"Ashram", de Ana Luiz (ebook gratuito)
Opinião:
Este conto passa-se ainda na lusitânia e fala-nos de um velho eremita que escreve histórias que troca depois por comida.
O conceito está muito interessante e a história também, especialmente o final. No entanto a escrita, ou melhor, a forma de contar a história em prosa, fazendo quase nenhum uso do diálogo ou de cenas contadas de uma forma mais intensa, não me encheu bem as medidas.
Embora eu até entenda que talvez o intuito fosse contar a história como se esta estivesse, mais ou menos, a ser contada como uma das histórias do velho eremita (das que se contam à volta da fogueira), no fim acho que talvez o conto tivesse ganho outra dimensão se as cenas entre o eremita e o rei fossem mais sentidas.
No geral gostei mas não posso dizer que a prosa me tenha marcado. Dito isto, o final conseguiu surpreender.
Sinopse:
Na antiga Lusitânia habitava um velho eremita. A sua solidão era apenas interrompida por esporádicos viajantes, provenientes das tribos do território. Mas um dia, o respeitado ancião recebeu na sua cabana, um forasteiro perdido que se revelou muito especial.
2º Lugar do Prémio Campos do Jordão de Literatura 2015, categoria autor internacional.
domingo, 31 de janeiro de 2016
sexta-feira, 29 de janeiro de 2016
Clube de Leitura de Braga - Fevereiro 2016
O Clube de Leitura de Braga volta a reunir-se no primeiro sábado do mês, no próximo dia 6 de Fevereiro, desta vez para falar de 3 obras distintas: uma antologia, um livro infantil, e uma banda desenhada.
"A Inaudita Guerra da Avenida Gago Coutinho", de Mário de Carvalho; "É Aqui que Ela Mora", de Sílvia Mota e Carla Pinto; e "Esquadrão da Luz", de Peter Snejbjerg e Peter Tomasi.
Convido-vos a juntarem-se a nós às 15h00 ("A Inaudita Guerra da Avenida Gago Coutinho" e "É Aqui que Ela Mora") e/ou às 17h30 ("Esquadrão da Luz").
Vamos estar, como habitualmente, na Bertrand de Braga (Liberdade Street Fashion - Avenida da Liberdade).
"A Inaudita Guerra da Avenida Gago Coutinho", de Mário de Carvalho; "É Aqui que Ela Mora", de Sílvia Mota e Carla Pinto; e "Esquadrão da Luz", de Peter Snejbjerg e Peter Tomasi.
Convido-vos a juntarem-se a nós às 15h00 ("A Inaudita Guerra da Avenida Gago Coutinho" e "É Aqui que Ela Mora") e/ou às 17h30 ("Esquadrão da Luz").
Vamos estar, como habitualmente, na Bertrand de Braga (Liberdade Street Fashion - Avenida da Liberdade).
quinta-feira, 28 de janeiro de 2016
O Vestido Novo
“O Vestido Novo”, de Virginia Woolf (Europa-América)
Opinião:
Este pequeníssimo livro tem 3 pequeníssimos contos que foram
o meu primeiro contacto com a afamada autora.
De um modo geral gostei da prosa mas não da execução dos
contos. Nenhum deles me marcou e, apesar de do seu diminuto tamanho, chegaram
mesmo a aborrecer-me. Gostei da escrita no estilo linha-de-pensamento onde
nunca se sabia do que se ia falar a seguir porque o narrador entrava nos
devaneios típicos da mente, ora pensando em vestidos e logo divagando sobre moscas.
No entanto a autora usava bastantes repetições e em contos tão pequenos
qualquer duplicacção é em demasia. Contudo devo dizer que as personagens
transparecem muito bem em poucas palavras, sendo que a prosa as define bem e de
forma quase imperceptível. Tenham elas um papel grande ou pequeno a
desempenhar.
Quanto aos contos individuais: “O Vestido Novo” cansa pela
repetição e pelo facto de todo aquele monólogo interior ocorrer no espaço de
uns minutos e nada de relevante acontecer até às últimas linhas. Coisa que,
aliás, acontece também nos outros dois contos. No entanto este primeiro conto ganha pontos pela protagonista e a sua paranóia ou auto-depreciação.
O segundo conto, "A Dama do Espelho" trouxe um conceito muito interessante: uma história contada do ponto de vista de um espelho que idolatra a sua senhora a uma sempre grande distância. Foi um texto muito curioso de ler, apesar das repetições. O final, contudo, não me agradou de sobremaneira.
