração brilha realmente.
A edição está atenta, especialmente no papel usado (gloss), mas em termos de design, a formatação interior deixa bastante a desejar pois existiam parágrafos onde não deviam existir, e isso, apesar de não interferir na leitura, foi algo que sobressaiu, apesar de o livro em si (como objecto) estar primoroso.
---- Onde encontrar o livro : Goodreads- Wook - Livraria Leitura - CulturMinho -
Sinopse:
Nesta obra a autora evidencia uma grande imaginação e uma assinalável capacidade de entrelaçar os fios da narrativa de modo a seduzir, envolver e alimentar permanentemente a curiosidade e o interesse do leitor em relação ao percurso vital de cada uma das personagens.
Opinião:
Deixem-me começar por dizer que, apesar de o título ser muito extenso, acho-o muito poético, além de fazer todo o sentido para o livro em questão.
Encontrei este livro por acaso, na Feira do Livro de Barcelos, no ano passado. Estava a um preço muito reduzido e lida a sinopse, achei-o interessante o suficiente para trazer para casa. Nunca tinha ouvido falar da obra, nem da autora, por isso iniciei a leitura um pouco às escuras.
Fiquei, logo de início, absorvida nas palavras que lia, quase poética na sua construção. No entanto, à medida que a narrativa avançava, apesar de a curiosidade ser crescente, também o era a confusão. Há livros que nos confundem de uma forma cíclica e que nós, enquanto leitores, até apreciamos; mas existem outros livros cuja trama se rebusca de tal forma que quase nos perdemos. Isto, num livro cuja premissa é tão simples e cuja história quase não tem complexidade (não há mistérios, nem grandes conflitos) é ainda pior, pois o leitor sente-se quase um estranho na história. O pior é concluir que esta confusão, que parece propositada da parte da autora, era absolutamente escusada e nada trouxe a favor da narrativa.
A escrita da autora é muito cuidada, diria quase bélica, mas por vezes é também bastante confusa. A autora alterna constantemente entre a perspectiva das personagens grande parte das vezes não o faz convenientemente. Isto fez-me bastante confusão ao longo do texto e foi uma grande pena, pois fora isso o texto estava muito bom. Também o facto de a autora saltar do passado para o presente e futuro, não ajudou muito a que a confusão se dispersasse.
Tenho ainda que dizer que, enquanto grande parte dos diálogos estavam muito bem conseguidos, outros momentos houve que criaram um certo desconforto, não pelo tema, mas por não parecerem naturais e estarem lá apenas para criarem um suspense desnecessário e por vezes até repetitivo. No entanto, é de repetir, que, na sua maioria, os diálogos estavam muito naturais.
Não fosse isto e o livro seria ainda melhor. Embora a história se salve por si só e acabemos por gostar de o ler, tenho consciência que teria realmente gostado muito mais dele não fossem estas confusões.
A história em si é um pouco idealista e confesso que não gostei particularmente do desfecho dado a certas personagens. O livro é sobre o perdão e nisso ressalvou-se, mas exactamente por isso perde alguma plausibilidade. No entanto, olhando num prisma de este tentar ser uma 'lição de vida' é um livro muito bonito (quase utópico em certos aspectos) e que traz ao de cima o pior, mas mais que tudo, o melhor das pessoas.
*spoiler* Este livro tem uma reviravolta muito à Eça de Queirós, que poderia ter sido mais surpreendente, mas que por culpa do modo narrativo, se adivinhou com muita facilidade (não sei se tal foi propositado, mas tirou algum brilho ao enredo).*fim de spoiler*
As personagens são muito bem exploradas e cada uma é individualizada de forma interessante e coerente. Apesar de, no caso do Miguel, a sua abrupta mudança ter ficado aquém do que poderia, caso a autora não tivesse saltado logo de uma fase muito má para uma fase muito boa. Ou seja, quase não houve transição e isso tornou a mudança demasiado conveniente (se bem que explicada pelo salto temporal, mas acho que deveria ter sido mais bem explicada).
Neste sentido, a minha personagem favorita foi o amigo de Miguel (cujo nome neste momento me escapa), que foi o que se manteve mais constante e razoável ao longo do livro.
Em suma, este foi um livro muito curioso, que me deu gosto ler, mas que poderia ter sido mais marcante, não fosse a escolha da autora em rebuscar (a meu ver, desnecessariamente) a acção. A história é muito bonita transmite uma mensagem sublime de perdão, mas isto torna-a também um pouco inverossímil e para os mais descrentes (na humanidade), o final será um pouco insatisfatório.
Uma leitura diferente e que me deixa com vontade de conhecer outros trabalhos da autora.
Capa (Soraia Pereira), Design e Edição:
É verdade que gosto muito do verde, mas não é só por isso que gosto muito desta capa. Além da ilustração ser muito simbólica em relação à história, julgo haver ali uma harmonia dos elementos. Embora a mulher (escultural) pouco tenha a ver com a história (ou não fosse a mulher mais falada uma idosa), decidi encará-lo como uma representação de uma Sofia mais nova. A conexão também é óbvia com o título e aí sim, a ilustração brilha realmente.
A edição está atenta, especialmente no papel usado (gloss), mas em termos de design, a formatação interior deixa bastante a desejar pois existiam parágrafos onde não deviam existir, e isso, apesar de não interferir na leitura, foi algo que sobressaiu, apesar de o livro em si (como objecto) estar primoroso.
---- Onde encontrar o livro : Goodreads- Wook - Livraria Leitura - CulturMinho -
quinta-feira, 22 de setembro de 2011
Booking Through Thursday - Em Público
Do you carry books with you when you’re out and about in the world?Levo sempre um livro na bolsa, vá para onde vá. A excepção acontece apenas nas poucas vezes que são com o intuito único de tirar fotos, ou quando tenho a certeza de que não vou ter oportunidade para ler (ex: vou a um concerto). No caso das fotografias, como sou daquelas que está sempre a pressionar o botão da captura, não teria tempo para ler, mesmo que quisesse. No entanto, em todas as outras ocasiões o livro segue comigo, por isso ressinto-me bastante quando o livro é enorme e pesa como um tijolo. Não deixo de o levar por isso, mas custa.
