quinta-feira, 19 de maio de 2011

Booking Through Thursday - Imprópio para a Idade

In contrast to last week’s question–What do you think of censoring books BECAUSE of their intended age? Say, books too “old” for your kids to read?

Na minha opinião, há livros que não devem ser lidos por qualquer um, em qualquer idade. Não quero com isso dizer que os mais novos só devem ler livros catalogados como sendo para criança/jovens, mas há certamente livros que só devem ser lidos quando as pessoas são mais adultas. Afinal há temas mais adultos, e há temas mais ... para todas as idades.
Por exemplo, há clássicos que podem ser lidos por jovens, e há outros que não o devem ser.
Esta matéria parece-me ainda mais restritiva quando falamos de crianças. Não vamos pôr uma criança de 6 anos a ler livros pesados, maçudos, e com violência extrema. Isso parece-me não só errado, como potencialmente marcante (da pior forma) na vida das crianças.
Não sou a favor da censura, ou de proibir alguém de ler um qualquer livro, mas por vezes basta dialogar e chegar a um consenso.
E no final de contas, se uma criança quiser muito ler um livro, mesmo que nos pareça que é demasiado para ela, será que se o livro não for (a nosso ver) muito impróprio, não lhes deveremos dar a hipótese de o ler? Afinal é sempre bom eles lerem, mesmo que não sejam o tipo de livros que nós, por regra, aconcelhassemos a ler (no entanto mantém-se o factor bom senso).

Já no meu caso específico, penso que nunca li nenhum livro 'fora da minha idade', quando era mais nova. Não me recordo se foi por falta de curiosidade, ou simplesmente porque não lhes tinha muito acesso, mas também sei que, como a minha mãe tentava comprar-me sempre os livros que eu lhe pedia, eu acabava por me sentir feliz em ler apenas aqueles.

5 comentários:

  1. Eu tentei começar o folhas caídas com 12 anos! O problema dos livros que a minha mãe tinha é que eram todos clássicos franceses ou portugueses :( Por isso ou eu lia clássicos ou não lia nada (no meu caso não lia nada)

    ResponderEliminar
  2. Olha a minha resposta: http://leituradasemana.wordpress.com/2011/05/19/booking-through-thursday-iv/
    Beijos

    ResponderEliminar
  3. Embora o radicalismo (é este o substantivo) das minhas ideias tenha andado a ser muito amaciado com o aumento da idade (ahem), continuo a ser absolutamente contra a censura do "impróprio para a idade". Acho que a maturidade de ideias das crianças terá muito mais trabalho a lidar com todas as opiniões parciais/descontextualizadas/impensadas/desmiolodas que nos saem da boca para fora quando, lá está, deixamos que nos saiam da boca para fora e que estejam na nossa cabeça quando o nosso idealismo foi amaciado pela idade, e que inevitavelmente sairão da boca dos pais e professores.
    Os livros, por serem mais uma tese e apresentarem, de uma forma ou de outra, os seus argumentos, serão muito mais fáceis de refutar caso o piqueno ou piquena em questão não se identificar com ela.

    Quanto ao potencial traumático... bem, a minha mãe leu uma data de livros de Eça de Queirós quando tinha os seus 13 anos e ficou traumatizada com a igreja. Na minha modesta opinião, só lhe fez bem. E se eu li alguma coisa que me perturbou na minha infância, acho que também só me fez bem.

    ResponderEliminar
  4. Rekoa Meton, cada caso é um caso, e olha para a Adelsena (e mesmo para mim). Há crianças que podem ler livros mais maçudos e gostar, outras que não. Acho que cabe aos pais perceberem o que funcionará com os seus filhos, de forma a não os afugentar da leitura.

    ResponderEliminar
  5. Na minha opinião, todas as crianças, de qualquer modo, vão ser expostas a temas mais pesados. É só pegares num livro de contos de fadas para verificares isso: o lobo come a avozinha no capuchinho vermelho, no outro dia peguei estava a contar um dos contos de grimm à minha irmã e um gigante matou as filhas por engano. A ideia que na infância é tudo cor-de-rosa e perfeito, é um mito.
    Mas claro que concordo que os pais devem ter algum controlo sobre os livros que os filhos lêem.
    No meu caso em particular, nunca me fez diferença. Em criança devorava livros direccionados a adolescentes, aos 11 comecei a ler livros para adultos. Nunca me senti mal por isso, a única coisa que me deixava mais desconfortável eram as cenas de sexo mais descritivas, mas ainda hoje sou muito picuinhas relativamente a isso.
    Honestamente, aquilo que mais senti falta na infância foi de livros com personagens com quem eu me identificasse. Sentia-me um bocado mal quando aos 7/8 anos lia livros em que as crianças da minha idade eram caracterizadas como autênticos bebés.

    ResponderEliminar

LinkWithin

Related Posts with Thumbnails