O tema desta livro, ou pelo menos a enfermidade que ataca a protagonista, não deve ser surpresa para ninguém: cancro. Aliás, quase todas as personagens mais centrais sofrem dele ou foram de alguma forma afectadas por ele. E quem não foi? Devem ser muito poucas (infelizmente) as pessoas que podem dizer que não têm ninguém na família que tenha lutado contra ou morrido de cancro, por isso a qualquer leitor será fácil relacionar-se a esse nível com o livro.
Assim temos Hazel, uma rapariga que não consegue respirar sem ajuda e que é forçada a ir a um grupo de terapia para tentar curar a sua suposta depressão. Lá ela conhece Augustus que é um rapaz que já teve cancro mas que naquele dia só vai acompanhar o seu amigo, Isaac, que em breve vai ficar cego por causa de uma operação.
Muito optimista, certo? Mas o que mais gostei foi a forma directa como o autor contou a história e não se perdeu na melancolia. Oh, ela estava lá presente nas personagens, especialmente na Hazel, mas não era o elemento dominante da trama. As personagens tinham algo em comum e gozavam com esse mal que acabava por os unir, mas não era só isso que os unia e a amizade (e o resto) foi bonito de se ler. E o romance também foi uma coisa muito linda!
Por outro lado também achei muito improvável que um rapaz da idade do Augustus, mesmo com a sua experiência de vida, alguma vez falasse daquela maneira tão ... Shakesperiana (digamos assim). Muito pouco natural e demasiado adulto para um rapaz de 18 anos. Mas eu até poderia deixar passar isso, se não fosse o facto de a Hazel falar da mesma maneira. Uma personagem? Eu creio. Duas? Não.
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A trama em si não é propriamente surpreendente pois adivinhava-se o fim a milhas, mas também não é essa a parte mais interessante do livro, por isso não me incomodou que fosse algo previsível. E independente disso o livro está cheio de momentos sentidos e cheios de emoção. É quase impossível lê-lo sem sentir apertos no coração e talvez até chorar.
A escrita do autor é muito bonita e, como já disse, acho que mostrou bastante respeito pelo tema, escolhendo não se banhar no possibilidade de melancolia que por vezes é muito exagerado noutros livros. E os seus diálogos também estavam bastante fluídos apesar de, como já disse, as frases em si parecerem demasiado rocambolescas para as personagens.
Em suma, A Culpa é das Estrelas é um livro emotivo, bem escrito, com personagens com as quais é muito fácil o leitor se relacionar, com um humor próprio e uma história que acaba por ser complexa na sua simplicidade. Vale a pena ler!
Podem também escutar um pouco mais sobre a minha opinião neste vídeo.
Nota: Esta opinião é com base na versão audiolivro inglesa (Brilliance Audio Inc.) narrada por Kate Rudd.
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Sinopse:
Apesar do milagre da medicina que fez diminuir o tumor que a atacara há alguns anos, Hazel nunca tinha conhecido outra situação que não a de doente terminal, sendo o capítulo final da sua vida parte integrante do seu diagnóstico. Mas com a chegada repentina ao Grupo de Apoio dos Miúdos com Cancro de uma atraente reviravolta de seu nome Augustus Waters, a história de Hazel vê-se agora prestes a ser completamente rescrita.
PERSPICAZ, ARROJADO, IRREVERENTE E CRU, A Culpa é das Estrelas é a obra mais ambiciosa e comovente que o premiado autor John Green nos apresentou até hoje, explorando de maneira brilhante a aventura divertida, empolgante e trágica que é estar-se vivo e apaixonado.
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