And, do you ever try to hide the covers?
Quanto à segunda pergunta, estranhamente (ou não) de quando em vez lá acontece de eu tentar esconder uma capa. Não é que eu tenha vergonha de mostrar o que estou a ler. Tenho é vergonha da capa que os editores escolhem. Por vezes as capas são tão ridículas e tão ... explícitas, que se torna difícil ter a 'coragem' de o levantar e mostrar ao mundo. Ainda por cima como vivemos num pais onde pouca gente lê, sempre que estou a ler um livro há quem olhe para tentar 'cuscar'. Isto irrita-me imenso! Especialmente quando as pessoas são descaradas ao ponto de quase se colarem a nós. Não me importo que olhem e até que me perguntem sobre o livro, mas muitas pessoas parece que nos julgam. Ainda outro dia estava no dentista e queria sacar do livro para ler, mas nem o fiz porque a única outra pessoa que lá se encontrava, estava descaradamente a olhar para mim, de alto a baixo, como se fosse melhor que eu. Que nervos! Com tanto sítio para onde olhar. GRRRR!
Mas por norma não escondo as capas dos livros que leio e até os ostento com orgulho.
Nota: Curiosamente, hoje, o blog Book Chick City falou sobre capas "embaraçosas" nos romances. Podem ler aqui.
quarta-feira, 21 de setembro de 2011
O Dardo de Kushiel
"O Dardo de Kushiel (Kushiel 1)", de Jacqueline Carey (Saída de Emergência)
Sinopse:
Opinião:
Ganhei este livro no início deste ano e se demorei tanto a lê-lo foi por receio de não ser o momento certo para o fazer. Tinha consciência, mais ou menos, do que encontraria no livro, por isso não fiquei chocada com nenhum do conteúdo (para quem leu o "História de O", este até é bastante ameno), mas infelizmente o que esperava que me deslumbrasse, acabou por não o fazer. Mas vamos por partes.
A história em si não é do tipo que me cative. Tem muitos jogos de intriga, política e espionagem. Pouca acção e demasiadas incógnitas. Ainda assim a autora consegue manter o interesse, graças à sua escrita. Uma coisa que gostei muito na sua construção, foi a mitologia e a religião. Tudo neste livro foi claramente pensado ao pormenor, não só em termos religiosos, mas politico-sociais e parece que a autora tem um grande orgulho neste seu 'mundo'. Apesar de achar que tudo está bem estruturado, houve algo que me impediu realmente de gostar desta sua criação e que está inerente ao próprio povo D'Angeline. A autora relata-nos um povo esbelto, em que todos são belezas dos céus, mas ainda assim Phédre passa metade do tempo a dizer como uma ou outra personagem são os mais belos que ela já avistou (isto muitas vezes). O conceito de beleza, como em tudo, é muito relativo, mas a autora quase que parece apreguar a sua definição de beleza (ou definições, plural), de tal forma que quando são introduzidos na trama os Skaaldi (um outro povo) a primeira característica que lhes é incutida é a sua fealdade (acompanhada da selvajaria). Compreendo que isto seja aos olhos da Phédre, mas senti quase como se a autora me estivesse a dar um sermão sobre a beleza física. Isto fez--me imensa impressão aquando a leitura.
Voltando à trama, pode dizer-se que este primeiro livro foi quase uma introdução. Os primeiros capítulos foram autênticos info-dumps (despejo de informação), que apesar de ser apresentada de forma muito natural e, de certa forma, até cativante, não deixou de ser um pouco demais.
Ainda assim acontecem várias coisas ao longo do livro, mas quase todas estão para além do campo de visão da protagonista e dessa forma são apresentadas de forma banal. Além disto as personagens são tantas que eu terminei o livro sem saber quem era quem (para além dos principais) e o facto de a maioria nunca aparecer realmente numa cena, além de ser meramente mencionada, não ajudou em nada a que o leitor fixasse nomes e os associasse a determinados acontecimentos.
Em relação às personagens, deve ser já claro que não gostei da Phédre, a protagonista. Isto fez com que a leitura se tornasse ainda mais difícil para mim já que tudo se passava pelos olhos dela. Pessoalmente não consigo sentir empatia com uma rapariga de 12 anos cujo maior (e único?) desejo parece ser o deixar de ser virgem e praticar o culto de Namaah (leia-se, prostituição). Queria apiedar-me dela, pelo seu passado, mas não consegui, graças à forma de ela ver a vida. Cheguei ao fim desta primeira parte, com a sensação de que a Phédre não tem personalidade.
Claro que gosto de personagens diferentes e enredos diferentes, chegando mesmo a gostar do próprio tema do culto do prazer, mas este livro não funcionou da forma que devia, especialmente porque não glorifica o culto do prazer, mais do que o torna banal e até desprezível. Não ajuda o facto de a 'condição' da Phédre ter uma explicação supostamente divina e de isso ser desculpa para ela não se conseguir controlar em certas situações. O que é feito da força de vontade? Do auto-domínio e disciplina que supostamente ela aprendeu ao longo da vida?
Felizmente as outras personagens eram mais interessantes, até mesmo os vilões. Os que mais apreciei foram Joscelyn, Hyacinthe e Delauney, além de Melisande (uma mulher que sabe o que quer).
Em contrapartida, o que me fez continuar a ler foi a magnífica escrita da autora, e a clara paixão que ela tem pelo mundo que criou. Daí que persista, na esperança que a Phédre amadureça (a nível intelectual) e a história ganhe interesse, apesar de o final deste livro já auspiciar grandes mudanças e mais envolvimento da Phédre na acção.
A escrita da autora é excelente. Muito rica e bela, sem chegar a ser cansativa. Claro que a tradução também está a par com a autora, caso contrário teria saído daqui um livro desastroso.
A autora apresenta-nos um mundo que quase podemos sentir, dedicando-se, no entanto, bastante mais à parte religiosa, política e social, do que propriamente a descrições paisagísticas, o que é uma grande perda, a meu ver, pois não "senti" os locais da mesma forma que "senti" a civilização.
