Sinopse:
Lily cresceu na convicção de que, acidentalmente, matou a mãe quando tinha apenas quatro anos. Do que então aconteceu, ela tem não só as suas próprias recordações mas também o relato do pai. Agora, aos catorze anos, tem saudades da mãe, a quem mal conheceu mas de quem recorda a ternura, e sente uma desesperada necessidade de perdão. Vive com o pai, violento e autoritário, numa quinta da Carolina do Sul, e tem apenas uma amiga, Rosaleen, uma criada negra cujo semblante severo esconde um coração doce. Na década de 60, a Carolina do Sul é um sítio onde a segregação é ainda realidade. Quando, ao tentar fazer valer o seu recém- -conquistado direito de voto, Rosaleen é presa e espancada, Lily decide agir. Fugidas à justiça e ao pai de Lily, elas seguem o rasto deixado por uma mulher que morreu dez anos antes e encontram refúgio na casa de três excêntricas irmãs apicultoras. Para Lily esta vai ser uma viagem de descoberta, não só do mundo, mas também do mistério que envolve o passado de sua mãe.
Opinião:
Tenho tido muita sorte com os livros que me são emprestados.
Este livro é uma doçura, não no sentido é que é "leve", mas no sentido em que realmente nos ensina algo, nos faz apreciar a vida, nos dá a conhecer personagens maravilhosas e profundas, e até nos seus "defeitos" conseguimos encontrar virtudes.
Lily, é uma excelente protagonista. Age como a adolescente que é, tem defeitos, mas as suas qualidades sobrepõem-se a tudo isso e tudo o que ela faz, tem tanto sentido, que mesmo quando nos queremos irritar, não podemos.
Rosaleen, a ama de Lily, fazia-me rir de cada vez que abria a boca (embora talvez não fosse essa a ideia). Única, decidida e forte. Por mais que o que ela fez tivesse sido idiota, ela nunca se deixou esmorecer.
August, June e May, cada uma à sua maneira, forma também personagens únicas e que ficam na memória. Mesmo T.Ray, o odioso pai da Lily, agia dentro da sua personalidade.
Este livro fala de muita coisa. De como não devemos desperdiçar a vida, fala do direito de igualdade, do racismo, da própria mentalidade limitada que muita gente acaba por ter, sem sequer de dar conta disso. Fala do amor, do perdão, do ódio, da revolta, mas acima de tudo, fala de crescimento, do aprender a lidar com os defeitos dos outros e aceitar os nossos.
O único "senão" deste livro, é a forte carga religiosa. Mas digo já, eu não sou religiosa, e não me incomodei absolutamente nada com o livro. Fala muito disso, é certo, mas não é um daqueles livros que tenta levar-nos a acreditar nisso, não impinge nada. A religião aqui, é usada como meio para mostrar algo profundo sobre a vida, sem pretesiosismo.
Em suma, não posso deixar de recomendar esta bela leitura, que me aqueceu o coração e me fez chorar várias vezes. Um livro doce como o mel e que tenho a certeza que ficará na memória muito depois de terminar de o ler.
Tradução (Teresa Curvelo):
Muito boa, acertada, e com as notas de rodapé exactamente onde eram precisas. Os meus parabéns à tradutora.
Capa, Design e Edição:
Perfeita! Tem tudo a ver com a história e cada objecto faz automaticamente ligação com uma parte da história. Adorei.
uau, este livro sempre me chamou à atenção pelo título e pela capa tão bonita. Fica registado :)
ResponderEliminarOlá!
ResponderEliminarEste ainda não li mas fiquei com o "bichinho"! Já li outro da autora: A Ilha das Garças e gostei imenso.
Bjinhos*
Vi o filme há uns tempos, que é engraçado, sem ser nada de especial. Fiquei curiosa para ler o livro.
ResponderEliminarCat SaDiablo, vale a pena.
ResponderEliminarJojo , não sabia que tinha outro livro publicado em português, mas vou ver se o arranjo.
N. Martins, ainda não vi o filme, mas muita da força do livro está nos pensamentos da personagem principal, e se calhar é por isso que o filme não funcionou tão bem. Mas só posso falar depois de ver.