Por fim a antologia conclui com "Momentos de Plenitude" que só por aquele final já valeu a pena, embora não deixe de ser estranho.
Em suma, não posso dizer que fiquei fã de Virgina Woolf mas possivelmente darei outra oportunidade à autora de me surpreender. Este pequeno livro não fica, infelizmente, na memória.
Hostage to Pleasure
"Hostage to Pleasure (Psy-Changeling 5)", de Nalini Singh (ainda não publicado em Portugal)
Opinião:
Sinopse (inglês):
Separated from her son and forced to create a neural implant that will mean the effective enslavement of her psychically gifted race, Ashaya Aleine is the perfect Psy--cool, calm, emotionless...at least on the surface. Inside, she's fighting a desperate battle to save her son and escape the vicious cold of the PsyNet. Yet when escape comes, it leads not to safety, but to the lethal danger of a sniper's embrace.
DarkRiver sniper Dorian Christensen lost his sister to a Psy killer. Though he lacks the changeling ability to shift into animal form, his leopard lives within. And that leopard's rage at the brutal loss is a clawing darkness that hungers for vengeance. Falling for a Psy has never been on Dorian's agenda. But charged with protecting Ashaya and her son, he discovers that passion has a way of changing the rules...
Opinião:
Nalini Singh tão depressa me surpreende com um romance
paranormal muito bom como me deixa às aranhas com um mau. A série
Psy-Changeling é uma montanha-russa cheia de altos e baixos mas o que mantém
enquanto leitora é mesmo o conceito: um futuro próximo onde as pessoas se
divide em três tipos diferentes: os humanos ditos normais; os changelings,
humanos que se podem transformar em animais, como leopardos, lobos e ratos); e
os psy, pessoas com capacidades da mente fora no normal e que vivem ligados
através de uma teia de informação e que restringem os seus sentimentos e
emoções de forma activa e contínua.
Hostage to Pleasure é o quinto livro da série que já vai em
cerca de dezena e meia de romances e dezenas de contos e noveletas.
Os Psy e os Changeling estão numa quase guerra aberta e
neste livro os humanos dão também os primeiros passos nesta guerra.
Hostage to Pleasure foca-se na relação entre Ashaya, uma Psy
do foro médico/científico, e Dorian, um Changeling latente (que não se consegue
transformar). Ambas as personagens já haviam surgido em livros anteriores, o
Dorian mais que a Ashaya, mas o leitor que seguia a série já estava
familiarizado com ambos.
Como sempre existe muita química entre as personagens, que
se complementam e crescem em conjunto. No entanto, para mim, o livro focou-se
quase sempre só neles e não havia repouso. Os dois estiveram juntos desde os
primeiros capítulos e nunca passaram tempo separados, e isso transpareceu como
sufocante. Enquanto que, por exemplo, a Sasha e o Lucas (no Slave toSensation) tinham
tempo para estar longe um do outro e pensarem no que o seu
relacionamento implicaria e no que estavam a sentir, a Ashaya e o Dorian não
tiveram isso. Já para não falar que o Dorian era um bully que não respeitava a
privacidade nem o silêncio da Ashaya. Estava sempre a obriga-la a falar de
coisas que ela não queria e eu até entendo que isso tenha sido uma forma de
desenvolver a ligação entre os dois mas por vezes era muito excessivo. E por
seu lado a Ashaya era o tipo de personagem que seria imensamente aborrecida se
não fosse pelo Dorian.
Por outro lado, uma das coisas que mais gosto nesta série é
que existem crianças na vida diária das personagens e, neste livro em especial,
uma das crianças tem um papel importante. Adorei a relação da Ashaya com o
filho e também com a sua irmã. Foram estes que tornaram a Ashaya mais
interessante e complexa e as melhores partes dos livros envolveram-nos de
alguma forma. Também a aproximação do Dorian ao filho da Ashaya foi
determinante, tanto para ele enquanto personagem, como para a Ashaya que sem
isso talvez não encontrasse tanto em comum com ele.
