"Fénix, nº 0", fanzine
Esta é uma fanzine dedicada à divulgação da fantasia, Ficção Científica e do Horror, constituída apenas de contos de variados autores portugueses, com organização de Álvaro de Sousa Holstein.
Começa com um editorial do organizador/coordenador, que relata como tudo começou e como, uma ano depois, a fanzine ganhou forma.
Opinião:
"O satélite de Natal", de João de Mancelos
No início do conto, confesso que fiquei apreensiva, pois a escrita não me cativou (especialmente alguns dos termos usados), no entanto as reviravoltas que o autor subtilmente introduziu na história, foram simplesmente 'deliciosas' (permitam-me o termo). Cheguei ao fim com um sorriso no rosto, pois achei a ideia muito interessante e bem executada, se bem que a nível de escrita poderia ser ainda mais aprimorada (não que esteja mal, mas poderia ser mais intuitiva).
"A gloriosa raça das ratazanas", de Joel Puga
A história está bastante bem pensada e fez-me recordar o "encantador de ratos" dos irmãos Grimm. Imagino que se tenha baseado na fábula, e nesse aspecto conseguiu utilizá-la bem. No entanto, a prosa não me apaixonou, chegando mesmo a roçar o monótono. Pareceu-me que de início tentou contar coisas que não precisavam realmente ser contadas, e a acção do meio e fim perdeu-se um pouco, não por falta dela, mas por falta de convicção das palavras. Contudo, graças à trama, o conto leu-se bem.
"Os pilares", de José Manuel Morais
A escrita maravilhosa do autor, fez com que o tema passasse para segundo plano, ganhando a prosa uma vida própria. Fiquei rendida desde as primeiras frases, mas felizmente também a história conseguiu manter o interesse, embora as palavras fossem a sua verdadeira força. José Manuel Morais é um autor a manter debaixo de olho.
"O velho das terças-feiras", de José Pedro Cunha
Achei este conto extremamente pitoresco e muito bem contado. Pareceu-me quase uma daquelas histórias que nos contam nas aldeias, e a escrita do autor conseguiu captar muito bem esse ritmo narrativo. Noutra nota, é engraçado notar como este conto é tão tipicamente português, nos cenários que descreve.
"O roubo dos figos", de Marcelina Gama Leandro
Mal se inicia a leitura do conto, sente-se também uma presença Lusa que é estranhamente reconfortante. A história é doce e curta, mas o fim deixou-me pouco satisfeita.
"E agora algo completamente diferente", de Regina Catarino
O conto em si não me surpreendeu tanto quanto o título parecia indicar, mas soltei uma gargalhada com a última frase. (Eu sei. Que crueldade!) Imagino que o estilo da narrativa tenha sido propositado e até funciona bem neste caso, mas pouco mostra do que autora poderá ter para dar enquanto escritora.
Crónica de Roberto Mendes
Embora já conhecesse praticamente tudo o que foi relatado na rubrica, não deixou de ser interessante lê-lo pelas palavras do próprio Roberto. Louvo o esforço tem feito e projectos que ele tem desenvolvido, mas também sei o que correu bem e o que ... nem por isso. Vale a pena ler para os que não conhecem.
Suplemento Pumba!, de Banrion
Ri-me com todas as páginas, sem excepção. Posso não conhecer uma ou duas das caras retratadas nesta sátira em forma de ilustrações, mas ainda assim as piadas não se perderam e forma bem retratadas pelo artista. Há que levar estas coisas pela piada.
No geral penso que foi uma fanzine bem conseguida, bem estruturada, e que publicou uma boa dose de contos interessantes. É certamente um projecto a seguir com interesse.
Só não li "Os pilares" de José Manuel Morais, para pena minha, pois tenho ouvido falar muito bem deste conto.
ResponderEliminarOlá Ana.
ResponderEliminarSó um pequeno reparo: o apelido do Joel é "Puga" e não "Pulga".
Um abraço,
João
João Rogaciano, já ando a ver pulgas. :D
ResponderEliminarIsso é cansaço...
ResponderEliminarCom as férias da Páscoa passa.
;)
Boa Páscoa!!
João Rogaciano, boa Páscoa também para ti.
ResponderEliminarBom dia,
ResponderEliminarFeliz Páscoa para começar.
Obrigada pelo post feito à Fénix e ao meu texto em particular. Dentro de 1 mês teremos uma nova Fénix "cá fora".
Cumprimentos,
Marcelina
Marcelina Gama, são boas notícias. E boa Páscoa.
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