Em suma, foi certamente um livro que ficou mais interessante nos capítulos finais, mas que pecou por um início fraco, demasiadas intrigas politico-religiosas, personagens a mais e especialmente uma protagonista com a qual é difícil nos identificarmos a qualquer nível. Ainda assim fica a vontade de ler o segundo volume ou não fosse este apenas metade do livro original), para saber qual o destino das personagens.
Sinceramente, esperava muito mais (mesmo quando as minhas expectativas não eram muito altas).
Tradução (Teresa Martins de Carvalho):
Um trabalho exímio e que parece quase impecável, salvo algumas repetições que surgem raras vezes nos textos. A tradutora esforçou-se por usar uma linguagem mais ... 'arcaica' (digamos assim), de forma a adequá-la ao tipo de história e, suponho, ao estilo original da autora.
Capa, Design e Edição:
A capa original (à direita) é muito simples e nada diz sobre a história. Daí nunca ter sido a minha favorita. Já a nova capa portuguesa (em cima, à esquerda) tem mais simbolismos. A capa vermelha, que tanto é mencionada no livro e a tatuagem que se vê nas costas da mulher. Apesar de a modelo não coincidir totalmente com as descrições da Phédre (protagonista), está fiel o suficiente para ser uma boa representação. Já a caveira, não está ali a fazer nada e não tem qualquer conexão com a história, salvo que existem algumas mortes no livro, mas a caveira parece-me um pouco exagerada, mesmo que tente simbolizar a suposta 'maldição' de Kushiel e do nome Phédre. Poderia até não incomodar nada, se fosse um pouco mais pequena e não se destacasse tanto. Dessa forma manteria algum simbolismo, mas não roubaria toda a atenção.
Nota: Ganhei este livro através do passatempo promovido pelo blog Páginas Desfolhadas e pela Saída de Emergência. Obrigada!
Sinopse:
TERRE D'ANGE é um lugar
de beleza sem igual. Diz-se que os anjos deram com a terra e a acharam
boa... e que a raça resultante do amor entre anjos e humanos se rege por
uma simples regra: ama à tua vontade.
Phèdre é uma jovem nascida com uma marca escarlate no olho esquerdo. Vendida para a servidão em criança, é comprada por Delaunay, um fidalgo com uma missão muito especial... Foi, também ele, o primeiro a reconhece-la como a eleita de Kushiel, para toda a vida experimentar a dor e o prazer como uma coisa só.
Phèdre é adestrada nas artes palacianas e de alcova, mas, acima de tudo, na habilidade de observar, recordar e analisar. Espia talentosa e cortesã irresistível, Phèdre tropeça numa trama que ameaça os próprios alicerces da sua pátria. A traição põe-na no caminho; o amor e a honra instigam-na a ir mais longe. Mas a crueldade do destino vai levá-la ao limite do desespero... e para além dele. Amiga odiosa, inimiga amorosa, assassina bem-amada; todas elas podem usar a mesma máscara reluzente neste mundo, e Phèdre apenas terá uma oportunidade de salvar tudo o que lhe é mais querido.
Phèdre é uma jovem nascida com uma marca escarlate no olho esquerdo. Vendida para a servidão em criança, é comprada por Delaunay, um fidalgo com uma missão muito especial... Foi, também ele, o primeiro a reconhece-la como a eleita de Kushiel, para toda a vida experimentar a dor e o prazer como uma coisa só.
Phèdre é adestrada nas artes palacianas e de alcova, mas, acima de tudo, na habilidade de observar, recordar e analisar. Espia talentosa e cortesã irresistível, Phèdre tropeça numa trama que ameaça os próprios alicerces da sua pátria. A traição põe-na no caminho; o amor e a honra instigam-na a ir mais longe. Mas a crueldade do destino vai levá-la ao limite do desespero... e para além dele. Amiga odiosa, inimiga amorosa, assassina bem-amada; todas elas podem usar a mesma máscara reluzente neste mundo, e Phèdre apenas terá uma oportunidade de salvar tudo o que lhe é mais querido.
*Este livro representa metade do romance original "Kushiel's Dart", estando a segunda parte publicada com o nome "A Marca de Kushiel".
Opinião:
Ganhei este livro no início deste ano e se demorei tanto a lê-lo foi por receio de não ser o momento certo para o fazer. Tinha consciência, mais ou menos, do que encontraria no livro, por isso não fiquei chocada com nenhum do conteúdo (para quem leu o "História de O", este até é bastante ameno), mas infelizmente o que esperava que me deslumbrasse, acabou por não o fazer. Mas vamos por partes.
A história em si não é do tipo que me cative. Tem muitos jogos de intriga, política e espionagem. Pouca acção e demasiadas incógnitas. Ainda assim a autora consegue manter o interesse, graças à sua escrita. Uma coisa que gostei muito na sua construção, foi a mitologia e a religião. Tudo neste livro foi claramente pensado ao pormenor, não só em termos religiosos, mas politico-sociais e parece que a autora tem um grande orgulho neste seu 'mundo'. Apesar de achar que tudo está bem estruturado, houve algo que me impediu realmente de gostar desta sua criação e que está inerente ao próprio povo D'Angeline. A autora relata-nos um povo esbelto, em que todos são belezas dos céus, mas ainda assim Phédre passa metade do tempo a dizer como uma ou outra personagem são os mais belos que ela já avistou (isto muitas vezes). O conceito de beleza, como em tudo, é muito relativo, mas a autora quase que parece apreguar a sua definição de beleza (ou definições, plural), de tal forma que quando são introduzidos na trama os Skaaldi (um outro povo) a primeira característica que lhes é incutida é a sua fealdade (acompanhada da selvajaria). Compreendo que isto seja aos olhos da Phédre, mas senti quase como se a autora me estivesse a dar um sermão sobre a beleza física. Isto fez--me imensa impressão aquando a leitura.
Voltando à trama, pode dizer-se que este primeiro livro foi quase uma introdução. Os primeiros capítulos foram autênticos info-dumps (despejo de informação), que apesar de ser apresentada de forma muito natural e, de certa forma, até cativante, não deixou de ser um pouco demais.