Falando ainda das personagens, gosto de como a autora
integra sempre várias das personagens de livros anteriores e posteriores mas
mesmo assim senti que este, em particular, se focou muito no casal, tal como já
havia acontecido com o segundo livro (Visions of Heat) com a Faith e o Vaughn. Mas por
outro lado, e apesar de haver mais cenas com alguns dos membros do conselho
Psy, achei que esses “vilões” ainda estão muito mal explorados. E a facção
humana ainda mais banalizada foi e foi um elemento mal aproveitado e, quando
usado, foi-o com maus resultados (para o leitor). Quase que apareceram do nada
e não são marcados pela individualidade que já começa a demarcar o conselho
Psy.
O enredo que não se prendia com o relacionamento dos protagonistas foi tão secundário que por vezes era esquecido e depois os momentos com impacto no resto da série, que deveriam ser fortes e decisivos acabavam por não o ser.
A escrita foi, para mim, a pior parte do livro. Os diálogos não eram fluídos por serem sempre entrecortados por prosa demasiado descritiva e absolutamente desnecessária, que servia apenas para quebrar o ritmo da conversa. Como um todo achei a escrita
repetitiva e francamente irritante nas cenas mais sensuais e não só. A autora
usou e abusou das palavras “male” (masculino/másculo) ou "feline" (felino) e "female/feminine"
(feminino) ou "científico" para descrever o Dorian e a Ashaya respectivamente. Até irritava
quando os dois se tocavam ou se aproximavam. Eram os dedos masculinos dele, o
cabelo feminino dela, o nariz masculino dele e os sussurros femininos dela. Seja lá
isso o que for! A autora falhava em descrevê-los de outra forma que não
masculino e feminino. Em certos trechos eles nada mais era do que géneros
sexuais, segundo as descrições. Por outro lado gostei de o facto de Ashaya ser
descrita como uma mulher mais curvilínea e não muito magra, além de ser de pele
escura. Um contraste interessante com o aspecto surfista do Dorian.
Em suma, Hostage to Pleasure tocou em alguns assuntos
fraternais e familiares que gostei muito mas pecou por saturar as cenas com
demasiada interacção entre o Dorian e a Ashaya
por uma prosa repetitiva e cansativa, sendo que as cenas românticas me
aborreciam. E dito isto espero que o próximo livro da série seja um ponto alto
pois está-se a notar um padrão de inconsistência e eu preciso de um muito bom
para querer continuar com a série que, apesar de tudo, tem boas personagens e
um cenário muito rico.
Nota: Esta opinião baseia-se na versão audiolivro, narrada por Angela Daw, e apesar de tudo não posso recomendar esta versão. A narradora arrastava muito a leitura, lia muito devagar e apesar de fazer um bom trabalho com as vozes, essa lentidão cortava a fluidez do livro, já de si comprometida por uma prosa repetitiva.
Sinopse (inglês):
Separated from her son and forced to create a neural implant that will mean the effective enslavement of her psychically gifted race, Ashaya Aleine is the perfect Psy--cool, calm, emotionless...at least on the surface. Inside, she's fighting a desperate battle to save her son and escape the vicious cold of the PsyNet. Yet when escape comes, it leads not to safety, but to the lethal danger of a sniper's embrace.
DarkRiver sniper Dorian Christensen lost his sister to a Psy killer. Though he lacks the changeling ability to shift into animal form, his leopard lives within. And that leopard's rage at the brutal loss is a clawing darkness that hungers for vengeance. Falling for a Psy has never been on Dorian's agenda. But charged with protecting Ashaya and her son, he discovers that passion has a way of changing the rules...
Os Melhores Romances Escritos em Língua Portuguesa - Resultados
Em Novembro divulguei aqui no blog a sondagem pública que o projecto Adamastor promoveu para votar nos Melhores Romances Escritos em Língua Portuguesa. recentemente foram divulgados os resultados, por vezes surpreendentes. Podem ver tudo AQUI.
Por curiosidade fiquem com o top 5:
- "Os Maias", de Eça de Queirós;
- "Memorial do Convento", de José Saramago;
- Ensaio Sobre a Cegueira", de José Saramago;
- "A Sibila", de Agustina Bessa-Luís;
- "Capitães de Areia", de Jorge Amado.
Aproveitem para explorar o magnífico trabalho que o Projecto Adamastor tem vindo a fazer.
Por curiosidade fiquem com o top 5:
- "Os Maias", de Eça de Queirós;
- "Memorial do Convento", de José Saramago;
- Ensaio Sobre a Cegueira", de José Saramago;
- "A Sibila", de Agustina Bessa-Luís;
- "Capitães de Areia", de Jorge Amado.
