domingo, 31 de outubro de 2010

Welcome to the Jungle

"Welcome to the Jungle" de Jim Butcher e Ardian Syaf (ainda não publicado em Portugal)

Despois de este ano ter lido um conto-prequela e o primeiro volume da saga The Dresden Files, decidi-me agora a ler a novela gráfica, cujo primeiro volume funciona como uma outra prequela.

Argumento (Jim Butcher):
Sendo que o argumento foi escrito pelo mesmo autor dos livros, não é de estranhar que o estilo fosse em tudo semelhante. E se poderia um não se adaptar ao outro (e por vezes estranhava um pouco) a verdade é que os monólogos interiores do Dresden são sempre cómicos e isso também passou um pouco para a Novela Gráfica, embora não com tanta força como no Romance.
Ainda assim a história está consistente e só fiquei um pouco decepcionada com a facilidade com que o Dresden (o herói) conseguiu livrar-se dos "mauzões" (neste caso "mázonas"). Afinal o Bob (caveira de eleição) tinha dito que elas eram muito poderosas e no fim ele derrotou-as com uma certa facilidade, embora não sem um grande espectáculo.

Desenho (Ardian Syaf):
Os desenhos estavam muito bons (não se fiem nesta versão da capa, que isso foi o mesmo artista dos livros, mas no interior é outro).Personagens distintas, expressões bem demarcadas, acção fabulosa e alguma atenção ao detalhe. As cores (pelos Digikore Studios) também estavam fabulosas, especialmente os efeitos dos feitiços.

Em suma, foi uma boa leitura/visualização com uma história que é outra prequela a Storm Front. Com uma história marginalmente interessante, mas com alguns pontos bem mais interessantes, e arte que agrada aos olhos. (Nota: Os amantes de animais deverão gostar desta história)
Espero em breve poder ler a adaptação do primeiro livro a BD, já que é desenhada pelo mesmo artista, embora seja escrita por outro autor (não deixa de ser baseada no livro).

Nota: Esta novela gráfica pode ser lida sem conhecimento prévio dos livros.

sábado, 30 de outubro de 2010

Compras e Ofertas - Outubro 2010

Este mês entraram-me pelas estantes adentro estes livrinhos.

Ofertas (ganhas em passatempos):
- O Apelo da Lua, de Patricia Briggs (Blog Morrighan e Saída de Emergência)
- Em chamas, de Suzanne Collins (Leituras do Corvo e Editorial Presença)
Quanto ao segundo, podem ler a minha opinião AQUI. Mais tarde tenciono ler esta versão portuguesa.

Compras:
- Saga Caçadores de Sombras (em inglês), de Cassandra Clare (City of Boes, City of Ashes, City of Glass)

E foi só, mas já foi muito. Contenção é a palavra de ordem!

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

::Conto:: O Natal de um Predador da Noite

"O Natal de um Predador da Noite" de Sherrilyn Kenyon (Edições Chá das Cinco (grupo Saída de Emergência))

Opinião:
Mesmo só tendo lido o primeiro livro da Saga Predador da Noite, não tive dificuldade em ler este livro. Não conhecia nenhumas das personagens, mas foi fácil não confundi-las. Acho até que esse é um dos melhores "tratos" da escritora.
Foi divertido ler sobre algumas destas personagens, mas infelizmente não consegui "conectar-me" com o Gallagher.
A autora praticamente tentou contar-nos toda a sua história de vida neste pequeno conto, e isso acabou por não funcionar bem, além de que só nos deu pontos negativos deste personagem, o que tornou impossível sentir pena pelo sofrimento dele.


Tradução (Rita Guerra):
Muito melhor que no primeiro volume que li, gostei bastante desta tradução, embora visse uma ou outra palavra que poderia ter sido mais bem escolhida, não foi nada que incomodasse.


Em suma, é um conto engraçado, que mostra algumas personagens bem interessantes, como a Simi, mas que pouco mais consegue fazer. Ainda assim, recomendo a quem tenha lido pelo menos dois livros da Saga (eu só li um, mas parece-me que já leu o segundo estará mais à vontade com as personagens).

Podem fazer o download gratuito do conto AQUI.


segunda-feira, 25 de outubro de 2010

The Walking Dead - Volume 4

"The Walking Dead (Volume 4)" de Robert Kirkman e Charlie Adlard (ainda não publicado em Portugal)

Argumento (Robert Kirkman):
O conflito entre as personagens atingiu outro pico, mas este pareceu-me muito menos interessante que o anterior volume. O Rick esta cada vez pior.
A história sofreu um desenvolvimento bastante relevante, mas muito está ainda por desvendar.