Ainda assim acontecem várias coisas ao longo do livro, mas quase todas estão para além do campo de visão da protagonista e dessa forma são apresentadas de forma banal. Além disto as personagens são tantas que eu terminei o livro sem saber quem era quem (para além dos principais) e o facto de a maioria nunca aparecer realmente numa cena, além de ser meramente mencionada, não ajudou em nada a que o leitor fixasse nomes e os associasse a determinados acontecimentos.
Em relação às personagens, deve ser já claro que não gostei da Phédre, a protagonista. Isto fez com que a leitura se tornasse ainda mais difícil para mim já que tudo se passava pelos olhos dela. Pessoalmente não consigo sentir empatia com uma rapariga de 12 anos cujo maior (e único?) desejo parece ser o deixar de ser virgem e praticar o culto de Namaah (leia-se, prostituição). Queria apiedar-me dela, pelo seu passado, mas não consegui, graças à forma de ela ver a vida. Cheguei ao fim desta primeira parte, com a sensação de que a Phédre não tem personalidade.
Claro que gosto de personagens diferentes e enredos diferentes, chegando mesmo a gostar do próprio tema do culto do prazer, mas este livro não funcionou da forma que devia, especialmente porque não glorifica o culto do prazer, mais do que o torna banal e até desprezível. Não ajuda o facto de a 'condição' da Phédre ter uma explicação supostamente divina e de isso ser desculpa para ela não se conseguir controlar em certas situações. O que é feito da força de vontade? Do auto-domínio e disciplina que supostamente ela aprendeu ao longo da vida?
Felizmente as outras personagens eram mais interessantes, até mesmo os vilões. Os que mais apreciei foram Joscelyn, Hyacinthe e Delauney, além de Melisande (uma mulher que sabe o que quer).
Em contrapartida, o que me fez continuar a ler foi a magnífica escrita da autora, e a clara paixão que ela tem pelo mundo que criou. Daí que persista, na esperança que a Phédre amadureça (a nível intelectual) e a história ganhe interesse, apesar de o final deste livro já auspiciar grandes mudanças e mais envolvimento da Phédre na acção.
A escrita da autora é excelente. Muito rica e bela, sem chegar a ser cansativa. Claro que a tradução também está a par com a autora, caso contrário teria saído daqui um livro desastroso.
A autora apresenta-nos um mundo que quase podemos sentir, dedicando-se, no entanto, bastante mais à parte religiosa, política e social, do que propriamente a descrições paisagísticas, o que é uma grande perda, a meu ver, pois não "senti" os locais da mesma forma que "senti" a civilização.
Em suma, foi certamente um livro que ficou mais interessante nos capítulos finais, mas que pecou por um início fraco, demasiadas intrigas politico-religiosas, personagens a mais e especialmente uma protagonista com a qual é difícil nos identificarmos a qualquer nível. Ainda assim fica a vontade de ler o segundo volume ou não fosse este apenas metade do livro original), para saber qual o destino das personagens.
Sinceramente, esperava muito mais (mesmo quando as minhas expectativas não eram muito altas).
Tradução (Teresa Martins de Carvalho):
Um trabalho exímio e que parece quase impecável, salvo algumas repetições que surgem raras vezes nos textos. A tradutora esforçou-se por usar uma linguagem mais ... 'arcaica' (digamos assim), de forma a adequá-la ao tipo de história e, suponho, ao estilo original da autora.
Capa, Design e Edição:
A capa original (à direita) é muito simples e nada diz sobre a história. Daí nunca ter sido a minha favorita. Já a nova capa portuguesa (em cima, à esquerda) tem mais simbolismos. A capa vermelha, que tanto é mencionada no livro e a tatuagem que se vê nas costas da mulher. Apesar de a modelo não coincidir totalmente com as descrições da Phédre (protagonista), está fiel o suficiente para ser uma boa representação. Já a caveira, não está ali a fazer nada e não tem qualquer conexão com a história, salvo que existem algumas mortes no livro, mas a caveira parece-me um pouco exagerada, mesmo que tente simbolizar a suposta 'maldição' de Kushiel e do nome Phédre. Poderia até não incomodar nada, se fosse um pouco mais pequena e não se destacasse tanto. Dessa forma manteria algum simbolismo, mas não roubaria toda a atenção.
Nota: Ganhei este livro através do passatempo promovido pelo blog Páginas Desfolhadas e pela Saída de Emergência. Obrigada!
sexta-feira, 16 de setembro de 2011
Booking Through Thursday - Replay
Have you ever finished a book and loved it so much you went right back and started re-reading it again?
(And obviously, if so, we want titles!)
Nunca o fiz nem nunca tive vontade. Bem, pelo menos que me lembre, na idade adulta. Claro que quando era mais nova li e reli os mesmos livros vezes seguidas, mas em termos literários mesmo, não me recordo de nenhum caso.
Normalmente prefiro deixar passar algum tempo antes de sequer voltar a repetir uma leitura, mas como nunca encontro tempo para reler livros, acabo por nunca chegar a fazê-lo, por mais que a vontade seja muita. Ponho-me de olhos na pilha enorme de livros que ainda tenho por ler e logo se me varre da ideia o conceito de releitura.
Um dia, talvez ... todos aqueles livros que quero revistar venham a ter a sua segunda oportunidade.
segunda-feira, 12 de setembro de 2011
Passatempo - 100 Seguidores
Eu queria fazer algo em grande e oferecer 3 a 4 livros, mas como o dinheirinho para os prémios vai sair do meu bolso, eu não me posso dar a esses 'luxos'. Vocês compreendem, certo?
Em alternativa, decidi então por outra forma de passatempo. Vou deixar que o vencedor escolha de entre 4 livros aquele que mais lhe interessa.
