Fevereiro foi mais um mês desastroso para a carteira (tenho mesmo de pôr um fim a estes gastos), e embora a maioria dos livros tenham sido de edições baratas que vinham com revistas, no caso dos mangas passou-se exactamente o contrário, mas a decisão foi minha (de os comprar todos ao mesmo tempo), pois estes estavam quase todos fora de circulação e não quis correr o risco de depois não os conseguir comprar.
Livros:
- Auto da Barca do Inferno & Auto da Alma, de Gil Vicente;
- Corpo Recusado / A Maresia e o Sargaço dos Dias, de Luísa DaCosta;
- Coração sem Abrigo / Produto Interno Lírico, de José Jorge Letria;
- O Eterno Efémero / Horas de Vidro, de Urbano Tavares Rodrigues;
- A Madona / Sonetos Românticos, de Natália Correia;
- A Rapariga que Brilha no Escuro, de Joshilym Jackson;
- Efeito Borboleta e Outras Histórias / Luz Indecisa, de José Mário Silva;
- VaporPunk, antologia luso-brasileira;
Mangas:
- Chrno Crusade - vol. 1 a 8, de Daisuke Moriyama;
segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011
quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011
Booking Through Thursdays - Algo Velho, Algo Novo
All other things being equal–do you prefer used books? Or new books? (The physical speciman, that is, not the title.) Does your preference differentiate between a standard kind of used book, and a pristine, leather-bound copy?
No geral gosto de livros novos, porque estão intactos e porque sei que na minha mão ficarão em muito bom estado por muito tempo (tenho sempre muito cuidado ao ler os livros). No entanto, um livro usado não me assusta, nem sequer quando já não tem capa. Claro que não gosto de livros amassados, sem páginas (quase que mutilados) e dificilmente compraria um nessas condições, mas já por várias vezes comprei livros muito usados e com aspecto de tal. Ainda no ano passado, nas feiras do livro, comprei vários e não me arrependo, especialmente porque estes se podem comprar a preços muito mais acessíveis e, se estiverem em condições de ser lidos (e não comidos pelos bichos) até dá gosto ler uma das edições mais antigas. Já para não falar que muitos livros só podem mesmo ser adquiridos desta forma, já que há muito estão fora de circulação.
Também tenho um gosto especial por um livro velho, não só por saber que muitos são mais antigos que eu, ou sequer que os meus pais, mas porque é sempre um prazer folhear um livro que já tem histórias para contar além daquelas que estão gravadas nas suas páginas.
Acho que livro antigo de capa dura só tenho um: "Rebbeca", de Daphne du Maurier, e a única coisa relativamente nova no livro é mesmo a capa, porque o interior vê-se bem que é muito antigo (as folhas até têm marcas de humidade e não há sequer menção da data da edição). No entanto, não sei se este será o livro mais antigo cá em casa (parece-me que não).
Certamente não tenho nada com um século de idade, mas alguns andam lá perto. O "Coração" de Edmundo Amicis tem para lá de meio século (bem mais).
Por isso, se prefiro livros novos, a verdade é que gosto também de comprar velhos (desde que não estejam todos rabiscados, e estejam mais ou menos estimados). Perguntem à minha mãe! Eu até já lhe 'surripiei' alguns dos livros mais velhos que ela tem, só porque adoro olhar para eles e pegar neles. :)
quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011
A Nona Chave
"A Nona Chave (Mediator 2)", de Meg Cabot (Bertrand Editora)
Sinopse:
Opinião:
Há livros que lemos pelo conceito, outros que lemos pela escrita, e outros ainda que lemos pela diversão. este, definitivamente, encaixa-se na última.
Tendo lido o primeiro volume (Terra Sombria) já no final de 2008, ainda tinha bem presente na memória a personagem principal desta história, assim como alguns dos outros envolvidos. A autora torna muito fácil lembrarmos-nos deles, mesmo depois de todo este tempo.
As personagens mais constantes (que surgem de volume para volume) são muito interessantes, mas em contrapartida, as restantes personagens (que surgem num só volume), não têm qualquer dimensionalidade, sendo apenas banais no meio das restantes.
Ainda assim, a Suze, com o seu sarcasmo e vontade de ser normal, conseguiu tornar a narrativa bastante divertida. O Jesse, coitado, pouco apareceu, mas ainda assim marcou presença. Agora, uma personagem que gostei imenso foi o Padre, pois qualquer pessoa com mais de 40 anos que ouve: «Aquele homem foge da luz do sol, diz ter matado pessoas e olhou para pescoço», e pensa imediatamente VAMPIRO, merece um prémio. Especialmente quando é um Padre. :DE pensava eu que seria a Suze a sugerir isso (ela sendo a jovem no meio disto tudo), mas Não!, foi o Padre. Épico!
Outras cenas muito boas foram: a parte em que a Suze finalmente deu a mensagem ao Red, foi bem emotiva; já para não falar de toda a situação com o Spike; e claro, a cena no carro entre a Suze, o Tad e o Jesse. Rebolei-me a rir.
O mistério central até foi bem conseguido, com várias reviravoltas e cenas realmente hilariantes no meio da confusão que a vida da Suze acaba por ser. As pistas foram bem colocadas (embora não se entenda porque nenhum dos fantasmas na vida da Suze lhe deram mais ajuda). No entanto, o vilão principal era muito ... banal. Não é que soubesse logo à partida quem ele era, mas faltou-lhe carisma. Já o pai do Tad, esse homem com falta de certos parafusos, fez-me rir várias vezes. Mas bem, não podemos chamar aquilo de vilão, pois não?
Já quanto à escrita da autora, mantenho a opinião do volume anterior. é simples, acessível, mas não simplista em demasia. Claro que, como a história é contada do ponto-de-vista da Suze, é de esperar que seja um pouco juvenil e, por vezes, mesmo irritante («Ai que ele tem uns peitorais tão giros! Não me importava nada de pousar a cabeça no peito dele» - VERÍDICO). Compreendem onde quero chegar, certo?
Já agora, alguém me explica como é que uma rapariga, que diz ser de família média, consegue vestir Armani e Betsy Johnson? Mas mais que isso ... o que me interessa a marca de roupa que ela usa? Era nesses momentos que me relembrava que estava a ler um livro para jovenzinhas, que só pensam em moda e namorados. *sigh* Este tipo de coisa datam tanto os livros. Oh, Meg, os seus livros podiam muito bem sobreviver sem este tipo de referências pop.
Uma coisa não gosto nada na escrita da autora, e que na verdade me irrita um pouco, é o facto de ela interromper a fluidez dos diálogos para nos dizer algo óbvio sobre o que as personagens estão a fazer. Exemplo: «Tem cuidado - continuou - com esta mulher. A mulher que esteve aqui.» - ou seja, interrompeu a fala para dizer algo tão óbvio como «continuou». Qualquer um percebia isso ao ler. Pessoalmente adoro a escrita da autora, mas isto ... isto irrita-me! É quase como «João disse, Marta disse, Paula disse, etc.». Não faz sentido? Mais vale não pôr texto nenhum a acompanhar os diálogos, pois se não conseguirem, através do próprio diálogo, dar a entender quem é a personagem a falar, então é mau sinal. Claro que quando é algo significativo, como «João passou um dedo pelo nariz, embaraçado«, ou coisa semelhante, então é bem vindo. Fora isso, não!
Em suma, foi uma delícia voltar a ler sobre a Suze, mesmo apesar de todas as referências pop que surgem no livro, a escrita da autora é muito boa e envolve o leitor, tornando impossível pousar o livro e não querer saber o que vem a seguir.
Tenho até vontade de pegar já nos volumes seguintes, mas para meu desagrado, a Bertrand deixou de publicar esta saga a partir do nº 4 (vai até ao 6) e ainda por cima trocou as capas a partir do nº3 (já para não falar que este está esgotado). Assim sendo, devo antes comprar os restantes em Inglês (com pena minha) e espero lê-los em breve.
Tradução (Sandra Esteves):
Não dei por grandes falhas, e, tendo em conta o tipo de narração em causa, acho que a tradutora fez um trabalho excelente e mal dei pela diferença entre o inglês (em que li o primeiro volume) e o português (deste 2º). Um bom trabalho de tradução (embora não tenha percebido porque teimava em meter o "Spike" em itálico. É só o nome de um gato! Mas, se calhar já vinha do original inglês, por isso não considero um 'erro').
Capa, Design e Edição:
Ao princípio não era grande fã destas capas, mas habituei-me a elas e agora até gosto. O problema é que é demasiado genérica. Nada indica sobre o que é o livro, e isso é mau para o comprador menos conhecedor, ou mesmo para angariar novos leitores.
O design, como é habitual, está bastante simples, mas é eficiente. A edição está bastante boa. Nada a assinalar. Só não gostei, mais uma vez, de o nome do ilustrador não ser mencionado em parte nenhuma do livros. Agora virou moda não dar crédito a quem é devido?
Sinopse:
«Os fantasmas não existem». Pelo menos, é o que pensa a comunidade científica. A estudante do 10º ano Susannah Simon adorava poder concordar com isso. Ela só vive na solarenga Califórnia há duas semanas, mas a sua vida já é um turbilhão de festas de piscina, dias maravilhosos e novos amigos. Oh, sim... e os seus meios-irmãos. Mas, de resto, tudo corre fabulosamente bem. Até o fantasma de uma mulher lhe aparecer à cabeceira, a gritar e a suplicar a Suze que encontre "Red" e lhe diga que não foi ele o responsável pela sua morte. Investigar um homicídio não é exactamente fácil, especialmente quando as pistas que Suze vai juntando apontam directamente para o pai de Tad Beaumont, o rapaz mais giro e mais rico da escola... e o primeiro rapaz que alguma vez convidou Suze para sair.
Opinião:
Há livros que lemos pelo conceito, outros que lemos pela escrita, e outros ainda que lemos pela diversão. este, definitivamente, encaixa-se na última.
Tendo lido o primeiro volume (Terra Sombria) já no final de 2008, ainda tinha bem presente na memória a personagem principal desta história, assim como alguns dos outros envolvidos. A autora torna muito fácil lembrarmos-nos deles, mesmo depois de todo este tempo.
As personagens mais constantes (que surgem de volume para volume) são muito interessantes, mas em contrapartida, as restantes personagens (que surgem num só volume), não têm qualquer dimensionalidade, sendo apenas banais no meio das restantes.