Aproveitem para explorar o magnífico trabalho que o Projecto Adamastor tem vindo a fazer.
::Aniversário:: Vergílio Ferreira
Vergílio Ferreira nasceu a 28 de Janeiro de 1916, faz hoje 100 anos.
Deste afamado autor português ainda só tive oportunidade de ler o seu mais conhecido romance: "Aparição", que era, na altura, leitura obrigatória na escola. Desse livro pouco me recordo mas sei que não desgostei e espero um dia voltar a ler para avivar a memória.
Deixo-vos, por fim, uma pequena biografia do autor:
VERGÍLIO FERREIRA nasceu em Gouveia, a 28 de Janeiro de 1916. Seminarista no Fundão, licenciou-se depois em Filologia Clássica na Universidade de Coimbra e foi prof. liceal em Faro, Bragança, Évora e Lisboa (desde 1959). Ficcionista e pensador, estreou-se com o romance O Caminho Fica Longe (1943) e o ensaio Sobre o Humanismo de Eça de Queirós (1943). Escritor dos mais representativos das letras portuguesas da segunda metade do séc. XX, a sua vivência fechou-se no labirinto do existencialismo sartreano. Entre as suas obras destacam-se: Manhã Submersa (1954), adaptado ao cinema por Lauro António e vencedor do Prémio Femina para o melhor livro traduzido em França em 1990, Aparição (1959, Prémio Camilo Castelo Branco), Cântico Final (1960), Alegria Breve (1965, Prémio da Casa da Imprensa), Nítido Nulo (1971), Rápida a Sombra (1974), Signo Sinal (1979), Para Sempre (1983, Prémio Literário Município de Lisboa), Espaço do Invisível (1965-87), em quatro vols., Até ao Fim (1987, Grande Prémio de Novela e Romance da APE), Em Nome da Terra (1990), Na Tua Face (1993, Grande Prémio de Novela e Romance da APE). De assinalar são também o diário publicado a partir de 1981 (Conta Corrente) e o vol. de ensaios Arte Tempo (1988). Em 1991 ganha o Prémio Europália, pelo conjunto da sua obra, e em 1992 é-lhe atribuído o Prémio Camões. Foi condecorado pela Presidência da República com o Grande-Oficialato da Ordem de Sant’Iago da Espada, em 1979 e, em 1985, foi nomeado para o Prémio Nobel da Literatura. Faleceu em Lisboa, a 1 de Março de 1996.
Deste afamado autor português ainda só tive oportunidade de ler o seu mais conhecido romance: "Aparição", que era, na altura, leitura obrigatória na escola. Desse livro pouco me recordo mas sei que não desgostei e espero um dia voltar a ler para avivar a memória.
Deixo-vos, por fim, uma pequena biografia do autor:
VERGÍLIO FERREIRA nasceu em Gouveia, a 28 de Janeiro de 1916. Seminarista no Fundão, licenciou-se depois em Filologia Clássica na Universidade de Coimbra e foi prof. liceal em Faro, Bragança, Évora e Lisboa (desde 1959). Ficcionista e pensador, estreou-se com o romance O Caminho Fica Longe (1943) e o ensaio Sobre o Humanismo de Eça de Queirós (1943). Escritor dos mais representativos das letras portuguesas da segunda metade do séc. XX, a sua vivência fechou-se no labirinto do existencialismo sartreano. Entre as suas obras destacam-se: Manhã Submersa (1954), adaptado ao cinema por Lauro António e vencedor do Prémio Femina para o melhor livro traduzido em França em 1990, Aparição (1959, Prémio Camilo Castelo Branco), Cântico Final (1960), Alegria Breve (1965, Prémio da Casa da Imprensa), Nítido Nulo (1971), Rápida a Sombra (1974), Signo Sinal (1979), Para Sempre (1983, Prémio Literário Município de Lisboa), Espaço do Invisível (1965-87), em quatro vols., Até ao Fim (1987, Grande Prémio de Novela e Romance da APE), Em Nome da Terra (1990), Na Tua Face (1993, Grande Prémio de Novela e Romance da APE). De assinalar são também o diário publicado a partir de 1981 (Conta Corrente) e o vol. de ensaios Arte Tempo (1988). Em 1991 ganha o Prémio Europália, pelo conjunto da sua obra, e em 1992 é-lhe atribuído o Prémio Camões. Foi condecorado pela Presidência da República com o Grande-Oficialato da Ordem de Sant’Iago da Espada, em 1979 e, em 1985, foi nomeado para o Prémio Nobel da Literatura. Faleceu em Lisboa, a 1 de Março de 1996.
segunda-feira, 25 de janeiro de 2016
::Aniversário:: Virginia Woolf
Virginia Woolf nasceu a 25 de Janeiro de 1882, faz hoje 134 anos.