Os livros possíveis são:
"As Cidades Invisíveis", de Italo Calvino; [opinião]
"O Leitor", de Bernhard Schlink; [opinião]
"Sunshine", de Robin McKinley (em inglês); [opinião]
"Eternal Sabbath - volume 1", de Fuyumi Soryo (banda desenhada, em inglês). [sem opinião online]
Regras:
- O passatempo termina às 23:59 horas do dia 30 de Setembro de 2011;
- Só podem participar seguidores do blog (afinal é para lhes agradecer a eles, mas qualquer pessoa que se torne seguidora, pode também participar);
- Para os livros em português (Italo Calvino e Bernhard Schlink), só podem participar residentes em Portugal ou Ilhas. Para os restantes dois livros (Robin McKinley e Fuyumi Soryo), aceitam-se participações de qualquer país abrangido pelo BookDepository (consultem lista), incluindo Portugal, claro;
- Só se aceita uma participação por pessoa e por morada;
- Apenas haverá um vencedor, escolhido aleatoriamente através do site random.org.
PASSATEMPO ENCERRADO
NanoZine 3
"Um Erro várias culpas, de Ana C. Nunes
Este conto é da minha autoria e como tal é óbvio que não vou opinar sobre o mesmo. Deixo isso ao critério dos outros.
"Memórias de mim, pintadas por ti", de Miriam Fonseca
Uma história que se sente nas palavras, mas também no que fica por dizer. A prosa da autora é bastante bela e chega até a ser lírica em certos momentos.
Por último gostei muito do toque final, que deu à história outra dimensão.
"I kissed her goodbye", de Adeselna Davies (Ana Ferreira)
Disperso, mas cativante. É esta a forma como consigo definir este conto, embora tenha sentido falta de algo mais profundo, um pouco mais linear (em certos momentos), também é certo que gostei da forma como a escritora decidiu expor esta história.
"Rapto", de Leonora R. Campbell
Desde o início que este conto parecia sentir falta de algo mais. A escrita está bastante competente, mas é a evocação da acção e especialmente de sentimentos que torna esta história algo insípida. Apesar de os eventos serem apontados, a percepção que tive foi de lhe faltar vitalidade, emoção e algo que o tornasse distinto (já que a história em si é bastante básica). O que sobressai é somente um sufoco relacionado com uma sombra de indignação que parece conduzir todo o conto.
"O Cálice da vingança: parte III", de Adoa Coelho
Como seria de esperar, não tendo eu lido as anteriores duas partes desta história, senti-me realmente 'à nora'. Ainda assim posso dizer que gostei da prosa, embora não possa opinar de forma justa sobre a história, visto que me faltam trechos (terei de ler os números anteriores da fanzine).
"Noite", de Emanuel R. Marques
Curto. Demasiado curto. Mas mesmo assim, um verso que soa extremamente bem.
"O poeta nada ama", de Mariana Araújo
Não sou versada em poesia e devo confessar que o início deste poema não me cativou, mas a partir do meio realmente gostei pois pareceu-me que o tom se alterou solenemente.
"D. Quixote e a apologia da literatura", artigo de M.A.
Um artigo com uma visão que partilho, em parte. Muito pessoal, este texto, pareceu pecar por se desviar um pouco do parágrafo introdutório. Ainda assim foi curioso de ler e é verdade que muitos se esquecem de ler os clássicos, mas também não se devem ler apenas os clássicos. (embora, claro, mesmo eu sinta a necessidade de ler muitos mais clássicos do que os que leio)
Um artigo interessante.
Top 10 Livros para se consumir neste verão
Concordo com algumas escolhas, desconheço muitas e discordo com outras. No entanto está aqui uma lista curiosa, que consegue abranger vários ramos da literatura, desde os clássicos aos best-sellers.
No geral, foi uma fanzine bem organizada, onde apenas algumas gralhas escaparam à edição. Tem uma variedade interessante, tanto de ficção como de não-ficção e mostra que quem nela trabalha, realmente gosta do que faz.
Em termos de publicação (design) não notei nada de alarmante e acho que, no geral, fizeram um bom trabalho.Duas sugestões apenas: poderiam disponibilizar sites/blogs dos autores, caso estes existam; e também deixar um cantinho qualquer para dizerem que aceitam submissões. (a menos que me tenha falhado a existência de tal alerta).
quinta-feira, 8 de setembro de 2011
Booking Through Thursday - Em Fila
What are you reading now?
Would you recommend it?
And what’s next?
Por estes dias tenho estado a ler (quando tenho tempo, o que infelizmente tem acontecido raras vezes) o livro "O Dardo de Kushiel" de Jacqueline Carey.
Gostava de dizer que estou a adorar (pois queria mesmo adorá-lo), mas a verdade é que não estou. Os temas do livro e a própria personagem principal, Phédre, dão-me arrepios (dos muito desconfortáveis).Mas em contrapartida a escrita da autora é muito sonante.
Se recomendaria? Pelo que li até agora talvez não. Mas espero mudar de ideias até ao final do livro.
Os livros que vou ler a seguir, nem sei se devo mencionar, porque entretanto se calhar vou mudar de ideias (como é costume), mas os mais 'prementes' são "Graceling - O Dom de Katsa" de Kristin Cashore, "O Trono de Tiernan (Anders 3)" de Wolfgang Hohlbein e Heike Hohlbein, e ainda a revista NanoZine nº3.
Queria também ver se conseguia ler mais sequelas até ao final do ano, mas tenho andado com um ritmo muito lento de leituras por isso não me atrevo a especular os meus gostos daqui para a frente.
Nota: Nos comentários, caso decidam falar da saga de Kushiel, por favor tenham cuidado de não mencionar *spoilers* pois nem eu nem quem ainda não leu, iremos gostar de saber coisas que acontecem só no fim do livro. Obrigada.
sexta-feira, 2 de setembro de 2011
Contos de Terror do Homem-Peixe
"Contos de Terror do Homem-Peixe" , antologia com contos de Baptista-Bastos, João Tordo, João Seixas, Guilherme Trindade Filipe, João Barreiros, António de Macedo, David Soares, Fernando Ribeiro, Rui Zink, Possidónio Cachapa, Pedro Martins, com ilustrações de João Maio Pinto (Edições Chimpanzé Intelectual)
Sinopse:
Opinião:
De seguida fica uma pequena opinião relativa a cada um dos contos presentes na antologia. No final deixo também uma opinião mais geral.
"O Retirante" , de Baptista Bastos
Já li alguns contos de terror, mas acho que este foi dos poucos que realmente me deu arrepios. Ou não fosse ele contado de forma tão natural, tão directa, que as ideias do protagonista, quase que parecem as nossas.
