quinta-feira, 29 de julho de 2010

Lançamentos 03

Nos próximos tempos irão sair (alguns já saíram) no mercado português uns quantos livros que quero muito ter nas minhas estantes. São eles:

Título: "O Demónio Branco", de Fábio Ventura
Editora: Casa das Letras
Lançamento:
Setembro 2010


Sinopse: «As coisas mudaram desde a derradeira separação entre a Terra e Orbias há um ano atrás. Noemi é agora uma estagiária na redacção de uma revista em Grand City. Leva uma vida solitária e mantém pouco contacto com Adam e Lorelei. Mas enquanto se esforça para esquecer todos os trágicos acontecimentos do passado, o inesperado acontece: os seus poderes de Omnisciência regressam e volta a transformar-se em Guerreira. Para piorar a situação, está constantemente a ver o rosto de Sebastian e a sentir o seu perfume.
Será que afinal os mundos não foram definitivamente separados? Será possível o regresso a Orbias, para junto das outras Guerreiras? Na sua loucura obsessiva, Noemi convence-se a si própria de uma coisa: Sebastian está vivo!»
Este livro é a continuação da saga Orbias (opinião aqui).


Título: "Beijo Gelado", de Richelle Mead
Editora: Contraponto
Lançamento: 
Maio 2010

Sinopse: «Rose Hathaway não está a atravessar uma boa fase: o seu deslumbrante mentor Dimitri parece gostar de outra pessoa e em contrapartida o seu amigo Mason tem um fascínio enorme por ela. Para piorar a situação, Rose não consegue quebrar a ligação mental com a sua melhor amiga, Lissa, mesmo quando esta está com o namorado, Christian.
Entretanto, perante a iminência de um ataque Strigoi, a Academia de São Vladimir decide tornar a viagem anual de esqui obrigatória a todos os alunos e juntar os guardiães, inclusive a lendária Janine Hathaway – a ausente mãe de Rose.
Iludidos pela falsa segurança da paisagem cintilante e elegante do Idaho e na ânsia de vingar as vítimas dos últimos ataques dos Strigoi, três estudantes resolvem fugir para tentar encontrar e exterminar sozinhos um perigoso grupo de assassinos. Rose vê-se então obrigada a associar-se a Christian para os salvar, só que desta vez a jovem irá sujeitar-se a perigos que nunca imaginou ter de enfrentar.»

Este livro é a continuação da saga Academia de Vampiros (opinião aqui).


Título: "Imperfeitos", de Scott Westerfeld
Editora: Vogais & Companhia
Lançamento: Julho 2010
Sinopse: «Num mundo de extrema beleza, a normalidade é sinónimo de imperfeição.
Num futuro não tão distante quanto isso, não há guerras, nem fome, nem pobreza. O mundo é perfeito. Todos são perfeitos. Pelo menos, depois de completarem 16 anos. Qualquer um pode ter a aparência de um supermodelo… e que mal haveria nisso?
Tally Youngblood mal pode esperar pelo seu décimo sexto aniversário, altura em que será submetida à cirurgia radical que a transformará de uma mera Imperfeita para uma deslumbrante Perfeita. Uns lábios bem delineados, um nariz proporcional, um corpo ideal… é tudo o que sempre quis. Já para não falar que uma vida de diversão num paraíso de alta tecnologia espera por si.
Mas quando a sua melhor amiga decide virar as costas a esta vida perfeita e foge, Tally descobre um lado inteiramente novo do mundo dos Perfeitos – e que, por sinal, nada tem de perfeito. É então forçada a fazer a pior escolha possível: encontrar a amiga e traí-la ou perder para sempre a possibilidade de se tornar Perfeita.
Seja qual for a sua decisão, a sua vida nunca mais será a mesma.»
Este é o primeiro volume da saga Uglies.

Título: "Desaparecidos", de Michael Grant
Editora: Planeta
Lançamento:
Julho 2010
Sinopse: «E, de repente, nada! Os telemóveis deixaram de funcionar assim como os computadores e todos os outros aparelhos eléctricos e electrónicos. Sem pufs, flashes, luzes ou explosões. Nada. Mas há mais: não há nenhum adulto no perturbador universo de Desaparecidos.
Desaparecidos, do escritor norte-americano Michael Grant, é um livro inquietante sobre um mundo em que não há adultos e onde a tecnologia não funciona. A fazer lembrar Harry Potter, Stars Wars e Senhor dos Anéis, Grant estreia-se de forma auspiciosa no nosso país.
Num mundo tão diferente daquele em que vivemos, sem muitas das comodidades que deixámos de valorizar pelo facto de não conseguirmos imaginar a vida antes delas, Desaparecidos é um livro perturbante, emocionante e, acima de tudo, muito original.
Tudo começa dentro de uma sala de aula quando, num piscar de olhos, o professor desaparece. Alarmados, os alunos saem da aula em busca do professor. É então que começam a perceber que todos os adultos desapareceram. E que estranho se torna o mundo sem adultos.
Bem-vindo ao ZRJ, abreviatura de Zona Reactiva Juvenil. A aventura vai começar…»
Este é o primeiro volume da saga Desaparecidos.

Título: "Graceling - O dom de Hatsa", de Kristin Cashore
Editora: Alfaguara (Objectiva)
Lançamento: Julho 2010
Sinopse: «No universo dos Sete Reinos. Katsa é uma Graceling, um ser raro com um dom extraordinário: desde os oito anos que é capaz de matar sem recurso a qualquer arma. O rei de Middluns, tio de Katsa, força a sobrinha órfã a usar o dom ao seu serviço, encarregando-a de matar todos os que lhe criem obstáculos.
Quando conhece um estranho príncipe cujo misterioso dom poderá estar à altura do dela, enfrenta pela primeira vez a perigosa sedução dos corrompidos pelo poder, mas aprende também a ter a coragem de confiar nos outros – e em si própria.
A oportunidade de empregar o seu talento ao serviço do Bem surge quando Katsa descobre que os Sete Reinos se encontram sob a ameaça de uma força sombria, que só um acto de heroísmo poderá vencer.
Com uma escrita elegante e envolvente, e um elenco de personagens inesquecíveis, Kristin Cashore cria um universo enfeitiçante, uma aventura que desafia a própria morte, e uma belíssima história de amor.
Quem entra nos Sete Reinos já não consegue sair…»
Este é o primeiro volume da saga Sete Reinos.