Ainda assim, a Suze, com o seu sarcasmo e vontade de ser normal, conseguiu tornar a narrativa bastante divertida. O Jesse, coitado, pouco apareceu, mas ainda assim marcou presença. Agora, uma personagem que gostei imenso foi o Padre, pois qualquer pessoa com mais de 40 anos que ouve: «Aquele homem foge da luz do sol, diz ter matado pessoas e olhou para pescoço», e pensa imediatamente VAMPIRO, merece um prémio. Especialmente quando é um Padre. :DE pensava eu que seria a Suze a sugerir isso (ela sendo a jovem no meio disto tudo), mas Não!, foi o Padre. Épico!
Outras cenas muito boas foram: a parte em que a Suze finalmente deu a mensagem ao Red, foi bem emotiva; já para não falar de toda a situação com o Spike; e claro, a cena no carro entre a Suze, o Tad e o Jesse. Rebolei-me a rir.
O mistério central até foi bem conseguido, com várias reviravoltas e cenas realmente hilariantes no meio da confusão que a vida da Suze acaba por ser. As pistas foram bem colocadas (embora não se entenda porque nenhum dos fantasmas na vida da Suze lhe deram mais ajuda). No entanto, o vilão principal era muito ... banal. Não é que soubesse logo à partida quem ele era, mas faltou-lhe carisma. Já o pai do Tad, esse homem com falta de certos parafusos, fez-me rir várias vezes. Mas bem, não podemos chamar aquilo de vilão, pois não?
Já quanto à escrita da autora, mantenho a opinião do volume anterior. é simples, acessível, mas não simplista em demasia. Claro que, como a história é contada do ponto-de-vista da Suze, é de esperar que seja um pouco juvenil e, por vezes, mesmo irritante («Ai que ele tem uns peitorais tão giros! Não me importava nada de pousar a cabeça no peito dele» - VERÍDICO). Compreendem onde quero chegar, certo?
Já agora, alguém me explica como é que uma rapariga, que diz ser de família média, consegue vestir Armani e Betsy Johnson? Mas mais que isso ... o que me interessa a marca de roupa que ela usa? Era nesses momentos que me relembrava que estava a ler um livro para jovenzinhas, que só pensam em moda e namorados. *sigh* Este tipo de coisa datam tanto os livros. Oh, Meg, os seus livros podiam muito bem sobreviver sem este tipo de referências pop.
Uma coisa não gosto nada na escrita da autora, e que na verdade me irrita um pouco, é o facto de ela interromper a fluidez dos diálogos para nos dizer algo óbvio sobre o que as personagens estão a fazer. Exemplo: «Tem cuidado - continuou - com esta mulher. A mulher que esteve aqui.» - ou seja, interrompeu a fala para dizer algo tão óbvio como «continuou». Qualquer um percebia isso ao ler. Pessoalmente adoro a escrita da autora, mas isto ... isto irrita-me! É quase como «João disse, Marta disse, Paula disse, etc.». Não faz sentido? Mais vale não pôr texto nenhum a acompanhar os diálogos, pois se não conseguirem, através do próprio diálogo, dar a entender quem é a personagem a falar, então é mau sinal. Claro que quando é algo significativo, como «João passou um dedo pelo nariz, embaraçado«, ou coisa semelhante, então é bem vindo. Fora isso, não!
Em suma, foi uma delícia voltar a ler sobre a Suze, mesmo apesar de todas as referências pop que surgem no livro, a escrita da autora é muito boa e envolve o leitor, tornando impossível pousar o livro e não querer saber o que vem a seguir.
Tenho até vontade de pegar já nos volumes seguintes, mas para meu desagrado, a Bertrand deixou de publicar esta saga a partir do nº 4 (vai até ao 6) e ainda por cima trocou as capas a partir do nº3 (já para não falar que este está esgotado). Assim sendo, devo antes comprar os restantes em Inglês (com pena minha) e espero lê-los em breve.
Tradução (Sandra Esteves):
Não dei por grandes falhas, e, tendo em conta o tipo de narração em causa, acho que a tradutora fez um trabalho excelente e mal dei pela diferença entre o inglês (em que li o primeiro volume) e o português (deste 2º). Um bom trabalho de tradução (embora não tenha percebido porque teimava em meter o "Spike" em itálico. É só o nome de um gato! Mas, se calhar já vinha do original inglês, por isso não considero um 'erro').
Capa, Design e Edição:
Ao princípio não era grande fã destas capas, mas habituei-me a elas e agora até gosto. O problema é que é demasiado genérica. Nada indica sobre o que é o livro, e isso é mau para o comprador menos conhecedor, ou mesmo para angariar novos leitores.
O design, como é habitual, está bastante simples, mas é eficiente. A edição está bastante boa. Nada a assinalar. Só não gostei, mais uma vez, de o nome do ilustrador não ser mencionado em parte nenhuma do livros. Agora virou moda não dar crédito a quem é devido?
segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011
Irresistible Forces
"Irresistible Forces", de Brenda Jackson (ainda não publicado em Portugal)
Sinopse:
Opinião:
Vou fazer uma confissão. A única razão (impulsiva) porque comecei a ler este livro, foi pela premissa altamente ridícula. Senão vejamos: Uma mulher de sucesso, com 25 anos, decide que quer ser mãe, sem ter de levar um marido 'às costas'. Ela decide então convidar um dos seus cliente (um homem muito rico e lindo de morrer) para ser o pai do seu rebento, com uma semana de sexo intenso incluído no ménu.
Digam lá que esta premissa não é brilhantemente idiota!
E por esta mesma razão, ri-me imenso coma primeira parte do livro. Aquilo bem tentava ser sério, mas eu não consegui levar as personagens a sério. Quero dizer ... há maneira mais simples de ter um bebé sem envolver casamento.
Achei uma graça imensa à seriedade da Taylor quando propôs ao Dominic que fizessem um filho. Era como se fosse um negócio!(aliás, a própria não se coibiu de dizer exactamente isso) Sinceramente, a mulher tinha 25 anos e estava com pressa para ter filhos. Isso faz sentido? Não! Se tivesse trinta e muitos, aí sim, agora 25? Está na flor da idade! Qual é a pressa? O impulsivismo dela, apesar de já ter idade para ter juízo, faz apenas com que ela pareça uma daquelas adolescentes mimadas que acha que ser mãe é muito "cool".
Infelizmente, nenhum dos protagonistas foi interessante o suficiente. Ela parecia uma inconsequente, e ele um eterno insatisfeito sexual.Além do mais, ambos eram demasiado unidimensionais para que realmente criássemos um laço com eles.
Infelizmente, todas as cenas que formaram a relação dos dois foram contadas de rompante. Ou seja, autora demorava-se imenso tempo na cenas picantes, mas quando os dois estavam interagir, a conhecerem-se e a 'conectarem-se' ela apenas nos dava um resumo de um parágrafo, que nada fazia para nos fazer acreditar que os dois estivessem a desenvolver algo mais que luxúria um pelo outro.
E tenho de dizer isto: O facto de eles constantemente pensarem "Está na hora de fazer um bebé", simplesmente não é sexy! Em outras circunstâncias, talvez o fosse, mas com estes dois ... não!, não funciona.
*Spoiler* Já agora, mas porque é que eles tiveram de se casar a correr? Não teve explicação nenhuma. «Marry me. Tomorrow!» Why?!? A família dela nem sequer assistiu à cerimónia, e para uma rapariga que preza tanto a família, não faz sentido nenhum. *Fim do Spoiler*
Quanto à escrita da autora, não gostei muito. Não é que desgostasse, mas não se destacou e as descrições demasiado frequentes, do corpo e da aparência física, assim como das roupas, enquanto que praticamente não havia descrições do meio envolvente, também não ajudou nada. E, mais que isso, o facto de a autora repetir muito as mesmas informações (como se houvesse muita coisa para dizer), tipo: «Never before had he wanted a woman the way he wanted Taylor.» - Eu não faço ideia de quantas vezes ele disse a mesma coisa no livro todo, mas deve ter sido pelos menos uma dúzia de vezes (especialmente na primeira metade).
As cenas mais escaldantes eram 'quentes', mas pouco satisfatórias, além de que se tornavam repetitivas muito depressa. Pessoalmente não gostei e achei especialmente anti-climática a primeira vez que os dois realmente chegaram a 'vias de facto'. Mas os diálogos (de todo o livro)... ai os diálogos eram Bleh! Pareciam saídos de um filme rasca, ou de uma cena de sedução barata.
Enfim, não gostei! O livro foi 80% sexo, 15% sobre pensar em sexo, e 5% de outras coisas, o que, pelas minhas contas, não lhe dá grandes bases de salvamento. Na verdade queria gostar deste livro, e se a autora conseguisse tornar credível a relação, então teria gostado, mas o máximo que consegui foi rir-me do ridículo de certas situações, e pouco mais. Foi um livro menos que medíocre, com personagens fracas e imaturas, pouco desenvolvimento e demasiado 'tempo de cama'. Gostei do facto de os protagonistas serem de cor, coisa que é muito raro se ver, mas pouco mais.
Sinopse:
One week of mind-blowing sex on a beautiful Caribbean island. Of all the business proposals financial tycoon Dominic Saxon has heard, Taylor Steele's is definitely the most tempting. All Taylor wants in return is for Dominic to father her baby. No strings, no commitments…just a mutually satisfying arrangement. Make that very satisfying. For a man with no intention of marrying again, it sounds ideal.
Opinião:
Vou fazer uma confissão. A única razão (impulsiva) porque comecei a ler este livro, foi pela premissa altamente ridícula. Senão vejamos: Uma mulher de sucesso, com 25 anos, decide que quer ser mãe, sem ter de levar um marido 'às costas'. Ela decide então convidar um dos seus cliente (um homem muito rico e lindo de morrer) para ser o pai do seu rebento, com uma semana de sexo intenso incluído no ménu.
Digam lá que esta premissa não é brilhantemente idiota!
E por esta mesma razão, ri-me imenso coma primeira parte do livro. Aquilo bem tentava ser sério, mas eu não consegui levar as personagens a sério. Quero dizer ... há maneira mais simples de ter um bebé sem envolver casamento.