A escrita do autor é bastante directa, sem grandes rodeios, mas que embeleza de forma quase brutal uma história tão bizarra (embora não irreal, como seria de desejar). Noutra nota, estranhei o não uso de parágrafos, embora tenha percebido a escolha do autor. Gostei deste conto, apesar da sua brevidade.
"Do Mal o Menos", de Rui Zink
Um estranho poema que faz uso de repetições várias, envolvendo o leitor em palavras sufocantes, quase claustrofóbicas. Apesar de no início ter estranhado, no fim gostei, não pela (a)moralidade do poema, mas sim pela forma com o autor o apresentou e o exprimiu.
"A Vizinhança", de Possidónio Cachapa
Uma história estranha, sobre estranhos que todos conhecemos de uma forma ou de outra. O autor criou um ambiente opressivo que realmente deixa o leitor em ‘pulgas’. Não esperava aquele desfecho e fiquei surpreendida, mas gostei pela sua aparente simplicidade.
"Réptil", de David Soares
Posso desde já dizer que goste mais deste conto do que d' "Um erro do Sol" (antologia Brinca Comigo!). Não só a escrita do autor se mostrou mais cativante como a história manteve consistência ao longo do conto. Só a extrema morbidez de certas cenas me deixou um pouco desconfortável, sendo que o autor decidiu recorrer ao grotesco de forma a chocar. Pessoalmente não gostei disso, mas do resto está um conto curioso.
"O Carrinho de Mão", de Pedro Martins
No início estranhei um pouco a prosa do autor, mas rapidamente me habituei e acabei mesmo por gostar da forma como contou esta história, especialmente porque não estava a contar com aquele final. muito bem arquitectado! Não que fosse inverossímil, mas o autor lançou um engodo ao leitor e depois deu-lhe a volta. Também apreciei a forma quase tranquila com que narrou todo o conto, tão contrastante com a brutalidade descrita.
"Broadmoor", de João Tordo
Embora tenha gostado bastante da narração do autor, achei que a história em si tinha muito pouca força e era bastante previsível. Não houve nenhum momento em que achasse o enredo mais que mediano, o que é uma pena já que a voz narrativa poderia ter sido muito mais bem aproveitada.
"Djinn", de João Seixas
Neste também estranhei o início, muito culpa de o autor recorrer a 'excessos' descritivos, usando por vezes palavras demais (e um pouco fora de contexto) para descrever coisas simples. Ou seja, pareceu que estava a querer dar lirismo a todas as frases, de tal forma que se tornou quase abusivo. Mas o 'quase' aqui também é palavra chave. Talvez por ser um conto e porque a partir de um certo momento o texto se tornou mais corridio, acabou por não ser exagerado.
No entanto acho ainda que o conto se estendeu demasiado. Apesar de ter gostado bastante da história, do conceito e das personagens, achei que foi demasiado extenso para o que narrou. Ainda assim valeu pelo protagonista e pelo próprio Djinn. Além disto gostei também do encadeamento das cenas.
"Tentáculos" de Guilherme Trindade Filipe
Achei esta história muito curiosa e contada de forma compassada, de maneira a manter o interesse do leitor Apesar de por vezes ser cómica, também soube meter medo nos momentos certos e a paranóia do protagonista era quase palpável através do papel.. O único defeito deste conto é o fim, que não me convenceu totalmente. Fora isso está muito bom.
"Dulce Claudina e a Casa Assombrada", de António de Macedo
A história deste conto, para mim é bastante interessante, mas a escrita do autor não lhe faz juz. Na verdade, faz-lhe, em certos momentos, como crítica social, mas noutros, perde-se em pormenores sem importância, que nada trazem à história, criando divagações que depois tiram impacto às cenas de real relevância para o enredo. Ainda assim gostei das personagens e da história central, assim como do horror embutido na narrativa, mas por outro lado achei o final insípido e inconsistente com o restante conto. Dá a sensação de que esta história faz parte de algo maior e que não passa de um membro mutilado, ao qual falta uma parte intrínseca.
"A Antena de Brejnev", de Fernando Ribeiro
Apesar de ter apreciado a decisão narrativa do autor, em criar uma expectativa no leitor, logo nos primeiros parágrafos, senti-me defraudada com o final. Não havia pistas que conduzissem o leitor e dessa forma acabei por ressentir-me com o final que parecia saído do nada. A escrita do autor é bastante interessante e até poética em partes, daí ficar a curiosidade de ler mais alguma coisa do também cantor, mas este conto mostrou-se apenas mediano.
"Se Acordar antes de Morrer", de João Barreiros
Já tinha lido este conto na antologia "Imaginários 2". Podem ler a opinião aqui.
Sendo, a meu ver, os contos mais fortes "O Retirante" e "O Carrinho de mão", esta antologia acaba por ser das melhores colectâneas que li até hoje, mantendo uma coesão bastante boa a nível de qualidade dos contos. Apesar de alguns serem pouco mais que medianos, a verdade é que não há nenhum que possa dizer que é mau. E isso acho que nunca disse de nenhuma antologia.
É também uma boa forma de conhecer a escrita de alguns autores do género fantástico e ler outros estreantes no género do terror. Além disso está acompanhado de belíssimas ilustrações.
Daí que recomende a fãs de horror, ou simples curiosos.
Capa e Ilustrações (João Maio Pinto):
A capa, apesar de muito boa, a meu ver não mostra todo o potencial do artista, que se vê realmente nas ilustrações interiores. Não penso que seja culpa de a ilustração da capa estar a cores (ao contrário das interiores), mas antes porque falta a esta capa o dinamismo e complexidade dos outros trabalhos. Ainda assim, acho que a capa ficou muito boa.
As ilustrações interiores estão absolutamente soberbas. Embora cada uma seja a representação do artista, é impossível não ficar de olhos grudados nos desenhos a tinta-da-china do artista. Além de fiéis às histórias, cada uma conta por si só uma história que o ilustrador pincelou com mestria.