Título: "As raparigas que sonhavam com ursos", de Margo Lanagan
Editora: Guerra & Paz
Lançamento:
Julho 2010
Sinopse: «As Raparigas Que Sonhavam Ursos conta uma comovente história de viagens e transformações de três raparigas, que oscila entre a realidade e o mito, a natureza e a magia.

Liga vive num céu pessoal, que lhe foi dado em troca da sua vida terrena, em compensação pelo seu sofrimento enquanto adolescente. As suas duas filhas crescem, neste mundo harmonioso, protegidas da violência e dos preconceitos. No entanto, as fronteiras entre o refúgio de Liga e o lugar de onde ela tinha fugido começam a ceder…

Num romance de grande intensidade emocional, Margo Lanagan explora a maldade e a doçura e mostra a magia de viver com as duas. »
Este livro é a tradução de Tender Morsels e não é um livro para crianças. (a capa pode enganar)



Título: "Criaturas Maravilhosas", de Kami Garcia e Margaret Stohl
Editora: Gailivro
Lançamento:
Setembro 2010
Sinopse: Lena Duchannes é diferente de qualquer pessoa que a pequena cidade sulista de Gatlin alguma vez conheceu. Ela luta para esconder o seu poder e uma maldição que assombra a família há gerações. Mas, mesmo entre os jardins demasiado crescidos, os pântanos lodosos e os cemitérios decrépitos do Sul esquecido, há um segredo que não pode ficar escondido para sempre.
Ethan Wate, que conta os meses para poder fugir de Gatlin, é assombrado por sonhos de uma bela rapariga que ele nunca conheceu. Quando Lena se muda para a mais infame plantação da cidade, Ethan é inexplicavelmente atraído por ela e sente-se determinado a descobrir a misteriosa ligação que existe entre eles.
Numa cidade onde nada acontece, um segredo poderá mudar tudo.




Título: "A rapariga dos pés de vidro", de Ali Shaw
Editora: Guerra & Paz
Lançamento:
Outubro 2010
Sinopse: «Ida Maclaird sofre de um mal misterioso e assustador - lentamente o seu corpo começa a transformar-se em vidro. Regressa então à Terra de Santo Hauda, onde acredita que tudo teve início, com a vaga esperança de encontrar o único homem que poderá ser capaz de curá-la.
Midas Crook é um jovem solitário, que viveu toda a vida naquelas ilhas. Quando conhece Ida, sente que há qualquer coisa naquele espírito triste e desafiador que perpassa as suas defesas emocionais. Poderá o amor de Midas impedir que Ida se transforme em vidro?
A Rapariga dos Pés de Vidro é um primeiro romance extraordinário – original, trágico e surpreendente. Na forma como explora as paisagens geladas, no íntimo das personagens e nos cenários que as rodeiam, e na forma precisa e detalhada como trabalha o universo fantástico, é possível adivinhar uma grande autora no futuro. »

Título: "Deixa-me entrar", de John Ajvide Lindqvist
Editora: Contraponto
Lançamento:
-desconhecido-
Sinopse: «Oskar e Eli. De formas diferentes, são ambos vítimas. É por isso que, contra todas as probabilidades, se tornam amigos.
Oskar tem 12 anos e vive com a mãe num bairro social em Balckeberg, um subúrbio cinzento e pacato de Estocolmo. O pai desapareceu das suas vidas e ele é vítima de bullying na escola. Eli é uma rapariga misteriosa e reservada, que se muda com o pai para o apartamento ao lado. Eli não vai à escola e só sai de casa à noite. Presos cada um na sua solidão, Oskar e Eli encontram um no outro a compreensão que o mundo lhes nega. E quando o lado mais obscuro de Eli se revela, Oskar descobre o verdadeiro preço da amizade…»
Deixa-me Entrar, recentemente adaptado ao cinema por Tomas Alfredson, na Suécia, e que terá também uma adaptação norte-americana dirigida por Matt Reeves (Cloverfield), a estrear nos EUA a 1 de Outubro.


Ou seja, demasiados títulos que quero e pouco dinheiro para os comprar. Porque é que os livros em Portugal são tão caros?

quarta-feira, 28 de julho de 2010

::Conto:: Overbite

"Overbite" de Savannah Russe, na antologia "The Mammoth book of Vampire Romance" (ainda não publicado em Portugal)

Sinopse:
Sol é um dentista que, numa noite de descanso, tem de atender de urgência um paciente algo especial, com os seus dentes pontiagudos.

Opinião:
Comecei a ler isto com um sorriso constante nos lábios pois as "saídas" do Sol estavam de rir. O problema foi depois das primeiras páginas em que as coisas pioraram um pouco.
Nunca gostei da ideia que as pessoas ficam automaticamente lindas de morrer quando são transformadas em vampiros. Não é a primeira vez que vejo esta assumpção na literatura, mas faz-me comichão (se é que me entendem).
E pensar que o Sol decidiu virar vampiro por causa do sexo, fá-lo tornar um idiota aos meus olhos.
Depois temos o típico amor à primeira vista, que para mim não é amor porque, bem eu até me ri, a Sunny estava a falar e o Sol estava de olhos fixos nas mamas ela, ou mais abaixo um bocado. Tipo "ah ah~ sim claro", mesmo típico. Mas isso até teve uma certa graça porque, convenhamos, a maioria dos homens faz isso mesmo. O problema foi quando ele rastejou aos pés dela, dizendo que a amava e faria tudo por ela.