Achei uma graça imensa à seriedade da Taylor quando propôs ao Dominic que fizessem um filho. Era como se fosse um negócio!(aliás, a própria não se coibiu de dizer exactamente isso) Sinceramente, a mulher tinha 25 anos e estava com pressa para ter filhos. Isso faz sentido? Não! Se tivesse trinta e muitos, aí sim, agora 25? Está na flor da idade! Qual é a pressa? O impulsivismo dela, apesar de já ter idade para ter juízo, faz apenas com que ela pareça uma daquelas adolescentes mimadas que acha que ser mãe é muito "cool".
Infelizmente, nenhum dos protagonistas foi interessante o suficiente. Ela parecia uma inconsequente, e ele um eterno insatisfeito sexual.Além do mais, ambos eram demasiado unidimensionais para que realmente criássemos um laço com eles.
Infelizmente, todas as cenas que formaram a relação dos dois foram contadas de rompante. Ou seja, autora demorava-se imenso tempo na cenas picantes, mas quando os dois estavam interagir, a conhecerem-se e a 'conectarem-se' ela apenas nos dava um resumo de um parágrafo, que nada fazia para nos fazer acreditar que os dois estivessem a desenvolver algo mais que luxúria um pelo outro.
E tenho de dizer isto: O facto de eles constantemente pensarem "Está na hora de fazer um bebé", simplesmente não é sexy! Em outras circunstâncias, talvez o fosse, mas com estes dois ... não!, não funciona.
*Spoiler* Já agora, mas porque é que eles tiveram de se casar a correr? Não teve explicação nenhuma. «Marry me. Tomorrow!» Why?!? A família dela nem sequer assistiu à cerimónia, e para uma rapariga que preza tanto a família, não faz sentido nenhum. *Fim do Spoiler*
Quanto à escrita da autora, não gostei muito. Não é que desgostasse, mas não se destacou e as descrições demasiado frequentes, do corpo e da aparência física, assim como das roupas, enquanto que praticamente não havia descrições do meio envolvente, também não ajudou nada. E, mais que isso, o facto de a autora repetir muito as mesmas informações (como se houvesse muita coisa para dizer), tipo: «Never before had he wanted a woman the way he wanted Taylor.» - Eu não faço ideia de quantas vezes ele disse a mesma coisa no livro todo, mas deve ter sido pelos menos uma dúzia de vezes (especialmente na primeira metade).
As cenas mais escaldantes eram 'quentes', mas pouco satisfatórias, além de que se tornavam repetitivas muito depressa. Pessoalmente não gostei e achei especialmente anti-climática a primeira vez que os dois realmente chegaram a 'vias de facto'. Mas os diálogos (de todo o livro)... ai os diálogos eram Bleh! Pareciam saídos de um filme rasca, ou de uma cena de sedução barata.
Enfim, não gostei! O livro foi 80% sexo, 15% sobre pensar em sexo, e 5% de outras coisas, o que, pelas minhas contas, não lhe dá grandes bases de salvamento. Na verdade queria gostar deste livro, e se a autora conseguisse tornar credível a relação, então teria gostado, mas o máximo que consegui foi rir-me do ridículo de certas situações, e pouco mais. Foi um livro menos que medíocre, com personagens fracas e imaturas, pouco desenvolvimento e demasiado 'tempo de cama'. Gostei do facto de os protagonistas serem de cor, coisa que é muito raro se ver, mas pouco mais.
sábado, 19 de fevereiro de 2011
As minhas estantes II
A Slayra lançou o desafio, e como eu andava já há uns tempos para mostrar as minhas novas estantes, aqui vai um post muuuuuuuuuuito longo (a sério!). E mais um aviso: como as minhas estantes eram um pouco largas e não se ia notar bem os livros com uma prateleira por foto, dividi cada uma em duas (por isso é que o post vai ser tão grande).
Comecemos pela vista geral:
O meu quarto até é grandito, mas como tenho de meter lá tudo, acabo por quase nem ter espaço para andar. :P (aquilo ali é uma máquina de ginástica, caso não se perceba)
No cimo da primeira estante temos os livros já LIDOS, ordenados pelo primeiro nome do autor (eu sei que nas bibliotecas é pelo últimos, mas isso faz-me confusão). À esquerda temos as revistas dedicadas ao fantásticos (com contos e rubricas), depois temos as antologias e em seguida começam os "A's".
Os livros do Fábio Ventura (que é um autor muito simpático (eu até tenho sorte com os autores que conheço)), são muito lindos, não são?
Destaque para "O Leitor", que é um livro muito bom, e o "Metamorfose". Também posso dizer que a antologia "Brinca comigo!" está autografada por dois dos autores (Luís Filipe Silva e João Barreiros, autores dos dois melhores contos da antologia, na minha humilde opinião).
É isso mesmo! Harry Potter para fazer companhia aos livros (comprei a figurinha por 0,99€), que são a minha saga preferida. Temos também o "E Depois ...", de Guillame Musso, que gostei bastante de ler. Também a saga "Anders" me ficou na memória, embora ainda me faltem ler dois livros (que pretendo ler este ano). E, claro, a "Loja dos Suicídios" que continua a ser um dos que mais gosto me deram a ler.
Mais uma prateleira de LIDOS, num sobe e desce de tamanhos, que até me faz sorrir. Preferia que estivessem todos do mesmo tamanho, mas não abdico da catalogação por nome de autor (e como leio poucos livros do mesmo autor, acabo com as prateleiras neste estado). Em breve vou ler o segundo volume da saga "Mediator" da Meg Cabot (1º é Terra Sombria), que até é bem divertida.
O livro da Madalena Santos, "O Décimo Terceiro Poder" (grande lombada, letra minúsculas), está autografado pela simpática autora, com quem já tive prazer de estar duas vezes)
Destaque também para o "O Cão Vermelho" e especialmente o "Os Guardiães da Noite", assim como os "Jogos da Fome" (a espreitar do canto direito). O "Marley & Eu" também é um doçura, e sempre me fez recordar a minha adorada cadela Kika, que infelizmente já faleceu.
Temos mais alguns LIDOS aqui. "Ruby" que foi um dos livros que criou o meu gosto pela leitura. "O Deus das Moscas" que é um livro muito poderoso, e depois os meus livros em Inglês (Paperback e Hardback), de onde destaco o "Sunshine".
O "Venom" foi-me dado pela editora. Thanks! E o "The Alibi" foi-me oferecido pela autora e está autografado. :)
Em frente aos livros anteriores, tenho estes, mais pequenos, que não cabiam em mais sítio nenhum (as prateleiras estão todas cheias). Tenho os livros da Buffy, porque sempre fui fã (falta-me ler um dos que tenho, mas não está nesta foto), e ao lado tenho os romances que vinham antigamente com a "Maria" e afins. Bons tempos. :D (São possivelmente os únicos "romances" puros e duros que li)
E aqui está a primeira parte dos meus livros de 'pesquisa' e de gostos variados. Também ali tenho alguns fascículos de colecções, maioritariamente sobre a História da Arte e sobre o Egipto (cultura pela qual tenho um fascínio especial). Magritte é um dos meus pintores favoritos, por isso comprei o livro da Taschën (que são livros bem em conta). Também gosto muito da minha colecção sobre animais (Aves, Mamíferos, Peixes e Répteis), que adoro abrir aleatoriamente de vez em quando
Tenho também alguns livros de desenho (nem todos estão nas estantes), uns dicionários (não se vêem todos aqui) e um livro sobre como gerir empresas (porque já tirei um curso na área).
Aqui temos mais alguns livros que uso para pesquisa e um escolar (a bíblia dos desenhadores de construção, "Desenho Técnico"). Ali ao fundo, no canto direito, estão impressos alguns dos meus 'livros' (são impressões únicas que fiz só para mim), o grandalhão é a BD "Que Sorte a Minha", que publiquei em co-autoria com a Natacha Salgueiro, no Jornal Barcelos Popular. Está lindo!
O primeiro monte de BD. Temos "BlackSad", um livro infantil muitos livros da Disney, assim como uma adaptação mais adulta e fiel da história de "Aladinno", e ainda um livro de uma portuguesa, que é também um filme animado. Chama-se "História Trágica com Final Feliz" e é muito giro! (além de ter um traço bastante dinâmico).
No topo temos o algumas revistas e fanzines de BD e ainda o "Rei" de Rui Zink e António Jorge Gonçalves, que é muito interessante.
Mais BD! Álbuns variados publicados em Portugal (o de cima é do nosso artista Pedro Pires (cujo trabalho adoro). No canto tenho mangas publicados por uma editora já extinta: alguns volumes dispersos de "Akira" (porque não consigo completar a colecção), e os três primeiros volumes de "Mother Sarah", que é um manga muito poderoso e que não é para os fracos de estômago. Infelizmente a colecção nunca foi publicada integralmente no nosso país. :(
Se acharem estranho, estas cinco prateleiras não estão lado a lado, eu é que pus a imagem assim para se ver os mangas todos juntos. Na verdade estas prateleiras estão umas por baixo das outras.
Então, na primeira e segunda tenho mangas dispersos que muito possivelmente não vou completar, ou dos quais ainda só tenho um ou dois volumes (como "Naruto", "Blade of the Immortal", "Dragon Ball" e "Black God"). Tenho também o "Dark Angel" que comprei só para dar vendas ao manga em Portugal (não sou fã do mangaka), mas que a Devir descontinuou depois de dois volumes. :(
Do "Lupin" tenho o segundo volume, e nunca consegui arranjar o primeiro (alguém tem?). Gostava também de completar a colecção do "Full Metal Panic", mas infelizmente a editora ADV faliu e já não se arranja os volumes por preços razoáveis.
Depois tenho o manga "Chrono Crusade" (é "Chrno Crusade", mas os americanos gostam de alterar estas coisas), e só me falta um volume, que já está a caminho de minha casa. Yay!
Ao lado tenho o manga "Dragon Head", que é um dos meus favoritos de sempre! Tenho a colecção completa, mas foi difícil completá-la e alguns volumes são já em 2ª mão.
E notem as figurinhas! Um é o Naruto, e outro é a Kagome do Inuyasha (gosto mais do anime que do manga. Caso raro!)
Entramos agora na estante dos NÃO LIDOS. Tenho aqui vários que quero ler ainda este ano. Como nunca li nada da Agatha Christie, espero colmatar essa lacuna este ano. Depois é a Anne Bishop, da qual só oiço falar maravilhas. Também os livros de Dino Buzzati e Doris Lessing me interessam bastante.