Coordenação, Design e Edição:
Senti, antes de mais, a falta de uma nota introdutória por parte de quem coordenou a antologia. Uma explicação sobre como surgiu o projecto, qual o significado do título (eu, pessoalmente, tenho apenas uma vaga ideia que nem sei se é a correcta) e de como foram escolhidos os contos presentes na mesma. para mim esta é uma falha da antologia que só a enriqueceria, caso existisse.
Tal como referi, a nível de qualidade dos textos, esta é das poucas antologias que consegue ter um nível médio bastante elevado, daí achar que a coordenador e escolha dos textos foi muito boa. Ainda assim, alguns erros ortográficos passaram na revisão, o menor dos quais não será certamente o erro no título do conto do "João Barreiros". Ainda assim não são erros suficientes para denegrir o conjunto de contos incluídos na colectânea.
O design interior está muito bem composto e penso que tenha sido uma decisão propositada, a de colocar as ilustrações num local de cada conto, em que as mesmas acabassem por ser uma espécie de spoiler. Ou seja, em cada conto a ilustração aparecia antes da acção que retratava, criando assim no expectador um 'suspense' acrescido para tentar decifrar exactamente onde aquilo se iria passar.
Noutra nota, achei imensa piada as 'biografias' dos autores, Curiosamente criadas propositadamente para a antologia (ou pelo menos, dão a entender que sim).
Um vídeo promocional do livro, no programa Fuzz:
Sinopse:
Esta obra ímpar (
co-editada com o CTLX) pretende, com onze contos de alguns dos maiores
escritores portugueses da actualidade, homenagear um género que entre
nós tem tido pouca tradição – o “Terror” –, apesar de ter dado azo a
alguns dos maiores clássicos da literatura mundial, como sejam os
romances “Drácula”, de Bram Stoker, “Frankenstein”, de Mary Shelley, os
variadíssimos contos de Edgar Allan Poe e H.P. Lovecraft, ou mesmo os
incríveis romances de Stephen King.
O livro foi ainda precedido de um concurso literário inédito em Portugal, tendo os dois premiados, Pedro Martins e Guilherme Trindade Filipe, sido editados com os restantes autores: Baptista- -Bastos, Possidónio Cachapa, Rui Zink, João Tordo, Fernando Ribeiro, António de Macedo, João Barreiros, João Seixas e David Soares.
As fantásticas ilustrações saíram da mão do desenhador João Maio Pinto.
O livro foi ainda precedido de um concurso literário inédito em Portugal, tendo os dois premiados, Pedro Martins e Guilherme Trindade Filipe, sido editados com os restantes autores: Baptista- -Bastos, Possidónio Cachapa, Rui Zink, João Tordo, Fernando Ribeiro, António de Macedo, João Barreiros, João Seixas e David Soares.
As fantásticas ilustrações saíram da mão do desenhador João Maio Pinto.
Opinião:
De seguida fica uma pequena opinião relativa a cada um dos contos presentes na antologia. No final deixo também uma opinião mais geral.
"O Retirante" , de Baptista Bastos
Já li alguns contos de terror, mas acho que este foi dos poucos que realmente me deu arrepios. Ou não fosse ele contado de forma tão natural, tão directa, que as ideias do protagonista, quase que parecem as nossas.
A escrita do autor é bastante directa, sem grandes rodeios, mas que embeleza de forma quase brutal uma história tão bizarra (embora não irreal, como seria de desejar). Noutra nota, estranhei o não uso de parágrafos, embora tenha percebido a escolha do autor. Gostei deste conto, apesar da sua brevidade.
"Do Mal o Menos", de Rui Zink
Um estranho poema que faz uso de repetições várias, envolvendo o leitor em palavras sufocantes, quase claustrofóbicas. Apesar de no início ter estranhado, no fim gostei, não pela (a)moralidade do poema, mas sim pela forma com o autor o apresentou e o exprimiu.
"A Vizinhança", de Possidónio Cachapa
Uma história estranha, sobre estranhos que todos conhecemos de uma forma ou de outra. O autor criou um ambiente opressivo que realmente deixa o leitor em ‘pulgas’. Não esperava aquele desfecho e fiquei surpreendida, mas gostei pela sua aparente simplicidade.
"Réptil", de David Soares
Posso desde já dizer que goste mais deste conto do que d' "Um erro do Sol" (antologia Brinca Comigo!). Não só a escrita do autor se mostrou mais cativante como a história manteve consistência ao longo do conto. Só a extrema morbidez de certas cenas me deixou um pouco desconfortável, sendo que o autor decidiu recorrer ao grotesco de forma a chocar. Pessoalmente não gostei disso, mas do resto está um conto curioso.
"O Carrinho de Mão", de Pedro Martins
No início estranhei um pouco a prosa do autor, mas rapidamente me habituei e acabei mesmo por gostar da forma como contou esta história, especialmente porque não estava a contar com aquele final. muito bem arquitectado! Não que fosse inverossímil, mas o autor lançou um engodo ao leitor e depois deu-lhe a volta. Também apreciei a forma quase tranquila com que narrou todo o conto, tão contrastante com a brutalidade descrita.
"Broadmoor", de João Tordo
Embora tenha gostado bastante da narração do autor, achei que a história em si tinha muito pouca força e era bastante previsível. Não houve nenhum momento em que achasse o enredo mais que mediano, o que é uma pena já que a voz narrativa poderia ter sido muito mais bem aproveitada.
"Djinn", de João Seixas
Neste também estranhei o início, muito culpa de o autor recorrer a 'excessos' descritivos, usando por vezes palavras demais (e um pouco fora de contexto) para descrever coisas simples. Ou seja, pareceu que estava a querer dar lirismo a todas as frases, de tal forma que se tornou quase abusivo. Mas o 'quase' aqui também é palavra chave. Talvez por ser um conto e porque a partir de um certo momento o texto se tornou mais corridio, acabou por não ser exagerado.
No entanto acho ainda que o conto se estendeu demasiado. Apesar de ter gostado bastante da história, do conceito e das personagens, achei que foi demasiado extenso para o que narrou. Ainda assim valeu pelo protagonista e pelo próprio Djinn. Além disto gostei também do encadeamento das cenas.