Este conto tinha potencial e as personagens certas para ser algo mais, mas falhou redondamente quando o Sol perdeu a personalidade que me fez sorrir nas primeiras páginas e se tornou um insípido algo tarado. Uma pena ...

::Conto:: A Temporary Vampire

"A Temporary Vampire" de Barbara Emrys, na antologia "The Mammoth book of Vampire Romance" (ainda não publicado em Portugal)

Sinopse:
Letitia é uma mimo que actua para excursões onde o tema são os vampiros. É numa destas excursões que ela capta a atenção de Nathan.

Opinião:
Embora a história seja interessante, parece que não é narrada no compasso certo. Pormenores desnecessários foram mostrados e outros que faziam falta foram esquecidos.
Ainda assim,consegue apresentar duas personagens  que não aborrecem e chegam até a deixar a vontade de saber mais sobre eles.
Infelizmente, terminou de uma forma algo abrupta. Fecha um ciclo, mas deixa demasiadas perguntas no ar e sendo que não parece haver continuação (este é o único trabalho que encontro da autora) ficamos um pouco desapontados.

terça-feira, 27 de julho de 2010

::Conto:: In Which a Masquerade Ball Unmasks an Undead

"In Which a Masquerade Ball Unmasks an Undead" de Colleen Gleason, na antologia "The Mammoth book of Vampire Romance" (ainda não publicado em Portugal)

Sinopse:
Victoria é uma Venator, uma caçadora de vampiros, prestes a entrar num baile de máscaras onde pretende passar um bom serão na companhia de Phillip.

Opinião:
Com uma escrita que faz lembrar os romances vitorianos, uma história interessante e bem apresentada, com personagens cheias de garra e carisma, este conto saiu muito bom e deixou-me a suspirar por mais.
Adorei a acção, adorei a Victória e quero saber mais sobre o Phillip e o Sebastian (que para variar não é um vampiro).
Achei muito interessante o facto de a autora fazer um trocadilho pois na verdade isto não é Romance Vampírico, mas faz todo o sentido estar incluído na colectânea.

Sem dúvida que, assim que surgir a oportunidade, irei ler o primeiro volume da Saga The Gardella Vampire Chronicles, pois gostei do estilo da autora e das personagens, além de ser uma romance paranormal histórica, coisa que não se vê muito por aí (ou se calhar sou eu que não sei onde procurar).


Nota: Este conto faz parte do mundo da saga The Gardella Vampire Chronicles da autora.

segunda-feira, 26 de julho de 2010

::Conto:: Play Dead

"Play Dead" de Dina James, na antologia "The Mammoth book of Vampire Romance" (ainda não publicado em Portugal)

Sinopse:
Nikolai entra num bar de supostos vampiros quando vê Katrina entrar na companhia de um outro humano.  atracção que os une é inegável e quando Kyle, um velho, poderoso e renegado vampiro se oferece para os ajudar, qual será a escolha de Nikolai?

Opinião:
Gostei muito da voz narrativa da autora e história, bem explorada, conseguiu cativar. As personagens são bem expostas e o romance, embora não seja nada do outro mundo, consegue ser bem interessante e de uma certa forma plausível.

Como pontos negativos só tenho a apontar a mudança abrupta de cenas e o facto de a Katrina não ter personalidade, limitando-se a ser um boneco no meio dos vampiros.


Nota: Este conto faz parte do mundo criado pela saga Key to Hell da autora.

::Conto:: Dancing With The Star

"Dancing with the star" de Susan Sizemore, na antologia "The Mammoth book of Vampire Romance" (ainda não publicado em Portugal)

Sinopse:
Serephena é uma vampira e a sua amiga, Tiana, é uma ghoul. Juntas visitam a cena de um acidente brutal, para que Tiana se possa alimentar. Quando Serephena regressa a casa, e durante um sono que devia ser coberto na escuridão, ela estabelece uma contacto telepático com um actor famoso.

Opinião:
Um conto que está no limite do banal, mas que não chegando a ser realmente chato ou mal escrito, não merece nota mais baixa.
Infelizmente as personagens não são suficientemente bem expostas para podermos chegar a gostar delas. O romance não é bem apresentado, mas ainda assim não consegue ser chato.
Em suma, uma história que não surpreende e que quase aborrece, sem nunca o fazer realmente.

Women's Murder Club

A série Women's Murder Club teve uma só temporada e fez-me pensar porque é que as séries com mais mulheres no elenco são, normalmente, as que acabam canceladas mais cedo. Esta não é uma ideia minha, porque recentemente li uma estatística qualquer sobre isso, o que é triste.

Mas voltando ao que interessa, esta série é baseada nos livros de James Patterson, cujo primeiro volume se chama 1st to die.

Confesso que ao príncipio me custou a habituar às personagens e aos seus "defeitos", mas a partir do terceiro episódio não consegui parar de ver. a actriz que desempenha o papel da detective Lindsay Boxer é fantástica! E o mais impressionante é que gostei de todos os actores e especialmente de todas as actrizes (o que, confesso, não é normal)..
Estava tão embrenhada na série que muitas vezes quis estender a mão e esbofetear uma ou outra personagem. XD
Sem dúvida uma série com mulheres fortes que podem ou não ser uma inspiração.