Ainda na mesma prateleira, temos o "Avatar" do autor português Frederico Duarte, que espero ler em breve. O George Orwell e o George R.R. Martin, que quero ler antes de dar a série (tem mesmo de ser em breve). O 4º volume do "Anders" (o 3º está na mesa-de-cabeceira) e por fim os meus três prémios fabulosos (primeiros volumes da saga Kushiel). Lucky!
Nesta parte de outra estante, saltam à vista as encadernações capa-dura de Jules Verne (eu sou contra tradução de nomes!) e, claro, a Juliet Marillier (a qual não vou resistir a ler durante muito mais tempo, já que todos falam tão bem dela). Também a Karen Marie Moning (de duas editoras diferentes), marca presença, seguida do livro cuja adaptação cinematográfica eu adorei, "Ponte par Terabithia". E claro, no canto está o Ken Follet (que também quero ler antes de ver a série adaptada).
Nesta estante, Lev Tolstói e "O Romance de Genji" são dois calhamaços imensos (até assustam!). Já a Madalena Santos (cujo primeiro livro li no ano passado e gostei; a autora também é muito simpática), mostra-se em números (este ano espero ler pelo menos mais um livro desta escritora nacional).Também Philip K. Dick está aqui mostrado, ali no canto, com dois pequenos livros (tenho mais um dele da colecção Argonauta).
Deitado, com pouca dignidade (coitado!) está a antologia "Contos de Terror do Homem-Peixe". De pé temos alguns autores portugueses, sendo que tenho vontade de em breve ler um livro da Rosa Lobato Faria. E ali no canto direito, está o segundo volume dos "Guardiães da Noite", cujo primeiro volume me deixou rendida.
Ah! "O Escolhido" está autografado pelo simpatiquíssimo autor, Samuel Pimenta.
Uma edição que comprei só pela encadernação: "Cartas Portuguesas" de Soror Mariana Alcoforado. Dois livros de 'mestres' do mistério e horror, Stephen King e Tami Hoag.
Tapados estão "A Sangue Frio", de Truman Capot; e "Kockroach - A Metamorfose", de Tyler Knox. Mais uns livrinhos da V.C. Andrews (embora me falte o último da Saga Landry).
Deitados temos uns livros que são (eram?) da minha mãe: "Coração" de Edmundo Amicis, "O Caso da Morena Contratada" de Erle Stanley Gardnet", "A Escrava Isaura" de Bernardo Guimarães, e "Poirot Investiga" da Agatha Christie. São muito velhinhos, por isso é que estão naquele estado.
E por fim, bem destacado, está ali o meu marcador-de-livros personalizado, vindo directamente do México. Foi uma colega de trabalho que me ofereceu, e adoro-o!
A prateleira dedicada aos meus livros em Inglês NÃO LIDOS, incluindo a colecção Caçadores de Sombras (falta-me o "City of Ashes" que emprestei a uma amiga), mais alguns volumes da saga Irmandade da Adaga Negra e o "Let the Right one in", que é possivelmente o livro que mais quero ler desta prateleira.
Alguns deste livros foram adquiridos nas feiras do livro, em 2ª (ou 3ª, ou 4ª) mão, por isso estão um pouco ... amassados.
No canto direito, tenho mais livros ganhos em passatempos (em português e inglês), que pretendo ler este ano.
Em segunda fila, na prateleira seguinte, tenho os Livros de Bolso, da Leya, da Europa-América, da Argonauta e mais uns quantos. Todos os da Leya no canto esquerdo, foram ganhos num passatempo (eu até tenho alguma sorte nestas coisas). Depois tenho alguns autores 'clássicos" da FC como Frank Herbert, Joan D. Vinge, Philip K.Dick, Ursula K. LeGuin, Cona Doyle, Ray Bradbury, Marion Zimmer Bradley, entre outros, nas colecções Argonauta e FC da Europa-América.
Mais dois livros do Edgar Allan Poe (o primeiro, acabei de ler) e à direita, uma colecção de livros (adaptados ao cinema) da Visão.
Isto é o que está por trás da imagem anterior. São todos livros de colecções da revista Visão. Os primeiros são livros de autores portugueses, os segundos de autores de língua portuguesa, a seguir os clássicos da literatura erótica, seguido dos 'clássicos' mais gerais. E no fim temos a colecção 'Frente e verso' com Prosa e Poesia de vários autores portugueses. Infelizmente ainda li muitos poucos livros destas colecções, mas gostaria de poder dedicar-lhes o tempo que merecem.
E esta pilha é da Colecção Público, com clássicos da literatura universal, incluindo o "Alcorão", "A Origem das Espécies", "Divina Comédia" e "Odisseia".
No topo tenho dois livros de uma outra colecção do "Público" que foi uma desilusão, pois na verdade eram 'resumos' das obras e não as obras. A enganar o público. Mau!
No fundo da segunda estante,, estão os da colecção Sábado, que são imensos, e todos com prospecção de serem muito bons. Já li alguns, mas faltam-me ainda muitos mais.
Depois ali no canto tenho a colecção DN de Verão, da qual ainda não li nenhum livro (mas vou ler!).
E porque isto parece nunca terminar, em cima de um baú (temporariamente), tenho a minha enorme colecção de revistas de Banda Desenhada. São quase 350 revistas!!!
Não me perguntem quanto dinheiro gastei nisto, porque eu nem faço contas para não entrar em stress, mas foram muitos anos a comprar muitas revistas por mês.
Depois veio uma altura em que não comprava nada e agora compro de quando em vez, mais comedida, até porque as publicações em Portugal reduziram drasticamente.
Quase tudo é de histórias da Marvel ou da Image (nunca fui grande fã da DC), e depois alguns da Disney. Tenho mais alguns num caixote, mas esses está 'fora de alcance'.
Na mesa-de-cabeceira tenho alguns livros PARA LER. O 3º "Anders", a "Nona Chave" (que já comecei a ler), o 5º volume da Buffy, a fanzine "Fénix", "Os Maias" (que deixei a meio da última vez que tentei ler), "Pérola nas Brumas", que quero terminar por pura teimosia, pois também abandonei a leitura), e depois temos uma série de BDs.
No fundo está um livro de 'puxar pelo cérebro' que comprei há uns anos, mas que ainda nem sequer estreei (pois tenho outros livros de exercícios mentais, que me têm mantido entretida).
Num outro quarto tenho estes livros de Pintura e Desenho (uma colecção que saiu cara à minha mãe que foi quem mos ofereceu). Ao lado tenho também os livros da "Enciclopédia Infantil", que usei tantas vezes que estão assim gastos por acaso até estão estimadinhos, tendo em conta as vezes que os abria). :D
Ainda no outro quarto, tenho mais estes livros. Os da esquerda são a colecção completa de "Dom Fonsarilho & Santa Pança", livros que eu AMAVA (especialmente as ilustrações), seguidos de livros da "Rua Sésamo", que se vê logo que abria quase todos os dias. :D
Os livros mais à direita, não são meus.
Ainda temos mais duas pequenas estantes cobertas de livros, na sala, mas como esses não são meus (quer dizer, alguns até são), não vou colocá-las aqui. Acho que já chega, não?
Não sei se perceberam, ou não, mas muitos dos livros que leio não estão na prateleira da LIDOS, isso é porque leio alguns livros emprestados, e também muitos ebooks (que pretendo adquirir, mais tarde, na forma física, pelo menos grande parte deles).
E é isto. Foi num instante, não foi? (eu bem avisei que ia ser longo!)
sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011
Lançamentos 5
Nestes primeiros meses de 2011 e no próximo, foram/serão lançados em Portugal alguns títulos que eu li em Inglês. Aqui ficam:
Título: "Uma Bruxa em Apuros", de Kim Harrisson
Editora: Saída de Emergência (Chá das Cinco)
Lançamento: 3 de Março 2011
«Todas as criaturas da noite se juntam no "The Hollows" de Cincinnati, para se esconderem, para investigarem, para se divertirem ... e para se alimentarem.
Os vampiros são donos da noite num mundo com perigos para além da imaginação, onde um predador come o outro -- e é o trabalho de Rachel Morgan manter este mundo civilizado.
Uma bruxa caça-cabeças com muito sex-appeal e uma atitude a condizer, ela irá trazê-los de volta vivos, mortos ... ou mortos-vivos.»
tradução livre, feita por mim
Podem ler a minha opinião aqui. (pessoalmente não gosto do título em Português)
Título: "Shiver - Um amor Impossível", de Maggie Stiefvater
Editora: Editorial Presença
Lançamento: 11 de Janeiro 2011
«Sam e Grace são dois adolescentes que vivem um amor sublime e aparentemente impossível. Todos os anos, quando chega a Primavera, Sam, abandona a sua vida de lobisomem e recupera a forma humana, aproximando-se de Grace, mas sempre que regressa o Inverno, vê-se obrigado a voltar à floresta e a viver com a sua alcateia. Conseguirá o seu amor vencer os muitos obstáculos que ameaçam separá-los para sempre? Uma história cheia de aventuras e descobertas, mágica, original, que desafia a mente e enternece o coração.»
Podem ler a minha opinião aqui.
Título: "O Beijo da Meia-Noite", de Lara Adrian
Editora: Quinta Essência
Lançamento: Fevereiro 2011
«Gabrielle Maxwell, uma reconhecida artista de Boston, celebra o êxito da sua última exposição exclusiva. Entre a acalorada multidão, sente a presença de um sensual desconhecido que desperta nela as fantasias mais profundas. Mas nada relacionado com essa noite nem com esse homem é o que parece. À saída, Gabrielle presencia um homicídio e, a partir desse momento, a realidade converte-se em algo escuro e mortífero, e ela entra num submundo que nunca soube que existia, habitado por vampiros urbanos.
Lucan Thorne é um vampiro, um guerreiro da Raça, que nasceu para proteger os seus – assim como os humanos que com ele coexistem – da crescente ameaça dos vampiros renegados. Lucan não pode correr o risco de unir-se a uma humana, mas quando Gabrielle se converte no alvo dos seus inimigos, não tem escolha e é forçado a levá-la para esse outro mundo que lidera, no qual serão devorados por um desejo selvagem e insaciável.
Nos braços do formidável líder da Raça, Gabrielle irá enfrentar um extraordinário destino de perigo, de sedução e dos mais sombrios prazeres...»
Podem ler a minha opinião aqui.
Também a banda desenhada "The Walking Dead" (ler opiniões aqui) foi recentemente lançada em Portugal pela DEVIR. Para já, tanto quanto sei, só o primeiro volume saiu, mas espero que em breve outros lhe sigam as pisadas.