Para lembrar a data vou ler um pequeno livro que tenho da autora: "O Vestido Novo" e será a primeira vez que descubro a escrita da autora inglesa.
E vocês já leram algum livro de Virginia Woolf?
Para terminar deixo-vos uma pequena biografia tirada do Wook:
Escritora inglesa nascida a 25 de janeiro de 1882, no seio de uma família da alta sociedade londrina, e falecida a 28 de março de 1941. O pai, Sir Leslie Stephen, era crítico literário. Virginia Stephen, nome de solteira, passou a infância numa mansão londrina com os três irmãos e tratada por sete criados, convivendo com personalidades como Henry James e Thomas Hardy. Virginia tinha 13 anos quando a mãe morreu e 22 quando chegou a vez do pai falecer. Os quatro irmãos foram então viver para Bloomsbury, um bairro londrino da classe média-alta. A irmã mais velha, Vanessa, de 25 anos, tomou conta dos restantes três.
Em sua casa foi formado o Grupo de Bloomsbury, onde se reuniam regularmente personalidades como os poetas T. S. Elliot e Clive Bell, o escritor E.M. Forster entre outros artistas e intelectuais. Os quatro irmãos, entretanto, viajaram pela Grécia e Turquia, mas pouco depois do regresso morreu Tholby, em novembro de 1906. Virginia sofreu a primeira de muitas grandes depressões. Casou em 1912 com o crítico literário Leonard Woolf, que viria a ser o seu companheiro de toda a vida.
The Voyage Out, de 1915, marca o início da sua carreira de romancista, mas só dez anos depois, com Mrs Dalloway, considerado o seu primeiro grande romance modernista, chegou o reconhecimento como escritora reputada. Orlando, obra de 1928, confirmou as qualidades de Virgina Woolf. Esta obra tem um protagonista andrógino, inspirado na sua amiga Vita Sackville-West, com quem manteve uma longa relação íntima. Após obras como A Room of One's Own (Um Quarto Que Seja Seu), onde defende a independência das mulheres, The Waves (As Ondas) e The Years (Os Anos), em 1938 lançou um romance polémico, Three Guineas (Os Três Guineus), na sequência da morte de um sobrinho na Guerra Civil espanhola. Neste livro, Virginia Woolf defende que a guerra é a expressão do instinto sexual masculino. A 28 de março de 1941, pouco depois de ter lançado Between the Acts, Virginia Woolf suicidou-se, atirando-se a um rio com os bolsos cheios de pedras. Foi a segunda tentativa em poucos dias, interrompendo assim uma carreira marcada pela obtenção de diversos prémios literários, dos quais, contudo, só aceitou um, o Fémina, de França.
Paralelamente à atividade de escritora, Virginia, em conjunto com o marido, fundou e manteve uma editora, destinada a publicar textos experimentais, textos de amigos e traduções de russo. Intitulada Hobart Press, a editora funcionava em moldes caseiros, depois de em 1917 Leonard ter oferecido à esposa uma pequena tipografia.
Para lembrar a data vou ler um pequeno livro que tenho da autora: "O Vestido Novo" e será a primeira vez que descubro a escrita da autora inglesa.
E vocês já leram algum livro de Virginia Woolf?
Para terminar deixo-vos uma pequena biografia tirada do Wook:
Escritora inglesa nascida a 25 de janeiro de 1882, no seio de uma família da alta sociedade londrina, e falecida a 28 de março de 1941. O pai, Sir Leslie Stephen, era crítico literário. Virginia Stephen, nome de solteira, passou a infância numa mansão londrina com os três irmãos e tratada por sete criados, convivendo com personalidades como Henry James e Thomas Hardy. Virginia tinha 13 anos quando a mãe morreu e 22 quando chegou a vez do pai falecer. Os quatro irmãos foram então viver para Bloomsbury, um bairro londrino da classe média-alta. A irmã mais velha, Vanessa, de 25 anos, tomou conta dos restantes três.