Desenho (Charlie Adlard):
Continuo a confundir dois pares das personagens (o desenhador fá-los demasiado parecidos) o que me irrita.
Mas gostei do dinamismo dos desenhos da luta entre o Rick e o Tyreese, mas os painéis continuam estáticos demais (o que costumava ser característico das bds americanas há uns bons anos atrás, mas agora me parece ser falta de visão, por assim se dizer).

Em suma, divertiu, mas voltou a não impressionar. No entanto é uma série que dá vontade de continuar a ler (talvez para saber se melhora?).

The Walking Dead - Volume 3

"The Walking Dead (Volume 3)" de Robert Kirkman e Charlie Adlard (ainda não publicado em Portugal)

Argumento (Robert Kirkman):
Este volume começa quando o grupo parece ter encontrado o local perfeito para viver, depois de fazerem uma limpeza geral aos zombies que por lá andam.
Encontram mais 4 pessoas, nas quais não confiam e é neste volume que as maiores discordâncias se formam dentro do grupo. Inocentes morrem e isso cria um clima de animosidade intensa, que mostra muito desenvolvimento em quase todas as personagens.

Nesse campo este volume foi muito forte e verdadeiro. Gostei!
Mas a história continua sem ter um verdadeiro toque de originalidade que a distinga de tudo o resto que já vi. E irrita-me o "sentido" americano destes comics (que é de esperar tendo em conta que é lá que é feito). Não acho nada normal crianças andarem com armas, matarem zombies, e pior que isso, matarem gente viva. Também não gosto muito do machismo, como se não existissem mulheres capazes de se defenderem.
Outro ponto contra é o excessivo "amo-te". Eu compreendo que em situações de crise as pessoas se "juntam" mais depressa, mas isto chega a ser ridículo.

Desenho (Charlie Adlard):
Já me começo a habituar à arte deste desenhador, mais ainda não estou rendida. Acho que lhe falta algum dinamismo, menos estática e mais expressividade (que felizmente parece ter melhorado neste volume, mas como todos estavam furiosos não estranhei porque o artista parece dar-se bem com a raiva. São as outras emoções que não lhe saem tão bem)

Em suma foi melhor que os anteriores, especialmente em termos de suspense e os vários conflitos que se geraram. Vou ler o quarto assim que puder.

The Walking Dead - Volume 2

"The Walking Dead (Volume 2)" de Robert Kirkman e Charlie Adlard (ainda não publicado em Portugal)

Argumento (Robert Kirkman):
O argumento continuou sólido, como na segunda metade do volume anterior, desta vez focando-se muito mais nas personagens, o que foi um toque bastante bom no compasso da história. Sem, claro, nunca esquecer o Apocalipse e desta vez apanhei mais alguns sustos.
Gostei da construção das personagens pois houve muito lugar a "fore-shadowing" que só deverá ser resolvido nos próximos volumes e que dá uma profundidade bem maior à história.

Desenho (Charlie Adlard):
Lamentavelmente a trica do artista não foi uma benece para a história, bem pelo contrário.
Os fundos deixaram de ter o impacto que até ai tiveram, as vinhetas continuaram pouco dinâmicas, as personagens começaram a confundir-se por falta de características que as separassem, até chegar ao ponto de eu pensar que a pessoa errada estava com outra pessoa, ou pior, que uma nova personagem estava a dar um sermão ao Rick, quando na verdade era um outro sujeito. Muito mau!
E nem as expressões se safavam. Pareciam ter todas as mesmas expressões e movimentos faciais, o que não ajudava nada.

Em suma foi um livro que divertiu, mas que teria ganho muito mais se o artista se tivesse mantido o mesmo do volume anterior, pois acredito que se assim fosse lhe daria entre um 6 a um 7 de classificação. Mas como está, não sinto que mereça mais que um 5.
Provavelmente irei ler o terceiro volume, só porque gosto de zombies e porque a história parece estar a "apanhar o passo".

domingo, 24 de outubro de 2010

The Walking Dead - Volume 1

 "The Walking Dead (Volume 1)" de Robert Kirkman e Tony Moore (Devir)

Sinopse:
Uma epidemia de proporções apocalípticas tomou conta do planeta, fazendo com que os mortos se ergam das covas para se alimentarem dos vivos.Numa questão de meses a sociedade desapareceu. Rick Grimes é um dos poucos sobreviventes. Um polícia de uma pequena cidade que nunca tinha disparado a pistola. Separado da família ele tem de sobreviver à morte e confusão para tentar encontrar a mulher e o filho.