Sagas a serem publicadas presentemente são:
"The Lords of the Underworld", da Gena Showalter, publicados pela Harlequin (podem ler as minhas opiniões aqui).
"A Irmandade da Adaga Negra", da J.R.Ward, publicados pela Casa das Letras (podem ler as minhas opiniões aqui).
"Na sombra do Desejo" será lançado em breve
E ainda a Saga "Academia de Vampiros", da Richelle Mead (podem ler as minhas opiniões aqui):
Para já é tudo, mas se souber de mais alguns títulos meus conhecidos, vou colocando por aqui.
Título: "Uma Bruxa em Apuros", de Kim Harrisson
Editora: Saída de Emergência (Chá das Cinco)
Lançamento: 3 de Março 2011
«Todas as criaturas da noite se juntam no "The Hollows" de Cincinnati, para se esconderem, para investigarem, para se divertirem ... e para se alimentarem.
Os vampiros são donos da noite num mundo com perigos para além da imaginação, onde um predador come o outro -- e é o trabalho de Rachel Morgan manter este mundo civilizado.
Uma bruxa caça-cabeças com muito sex-appeal e uma atitude a condizer, ela irá trazê-los de volta vivos, mortos ... ou mortos-vivos.»
tradução livre, feita por mim
Podem ler a minha opinião aqui. (pessoalmente não gosto do título em Português)
Título: "Shiver - Um amor Impossível", de Maggie Stiefvater
Editora: Editorial Presença
Lançamento: 11 de Janeiro 2011
«Sam e Grace são dois adolescentes que vivem um amor sublime e aparentemente impossível. Todos os anos, quando chega a Primavera, Sam, abandona a sua vida de lobisomem e recupera a forma humana, aproximando-se de Grace, mas sempre que regressa o Inverno, vê-se obrigado a voltar à floresta e a viver com a sua alcateia. Conseguirá o seu amor vencer os muitos obstáculos que ameaçam separá-los para sempre? Uma história cheia de aventuras e descobertas, mágica, original, que desafia a mente e enternece o coração.»
Podem ler a minha opinião aqui.
Título: "O Beijo da Meia-Noite", de Lara Adrian
Editora: Quinta Essência
Lançamento: Fevereiro 2011
«Gabrielle Maxwell, uma reconhecida artista de Boston, celebra o êxito da sua última exposição exclusiva. Entre a acalorada multidão, sente a presença de um sensual desconhecido que desperta nela as fantasias mais profundas. Mas nada relacionado com essa noite nem com esse homem é o que parece. À saída, Gabrielle presencia um homicídio e, a partir desse momento, a realidade converte-se em algo escuro e mortífero, e ela entra num submundo que nunca soube que existia, habitado por vampiros urbanos.
Lucan Thorne é um vampiro, um guerreiro da Raça, que nasceu para proteger os seus – assim como os humanos que com ele coexistem – da crescente ameaça dos vampiros renegados. Lucan não pode correr o risco de unir-se a uma humana, mas quando Gabrielle se converte no alvo dos seus inimigos, não tem escolha e é forçado a levá-la para esse outro mundo que lidera, no qual serão devorados por um desejo selvagem e insaciável.
Nos braços do formidável líder da Raça, Gabrielle irá enfrentar um extraordinário destino de perigo, de sedução e dos mais sombrios prazeres...»
Podem ler a minha opinião aqui.
Também a banda desenhada "The Walking Dead" (ler opiniões aqui) foi recentemente lançada em Portugal pela DEVIR. Para já, tanto quanto sei, só o primeiro volume saiu, mas espero que em breve outros lhe sigam as pisadas.
Sagas a serem publicadas presentemente são:
"The Lords of the Underworld", da Gena Showalter, publicados pela Harlequin (podem ler as minhas opiniões aqui).
"A Irmandade da Adaga Negra", da J.R.Ward, publicados pela Casa das Letras (podem ler as minhas opiniões aqui).
"Na sombra do Desejo" será lançado em breve
E ainda a Saga "Academia de Vampiros", da Richelle Mead (podem ler as minhas opiniões aqui):
Para já é tudo, mas se souber de mais alguns títulos meus conhecidos, vou colocando por aqui.
Histórias Extraordinárias I
"Histórias Extraordinárias I", de Edgar Allan Poe (Publicações Europa-América)
Sinopse:
Opinião:
Logo no início temos uma curta Nota Biográfica que ajuda a entender um pouco do autor e, consequentemente, a sua escrita. Foi uma forma bastante interessante e pertinente, de começar o livro.
Manuscrito Encontrado numa Garrafa
Eloquente, com descrições detalhadas, mas não aborrecidas, e momentos de expectativa. somos apanhados um pouco de surpresa pela sucessão de eventos. O único senão, é ficarmos sem respostas, apenas podendo 'opinar' sobre o realmente se passou com as embarcações tão bem apresentadas.
Ligeia
Fiquei rendida às descrições da Ligeia, e também eu senti o amor que o narrador por ela sentia. O final, embora um pouco previsível, não deixou de ser espantoso, e todos os pequenos detalhes tiveram um propósito, embora no início não o parecesse.
O Homem que fora consumido
Fui apanhada totalmente de surpresa, por este pequeno conto. Logo desde o início, fique de sobrancelha erguida, pois as descrições que no conto anterior me tinham apaixonado, neste pareciam ... forçadas. Mas tudo tinha um explicações e achei deliciosos os diálogos (que no fundo eram repetitivos, mas que tinham imensa teatralidade). O fim foi, simplesmente, surpreendente.
A queda da casa de Usher
Se o mistério em torno da casa me parecia intrigante desde o início, achei que a execução não foi a melhor. Talvez por se ter focado no 'amigo' e o 'anfitrião', ao invés de entrar mais na família e na casa. Também não fiquei grande fã do fim, embora tenha percebido a sua resolução. Mais uma vez, demasiadas perguntas ficaram por responder, mas ao contrário do que acontece no Manuscrito Encontrado numa Garrafa, neste fica uma ligeira sensação de vazio.
William Wilson
Apesar da escrita mais que intensa do autor, a verdade é que achei este conto um pouco 'arrastado'. Perde-se um pouco no contar demorado de certas cenas e chega a repetir-se. Embora tudo culmine no final (que consegui antever quase no início do conto), achei que se arrastou um pouco além do que deveria e assim perdeu alguma intensidade. Ainda assim consegue ser um conto acima da média, com descrições bem interessantes e um protagonista ambíguo.
O Homem da multidão
Gostei da narração, e das descrições, curtas mas significativas que o narrador fez de cada uma das pessoas que observou na multidão. No entanto (e talvez tenha sido culpa minha por não perceber o verdadeiro significado da história), cheguei ao fim sem saber, afinal de contas, o que o texto nos tentava dizer. Pareceu-me que a ideia era falar sobre o homem que perdeu um dia atrás de outro homem - que supostamente seria o estranho da multidão - quando na verdade ó estranho era ele. Ainda assim, e sob esta perspectiva, acho que falta ao texto um 'objectivo' mais intenso.
Uma descida no Maelström
Este conto recordou-me um pouco o Manuscrito Encontrado numa Garrafa, sendo no entanto melhor do que este, na medida em que as descrições fazem com que pareça que estamos mesmo lá, no meio do turbilhão. É muito intenso e só tem um ponto mais fraco, que é o início, que nos dá a entender que a história será sobre algo diferente, ou seja, diverge a nossa atenção para o que realmente interessa. no entanto, não incomoda muito.
Eleanora
Acho que este conto é uma descrição perfeita do amor intenso. Todas as suas frases e palavras nos relembram os tempos em que estivemos (ou estamos) apaixonados e como o mundo parecia diferente. E depois a separação e como parece que o mundo perde a cor. Quando pensamos que nada mais será tão arrebatador como aquele amor, logo a vida nos prega uma partida e voltamos a ver o mundo a cores.
Foi um conto bastante diferente dos restantes, na medida que tem um final feliz e com esperança (e bem vindo).
O retrato oval
A velha ideia de que um retrato pode roubar a alma de uma pessoa é aqui usada de forma algo ... incompleta. O autor deu demasiadas informações anteriores ao que realmente interessava na história, e apesar de ser um conto muito curto (o mais curto do volume), as primeiras duas páginas mostraram-se praticamente irrelevantes, o que tirou fôlego à narrativa. No entanto, o lado bom é que gostei muito da forma como o autor descreveu a criação da pintura. Quase podia ver a vida desvanecer-se da mulher.
Em suma, foi um livro muito bom, que me fez fã do autor (do qual espero ler mais contos em breve). Realmente há autores que sabem narrar contos, e outros que trabalham melhor em romances. Poe mostra-se um contista por natureza. A escrita do autor captou-me logo desde a primeira frase, e apenas me puxou com mais força durante cada um dos contos. Por vezes abusa um pouco nos "antecedentes", mas rapidamente nos embrenhamos nas histórias e nas personagens.
No entanto nota-se já que há temas recorrentes: Amores trágicos, tempestades no mar. Felizmente nenhum destes se tornou aborrecido.
Aconselho a quem nunca leu o autor, experimentar alguns dos seus contos (imagino que já sejam do domínio público, se estiverem com vontade de ler em Inglês). É sem dúvida um autor a repetir (ainda bem que tenho mais dois livros dele em casa).
Tradução (J. Teixeira de Aguilar):
Impecável, na maioria dos casos, e muito auxiliar à narrativa.
Contudo, especialmente no caso de O Homem que fora consumido senti falta da tradução de algumas expressões latinas e francesas, pois se algumas eu compreendia, e outras estavam traduzidas em nota de rodapé, alguns ficaram por traduzir e isso deveria ser melhorado.
Capa, Design e Edição:
A capa é muito genérica e nada tem a ver com nenhum dos contos apresentados, o que é bastante estranho. faz lembrar as séries de policias dos anos 80, mas em nada favorece a leitura da obra de Poe.
A edição, sendo de bolso, tem a letra bastante pequena e por vezes a tinta falha, fazendo com que seja difícil ler, mas no geral proporcionou uma leitura agradável e sem grandes problemas de visão.
