“O Vestido Novo”, de Virginia Woolf (Europa-América)
Opinião:
Este pequeníssimo livro tem 3 pequeníssimos contos que foram
o meu primeiro contacto com a afamada autora.
De um modo geral gostei da prosa mas não da execução dos
contos. Nenhum deles me marcou e, apesar de do seu diminuto tamanho, chegaram
mesmo a aborrecer-me. Gostei da escrita no estilo linha-de-pensamento onde
nunca se sabia do que se ia falar a seguir porque o narrador entrava nos
devaneios típicos da mente, ora pensando em vestidos e logo divagando sobre moscas.
No entanto a autora usava bastantes repetições e em contos tão pequenos
qualquer duplicacção é em demasia. Contudo devo dizer que as personagens
transparecem muito bem em poucas palavras, sendo que a prosa as define bem e de
forma quase imperceptível. Tenham elas um papel grande ou pequeno a
desempenhar.
Quanto aos contos individuais: “O Vestido Novo” cansa pela
repetição e pelo facto de todo aquele monólogo interior ocorrer no espaço de
uns minutos e nada de relevante acontecer até às últimas linhas. Coisa que,
aliás, acontece também nos outros dois contos. No entanto este primeiro conto ganha pontos pela protagonista e a sua paranóia ou auto-depreciação.
O segundo conto, "A Dama do Espelho" trouxe um conceito muito interessante: uma história contada do ponto de vista de um espelho que idolatra a sua senhora a uma sempre grande distância. Foi um texto muito curioso de ler, apesar das repetições. O final, contudo, não me agradou de sobremaneira.
Por fim a antologia conclui com "Momentos de Plenitude" que só por aquele final já valeu a pena, embora não deixe de ser estranho.
Em suma, não posso dizer que fiquei fã de Virgina Woolf mas possivelmente darei outra oportunidade à autora de me surpreender. Este pequeno livro não fica, infelizmente, na memória.
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