Não sei ao certo quão fiel a série é aos livros, mas as personagens são, sem dúvida, o ponto forte desta trama e s´ó por isso vale a pena recomendar.
Fica só o aviso que infelizmente ninguém se lembrou de fazer um episódio extra (depois do cancelamento da série) para atar as pontas que ficaram (muito) soltas no último episódio. Nota-se que o director estava a contar com uma segunda temporada, mas mesmo isso não estraga a série que tinha potencial para muito mais.

sexta-feira, 23 de julho de 2010

BRK

"BRK" de Filipe Pina e Filipe Andrade (Edições ASA)

Enredo (Filipe Pina): 
Gostei muito da história e da forma como foi exposta. Vários twists mantiveram-me atenta e fui surpreendida várias vezes. Sem dúvida que recomendo e mal posso esperar para ler o segundo volume.
Como ponto negativo só tenho a apontar o fim, mais concretamente a forma como o David reagiu à morte de uma personagem. O fim, para mim  foi o que tirou algum brilho ao livro. Pareceu algo apressado e as personagens tiveram reacções sem explicação. Os acontecimentos não fizeram grande sentido, mas talvez isso seja explicado no volume seguinte. Espero que sim!
Mesmo assim, foi uma história muito interessante com personagens bem definidas e muito mistério à mistura.


Arte (Filipe Andrade):

A arte está soberba! Um autêntico mimo que não poupa detalhes e pormenores deliciosos. É um estilo diferente (faz-me lembrar um outro desenhador de ascendência portuguesa, cujo lembro agora não recordo) mas é um estilo bem definido e que assenta muito bem neste tipo de história. Característico, pormenorizado e visualmente estonteante.
A apontar de negativo só tenho o facto de a rapariga na pág. 7 ser quase cópia chapada da na pág. 9, e tendo em conta que não podem ser a mesma pessoa, é algo estranho de ser ver, chegando até a roupa a ser idêntica. Outra coisa, que não é nada de mais mas que notei, foi o facto de o manifesto "Estalo" nas primeiras páginas aparecer em tons de bege e pouco depois já aparecia em vermelho. A menos que o papel tenha mudado de cor, não faz sentido. Mas isto são pormenores que não dificultam nada a leitura. Eu é que estava com muita atenção à arte, porque adorei o estilo.
As cores também complementam bem o estilo do artista, o que dá ainda mais valor à arte.

quarta-feira, 21 de julho de 2010

::Conto:: To ease the rage

"To ease the rage" de C.T. Adams e Cathy Clamp, na antologia "The Mammoth book of Vampire Romance" (ainda não publicado em Portugal)

Sinopse:
Sylvia é uma polícia que está a ser ameaçada por um desconhecido. Quando uma noite chega a casa e descobre a janela partida e vê movimento lá dentro, ela não hesita em perseguir o criminoso, mas o que ela descobre é bem mais do que estava à espera.

Opinião:
Gostei muito da forma como a história foi contada e da voz narrativa, mas achei que as personagens não foram convenientemente expostas e do que gostei menos foi de algumas cenas que me deixaram incrédula e a pensar "hu?!?". Tipo quando dois vampiros estavam a lutar, a matarem-se (literalmente) um ao outro e a humana achou isto fascinante. Fascinante? Por favor... A Sylvia a pedir para ser transformada em vampira (a maneira como o fez) e outras cenas semelhantes.
A história pecou muito pela incredulidade dos actos das personagens. Parece que a Sylvia não tinha personalidade e não pensava antes de agir. Que raio de polícia age assim, sem pensar nas consequências?

A sensualidade da história estava excelente, mas faltou alguma química, possivelmente porque não conhecíamos suficientemente bem o casal envolvido.

A nota que dou é porque gostei da escrita, pois pela história teria nota mais baixa. Ainda assim fiquei curiosa em tentar ler algo mais desta dupla de escritoras.

sábado, 17 de julho de 2010

Visitas à Feira do Livro de Barcelos 2010

Das muitas visitas que fiz à Feira do Livro da minha cidade (que termina amanhã, dia 18), comprei vários livros (mais do que devia). Aqui fica a lista por dia:

Dia 9
- As minhas folhas não caíram dessa árvore que és tu, de Lúcia Vaz Pedro

Dia 10

Uma coisa que notei logo foi o facto de este ano haverem muitos mais alfarrabistas. O que é bom porque muitas vezes encontram-se pequenos tesouros a preços de "chuva", como se costuma dizer. E foi mesmo nestas barracas stands que comprei todos os livro que agora passo a mencionar:
- Os Reinos do Norte (Mundos Paralelos, #1), de Philip Pullman
- Diamonds Are Forever, de Ian Fleming
- As pupilas do Senhor Reitor, de Júlio Dinis
- Rebecca, de Daphne du Maurier
- A ilha do tesouro, de Robert L. Stevenson
- Ponte para Terabithia, de Katherine Paterson
- Herbert West: Reanimador, de H.P. Lovecraft
- A Minha Mulher, de Anton Pavlovich Tchékhov

Dia 12
- Um Brilho no Escuro, de Kim Edwards

Dia 13
- Heart of Darkness, de Joseph Conrad
- Não te amo, Paulus, de Agnès Desarthe
- Ficções, de Jorge Luis Borges
- Dressed to kill, de Peter Cheyney
- Them, de Anonymous
- Shroud for a nightingale, de P.D. James


Dia 14
- O Chalé de Cork, de Quito Arantes
- Antologia 7 Pecados, de vários autores


Dia 15
- Bel-Ami, de Guy de Maupassant
- O Clube de Moscovo, de Joseph Finder
- Crónicas do Novo Mundo, de José Ilídio Torres

Dia 17
- Infecção, de Scott Sigler

Se estiverem interessados podem ler no Caneta, Papel e Lápis (o meu blog de escrita) um apanhado dos eventos da feira. A primeira parte está aqui.

sexta-feira, 16 de julho de 2010

A Estrada

"A Estrada", de Cormac McCarthy (Edições Relógio d'Água Editores)

Sinopse:
Um pai e um filho caminham sozinhos pela América. Nada se move na paisagem devastada, excepto a cinza no vento. O frio é tanto que é capaz de rachar as pedras. O céu está escuro e a neve, quando cai, é cinzenta. O seu destino é a costa, embora não saibam o que os espera, ou se algo os espera. Nada possuem, apenas uma pistola para se defenderem dos bandidos que assaltam a estrada, as roupas que trazem vestidas, comida que vão encontrando – e um ao outro. A Estrada é a história verdadeiramente comovente de uma viagem, que imagina com ousadia um futuro onde não há esperança, mas onde um pai e um filho, “cada qual o mundo inteiro do outro”, se vão sustentando através do amor. Impressionante na plenitude da sua visão, esta é uma meditação inabalável sobre o pior e o melhor de que somos capazes: a destruição última, a persistência desesperada e o afecto que mantém duas pessoas vivas enfrentando a devastação total.

