terça-feira, 14 de maio de 2013

Two Moons of Sera 1

"Two Moons of Sera - Volume 1", Parvati K. Tyler (ainda não disponível em Portugal)

Sinopse (inglês):
In a world where water and earth teem with life, Serafay is an anomaly. The result of genetic experiments on her mother's water-borne line Serafay will have to face the very people responsible to discover who she really is. But is she the only one?

Opinião (ebook):
Sabe bem ler uma história que nos remete um pouco para a infância, para os contos de fada, para a imaginação. "Two Moons of Sera" não é uma história infantil, mas tem aquela mágica das fábulas e não deixa de ser um pouco inocente.
A premissa é curiosa, embora um pouco mal explorada. Temos criaturas marinhas, espécies de sereias (mas que podem ser bem perigosas) e temos os humanos, que tanto parecem ser bárbaros, como mostram ter tecnologia muito avançada.

O principal ponto fraco do livro, é mesmo a construção do mundo. Isto porque a autora nunca é muito clara em relação à cultura de nenhum dos povos. E o leitor não sabe muito bem porque os humanos e as criaturas do mar estão em disputa. pelo menos não neste primeiro livro. E é possível que isso seja explicado nos restantes (são 4, no total), mas deveria haver mais informação nesta primeira parte.


A história é simples: rapariga conhece rapaz, rapariga gosta de rapaz, rapaz gosta de rapariga, e depois tudo descamba quando eles se vêem envolvidos numa guerra. Como vêem, a premissa é simples, mas a escritora consegue torná-la interessante, muito graças à Serafay, que é uma protagonista que dá vontade de apoiar.
Outro problema com a história, e a sua credibilidade, parece no momento em que eles conhecem outros humanos. Temos humanos com tecnologias avançadas, que são organizados o suficiente para saberem que equipas estão em que terrenos, mas depois basta a Serfay dizer-lhes que ela e Tor estão a viver na floresta, sozinhos, há mais de um ano, e eles acreditam? Nem confirmam nas bases de dados, e não questionam mais que o básico. Impossível! A minha credulidade tem limites e o livro, para mim, perdeu muitos pontos a partir desta fase.
Eu entendo o que a autora quis fazer: mostrar-nos o lado dos humanos, mas ao menos podia ter-se esforçado para tornar os acontecimentos mais credíveis.

A nível de personagens, posso dizer que Serafay e Tor estão bem construídos e, juntamente com o Elgon (o cão que não é bem cão), acabam por dar vida à história. No entanto existem certos pormenores de construção das personagens, que eu acho que sõ imperdoável. Senão vejamos: nas primeiras vezes que Tor e Serafay se encontram, fica claro que Tor não fala, só grunhe. O leitor entende que ele compreende as palavras, mas que não as fala há muito tempo e por isso lhe custa comunicar. Até aqui, tudo bem. Mas depois acontece que Tor e Serafay passam um dia juntos e no fim desse dia ele já fala com naturalidade. Ora, eu sou crente mas nem tanto! Está bem que quem já sabia falar, só precisa relembrar, mas não é num dia que se passa de grunhidos para palavras coesas.
A autora, depois disso, continua a fazer com que ele não fale em certas alturas, mas é raro e ele passa logo a falar muito bem. Não faz sentido!

Já no que diz respeito à escrita da autora,  e porque já disse quase tudo que tinha para dizer, tenho apenas que acrescentar que tende a ser muito literal e não confia muito no discernimento do leitor para descobrir certas coisas sem que tenha de se lhe espetar as coisas na cara. Não fiquei grande fã da escrita, confesso, mas também não foi algo que me repelisse.

Mas apesar de todas estas falhas, gostei desta história e fiquei com vontade de ler o resto, até porque é impossível não querer continuar, já que este não é tanto o primeiro de 4 livros, mas a primeira de quatro partes e não faz sentido ler a primeira se não se lerem as restantes porque se fica na corda bamba. Posso mesmo dizer que a primeira metade deste livro foi fabulosa, e a segunda foi fraca! Não há melhor maneira de definir esta história, para já.

Capa, Design e Edição:
Tendo lido a versão ebook deste livro, posso dizer gostei do uso de cabeçalhos a separar os capítulos (que não eram numerados), a formatação também estava bem feita, o que permitiu uma boa leitura no meu Kindle 3. A capa está gira e enquandra-se muito bem com a história.

Booktrailer:

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