Argumento (Robert Kirkman):
Logo no início esta novela gráfica fez-me lembrar demasiado o "28 dias depois" e do "Resident Evil (2)" (homem acorda de coma e encontra a terra devastada por zombies), e na primeira metade do volume esse sentimento de déjá-vú  manteve-se. Felizmente, a partir da segunda metade começou a mudar o seu foco e tornou-se mais distinto e interessante.
As personagens parecem ter potencial e foram apresentadas de forma coerente e todas são bastante únicas.
A história em si não tem nada de muito original, mas também não há muito por onde fugir. Apocalipse zombie praticamente dita as regras de todos estas histórias e poucas coisas podem ser realmente originais no enredo. O que pode destacar uma história particular são as personagens, e estas prometem.

Desenho (Tony Moore):
Adorei o facto de estar a preto-e-branco, pois como diz o autor, faz lembrar os bons filmes de zombies (mas não necessariamente os melhores, a meu ver).
O desenho dos fundos está fabuloso, mas o desenho de personagens, embora realista, está algo estático e há poucos painéis interessantes, ou seja, a dinâmica das páginas não está de acordo com o tipo de história. Ainda assim a forma como nos é apresentado consegue pregar alguns sustos.
Há outra coisa que gosto muito e é a alternância de expressões, que o desenhador consegue captar bastante bem.

Em suma é uma boa novela gráfica para passar o tempo. Que poderá surpreender quem não conheça muitas histórias de zombie, e que poderá entreter quem já seja versado no assunto, mas que na verdade pouco traz de original.
Irei ler o segundo volume e daí decidir se vale a pena continuar.

Nota: Esta série está a ser editada em Portugal pela DEVIR.

O Décimo Terceiro Poder

"O Décimo Terceiro Poder (Terras de Corza 1)", de Madalena Santos (Edições Gailivro)

Sinopse:
Ne­ferlöen é uma jovem don­zela, filha adop­tiva do Rei de Le­vi­onda, que, face a um ini­migo sem rosto, vê-se su­bi­ta­mente pro­mo­vida a re­pre­sen­tante do seu tutor nas terras do sul do Reino. Sem nunca deixar a sua fa­ceta fe­mi­nina, afirma-​se uma di­plo­mata num mundo de ho­mens e uma au­tên­tica guer­reira de es­pada em riste. Con­segue, com a sua pe­rícia, con­ci­liar as am­bi­ções dos vá­rios tronos das Terras de Corza e o seu des­tino será de­fi­nido pelo se­gredo da sua pa­ter­ni­dade.

Opinião:
Parti para esta leitura sem saber muito sobre a história. Embora já muitas vezes tivesse ouvido falar da saga, a verdade é que pouco conhecia dela.

Por isso não ia com ideias pré-concebidas, embora confesse que tinha ideia que seria uma história medieval cheia de elfos e etc. Não podia estar mais enganada, e ainda bem. Esta história é uma espécie de Romance Histórico Alternativo, sendo que não acontece na nossa "Terra", mas também não tem nenhuma das criaturas medievais que mencionei, ou outras. Trata apenas de pessoas, reis, cortes e guerreiros.
Nunca fui fã de romances históricos, nem nunca tive muita paixão por histórias passadas em épocas medievais, mas este "Décimo Terceiro Poder" conseguiu ser uma leitura muito mais agradável do que esperava.

As personagens, apesar de serem muitas e por vezes me confundirem, foram muito bem expostas e tiveram um desenvolvimento fantástico. Conseguimos vê-las crescer através das suas acções e pela forma como passam a ver o mundo.
Neferlöen foi uma protagonista maravilhosa. Forte, mas ainda assim sabendo como a sua "condição" de mulher lhe tirava alguma vantagem no meio em que se movia. Não gostei muito das decisões dela na última parte do livro, mas não nego que estavam em pleno acordo com o tipo de personalidade que ela sempre demonstrou, pensando sempre no seu reino mais do que na sua própria felicidade.
Também Loccon, Pertescus e Fomples foram personagens que surpreenderam (o último por muita más razões), mas que foram sempre bem caracterizados e fiéis a si mesmo.
Isto já para não falar de todos os outros, que fizeram mover a história e não passaram despercebidos.