Opinião:
Para mim este livro custou a começar. Não me conseguiu prender nas primeiras linhas, mas ao fim de apenas algumas páginas já não queria parar de ler.
A história de um pai que luta para se manter vivo e para manter o filho vivo, é muito cativante e o autor sabe transmiti-la de uma forma imparcial e distante que cria, ao mesmo tempo, uma distância e uma aproximação estranhas que levam o leitor a querer saber sempre mais, a ver como termina esta história que nunca poderá ter um final feliz.

Sem nunca nos explicar o que se passou com o mundo, o autor ainda assim consegue criticar a sociedade presente. Mostrando-nos como as coisas que usamos e descartamos, e mesmo as que não descartamos com tanta facilidade, ficarão para sempre, mesmo depois da humanidade perecer. Como as estradas de alcatrão, os edifícios, os barcos, os comboios e todo um sem fim de coisas que não desaparecerão, enquanto que o homem se perdeu na própria loucura.
É fácil ver que isto poderia acontecer (e quem sabe, não acontecerá mesmo). Quando, como e onde? Não faço ideia, mas há sempre essa hipótese.

Adorei ver a forma como o rapaz, que nunca teve uma casa fixa, tinha um pavor hediondo e entrar nas casas, enquanto por outro lado não tinha tanto medo de se aproximar das pessoas, pois sentia necessidade desse contacto e, apesar de tudo, conseguia manter um bom coração e queria ajudar todos os que se cruzavam com eles.

também gostei da forma como o autor usou a interacção dos dois. O homem, sozinho, ter-se-ia à muito perdido e tornado um selvagem como muitos outros, mas porque tinha o rapaz consigo, este conseguia sempre despertá-lo nos momentos em que ele começava a se perder na loucura.

Já os diálogos, para mim, foram a parte mais pobre do livro. Não havia voz única entre o pai e filho, o que por vezes tornava difícil perceber quem dizia o quê. Havia momentos em que  era mais fácil e até intuitivo, mas houve alguns momentos em que fiquei baralhada e pensei "Afinal quem disse isto?".
Isto é compreensível, até um certo ponto, tendo em conta que a criança foi criada pelo homem e assim sendo herdou a sua forma de falar e pensar.

O final, embora não fosse totalmente inesperado, conseguiu surpreender, se bem que teria gostado mais se o autor não metesse as últimas personagens lá, deixando ainda mais para a imaginação do leitor. Senti que o final, embora não despropositado, tivesse ido uma ou duas páginas mais à frente do que queria, tirando-lhe alguns pontos.
.
Sinto que poderia ter gostado muito mais deste livro e não sei bem porque não gostei mais.
Não quero com isso dizer que não tenha adorado a leitura, porque adorei, mas senti que faltava alguma coisa. Talvez o meu estado de espírito, quem sabe?

Ainda assim não posso deixar de recomendar este grande livro que tem muitas mensagens escondidas entre as suas palavras cuidadas e quase poéticas. É uma excelente leitura que traz algum "fogo" (para citar o livro) aos nossos corações e que nos faz pensar no que será do mundo e da humanidade no futuro.

Tradução (Paulo Faria):
Não posso apontar falhas de maior à tradução, que me parece de uma fidelidade extrema, mas houve algo no texto que não gostei muito. Só não sei se foi escolha do autor no original, ou do tradutor nesta edição. Essa pormenor foi o facto de serem usados demasiados "e".
Por não saber de quem é a "culpa", certamente não posso dizer que tenha sido falha da tradução, que à parte disto se mostrou muito boa.

Capa e Design:
Estorvou-me um pouco o cabeçalho, com um tamanho de letra demasiado próximo do do texto e que fazia com que, quando mudava de página, fosse ler o cabeçalho ao invés de começar na primeira linha da folha. Aconteceu-me demasiadas vezes para eu poder pensar que era eu que estava distraída. Neste caso, acho que deveria ter encostado o texto do cabeçalho à direita, para não interromper o texto.
Já a capa está muito simples, negra e linear, o que de certa forma até combina com  o ambiente do livro, só que me parece pouco cativante. Acho que havia formas de ser simples, sem ser banal. Este livro não capta a atenção por si só, o que é uma pena.

quinta-feira, 15 de julho de 2010

::Conto:: Coming Home

"Coming Home" de Lilith Saintcrow, na antologia "The Mammoth book of Vampire Romance" (ainda não publicado em Portugal)

Sinopse:
Liana Spocarelli regressa a Saint City. Ela tem um trabalho a fazer, um mestre Nichtvren para matar, outro Nichtvren sexy para afastar, e -claro- tem de visitar a mão adoptiva.

Opinião:
Um conto que chega ao limite do aborrecimento. Com diálogos sem grande energia, demasiados pensamentos misturados pelo meio, e que criam uma salsada. Acção estranha e esfarrapada que nada faz para prender a atenção do leitor.
Irritou-me imenso o facto da Liana estar sempre a falar "grandezas" sobre todos à sua volta. Não me pareceu condizer com o estilo de mulher independente que ela mostra ser e por isso o facto de ela estar sempre a dizer que queria ser este ou aquele tipo de demónio frustrou-me imenso.
Pior que isso foi que isto era suposto ser um romance paranormal com vampiros. De paranormal ele teve muito (demais até) e de vampiros também (se bem que diferentes do normal), mas de romance não teve nada! O que é algo estranho numa antologia chamada "... Vampire Romance", não?