Sinopse:
Se estas Histórias Extraordinárias são, por um lado, reveladoras de um espírito atormentado e de uma imaginação estranha, por outro lado, divulgam um escritor genial. Muitas vezes criticado no seu tempo por levar uma vida pouco puritana (insurgindo-se contra o status-quo e tendo sido inclusivamente consumido pelo álcool), Edgar Allan Poe será reconhecido em todas as épocas posteriores como o escritor impulsionador da literatura de raciocínio, ainda característica fundamental da literatura moderna, e o precursor dos contos policiais, da literatura fantástica e do terror gótico, de que estes textos são o exemplo máximo.
Opinião:
Logo no início temos uma curta Nota Biográfica que ajuda a entender um pouco do autor e, consequentemente, a sua escrita. Foi uma forma bastante interessante e pertinente, de começar o livro.
Manuscrito Encontrado numa Garrafa
Eloquente, com descrições detalhadas, mas não aborrecidas, e momentos de expectativa. somos apanhados um pouco de surpresa pela sucessão de eventos. O único senão, é ficarmos sem respostas, apenas podendo 'opinar' sobre o realmente se passou com as embarcações tão bem apresentadas.
Ligeia
Fiquei rendida às descrições da Ligeia, e também eu senti o amor que o narrador por ela sentia. O final, embora um pouco previsível, não deixou de ser espantoso, e todos os pequenos detalhes tiveram um propósito, embora no início não o parecesse.
O Homem que fora consumido
Fui apanhada totalmente de surpresa, por este pequeno conto. Logo desde o início, fique de sobrancelha erguida, pois as descrições que no conto anterior me tinham apaixonado, neste pareciam ... forçadas. Mas tudo tinha um explicações e achei deliciosos os diálogos (que no fundo eram repetitivos, mas que tinham imensa teatralidade). O fim foi, simplesmente, surpreendente.
A queda da casa de Usher
Se o mistério em torno da casa me parecia intrigante desde o início, achei que a execução não foi a melhor. Talvez por se ter focado no 'amigo' e o 'anfitrião', ao invés de entrar mais na família e na casa. Também não fiquei grande fã do fim, embora tenha percebido a sua resolução. Mais uma vez, demasiadas perguntas ficaram por responder, mas ao contrário do que acontece no Manuscrito Encontrado numa Garrafa, neste fica uma ligeira sensação de vazio.
William Wilson
Apesar da escrita mais que intensa do autor, a verdade é que achei este conto um pouco 'arrastado'. Perde-se um pouco no contar demorado de certas cenas e chega a repetir-se. Embora tudo culmine no final (que consegui antever quase no início do conto), achei que se arrastou um pouco além do que deveria e assim perdeu alguma intensidade. Ainda assim consegue ser um conto acima da média, com descrições bem interessantes e um protagonista ambíguo.
O Homem da multidão
Gostei da narração, e das descrições, curtas mas significativas que o narrador fez de cada uma das pessoas que observou na multidão. No entanto (e talvez tenha sido culpa minha por não perceber o verdadeiro significado da história), cheguei ao fim sem saber, afinal de contas, o que o texto nos tentava dizer. Pareceu-me que a ideia era falar sobre o homem que perdeu um dia atrás de outro homem - que supostamente seria o estranho da multidão - quando na verdade ó estranho era ele. Ainda assim, e sob esta perspectiva, acho que falta ao texto um 'objectivo' mais intenso.
Uma descida no Maelström
Este conto recordou-me um pouco o Manuscrito Encontrado numa Garrafa, sendo no entanto melhor do que este, na medida em que as descrições fazem com que pareça que estamos mesmo lá, no meio do turbilhão. É muito intenso e só tem um ponto mais fraco, que é o início, que nos dá a entender que a história será sobre algo diferente, ou seja, diverge a nossa atenção para o que realmente interessa. no entanto, não incomoda muito.
Eleanora
Acho que este conto é uma descrição perfeita do amor intenso. Todas as suas frases e palavras nos relembram os tempos em que estivemos (ou estamos) apaixonados e como o mundo parecia diferente. E depois a separação e como parece que o mundo perde a cor. Quando pensamos que nada mais será tão arrebatador como aquele amor, logo a vida nos prega uma partida e voltamos a ver o mundo a cores.
Foi um conto bastante diferente dos restantes, na medida que tem um final feliz e com esperança (e bem vindo).
O retrato oval
A velha ideia de que um retrato pode roubar a alma de uma pessoa é aqui usada de forma algo ... incompleta. O autor deu demasiadas informações anteriores ao que realmente interessava na história, e apesar de ser um conto muito curto (o mais curto do volume), as primeiras duas páginas mostraram-se praticamente irrelevantes, o que tirou fôlego à narrativa. No entanto, o lado bom é que gostei muito da forma como o autor descreveu a criação da pintura. Quase podia ver a vida desvanecer-se da mulher.
Em suma, foi um livro muito bom, que me fez fã do autor (do qual espero ler mais contos em breve). Realmente há autores que sabem narrar contos, e outros que trabalham melhor em romances. Poe mostra-se um contista por natureza. A escrita do autor captou-me logo desde a primeira frase, e apenas me puxou com mais força durante cada um dos contos. Por vezes abusa um pouco nos "antecedentes", mas rapidamente nos embrenhamos nas histórias e nas personagens.
No entanto nota-se já que há temas recorrentes: Amores trágicos, tempestades no mar. Felizmente nenhum destes se tornou aborrecido.
Aconselho a quem nunca leu o autor, experimentar alguns dos seus contos (imagino que já sejam do domínio público, se estiverem com vontade de ler em Inglês). É sem dúvida um autor a repetir (ainda bem que tenho mais dois livros dele em casa).
Tradução (J. Teixeira de Aguilar):
Impecável, na maioria dos casos, e muito auxiliar à narrativa.
Contudo, especialmente no caso de O Homem que fora consumido senti falta da tradução de algumas expressões latinas e francesas, pois se algumas eu compreendia, e outras estavam traduzidas em nota de rodapé, alguns ficaram por traduzir e isso deveria ser melhorado.
Capa, Design e Edição:
A capa é muito genérica e nada tem a ver com nenhum dos contos apresentados, o que é bastante estranho. faz lembrar as séries de policias dos anos 80, mas em nada favorece a leitura da obra de Poe.
A edição, sendo de bolso, tem a letra bastante pequena e por vezes a tinta falha, fazendo com que seja difícil ler, mas no geral proporcionou uma leitura agradável e sem grandes problemas de visão.
quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011
Booking Through Thursday - Romântico
What’s the most romantic book you’ve ever read?
(Mind you, I don’t mean the hard-core stuff you hide in plain wrappers under your mattress. I mean True Love, Romance, deeply emotional, heart-tugging, and all that stuff.)
And, secondly, did you like it? Is it your usual kind of reading, or did it take you by surprise?
Eu sempre disse que não sou muito 'dada' a histórias extremamente românticas, mas verdade é que ultimamente até tenho lido alguns (mais paranormais, que outra coisa) e até ressinto um livro que não tenha nem uma pitada de romance, porque na verdade este faz parte da vida, como tantas outras coisas. Agora o livro mais romântico que já li? Não faço a mais pequena ideia!
*vai procurar*
*continua a procurar*
Aha! ... esperem ... não é isto ...
*retoma a procura*
Está difícil!
O "Shiver" conta? É que fora isso, vou ser realista e dizer que li alguns mas não gostei de nenhum por aí além. Fora os romances paranormais (que não me atrevo a pôr aqui por serem mais atracção que amor), o Shiver, da Maggie Stiefvater, foi mesmo o que mais gostei de ler.
Eu sei, eu sei ... aquilo é YA (Young Adult), mas ... Who cares?
Agora, na minha lista de 'a ler' tenho vários romances, alguns dos quais prometem ser muito bons, mas confesso que não é o meu género de eleição. Claro que, se for no meio de um enredo maior, o romance é bem vindo, mas só mesmo romance, não é muito o meu estilo.
Dos Blogues (comigo)
Recentemente o Nuno Chaves, do Página a Página, convidou-me para a rubrica "Dos Blogues", que põe à conversa alguns bloguers do panorama literário.
Foi com muito gosto que aceitei o convite (e só tenho de agradecer ao Nuno pelo convite), e agora a 'entrevista' está online. Se estiverem interessados, visitem o Página a Página, e comentem. :)
Foi com muito gosto que aceitei o convite (e só tenho de agradecer ao Nuno pelo convite), e agora a 'entrevista' está online. Se estiverem interessados, visitem o Página a Página, e comentem. :)
sábado, 12 de fevereiro de 2011
A Noite e o Sobressalto
"A Noite e o Sobressalto", de Pedro Medina Ribeiro (Oficina do Livro)
Sinopse:
O que têm em comum Londres, Berlim, Alentejo ou Praga? São cenários onde se desenrolam as histórias reunidas neste livro, na tradição da narrativa fantástica de Edgar Allan Poe, ou Sir Arthur Conan Doyle.
Pedro Medina Ribeiro, numa escrita elegante e rica em imagens, transporta-nos para um universo de mistério em que nem tudo é o que parece, cativando o leitor pela qualidade da narrativa e prendendo-o pela curiosidade, só o largando no final de cada história, de forma repentina e surpreendente. Em sobressalto.
No prefácio da obra, a escritora Deana Barroqueiro escreveu: «Com uma linguagem elegante e rica de matizes, o autor esculpe com as suas metáforas, comparações e jogos de palavras o absurdo do mundo de aparências, que é o das suas personagens, sem deixar todavia de ser o nosso, revelando com esse distanciamento a sua maturidade como escritor.
Opinião:
Apontado como um dos novos nomes do terror e mistério em Portugal, e apesar de estes não serem os meus géneros de eleição, foi com algumas expectativas (não demasiadas, felizmente) que dei início a esta leitura. Abaixo seguem as opiniões sobre cada um dos contos:
A Séance
Esta história fez-me recordar os clássicos mistérios, tipo Sir Arthur Conan Doyle ou Agatha Christie. Está escrito, imagino que propositadamente, num tom que é muito característico do género de séculos anteriores, adicionando-lhe uma pitada de sobrenatural.
Este 'reconhecimento e estilo' foi o que mais gostei no conto, mas, apesar de este ser possivelmente o conto com o desfecho mais desenvolvido, achei que lhe faltava alguma originalidade. Algo que realmente o distinguisse de tantos outros. Já para não falar que não houve grande possibilidade de empatia com qualquer uma das personagens, e embora o mistério fosse interessante, e as pistas bem colocadas, o ritmo não permitiu grandes surpresas.