Já a história em si escondia vários segredos (muitos dos quais adivinhei com alguma antecedência, mas que estavam bem mascarados pela autora), e embora os cenários de guerra pudessem ter sido mais bem explorados, pareceu-me que a autora se tentou focar mais nas relações entre os poderes de Corza, e nas mentiras e estratagemas que vários reinados escondiam. Neste ponto, achei que foi muito bem sucedida.

Mas ainda na questão das guerras, ao principio pareceu-me que as estratégias de combate eram todas muito simplistas, mas com o desenrolar da história estas foram evoluindo, e parece-me que isto foi propositado na medida em que a própria personagem (Neferlöen) foi evoluindo e ganhando mais experiência no campo de batalha e em termos de estratégias de combate.

Uma das coisas que mais gostei nesta narrativa foi a construção das diferentes culturas e religiões. Cada reinado/ducado tinha a sua própria religião e a autora soube explorar isto com mestria, deslumbrando o leitor com pormenores maravilhosos sobre a vida nas diferentes terras de Corza.

Quanto à escrita, achei-a muito bem conseguida e fluída, e, ao contrário de outros livros que li escritos por adolescentes, este não mostrou a imaturidade que sempre me irritou. Muito pelo contrário!
No entanto, pareceu-me que o ponto fraco da escritora eram os diálogos, que embora estivessem de acordo com as éticas das cortes, por vezes pareciam um pouco forçados. Mas até nisto se notou uma evolução ao longo do livro, e no final os diálogos estavam muito mais naturais.
Também ressenti o uso de algumas expressões modernas que pareciam muito estranhas no meio de tanta conversa formal. Foi só por duas ou três vezes, mas notou-se. E também o uso de familiaridades, ou seja, umas personagens estavam a tratar-se de forma muito formal e de repente, no meio da mesma frase, já se tratavam por "tu". Isto também só aconteceu uma ou outra vez, mas no meio de tanta conversa comedida estas pequenas coisas sobressaiam.

Existiram contudo algumas outras coisas que estranhei, nomeadamente o facto de, na narrativa, a autora alternar entre chamar Nefer ou Neferlöen à protagonista. Entendia-se, mas não havia explicação para as duas formas. Outra situação eram os honoríficos como D., que na narrativa ficavam bem, mas nos diálogos pareciam muito estranhos.

Em suma, foi uma leitura que surpreendeu, que conseguiu deixar-me a pensar nas personagens longas horas entre leituras e que não posso deixar de recomendar a quem goste de um bom livro de fantasia ou romance histórico. E mesmo para os que não gostam (como eu), acredito que possam encontrar neste livro algo mais do que esperavam.
Os meus parabéns à Madalena, que além de ser uma pessoa muito simpática, tem muito talento para criar histórias e especialmente para escrever de forma bem cativante.

Capa (Pedro Pires) e Design:
Antes de mais, permitam-me dizer que a maior falha desta publicação é o peso do livro. É monumental! Eu que gosto de carregar os livros comigo para todo o lado, vi-me muitas vezes forçada a deixar este ficar em casa porque não podia andar a passear com aquele peso nos ombros. Foi esta a razão porque demorei tanto tempo a lê-lo, pois praticamente só lia em casa (onde tenho muito menos tempo). É muito peso!
Também achei que os capítulos estavam grandes demais. Eu sou pessoa que gosta de pausar a leitura no fim de um capítulo, mas neste livro nunca conseguia porque havia capítulos enormes (tipo, 75 páginas).

Eu comprei o livro este ano, mas ainda apanhei a capa das primeiras edições (podem ver a nova à direita). Quando há uns anos este livro foi publicado pela primeira vez, eu peguei muitas vezes nele e tive vontade de o comprar porque a capa e a história me eram apelativas, mas acabei por nunca ter oportunidade. Só no ano passado voltei a ouvir falar deles e nessa altura sabia que os queria ler. A capa que eu tenho é linda, especialmente no livro, e o as fontes e design geral da capa estão numa harmonia que adoro (contudo o facto de o nome da autora estar tão pequeno, pareceu-me um erro crasso da edição. Muito mau!).
O que não gostei nesta primeira edição foi a lombada e também a contracapa. Numa lombada daquele tamanho, pressupunha-se que fizessem uso do espaço, mas tanto o nome da autora como o título do livro estão em letras pequenas o que deixa toda a lombada num preto indistinto que não se destaca na prateleira.

