segunda-feira, 24 de junho de 2013

Perfeitos

Perfeitos (Uglies 2), de Scott Weesterfeld (Vogais & Companhia)

Sinopse:
Finalmente, Tally Youngblood é Perfeita. Tem um rosto e um corpo absolutamente fantásticos, o seu guarda-roupa é o máximo, o seu namorado é lindo e a sua popularidade está no auge. Tem tudo o que sempre quis! Mas por que será que apesar das festas constantes, do luxo da alta tecnologia e da liberdade completa subsiste a sensação de que algo não bate certo? Algo… importante! É então que Tally recebe uma mensagem do seu passado imperfeito e se lembra de tudo. A diversão acaba de imediato. Agora, ela tem de escolher entre lutar para esquecer o que sabe e lutar pela própria vida… É que as autoridades não pretendem deixar vivo alguém que saiba o que ela sabe.
Opinião (audiobook):
Neste segundo livro da série Uglies, Scott Weesterfeld dá continuação aos acontecimentos do anterior, que nos tinha deixado 'na corda bamba'. Ao que parece, isto é marca do autor porque no fim deste livro, a 'corda bamba' ainda ficou mais bamboleante.

A nível de enredo, apesar de esta série ser mais amena que outros trabalhos do autor, ainda assim consegue lidar com temas interessantes, conflituosos, e que nos fazem pensar no mundo presente, no futuro, e especialmente na sociedade moderna. Mais uma vez a dualidade do que a sociedade tem de bom e de mau, é uma mais valia do livro. A sociedade dos Pretties está cheia de defeitos, mas também tem coisas muito boas. A sociedade dos Smokies tem as suas vantagens, mas em muitas coisas são uns 'atrasados'. E até a nova sociedade de 'renegados' tem coisas que os redimem, apesar do seu comportamento bárbaro.
Noutra nota, achei o compasso do livro um pouco lento e teria gostado mais se assim não fosse. 

Em relação à personagens, tenho de confessar que não consigo gostar mais do livro por culpa da Tally, que é a protagonista. A Tally é cheia de defeitos, e isso torna-a humana, mas por vezes o seu comportamento cria mais repulsa do que simpatia. E não devia ser assim. O leitor pode desculpar as falhas de uma personagem, mas apenas se o contra-peso for equilibrado. pelo menos quando nos referimos aos supostos heróis da história. E isso não acontece com a Tally.
Espero sinceramente que nos próximos livros isto mude, porque se não mudar, bem ... não prevejo muito contentamento no fim da saga (ainda faltam dois).
Em contrapartida, gostei do final com a Shay, pois tudo até então conspirou para este culminar.Não foi inesperado, mas foi bem conseguido.

Já no que diz respeito à prosa do autor, é impossível não reparar que esta série se dirige a um público mis jovem. O texto está adaptado a eles e por isso às vezes não é suficientemente desafiante para um leitor mais ... exigente. O que mais me irritou foi a forma como os Pretties passam a vida a falar em "bubbly", "totally", "click of friends" e outras coisas que tal. Parecem uns imbecis a falar, com vocabulário limitado. Mas esta escolha eu compreendo, pois foi usada como mostra do que é a sociedade 'preety' e, convenhamos, não está assim tão distante da realidade de alguns grupo de pessoas de hoje em dia. Não só jovens, mas também adultos.


Em suma, Perfeitos foi uma leitura agradável, uma sequela muito competente do primeiro livro, mas não o superou e não é suficientemente desafiante para o leitor menos jovem (e acredito que para alguns jovens este também seja o caso). No entanto foi suficientemente bem conseguido para que eu tenha vontade de ler o seguinte número da série (Specials * Especiais).

Narração (Carine Montbertrand):
Tal como aconteceu em Imperfeitos, a narração de Carine Montbertrand deixou algo a desejar, faltando-lhe ginástica suficiente para interpretar com firmeza todas as personagens que aparecem no livro. No entanto, a nível de vozes femininas, fez um excelente trabalho, conseguindo distinções muito características.

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