A Face Obscura da Lua
Há demasiada informação no passado, que na verdade pareceu ter muito pouca relevância no futuro, e quando realmente a acção aconteceu, foi tão ... banal, que acabou por perder ímpeto. E nada ajudou o facto de ficarmos sem respostas absolutamente nenhumas. Não existiram sustos, nem surpresas, e muito menos explicações para o que aconteceu. No fim, fica apenas um ponto de interrogação, seguido de um vazio, quando havia espaço para muito mais.
O Caminheiro
A lenda do Caminheiro está muito bem narrada, mas ainda assim, em termos da história 'central' achei este conto bastante mal conseguido, e se não fosse pela lenda, a narrativa não teria grande execução. Aliás, neste aspecto, confesso, estava muito pobre.
Mandrágora
Para mim este foi o melhor conto do livro, porque tem um tom que gosto muito, tipo as histórias que nos contavam para fazer medo. Além de que, é diferente das demais, no sentido em que não é por se ser bom e honesto que as coisas más não nos caem em cima. Gostei! (mas, pareceu-me que não havia necessidade de fazer com que os habitantes, além de isolados, fossem também deformados. Pareceu-me quase aquelas "histórias" que tentam incutir-nos que os feios são também os maus, mas posso também ser eu que vejo coisas onde elas não existem)
Post Mortem
A ideia em si está excelente, mas a execução está bastante pobre. No sentido em que, me pareceu forçada a forma como o protagonista deu a ler a sua história ao polícia. Havia outras formas de contar o sucedido e terminar com o mesmo tipo de influências, se a conduta narrativa tivesse sido melhor usada. Foi pena, pois a história realmente estava interessante.
O Monstro Marinho
Mais um conceito interessante, que se perdeu num contar tudo menos apelativo. Se o tom usado tivesse sido mais 'próximo', mais profundo, então a história teria alcançado um nível diferente, mas foi contado com tal 'distanciamento' que perdeu metade do seu valor.
A Herança
Mais interessante e bem conseguido que o primeiro grande conto (A Séance), este ainda assim omitiu alguma proximidade, característica da prosa em primeira pessoa, como é o caso. Contudo, sendo que a história estava bem delineada e as personagens se mostraram interessantes, este acabou por surpreender e deixar que a leitura fosse mais intensa.
A primeira coisa que notei, e odeio dizê-lo, foi a forte influência de outros mestres do género, com um estilo muito à mistério londrino. As influências mantiveram-se em destaque durante todos os contos (de variados autores). Isto, foi-nos dito logo desde o início, mas, se há livros em que as influências se notam, mas não se destacam, neste acontece exactamente o oposto.
Em quase todos os contos, parece que outros estilos se sobrepõe ao do próprio autor, ou aliás, parece que o autor 'sorveu' demasiado dos outros e se esqueceu de criar algo 'seu'.
Na sua ânsia por honrar grandes escritores do género, o autor esqueceu um pouco a sua própria voz, e com isso deixou-me apenas sentindo que estava a ler um sub-produto.
Infelizmente também notei que, apesar de tudo o que nos era apresentado, as respostas praticamente não existiam, e isso é um pouco frustrante para o leitor. Muita coisa pode dever-se ao oculto, e acredito que a ideia é que o leitor fique preso no misticismo, mas esta falta de informação é tão grande, que nada mais que a crença a apoia, e isso é pouco para leitor mais exigente.
Quanto à escrita do autor, confesso que não fiquei rendida. É fluída, adaptada ao estilo narrativo, e consegue manter o leitor atento, mas faltou-lhe 'algo' (possivelmente o mesmo 'toque pessoal' que faltou às histórias centrais). Ainda quanto à escrita, pareceu-me que o autor não conseguiu usar da forma mais correcta a primeira pessoa, que foi a mais usada no livro. Faltou-lhe a intimidade e cumplicidade características deste ponto de vista. Pessoalmente, achei mais interessante quando ele decidiu usar o ponto de vista da terceira pessoa.
Em suma, foi com alguma pena que terminei este livro sem ser arrebatada. Com tantos louvores que tinha lido, e com o prefácio bajulador de Deana Barroqueiro, esperava muito mais do que simples contos 'inspirados' pelos clássicos do género, e que pouco se destacavam.
Ainda assim, foi uma leitura interessante, e que recomendo para quem goste de mistério.
Talvez dê outra hipótese ao autor, quando publicar outro livro, mas apenas se não seguir este mesmo caminho narrativo.
Capa, Design e Edição:
Gosto muito da capa. Está apelativa, envolvente e em sintonia com o conteúdo do livro. A edição está simples e funcional, sendo que as separações por contos estão bem alinhadas, dividindo o livro da forma adequada.
Sinopse:
O que têm em comum Londres, Berlim, Alentejo ou Praga? São cenários onde se desenrolam as histórias reunidas neste livro, na tradição da narrativa fantástica de Edgar Allan Poe, ou Sir Arthur Conan Doyle.
Pedro Medina Ribeiro, numa escrita elegante e rica em imagens, transporta-nos para um universo de mistério em que nem tudo é o que parece, cativando o leitor pela qualidade da narrativa e prendendo-o pela curiosidade, só o largando no final de cada história, de forma repentina e surpreendente. Em sobressalto.
No prefácio da obra, a escritora Deana Barroqueiro escreveu: «Com uma linguagem elegante e rica de matizes, o autor esculpe com as suas metáforas, comparações e jogos de palavras o absurdo do mundo de aparências, que é o das suas personagens, sem deixar todavia de ser o nosso, revelando com esse distanciamento a sua maturidade como escritor.
Opinião:
Apontado como um dos novos nomes do terror e mistério em Portugal, e apesar de estes não serem os meus géneros de eleição, foi com algumas expectativas (não demasiadas, felizmente) que dei início a esta leitura. Abaixo seguem as opiniões sobre cada um dos contos:
A Séance
Esta história fez-me recordar os clássicos mistérios, tipo Sir Arthur Conan Doyle ou Agatha Christie. Está escrito, imagino que propositadamente, num tom que é muito característico do género de séculos anteriores, adicionando-lhe uma pitada de sobrenatural.
Este 'reconhecimento e estilo' foi o que mais gostei no conto, mas, apesar de este ser possivelmente o conto com o desfecho mais desenvolvido, achei que lhe faltava alguma originalidade. Algo que realmente o distinguisse de tantos outros. Já para não falar que não houve grande possibilidade de empatia com qualquer uma das personagens, e embora o mistério fosse interessante, e as pistas bem colocadas, o ritmo não permitiu grandes surpresas.
A Face Obscura da Lua
Há demasiada informação no passado, que na verdade pareceu ter muito pouca relevância no futuro, e quando realmente a acção aconteceu, foi tão ... banal, que acabou por perder ímpeto. E nada ajudou o facto de ficarmos sem respostas absolutamente nenhumas. Não existiram sustos, nem surpresas, e muito menos explicações para o que aconteceu. No fim, fica apenas um ponto de interrogação, seguido de um vazio, quando havia espaço para muito mais.
O Caminheiro
A lenda do Caminheiro está muito bem narrada, mas ainda assim, em termos da história 'central' achei este conto bastante mal conseguido, e se não fosse pela lenda, a narrativa não teria grande execução. Aliás, neste aspecto, confesso, estava muito pobre.
Mandrágora
Para mim este foi o melhor conto do livro, porque tem um tom que gosto muito, tipo as histórias que nos contavam para fazer medo. Além de que, é diferente das demais, no sentido em que não é por se ser bom e honesto que as coisas más não nos caem em cima. Gostei! (mas, pareceu-me que não havia necessidade de fazer com que os habitantes, além de isolados, fossem também deformados. Pareceu-me quase aquelas "histórias" que tentam incutir-nos que os feios são também os maus, mas posso também ser eu que vejo coisas onde elas não existem)
Post Mortem
A ideia em si está excelente, mas a execução está bastante pobre. No sentido em que, me pareceu forçada a forma como o protagonista deu a ler a sua história ao polícia. Havia outras formas de contar o sucedido e terminar com o mesmo tipo de influências, se a conduta narrativa tivesse sido melhor usada. Foi pena, pois a história realmente estava interessante.
O Monstro Marinho
Mais um conceito interessante, que se perdeu num contar tudo menos apelativo. Se o tom usado tivesse sido mais 'próximo', mais profundo, então a história teria alcançado um nível diferente, mas foi contado com tal 'distanciamento' que perdeu metade do seu valor.
A Herança
Mais interessante e bem conseguido que o primeiro grande conto (A Séance), este ainda assim omitiu alguma proximidade, característica da prosa em primeira pessoa, como é o caso. Contudo, sendo que a história estava bem delineada e as personagens se mostraram interessantes, este acabou por surpreender e deixar que a leitura fosse mais intensa.
A primeira coisa que notei, e odeio dizê-lo, foi a forte influência de outros mestres do género, com um estilo muito à mistério londrino. As influências mantiveram-se em destaque durante todos os contos (de variados autores). Isto, foi-nos dito logo desde o início, mas, se há livros em que as influências se notam, mas não se destacam, neste acontece exactamente o oposto.
Em quase todos os contos, parece que outros estilos se sobrepõe ao do próprio autor, ou aliás, parece que o autor 'sorveu' demasiado dos outros e se esqueceu de criar algo 'seu'.
Na sua ânsia por honrar grandes escritores do género, o autor esqueceu um pouco a sua própria voz, e com isso deixou-me apenas sentindo que estava a ler um sub-produto.
Infelizmente também notei que, apesar de tudo o que nos era apresentado, as respostas praticamente não existiam, e isso é um pouco frustrante para o leitor. Muita coisa pode dever-se ao oculto, e acredito que a ideia é que o leitor fique preso no misticismo, mas esta falta de informação é tão grande, que nada mais que a crença a apoia, e isso é pouco para leitor mais exigente.
Quanto à escrita do autor, confesso que não fiquei rendida. É fluída, adaptada ao estilo narrativo, e consegue manter o leitor atento, mas faltou-lhe 'algo' (possivelmente o mesmo 'toque pessoal' que faltou às histórias centrais). Ainda quanto à escrita, pareceu-me que o autor não conseguiu usar da forma mais correcta a primeira pessoa, que foi a mais usada no livro. Faltou-lhe a intimidade e cumplicidade características deste ponto de vista. Pessoalmente, achei mais interessante quando ele decidiu usar o ponto de vista da terceira pessoa.