Pessoalmente fiquei muito decepcionada, especialmente quando já tinha ouvido tantos elogios ao trabalho da autora. Ela tem mais um conto nesta mesma antologia, que eu irei ainda assim ler, mas se fosse só por este conto eu não voltaria a ler a autora.

Nota: Se não estou em erro, este conto é uma história baseada no mundo da saga The Dante Valentine.

domingo, 11 de julho de 2010

::Filme:: Everything is Illuminated

"Everything is Illuminated (Está tudo iluminado)", baseado na obra homónima de Jonathan Safran Foer, este filme é uma pequena delícia.

Já há algum tempo que o queria ver, mas não sabia ao certo o que esperar. Hoje de manhã, não sabendo muito bem o que ver, lá me decidi a assistir a esta película de 2005.

Elijah Wood e Eugene Hutz mostram-nos umas actuações cheias de sentido e simplesmente magistrais. Acompanhados de perto de outros bons actores (e actrizes) que fazem deste filme um daqueles que fica na memória.

Se ao principio pareceu quase uma comédia, aos poucos fui percebendo realmente a seriedade do tema e quando chegou o final, as lágrimas escorreram sem que me desse conta.
Como muitos outros filmes (e séries, e livros), este mostra-nos um pouco do que foi a perseguição aos judeus na época nazista, embora este filme o faça de uma forma tão ... natural, que não podemos evitar sentir o mesmo que as personagens. Como se nós estivessemos lá, à procura de Trachimbrod.

Não posso deixar de recomendar este grande filme. Vejam!

Noutra nota, adorei a Sammy Davis Jr. Jr. (The Eye Seeing Bitch). XD

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Feira do Livro de Barcelos 2010

É hoje inaugurada, pelas 17 horas, a Feira do Livro de Barcelos 2010, que estará patente entre 9 e 18 de Julho na Avenida da Liberdade e no Largo da Porta Nova (mudam de sítio este ano, mas fica ainda mais no centro da cidade).

Para os interessados, podem consultar o programa AQUI.
Quase todos os dias há novos lançamentos e diariamente há ateliers de arte (ilustração e pintura), assim como espectáculos de música, teatro e algumas conversas com escritores, especialmente para os mais novos.

Eu tenho intenções de lá ir quase todas as noites para aproveitar os eventos e comprar uns livrinhos, embora não possa abusar pois já comprei livros de mais este ano. Só espero, sinceramente, que os editores tenham este ano apostado em descontos, porque no ano passado (e nos anteriores) os livros estavam ao preço de livraria e eu acabei por não comprar quase nada.
Se passarem por Barcelos, dêem lá um saltinho. Não é nada muito grande, mas também não costuma ser pequenina.

quinta-feira, 8 de julho de 2010

::Conto:: What's at stake

"What's at stake" de Alexis Morgan, na antologia "The Mammoth book of Vampire Romance" (ainda não publicado em Portugal)

Sinopse:
Rafferty está condenado à morte por, aparentemente ter assassinado um humano. Para seu executor, ele escolhe Josalyn, uma amiga e quase amante.

Opinião:
Com duas personagens bem expostas e uma história interessante, num mundo excepcionalmente bem mostrado (tendo em conta que se trata de um conto), este conto consegue cativar e entreter.
Definitivamente tanto a Josalyn como o Rafferty são duas personagens muito interessantes, mas a vilã foram algo estereotipado, o que tirou uma certa graça (e cunho próprio) à história.


Valeu a pena, especialmente pela parte do romance, mas fiquei com a sensação que poderia ter sido muito melhor, se o confronto final não fosse tão previsível e insípido.

O Leitor

"O Leitor", de Bernhard Schlink (Edições ASA)

Sinopse:
Em 1960, Michael Berg é iniciado no amor por Hanna Schmitz. Ele tem 15 anos, ela 36. Ele é apenas um adolescente. Ela é uma mulher madura, bela, sensual e autoritária. Os seus encontros decorrem como um ritual: primeiro banham-se, depois ele lê, ela escuta e finalmente fazem amor. Mas este período de felicidade incerta tem um fim abrupto quando Hanna desaparece subitamente. Michael só a encontrará muitos anos mais tarde, envolvida num processo de acusação a ex-guardas dos campos de concentração nazis. Inicia-se então uma reflexão metódica e dolorosa sobre a legitimidade de uma geração, a braços com a vergonha, julgar a geração anterior, responsável por vários crimes. 

Opinião:
Não estava à espera de muito quando comecei este livro, embora soubesse que é muito aclamado, mas, por vezes é mesmo bom que não tenhamos expectativas, pois assim podemos desfrutar muito melhor dos livros, como no caso deste.

Este livro é, antes de mais, um retrato de duas gerações: Uma remoída pelos crimes cometidos, mas ainda enterrada num orgulho há muito ultrapassado; Outra decidida na mudança e emersa numa culpa que não é sua.

As duas personagens que conhecemos ao longo da narrativa, tem uma profundidade estrondosa. Em poucas palavras e usando de escassos diálogos, o autor consegue fazer-nos sentir com e pelos protagonistas, mesmo quando queremos odiar uma personagem, a narrativa está escrita de uma forma que quase impossibilita qualquer julgamento, pois mantêm um distanciamento proporcional à letargia que toma conta dos personagens. Ambos demasiado orgulhosos e incapazes de se compreenderem embora estejam mais próximos um do outro do que alguma vez estiveram de outra pessoa. Nenhum dos dois tem a coragem de estender a mão ao outro, embora se amparem da forma que podem.

Há muitas obras literárias que são mencionadas. Grandes clássico, maioritariamente, e que nos mostram um pouco mais das personagens.

Mais do que uma culpabilização, esta obra retrata vivamente um povo, uma sociedade que se tenta recompor das desgraças e arrependimentos da guerra.

