domingo, 2 de junho de 2013

Crónica dos Bons Malandros

"Crónica dos Bons Malandros", de Mário Zambujal (Quetzal Editores)

Sinopse:
Uma quadrilha decide assaltar o Museu Gulbenkian, farta dos seus banais assaltos. Durante o livro fala sobre a vida de cada um dos elementos da quadrilha e como se conheceram. Mas o assalto ao museu não correu como esperavam...

Opinião:
Há cerca de um ano atrás, li um excerto deste livro e achei imensa graça. Na altura decidi que, assim que pudesse, o iria ler.
Infelizmente, com o tempo, passou também algum do fascínio que o excerto tinha criado em mim.
Ao ler este livro, apesar das ocasionais risadas, achei que não foi tão engraçado como me lembrava.

O ponto forte deste livro são as personagens e a comédia de situação. O autor tem um humor muito próprio. Sarcástico, mas não ao ponto de ser exagerado. Além disso a escrita do autor está perfeitamente adaptada ao estilo da história.
No entanto, também é verdade que a história central, a intriga, é praticamente inexistente. Do assalto lemos cerca de 30/40 páginas, se tanto. O resto são relatos mais ou menos bem conseguidos das vida passadas dos elementos da quadrilha. E aqui o autor consegue trabalhar bem as histórias, excepto do caso do Renato e da Marlene.
Durante todo o livro o autor fala-nos como o Renato e a Marlene são unha com carne, como ela é uma parte indissociável dele, e como ele é pacífico mas tem ocasionais ataques de fúria incontroláveis. Até aqui tudo bem. Mas quando fui ler o capítulo dedicado ao passado dos dois, eu esperava descobrir porque Renato tinha esses ataques de fúria (pois da sua aversão a armas já sabíamos o que havia para saber) e porque ele a Marlene eram 'unha com carne' e ela nada mais era que uma perna extra dele. Ora, nenhuma destas duas coisas foi explicada. Não de maneira satisfatória, pelo menos.
Em quase todas as restantes personagens isto não aconteceu, excepto com o Flávio, cuja motivação para as falcatruas, permanece um mistério.

Ainda assim, tenho de confessar que este foi um livro divertido, que me fez boa companhia nos poucos minutos que conseguia roubar para ler. Ri-me várias vezes, especialmente na parte final. E por falar no final, achei-o muito bom e algo inesperado, ou pelo menos foi uma boa jogada do autor.
Mas, no geral, não fiquei encantada com este livro. Não foi uma leitura que me marcasse, nem sequer foi tão satisfatória como esperava.
Percebo porque é tão conhecido, mas podia ter algo mais.


Capa, Design e Edição:
A capa do livro que eu li é diferente desta, mas não consegui encontrar na web uma igual e a que tenho está bastante danificada (veio da Biblioteca Maunicipal). A que li foi a 25ª edição e tem uma capa muito simples, quase toda azul, apenas com um esboço de algumas personagens na parte inferior. Podia ser a capa de outro livro qualquer. Nada indica que é comédia, nada indica sobre o que é a história. É uma capa que passa despercebida. Mas nem tanto quanto esta que aqui coloco, da mais recente edição. Sou toda a favor de minimalismo mas ... esta capa não transmite nada!
O design interior é fiel ao estilo da época: simples, com grandes margens, mas com uma boa letra. Nada de mal a apontar.

2 comentários:

  1. Gostei imenso deste livro, sobretudo pelas personagens e pelas situações em que se vêem metidos. Tenho a crítica também no meu blog :)
    Fiquei curiosa por ver o filme. Viste?
    Boas leituras!

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  2. folhasdepapel, ainda não tive oportunidade de ver o filme, que não é fácil de arranjar, mas também gostava de ver.

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