A nova edição também tem as suas vantagens, na medida que as cores chamam ainda mais a atenção e a fonte é linda. Mas, em contrapartida, acho que o desenho não está nada fiel à Nerferlöen, que tem cabelos castanhos-escuros e, bem, o design da personagem não está muito de acordo com a imagem que tenho dela.

O mapa das Terras de Corza, que segue no interior do livro, é um bom auxiliar, mas em certos pontos torna-se confuso, na medida que as letras se misturam com os traços do terreno.
O design interior é simples, mas funciona muito bem. O tamanho de letra escolhido permite uma leitura mais relaxada e pouco exigente para as vistas, o que é sempre bom.

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

NaNoWriMo 2010

Isto pode ser uma surpresa para alguns (ou não), mas além de adorar ler eu adoro ainda mais escrever. Há vários anos que o faço, mas só nos últimos 3/4 anos posso dizer que me dediquei mesmo a sério à escrita criativa, mais ou menos na mesma altura que abdiquei das novelas gráficas (bandas desenhadas). Sim, porque também desenho. E não estaria a falar nisto se não estivesse relacionado.
Não! Não estou prestes a ser publicada (quem sabe, em breve?), mas em Novembro vou entrar numa aventura que já repito desde 2008.
Todos os anos, durante 30 dias, escritores de todo o mundo unem-se num desafio que consiste em escrever uma novela de 50 000 palavras durante o mês de Novembro. Não vale começar antes.
Este desafio (algo maluco) dá-se pelo nome de National Novel Writing Month, NaNoWriMo para abreviar. E não se destina somente a americanos (a parte do National é irrelevante), pois tem participantes de todo o mundo, em todas as línguas (se quiserem escrever em coreano, estão à vontade).
E o que ganham os participantes? Glória eterna!
Queriam mais? Não há mais, e acho que chegar ao fim com 50 000 palavras de um primeiro rascunho de uma novela, é muito bom. Não acham?

Eu posso dizer, com toda a convicção, que para mim Novembro já é só o mesmo do NaNoWriMo. No início do ano já sei que não posso fazer grandes planos para essa altura e quando estou em Agosto já estou a pensar em Novembro. Conhece-se gente espectacular (tanto online como presencialmente, graças às nano-meets) e quer ganhemos que não, sentimos sempre que conseguimos alguma coisa de palpável.
Há muito quem diga que o que escreve em Novembro não vale nada e que não o podem aproveitar, mas eu e muita gente que conheço já aprimoramos manuscritos desse mês para se tornarem bem apresentáveis. Vai tudo da pessoa.
Aconselho todos os que gostariam de escrever um livro a experimentarem, pelo menos uma vez.Mas não vou mentir e dizer que o que sair daqui vai estar, automaticamente, uma obra prima. Afinal todas as obras de arte têm de ser polidas e por isso, depois de Novembro, ainda terão muitos meses pela frente a editar, reescrever, adicionar, e mais um sem fim de coisas, antes de poderem dizer "Está pronto para as estantes das livrarias". Mas é um começo, e um adianto enorme. Quanto mais não seja, para aprenderem o que não devem fazer. :)
Eu digo, não trocava isto por nada.
Mais alguém?

P.S: Se estiverem interessados, visitem o meu blog de escrita para saberem mais. Caneta, Papel e Lápis

POST Nº 200!

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Convite para apresentação de "Os Doze Reinos"

No próximo dia 30 de Outubro, a Madalena Santos, autora de "O Décimo Terceiro Poder", "A Coroa de Sangue" e "As Tribos do Sul", vai estar em Lisboa (na Livraria Leya, na Barata) para apresentação o seu mais recente livro: "Os Doze Reinos"
A apresentação ficará a cargo do autor e tradutor Luís Filipe Silva.

