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Maggie Stiefvater já não é uma estreante na minha lista de leituras: Shiver, Linger e Forever são três títulos da sua série Wolves of Mercy Falls que já li, e pretendo terminar a série com Sinner, em breve.
Entretanto ouvi falar muito bem desta nova série da autora e decidi pegar-lhe e Bolas!, apanhei uma surpresa e tanto. Pensava eu que a série Wolves of Mercy Falls era sombria e pessimista que chegue mas nada que chegue aos calcanhares da série Raven Cycle. Emo much?
Oh, mas não se deixem deter por isso pois o livro é muito bom!
No início, confesso, tive alguma dificuldade em distinguir duas das personagens: Adam e Nate. Mas foi só no princípio porque rapidamente os dois se tornaram bastante diferentes. E por falar em Nate ... eu estava a contar com aquela reviravolta mas mesmo assim a autora soube usar bem as suas cartas (pun intended). E se não fazem ideia do que falo porque estou a tentar manter esta opinião livre de Spoilers. Desculpem qualquer coisinha.
Então The Raven Boys começa por apresentar-nos aos quatro rapazes que dão nome ao livro, todos eles frequentadores de uma prestigiada escola para a elite (leia-se podres de ricos). Conhecemos também Blue e a sua fabulosa e estranha família. Ora os rapazes e Blue não podiam ser de meios mais diferentes (tirando um deles que é pobre) mas mesmo assim os seus destinos cruzam-se pouco depois de Blue descobrir que Gansey (o líder da matilha) vai morrer nos próximos doze meses. E como é que ela descobre isto? Ora pois a sua família é constituída de psíquicas que lêem o destino nas cartas por isso nada mais normal. Hem?
A isto sucedem-se uma série de situações, descobrimentos e laços de amizade e inimizade sempre em mudança. Coisa que a autora entrega na hora certa, ao passo certo e o leitor fica agarradinho à história, por mais sombria que ela acabe por ser.
E já que falamos da escrita, posso dizer que a autora realmente me surpreendeu. A prosa de The Raven Boys é muito bela e visual, muito emotiva. Nota-se uma clara evolução e esta só traz riqueza à história.
Falemos agora das personagens e eu aqui tenho de dizer que a forma progressiva como a autora nos vai mostrando as muitas facetas das personagens joga bem a favor da narrativa. O foco neste livro está claramente no Gansey, no Adam e no Noah. Um pouco por causa disso senti que o Ronan foi algo negligenciado embora o seu silêncio fale volumes de si e aquelas cenas com o Raven fossem demais. Mas mais que isso senti que a Blue é a personagem mais básica deste livro. A sua personalidade chega ao leitor como plácida e de alguém que se deixa levar pela corrente. Eu espero sinceramente que isto seja corrigido nos próximos volumes porque comparativamente ao brilhantismo do retrato da sua família, a Blue está bastante unidimensional. Outra personagem que merecia ter tido um pouco mais de desenvolvimento foi o vilão que definitivamente não teve direito a metade do espaço literário que precisava para ser mais interessante ao leitor.
Tirando estes pequenos defeitos, o livro é fabuloso, rico na prosa, contado quase exclusivamente num tom sombrio e misterioso que por vezes ganha cor em fantasias bem vivas. Houve no entanto momentos eu que tudo o que eu pensava era: mas porque é que estas personagens são todas tão Emo? E sim, elas realmente o são, especialmente os rapazes, mas por outro lado toda o imaginário por detrás da história da cidade de Henrietta é fascinante de ler e a verdade é que mal posso esperar para ler o próximo livro a série.
Nota: Esta opinião baseia-se na versão audiolivro narrada por Will Patton.
Sinopse (edição brasileira de "Os Garotos Corvos" pela editora Verus):
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Seu nome Gansey, e ela logo descobre que ele é um estudante rico da Academia Aglionby, a escola particular da cidade. Mas Blue se impôs uma regra: ficar longe dos garotos da Aglionby. Conhecidos como garotos corvos, eles só podem significar encrenca.
Gansey tem tudo - dinheiro, boa aparência, amigos leais -, mas deseja muito mais. Ele está em uma missão com outros três garotos corvos: Adam, o aluno pobre que se ressente de toda a riqueza ao seu redor; Ronan, a alma pertubada que varia da raiva ao desespero; e Noah, o observador taciturno, que percebe muitas coisas, mas fala pouco.
"Os garotos corvos é uma narrativa incrivelmente rica e única, um thriller sobrenatural de sabor diferente" - School Library Journal
BookTrailer:
Quando poderá ser publicado em português(Portugal)?
ResponderEliminarMaria, gostaria de poder ajudá-la mas não faço ideia nenhuma. O melhor será contactar a editora portuguesa que publicou a outra saga da autora (Editorial Presença) para saber se eles planeiam publicar cá também esta saga.
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