Em suma, foi com alguma pena que terminei este livro sem ser arrebatada. Com tantos louvores que tinha lido, e com o prefácio bajulador de Deana Barroqueiro, esperava muito mais do que simples contos 'inspirados' pelos clássicos do género, e que pouco se destacavam.
Ainda assim, foi uma leitura interessante, e que recomendo para quem goste de mistério.
Talvez dê outra hipótese ao autor, quando publicar outro livro, mas apenas se não seguir este mesmo caminho narrativo.
Capa, Design e Edição:
Gosto muito da capa. Está apelativa, envolvente e em sintonia com o conteúdo do livro. A edição está simples e funcional, sendo que as separações por contos estão bem alinhadas, dividindo o livro da forma adequada.
quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011
Booking Through Thursday - Ponto de Partida
In honor of our giveaway yesterday (don’t forget to enter for your chance to win!) …
There’s something wonderful about getting in on the ground floor of an author’s career–about being one of the first people to read and admire them, before they became famous best-sellers.
Which authors have you been lucky enough to discover at the very beginning of their careers?
And, if you’ve never had that chance, which author do you WISH you’d been able to discover at the very beginning?
Estaria a mentir se dissesse que fui tão 'afortunada' o suficiente para descobrir um autor antes de este chegar ao pódio,e ser das primeira a dizer que ele merecia muito mais furor do que esteva a gerar. E isto não se deve ao facto de eu não apostar em pessoa menos conhecidas, mas sim ao facto de poucos serem os autores que realmente me arrebataram.
Isto também é resultado de, até há 4/5 anos atrás, eu ler muito pouco. Ou seja, até lia bastante, mas não tanto literatura e a que lia, normalmente era releitura.
Mas isto passas-se na literatura, porque se passatempos para os manga ... então a lista não acabava.
Mas, isto não quer dizer, que alguns dos autores que eu agora leio e gosto, e que para já são pouco conhecidos, daqui a uns anos não andem para aí a ganhar prémios 'a torto e a direito'. Espero bem que assim seja, pois será bom sinal.
Agora, se me perguntarem que eu gostaria de ter descoberto antes de se tornar um best-seller, a verdade é que nenhum nome me salta à vista. Não me importava de ter lido a J.K. Rowling um pouco antes, mas não me parece que teria ganho muito com isso (até porque teria de esperar ainda mais entre cada livro. Mas também não levei em conta aqueles que nem sequer são do meu tempo, e que, consequentemente, por mais que quisesse, nunca teria a oportunidade de seguir dessa forma.
quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011
A Raposa Azul
"A Raposa Azul", de Sjón (Cavalo de Ferro)
Sinopse:
Opinião:
Se no início estava já com sentimentos mistos sobre esta obra, então no fim fique ainda mais dividida.
Por um lado adorei a cronologia que o autor decidiu usar neste livro (funciona muito bem com a história, sendo que se fosse escrito por ordem, talvez não se mostrasse tão interessante), isto permitiu que o final fosse inesperado, e me apanhasse de surpresa. mas, por outro lado, senti-me um pouco 'perdida' durante o livro, sem saber ao certo como as cenas se interligavam, já que não havia grandes pistas. Ainda assim, posso dizer que, apesar de tudo, sinto que o livro está bem estruturado e, no fundo, até gosto de ficar confusa e desorientada (desde que não seja demasiado).
A escrita do autor é, em algumas cenas, simples, e noutras mais complexa e até poética. Em certos momentos, talvez por não esperar isso do livro, algumas passagens deram-me voltas ao estômago, pelas suas descrições algo nojentas (se bem que escritas com mestria, não deixavam de arrepiar, exactamente porque não contava com elas).
Pareceu-me que foi propositado o uso de diferentes 'vozes' na primeira parte, em relação às restantes. Pois enquanto que na primeira havia uma proximidade quase íntima em relação às cenas, já no resto do livro existia um certo distanciamento.
Gostei também da pequena pitada de fantasia que foi embutida na história. É de tal forma subtil, que é difícil catalogar esta obra como fantasia, quando na verdade é mais uma ficção realista com laivos de algo mais.
E só um aparte: Não sei se fui só eu, mas os nomes pareceram-me todos estranhamente similares. Alturas houve, em que não conseguia discernir quem era quem e tinha de voltar atrás para perceber de onde aquela pessoa vinha, e consequentemente, deslindar algumas das pistas que o autor ia-nos dando aos poucos.
O único pormenor em que penso que esta obra peca, é na construção de algumas personagens. São nos dadas informações, que mostram que todas elas são bastante interessantes, mas o tempo que é dedicado a algumas é tão pouco, que acabamos por ficar apenas à superfície. por exemplo, a Abba. Sobre ela só sabemos o que nos é contado pelo Fridrick. Ainda assim, pode dizer que tanto o Fridrick como o reverendo, foram duas personagens bem desenvolvidas.
Em suma, A Raposa Azul é um livro pequeno, que se lê com bastante prazer, e que consegue surpreender, mas ao mesmo tempo o seu tom algo apático (depois da primeira parte) cria um distanciamento tão gelado como a neve nele descrita, o que me impossibilitou uma maior proximidade com a obra. Ainda assim, recomendo, por ser uma história tocante e surpreendente até à última página.
Tradução (Maria João Freire de Andrade):
Bastante aprimorada e, tanto quanto percebi, fiel ao original. Houve um ou outro instante em que talvez as palavras não fossem as mais adequadas, mas isto aconteceu apenas esporadicamente e não foi entrave para a leitura.
De resto, o seu trabalho foi bastante exemplar, normalmente dando explicações para as coisas menos conhecidas, e usando notas de rodapé quando tal era necessário. (Caso ainda não tenham percebido, sou grande apologista de notas de rodapé, como auxiliar de leitura.)
Capa, Design e Edição:
Pessoalmente, gosto muito da capa. Transmite muito bem o que o autor tentou dizer-nos num dos seus primeiro parágrafos, em que nos descrevia as raposas azuis, e como estas evadiam a captura.
O design está bastante simples, mas por outro lado a edição está numa qualidade acima da média, com papel mais grosso e reciclado, o que lhe deu um toque algo especial.
Nota: Ganhei este livro num passatempo promovido pela revista Os meus Livros e a editora Cavalo de Ferro.
Sinopse:
O ano é 1883. A fria e irreal paisagem do Inverno islandês é o pano de fundo. Seguimos o padre, Baldur Skuggason, na sua perseguição à enigmática raposa azul. E no momento em que o padre prime o gatilho somos transportados para o mundo do naturalista Fridrik B. Fridriksson e da sua protegida, Abba, que sofre da síndrome de Down. Quando ela foi encontrada acorrentada às vigas de um navio naufragado em 1868, Fridrik fora casualmente em seu socorro. O destino de todas estas personagens está intrinsecamente ligado e, a pouco e pouco, de um modo surpreendente, é revelado neste fascinante romance que contrapõe à poética violência da natureza a barbaridade dos homens.
Opinião:
Se no início estava já com sentimentos mistos sobre esta obra, então no fim fique ainda mais dividida.
Por um lado adorei a cronologia que o autor decidiu usar neste livro (funciona muito bem com a história, sendo que se fosse escrito por ordem, talvez não se mostrasse tão interessante), isto permitiu que o final fosse inesperado, e me apanhasse de surpresa. mas, por outro lado, senti-me um pouco 'perdida' durante o livro, sem saber ao certo como as cenas se interligavam, já que não havia grandes pistas. Ainda assim, posso dizer que, apesar de tudo, sinto que o livro está bem estruturado e, no fundo, até gosto de ficar confusa e desorientada (desde que não seja demasiado).
A escrita do autor é, em algumas cenas, simples, e noutras mais complexa e até poética. Em certos momentos, talvez por não esperar isso do livro, algumas passagens deram-me voltas ao estômago, pelas suas descrições algo nojentas (se bem que escritas com mestria, não deixavam de arrepiar, exactamente porque não contava com elas).
Pareceu-me que foi propositado o uso de diferentes 'vozes' na primeira parte, em relação às restantes. Pois enquanto que na primeira havia uma proximidade quase íntima em relação às cenas, já no resto do livro existia um certo distanciamento.
Gostei também da pequena pitada de fantasia que foi embutida na história. É de tal forma subtil, que é difícil catalogar esta obra como fantasia, quando na verdade é mais uma ficção realista com laivos de algo mais.
E só um aparte: Não sei se fui só eu, mas os nomes pareceram-me todos estranhamente similares. Alturas houve, em que não conseguia discernir quem era quem e tinha de voltar atrás para perceber de onde aquela pessoa vinha, e consequentemente, deslindar algumas das pistas que o autor ia-nos dando aos poucos.
O único pormenor em que penso que esta obra peca, é na construção de algumas personagens. São nos dadas informações, que mostram que todas elas são bastante interessantes, mas o tempo que é dedicado a algumas é tão pouco, que acabamos por ficar apenas à superfície. por exemplo, a Abba. Sobre ela só sabemos o que nos é contado pelo Fridrick. Ainda assim, pode dizer que tanto o Fridrick como o reverendo, foram duas personagens bem desenvolvidas.
Em suma, A Raposa Azul é um livro pequeno, que se lê com bastante prazer, e que consegue surpreender, mas ao mesmo tempo o seu tom algo apático (depois da primeira parte) cria um distanciamento tão gelado como a neve nele descrita, o que me impossibilitou uma maior proximidade com a obra. Ainda assim, recomendo, por ser uma história tocante e surpreendente até à última página.
Tradução (Maria João Freire de Andrade):
Bastante aprimorada e, tanto quanto percebi, fiel ao original. Houve um ou outro instante em que talvez as palavras não fossem as mais adequadas, mas isto aconteceu apenas esporadicamente e não foi entrave para a leitura.
De resto, o seu trabalho foi bastante exemplar, normalmente dando explicações para as coisas menos conhecidas, e usando notas de rodapé quando tal era necessário. (Caso ainda não tenham percebido, sou grande apologista de notas de rodapé, como auxiliar de leitura.)
Capa, Design e Edição:
Pessoalmente, gosto muito da capa. Transmite muito bem o que o autor tentou dizer-nos num dos seus primeiro parágrafos, em que nos descrevia as raposas azuis, e como estas evadiam a captura.
O design está bastante simples, mas por outro lado a edição está numa qualidade acima da média, com papel mais grosso e reciclado, o que lhe deu um toque algo especial.
Nota: Ganhei este livro num passatempo promovido pela revista Os meus Livros e a editora Cavalo de Ferro.
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