Eu bem gostava de estar presente, mas Lisboa fica mais longe que um simples "fora de mão", mas já tive por duas vezes oportunidade de conhecer a Madalena Santos (muito simpática) e desejo-lhe o maior sucesso. (Estou a ler o primeiro livro dela e a gostar)

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Os Livros que devoraram o meu Pai

"Os Livros que devoraram o meu Pai", de Afonso Cruz (Editorial Caminho)

Sinopse:
Vivaldo Bonfim é um escriturário entediado que leva romances e novelas para a repartição de finanças onde está empregado. Um dia, enquanto finge trabalhar, perde-se na leitura e desaparece deste mundo. Esta é a sua verdadeira história — contada na primeira pessoa pelo filho, Elias Bonfim, que irá à procura do seu pai, percorrendo clássicos da literatura cheios de assassinos, paixões devastadoras, feras e outros perigos feitos de letras.

Opinião:
Tive algum receio em começar a ler este livro por saber que ele mencionava vários clássicos, e que eu não tinha lido a maioria deles. Felizmente a menção que esta obra faz a outras, não chega a ser impeditivo para quem tem conhecimentos limitados dos grandes nomes da literatura.
De uma forma sucinta e acessível, consegue imergir-nos no meio de várias tramas, apresentando-nos variadas personagens que toldam a vida do Elias, da mesma forma que fizeram ao seu pai.

Adorei a forma como este livro mistura realidade com ficção, de tal forma que por vezes fiquei na dúvida sobre o que seria real ou não. Até cheguei a pensar que a história se passava na Inglaterra, mas assim que me foquei nos nomes, percebi que tal não era muito provável.
Este é um livro para quem ama os livros, a leitura e a forma como estes nos fazem esquecer tudo o resto que se passa à nossa volta, e especialmente, a forma como nos moldam e ajudam a crescer (seja para o bem ou para o mal).

O ponto mais fraco deste livro, para mim, foram as personagens. Não as personagens "reais", mas sim as "fictícias", pois todas elas me pareciam clones umas das outras, sem grande individualidade que não as histórias de onde saíam. Desapontou-me o facto de não estarem captadas na sua essência e de, de uma maneira geral, todas terem a mesma forma de falar e de ver o mundo. Talvez isto fosse influência do Elias, pois o leitor influencia a própria leitura, mas para mim isso foi uma falha desta narrativa.
Já o próprio Elias, que foi amadurecendo a cada nova leitura, foi uma personagem não muito agradável, mas extremamente intrigante. E adorei o Bombo e toda a história que envolveu os dois.

Apesar disto, foi uma leitura muito agradável e que recomendo a quem adore ler e viver as histórias que são impressas nas páginas. Para todos aqueles que já chegaram atrasados ao jantar porque estavam compenetrados a ler.

Capa (Afonso Cruz) e Edição:
A Capa está fabulosa, a meu ver. A escolha das cores está perfeita e adoro o desenho, que se não me engano, representa uma mistura das várias personagens com quem o Elias se cruza durante a narrativa.
A edição está simples, mas eficiente, e gostei particularmente das partes em que o texto ganhava um relevância extrema sobre a história. o poder das palavras, bem visível nas páginas deste pequeno livro.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Revista Bang

A Revista Bang!, uma publicação dedicada à fantasia e ficção científica desde 2005, lançada pela Saída de Emergência e que vai no nº 7, arrisca-se agora em novas fronteiras.
Esta revista que começou em formato papel, depois passou para digital, até regressar novamente ao físico este ano, vai agora entrar numa parceira com a cadeia de lojas FNAC, onde os exemplares serão distribuídos de forma GRATUITA (leram bem).

Para saberem mais, leiam o post no blog da editora.

Estas são excelentes notícias para os aficcionados de fantasia e ficção científica, além de que, com certeza, trará novos leitores a ao género.
Dou os meus parabéns à Saída de Emergência e à FNAC pela iniciativa arrojada e só espero que tenha muitos e bons resultados.

Nota: A imagem da direita é a ilustração para o nº 8 da revista.

sábado, 9 de outubro de 2010

Por Treze Razões

"Por Treze Razões", de Jay Asher (Editorial Presença)

Sinopse:
Naquele dia quando Clay regressou da escola, encontrou à porta de casa uma estranha encomenda com o seu nome escrito, mas sem remetente. Ao abri-la descobre que, dentro de uma caixa de sapatos, alguém colocara sete cassetes áudio, com os lados numerados de um a treze. Graças a um velho leitor de cassetes Clay prepara-se para ouvi-las quando é sobressaltado pela voz de Hannah Baker de dezasseis anos, que se suicidara recentemente e por quem ele estivera apaixonado. Na gravação, Hannah explica os seus treze motivos para pôr fim à vida, que a cada um deles correspondia uma pessoa e que todas elas iriam descobrir na gravação o seu contributo pessoal para aquele trágico desfecho.