"Tentáculos" de Guilherme Trindade Filipe
Achei esta história muito curiosa e contada de forma compassada, de maneira a manter o interesse do leitor Apesar de por vezes ser cómica, também soube meter medo nos momentos certos e a paranóia do protagonista era quase palpável através do papel.. O único defeito deste conto é o fim, que não me convenceu totalmente. Fora isso está muito bom.
"Dulce Claudina e a Casa Assombrada", de António de Macedo
A história deste conto, para mim é bastante interessante, mas a escrita do autor não lhe faz juz. Na verdade, faz-lhe, em certos momentos, como crítica social, mas noutros, perde-se em pormenores sem importância, que nada trazem à história, criando divagações que depois tiram impacto às cenas de real relevância para o enredo. Ainda assim gostei das personagens e da história central, assim como do horror embutido na narrativa, mas por outro lado achei o final insípido e inconsistente com o restante conto. Dá a sensação de que esta história faz parte de algo maior e que não passa de um membro mutilado, ao qual falta uma parte intrínseca.
"A Antena de Brejnev", de Fernando Ribeiro
Apesar de ter apreciado a decisão narrativa do autor, em criar uma expectativa no leitor, logo nos primeiros parágrafos, senti-me defraudada com o final. Não havia pistas que conduzissem o leitor e dessa forma acabei por ressentir-me com o final que parecia saído do nada. A escrita do autor é bastante interessante e até poética em partes, daí ficar a curiosidade de ler mais alguma coisa do também cantor, mas este conto mostrou-se apenas mediano.
"Se Acordar antes de Morrer", de João Barreiros
Já tinha lido este conto na antologia "Imaginários 2". Podem ler a opinião aqui.
Sendo, a meu ver, os contos mais fortes "O Retirante" e "O Carrinho de mão", esta antologia acaba por ser das melhores colectâneas que li até hoje, mantendo uma coesão bastante boa a nível de qualidade dos contos. Apesar de alguns serem pouco mais que medianos, a verdade é que não há nenhum que possa dizer que é mau. E isso acho que nunca disse de nenhuma antologia.
É também uma boa forma de conhecer a escrita de alguns autores do género fantástico e ler outros estreantes no género do terror. Além disso está acompanhado de belíssimas ilustrações.
Daí que recomende a fãs de horror, ou simples curiosos.
Capa e Ilustrações (João Maio Pinto):
A capa, apesar de muito boa, a meu ver não mostra todo o potencial do artista, que se vê realmente nas ilustrações interiores. Não penso que seja culpa de a ilustração da capa estar a cores (ao contrário das interiores), mas antes porque falta a esta capa o dinamismo e complexidade dos outros trabalhos. Ainda assim, acho que a capa ficou muito boa.
As ilustrações interiores estão absolutamente soberbas. Embora cada uma seja a representação do artista, é impossível não ficar de olhos grudados nos desenhos a tinta-da-china do artista. Além de fiéis às histórias, cada uma conta por si só uma história que o ilustrador pincelou com mestria.
Coordenação, Design e Edição:
Senti, antes de mais, a falta de uma nota introdutória por parte de quem coordenou a antologia. Uma explicação sobre como surgiu o projecto, qual o significado do título (eu, pessoalmente, tenho apenas uma vaga ideia que nem sei se é a correcta) e de como foram escolhidos os contos presentes na mesma. para mim esta é uma falha da antologia que só a enriqueceria, caso existisse.
Tal como referi, a nível de qualidade dos textos, esta é das poucas antologias que consegue ter um nível médio bastante elevado, daí achar que a coordenador e escolha dos textos foi muito boa. Ainda assim, alguns erros ortográficos passaram na revisão, o menor dos quais não será certamente o erro no título do conto do "João Barreiros". Ainda assim não são erros suficientes para denegrir o conjunto de contos incluídos na colectânea.
O design interior está muito bem composto e penso que tenha sido uma decisão propositada, a de colocar as ilustrações num local de cada conto, em que as mesmas acabassem por ser uma espécie de spoiler. Ou seja, em cada conto a ilustração aparecia antes da acção que retratava, criando assim no expectador um 'suspense' acrescido para tentar decifrar exactamente onde aquilo se iria passar.
Noutra nota, achei imensa piada as 'biografias' dos autores, Curiosamente criadas propositadamente para a antologia (ou pelo menos, dão a entender que sim).
Um vídeo promocional do livro, no programa Fuzz:
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quinta-feira, 1 de setembro de 2011
Booking Through Thursdays - Tempo Tempestuoso
While my town dries out of record-setting, epic flooding from Hurricane Irene, let me ask you:
Estranhamente não me recordo de nenhum. Bem, à excepção de mangas, porque nesses o expoente máximo é o "Dragon Head" de Minetaro Mochizuke, onde temos terramotos, vulcões, e demais catástrofes de extensão apocalíptica.
Depois lembro-me das chuvas torrenciais que aconteceram no livro "A Filha da Floresta" da Juliet Marillier, exactamente quando os protagonistas precisavam de sair de uma alhada (esta bizarra coincidência foi explicada). Também o tornado criado por uma certa feiticeira em "Os Guardiães da Noite" de Sergey Lukyanenko me vem à memória, mas de resto nada mais.
Fora isso, não me recordo de nenhum, mas talvez me esteja a esquecer de algo importante ...
What’s your book with weather events? Hurricanes? Tornadoes?
Blizzards? Real? Fiction? Doesn’t matter … weather comes up a lot in
books, so there’s got to be a favorite somewhere, huh?
Estranhamente não me recordo de nenhum. Bem, à excepção de mangas, porque nesses o expoente máximo é o "Dragon Head" de Minetaro Mochizuke, onde temos terramotos, vulcões, e demais catástrofes de extensão apocalíptica.
Depois lembro-me das chuvas torrenciais que aconteceram no livro "A Filha da Floresta" da Juliet Marillier, exactamente quando os protagonistas precisavam de sair de uma alhada (esta bizarra coincidência foi explicada). Também o tornado criado por uma certa feiticeira em "Os Guardiães da Noite" de Sergey Lukyanenko me vem à memória, mas de resto nada mais.
Fora isso, não me recordo de nenhum, mas talvez me esteja a esquecer de algo importante ...
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