Não posso deixar de recomendar este livro, curto, simples e quase evasivo mas que consegue ser estranhamente profundo. Como se estivéssemos na ponta de um riacho, a olhar pela superfície da água, sem termos de mergulhar pois a água é cristalina. Ficamos distantes, mas ao mesmo tempo perto o suficiente para compreender o que se passa lá em baixo.

Tradução (Fátima Freire de Andrade):
Uma tradução exemplar! Nada a assinalar.

Capa & Design:
A capa, com a brancura predominante, tem um estilo que se relaciona muito bem com o conteúdo do livro. O problema é que colocaram não só uma menção ao filme, como também aos óscares e globos de ouro, aos actores., e inclusive na contracapa puseram os créditos do filme. Isto, sinceramente, achei de muito mau gosto, pois afinal estou a ler o livro e não a ver o filme. Tudo bem que mencionem a adaptação cinematográfica, mas isto já é demais!

Nota: Esta leitura foi feita no âmbito tema do mês de Julho do Desafio Literário 2010.  

::Conto:: Love Bites

"Love Bites" de Kimberly Raye, na antologia "The Mammoth book of Vampire Romance" (ainda não publicado em Portugal)

Sinopse:
Dannielle Blue está na sua primeira missão: Matar um vampiro.

Opinião:
Antes de mais nada ... Snippers of Otherwordly Beings = SOBs = LOL :) Desculpem lá mas o nome é ridículo! (para quem não sabe SOB são as siglas de Son of a Bitch).

Mas voltando ao conto.
Ao princípio gostei muito da Dannielle e da forma como ela narrava a história, intrigando-me sobre o trabalho dos SOBs e da comunidade sobrenatural que os rodeava. O problema foi quando o Max apareceu. A partir daí foi cliché atrás de cliché. Nada neste conto sobressaiu e embora a escrita fosse interessante, não foi o suficiente para me entreter.
Havia alguma tensão sexual que foi +/- bem jogada, mas depois quando finalmente chegou o momento de "consumar" essa paixão, autora estragou tudo ao ser demasiado evasiva.

Em suma, um conto medíocre que não me encheu as medidas e com personagens muito fracas, tanto a nível narrativo como de personalidade.

segunda-feira, 5 de julho de 2010

A Cidade dos Ossos

"A Cidade dos Ossos (Caçadores de Sombras 1)" de Cassandra Clare (Planeta Manuscrito)

Sinopse:
No Pandemonium, a discoteca da moda de Nova Iorque, Clary segue um rapaz muito giro de cabelo azul até que assiste à sua morte às mãos de três jovens cobertos de estranhas tatuagens.
Desde essa noite, o seu destino une-se ao dos três Caçadores de Sombras e, sobretudo, ao de Jace, um rapaz com cara de anjo mas com tendência a agir como um idiota... 

Opinião:
Comecei esteve livro sem grandes expectativas. Não sabia bem do que tratava mas infelizmente já tinha lido uns quantos spoilers (e dos grandes) que infelizmente me estragaram um pouco "a festa" mas que nem por isso tiveram efeito nefasto sobre o livro ou o divertimento que este me causou.
O primeiro ponto que tenho de mencionar é o facto de os diálogos estarem muito bons. Em momento algum me pareceram forçados e tendo em conta que os protagonistas eram jovens, estes estavam muito bem adequados. Houve situações em que me ri bastante com os diálogos, que mesmo num tom sério, por vezes tinham uma graça espantosa. Melhor que isso foi notar-se uma diferença nos diálogos dos adultos e dos jovens.

O mundo que a autora imaginou está bem mostrado e bem explorado, com muitas potencialidades, e, embora neste primeiro volume só os vampiros, os lobisomens e os nefilins tenham tido protagonismo, foram mencionados muito tipos de criaturas que podem ser exploradas nos volumes seguintes (e espero que sejam).

As personagens estavam todas bem distinguidas, com características próprias e bem definidas, o que proporcionou uma leitura bem agradável. A minha favorita foi mesmo a Clary que é uma protagonista cheia de garra. Já o Jace foi o que deu mais gozo ler, mas é daquele tipo de personagens que se alguma vez eu encontrasse na rua (estou a falar hipoteticamente, claro), estava capaz de o esmurrar. O Simon também é bastante curioso e os vilões estão bem caracterizados, se bem que lhes faltou uma certa profundidade.

Quanto à história, conseguiu surpreender em certos momentos, e foi bem simples de seguir, embora nunca recorresse a facilitismos.
A autora tem uma prosa muito boa (ou pelo menos a tradução assim o faz parecer) e consegue que a história tenho um compasso acelerado, mas não apressado.
Não houve nenhum pormenor esquecido e pequenas pistas eram-nos dadas ao longo do livro, para a grande revelação no final (que eu já conhecia por causa dos spoilers). Também gostei do facto de não haver "palha" a encher páginas. Tudo o que era contado tinha um propósito e isso é muito bom pois não cansa o leitor.

Pontos negativos, não tenho nada a apontar, sinceramente. O que, diga-se, é novidade para mim. XD
Ainda assim não consegui gostar demasiado deste livro, talvez por estar à espera dos restantes para poder dar uma nota mais acertada. E também acho que me lembrou, em certas ocasiões, demasiado o Harry Potter. Não que isso seja necessariamente mau, mas era estranho.

Em suma, é um livro que dá prazer ler, com personagens interessantes, diálogos divertidos e uma história bem explorada e com potencialidades para muito mais. Aconselho a todos que gostem de Fantasia (especialmente urbana) sem querer algo de muito complexo, mas que ainda assim consegue cativar.

Tradução (José Luís Luna):
Excelente! Não houve uma palavra que eu achasse que ficava mal, ou expressão que me irritasse. 
Um trabalho muito bem feito embora por duas vezes eu tenha notado uma troca no nome das personagens (Jace com Simon).