Opinião:
Ao ler este livro, recordei-me um pouco do que senti ao ler o "Sorte" da Alice Sebold. Ou seja ... uma completa e total apatia.
Eu sei, parece cruel, até atroz. Mesmo para mim, é isso que parece, especialmente quando o livro supra mencionado é um relato cru e biográfico da violação da autora. Mas estaria a mentir se dizesse que consegui empatizar com a Alice Sebold, porque a forma como ela descreveu todo o livro, era de um afastamento gelado que me impedia de sentir algo para além de nojo. O mais completo nojo.
Este "Por treze razões" não é um relato auto-biográfico. É ficção. Mas o tema, por si só, tinha potencial para me fazer chorar rios de lágrimas. E eu nem uma verti ...
Por um lado sinto-me como se fosse uma insensível, mas por outro sei que a culpa não é minha, nem sequer do meu estado de espírito. É o livro que não tem o impacto que deveria ter.
A Hannah Baker está longe de ser uma personagem que inspire piedade. Está certo que lhe aconteceram coisas horríveis, e também sei que são as pequenas coisas, que acumuladas em cima umas das outras, que levam a actos como o dela. Mas, sem querer ser objectiva demais, metade das coisas que lhe aconteceram foi porque ela deixou, porque ela era fraca e eu não consigo simpatizar com uma personagem assim.
No fundo acho inverossímil que uma personagem que é fraca e não consegue defender-se das situações que a deixam incomodada, tenha o discernimento de gravar 7 cassetes a deitar as culpas do seu suicídio aos outros.
Não lhe tiro realismo, porque não são poucos os suicidas que, no seu "caminho" para a morte, se certificam que os que vivem se tornam tão ou mais miseráveis que eles. Por isso nem é o facto de ela gravar as cassetes que parece estranho. O que parece estranho é que as acções dela não condizem com isso. Já para não falar que não me parece que uma pessoa com tendências suicidas vá fazer "piadas" sobre isso. Os suicidas são pessoas deprimidas, perdem todo o sentido de humor, por isso quando a primeira cassete começa com uma graçola, eu perco esperanças.


Eu queria muito gostar deste livro. Aliás, gostar é a palavra errada. Eu queria muito chorar (rios e rios de lágrimas) com esta leitura. Pois sabia que se isso não acontecesse, era muito mau sinal.


Não simpatizei com a Hannah Baker, mas felizmente o Clay foi uma personagem bem interessante de seguir. As reacções dele, há medida que ouvia as cassetes, foram constrangedoras e verdadeiras. Senti apertos no coração em certas cenas que a Hannah descreveu. Cheguei a imaginar coisas horríveis, que infelizmente mais tarde chegaram mesmo a acontecer, mas quando chegamos ao 12º culpado, eu passei a odiar a Hannah Baker. Só entenderá o que eu quero dizer, quem ler o livro, mas deixem-me dizer isto: Ela perdeu todo o respeito que tinha por si mesmo, e isso é normal na situação, mas o que ela fez, ou aliás, o que ela deixou que lhe fizessem, tirou toda e qualquer piedade que tinha por ela. Simplesmente deixou-me mal disposta.


A história está bem empregue, muito bem estruturada e de um realismo sufocante. Acho que ninguém pode ler isto e dizer "isso nunca aconteceria", porque na verdade acontece ... todos os dias, infelizmente. É esta realidade que faz com que este livro me fique na memória. Pela sua franqueza, pelo facto de não andar com rodeios. A forma como a história é contada, é inteligente e original, se bem que por (raras) vezes algo forçada.


As personagens são interessantes, mas quase todas desaparecem da memória rapidamente, há excepção do Clay e da Hannah, mas ambos por razões bem diferentes. E já que falo nestes dois, posso dizer que, tendo em conta a personalidade da Hannah (que foi extremamente bem retratada) eu não acredito que ela colocasse o Clay na lista pelas razões que ela mencionou. Sendo ela quem era, culpá-lo-ia por a deixar só naquela noite, por ele não ter tido coragem de falar come ela antes, e por uma outra infinidade de pequenas coisas que parecem sem grande importância. Afinal, foi isso mesmo que ela fez com os restantes. Assim sendo, a história do Clay, aos olhos dela, não parece minimamente credível. Desculpem, mas é a verdade.