Capa (Cliff Nielsen) e Design:
Ainda estou para perceber porque decidiram usar a capa do segundo livro (na versão original) para o primeiro livro (em Portugal). É que no fim de contas nem faz muito sentido porque neste livro a Clary não é uma caçadora de sombras e por isso a imagem engana.
Fora isso, eu pessoalmente não acho a capa muito apelativa. Como já aqui disse, não gosto quando cortam cabeças, e embora a cor do cabelo esteja fenomenal, toda a capa grita "cliché", que é coisa que o livro até nem é.
A ideia da capa brilhante até está gira e dá-lhe um toque extra que na verdade não incomoda. Resumindo, não está má, mas também não está boa.

Nota: Este livro foi-me emprestado pela Anna Raffaela. Obrigada.

sábado, 3 de julho de 2010

Zona Negra

"Zona Negra" de André Oliveira, Bruno Bispo, Carla Rodrigues, Eduardo Monteiro, FIL, Gustavo Carreira, João Vasco Leal, Hugo Teixeira, Luís Lourenço Lopes, Manuel Alves, Maria João Careto, Paulo Marques, Pedro Carvalho, Raz, Roberto Macedo, Rui Alex, Victor Freundt e Vidazinha

Sinopse:
Uma colectânea de bandas desenhadas e ilustrações de vários artistas (amadores e/ou profissionais) portugueses e até estrangeiros.
O projecto ZONA! conta já com vários números: Zona Zero, Zona Negra (este), Zona Fantástica, Zona Gráfica.

Opinião: 
- Capa (Eduardo Monteiro): Maravilhosa! Sempre adorei o contrate preto/branco e vermelho, e nesta ilustração sentimos um certo terror (quase oriental) e acho que é impossível não ficar a olhar para ela uns bons minutos.
- Ilustração (FIL): Muito expressivo e com traços distintos, mas que se baralha um pouco, tirando-lhe algum simbolismo mais profundo.
- Ilustração (Carla Rodrigues): Adorei o trocadilho e a ilustração está bastante boa, expressiva e com um bom uso das tonalidades.
- BD (Sunday Zombie Sunday de Pedro Carvalho): Ri-me do princípio ao fim e imagino que a referência ao trabalho do Romero tenha sido propositada, o que lhe deu um toque ainda mais fantástico. Com movimentos bem conseguidos (faz-me lembrar os desenhos do Cartoon Network) e uma história totalmente nonsense, este foi dos meus preferidos da colectânea. 
- Ilustração (João Vasco Leal): O desenho das personagens está bastante bem conseguido e elas estão expressivas, mas falta-lhe um verdadeiro toque de originalidade.

- BD (Crónica de um morto vivo de Paulo Marques): Esta história fez-me lembrar a recente moda literária dos romances zombies. Foi interessante e original, mas não fiquei rendida. Os desenhos estão interessantes e não são estáticos, mas faltou-lhes um pouco de perspectiva.
- Ilustração (Raz): Mostrando uma grande originalidade e bom uso das linhas, esta ilustração tem vida própria. Só lhe faltou um pouco mais de obscuridade e uma pose menos estática.

- BD (Insane de Luís Lourenço Lopes): Adorei! Pequena, simples, mas totalmente alucinante e com uma expressividade fabulosa. Só achei que o artista poderia ter jogado mais com as linhas e intensidades, já que está tudo muito uniforme. De resto, está soberba!
- Ilustração (FIL): Com um traço maravilhoso, esta ilustração pecou apenas pela estática, parece demasiado parada, mas isso é compensado pelo nível de pormenor e pelo uso inteligente das tonalidades, sombras e focos.

- BD (A.L.I.E.N. de Bruno Bispo e Victor Freundt): Uma BD extremamente visual, mas que faz um uso muito inteligente da parte narrativa. Com um desenho que se sente, um design intuitivo, este trabalho sobressaí para deixar o leitor a pensar no que nos entra pelos olhos adentro dia após dia.
- BD (A minha maldição de Vidazinha e Hugo Teixeira): Uma composição com um grafismo fantástico, um uso brilhante do preto, e que consegue não se confundi com tanta expressividade. Só achei que o texto poderia estar mais envolvente.
- BD (A fome de Manuel Alves): Graficamente apelativo e mostrando uma mestria visual espantosa, esta BD peca pela fraca balonagem que estorva (e muito) a apreciação do trabalho artístico, obscurecendo-o. O texto em si está muito bom, mas a dinâmica dos balões está horrível.
- Ilustração (Manuel Alves): Visualmente estonteante e eye-catching. Uma ilustração que mostra as verdadeiras potencialidades dos tons-de-cinza e a mestria do artista.
- BD (Non Mortuos de Roberto Macedo Alves): Uma história rica e inteligente,acompanhada de desenhos absorventes e usando as linhas de uma forma bastante original e mostrando um ambiente muito negro. Gostei!
- BD (A derradeira arma de Rui Alex): Embora o artista dê mostras de ter muito talento, esta BD pecou pelo uso exagerado de vinhetas repetidas e por muita da acção estar representada por ilustrações demasiado estáticas. A história estava bem aproveitada, mas estes pontos fracos obscureceram as potencialidades do artista.
- BD (Rotina de Gustavo Carreira e FIL): A história está bem conseguida, mas infelizmente termina demasiado depressa, cortando a piada pela metade. A mensagem foi bem passada e os desenhos conseguiram enquadra a "rotina", ao mesmo tempo que a letra da música fazia exactamente o oposto, colocando-nos alerta.
- BD (A mulher do manto branco de André Oliveira e Maria João Careto): Adorei o uso do preto e branco nesta BD e a história estava interessante e foi bem transmitida, na companhia dos desenhos simples mas fabulosos do artista.

Em suma, esta colectânea (revista?) foi muito boa, mostrando vários artistas (tanto a nível de desenho como argumento) e que conseguiu manter-se coesa, o que por vezes é difícil nestes casos.
Sem dúvida um projecto a seguir com expectativas altas.

Visitem o SITE e o BLOG do projecto Zona!

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