Em suma, foi uma história com um certo nível de interesse que me deixou indisposta e com as entranhas às voltas, mas que não conseguiu ter o impacto sentimental que se esperaria de uma história com esta premissa. A escrita estava simples (por vezes até demais), mas acessível e integrada na idade das personagens. Os dois principais estiveram extremamente bem desenvolvidos, e os restantes também, mas não de uma forma semelhante ou tão fulcral como seria de esperar.
Recomendo, a quem não se importe de ler verdades cruas e que não tenha medo de descobrir que, são as pequenas coisas que às vezes têm os efeitos mais nefastos na vida dos que nos rodeiam. Até as coisas mais insignificantes podem pôr a rolar uma bola de neve, que em breve ficará tão grande que o seu peso será insuportável.


Tradução (Alice Rocha):
Dois livros seguidos com traduções que deixam muito a desejar, é azar! E não se percebe porquê já que a tradutora deste livro parece ter muita experiência (J.K. Rowling, Nicholas Sparks, Ken Follet). De onde vieram tantas más expressões, então?
Traduzir "If I even tried to utter a single word, I would have lost it. Or had I already lost it?" para "Se tivesse proferido uma palavra que fosse, tê-lo-ia perdido. Ou seria que já o perdera?" (pág. 177) - É de uma atrocidade indesculpável. Desculpem-me, mas é!
E quem é que diz "Acho que aquele rapaz te está a galar." - Galar? A sério? Por favor ...
Confesso que, por várias vezes, torci o nariz à tradução. Havia capítulos inteiros em que nada surgia de mal, mas depois aparecia algo alienígena no texto, que me dava comichão.
Lamento, mas a tradução neste livro não está aprovada, de todo.

Capa (Filipa Costa Félix), Design e Edição :
Gosto muito desta capa porque a cassete representa bem um pouco do que é a história, mas a cor (turquesa) pode indiciar um livro "feliz" quando este não o é.
Gostei bastante da paginação do livro, pequenita e no cantinho lateral, fazendo-me lembrar as cassetes (não sei bem porque fiz esta associação). 
De mal só achei que tinha o tamanho dos capítulos. Muito longos, a maioria deles, mas isso não tem a ver com a edição. Só achei que deveria deixar aqui uma notinha.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Convite para apresentação do Império Terra

No próximo dia 9 de Outubro, o Paulo Fonseca, autor de "Império Terra - O princípio" e "A Guerra da Pirâmide", vai estar em Oeiras (na Feira do Artesanato e do Livro de Algés) para apresentação dos seus trabalhos.

Podem ver o book trailer do primeiro livro abaixo:


Visitem também o blog oficial da trilogia.

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

::Conto:: Wrath and the Letter Opener

Hoje passei pelo novo site da J.R. Ward e diverti-me a ler duas das slice-of-life que ela tem lá para os fãs da Irmandade da Adaga Negra.


"Wrath and the Letter opener", de J.R. Ward (podem ler aqui)
 Este interlúdio passa-se entre o terceiro e o quarto livro da saga, mas podem lê-lo depois de lerem pelo menos o primeiro.

A premissa para este conto é tão cómica como plausível. Wrath, sendo o "machão" que é e gostando da luta, vê-se aborrecido depois de aceitar o trono e deixar de poder sair para caçar os lessers.
O nome desta história provem da comparação que ele faz entre a lâmina do abre-cartas e as lâminas das adagas que a irmandade usa.
Com violência e sexo à mistura, voltamos ao casal inicial desta saga. E se o regresso até foi interessante, acabou por não me cativar muito. Simplesmente não fez nada por mim, mas não deixou de ter uma dinâmica interessante.




"Movie Night", de J.R. Ward
Passado mais ou menos no mesmo espaço-tempo que o anterior, este é apenas um resumo do que seria uma noite/dia de filmes com a irmandade.

Sinto que se esta história fosse contada numa narrativa, teria sido um mimo, mas como foi contada como um resumo, acabou por ser extremamente banal, se bem que interessante.

Existem mais duas histórias no site ("In the nature of Phury" e "The interview that bever happened"). Não os li pois pelo que consegui perceber passam-se depois do quinto/sexto livro.

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