Em sua casa foi formado o Grupo de Bloomsbury, onde se reuniam regularmente personalidades como os poetas T. S. Elliot e Clive Bell, o escritor E.M. Forster entre outros artistas e intelectuais. Os quatro irmãos, entretanto, viajaram pela Grécia e Turquia, mas pouco depois do regresso morreu Tholby, em novembro de 1906. Virginia sofreu a primeira de muitas grandes depressões. Casou em 1912 com o crítico literário Leonard Woolf, que viria a ser o seu companheiro de toda a vida.
The Voyage Out, de 1915, marca o início da sua carreira de romancista, mas só dez anos depois, com Mrs Dalloway, considerado o seu primeiro grande romance modernista, chegou o reconhecimento como escritora reputada. Orlando, obra de 1928, confirmou as qualidades de Virgina Woolf. Esta obra tem um protagonista andrógino, inspirado na sua amiga Vita Sackville-West, com quem manteve uma longa relação íntima. Após obras como A Room of One's Own (Um Quarto Que Seja Seu), onde defende a independência das mulheres, The Waves (As Ondas) e The Years (Os Anos), em 1938 lançou um romance polémico, Three Guineas (Os Três Guineus), na sequência da morte de um sobrinho na Guerra Civil espanhola. Neste livro, Virginia Woolf defende que a guerra é a expressão do instinto sexual masculino. A 28 de março de 1941, pouco depois de ter lançado Between the Acts, Virginia Woolf suicidou-se, atirando-se a um rio com os bolsos cheios de pedras. Foi a segunda tentativa em poucos dias, interrompendo assim uma carreira marcada pela obtenção de diversos prémios literários, dos quais, contudo, só aceitou um, o Fémina, de França.
Paralelamente à atividade de escritora, Virginia, em conjunto com o marido, fundou e manteve uma editora, destinada a publicar textos experimentais, textos de amigos e traduções de russo. Intitulada Hobart Press, a editora funcionava em moldes caseiros, depois de em 1917 Leonard ter oferecido à esposa uma pequena tipografia.
segunda-feira, 4 de janeiro de 2016
Dream Thieves
"Dream Thieves (Raven Cycle 2)", de Maggie Stiefvater (ainda não publicado em Portugal)
Opinião:
*Atenção: Esta opinião conterá spoilers do primeiro livro da série*
Depois de no livro anterior eu ter mencionado que o Ronan tinha sido uma das personagens menos exploradas, eis que este segundo volume da série The Raven Cycle se foca exactamente nele. E ao que tudo indica o próximo dará mais atenção a outra personagem negligenciada: a Blue.
Pois então, The Dream Thieves começa praticamente logo a seguir aos acontecimentos de The Raven Boys, logo após a estranha revelação de Ronan, que é a base para todo este livro: Ronan consegue arrancar objectos e seres directamente dos seus sonhos. E é impressionante como a autora consegue convencer o leitor deste facto, à medida que as páginas vão avançado, tornando-o tão perigoso quanto fascinante, de tal forma que passado um pouco eu já nem acreditava que até ali isso não tivesse sido um dado adquirido da história.
Ronan é uma personagem que parece fácil odiar mas na realidade não o é. E isso faz dele uma das personagens mais interessantes da série e do bando.
Efectivamente a autora conseguiu, neste livro, dar novas dimensões a várias personagens e nem sempre foram precisas muitas palavras para o conseguir, senão vejamos o Grayman, uma das personagens mais interessantes do livro. E até o Cavinsky, que acabou por ser um vilão mais interessante que o do livro anterior, não precisou de muitas cenas para se estabelecer.
Já dentro do grupo de Raven Boys há o exemplo do Adam que sofreu grandes mudanças que deram origens a muitas reviravoltas e por conseguinte, tanto no caso dele como do Ronan, era impossível saber que passo ia dar a seguir. E também as cenas com o Gansey e o Adam, quando estavam na casa do Gansey, foram muito boas e criaram muita tensão.
A escrita da autora continua a surpreender-me, especialmente nas suas descrições, sempre na dose certa. Houve uma grande evolução desde a série The Wolves of Mercy Falls (não querendo eu estar a dizer que nesses livros a escrita era má, porque não era). A prosa é envolvente, rica e cheia de mistério e fantasia, mesmo nas coisas mais banais.
O único ponto negativo, a meu ver, foi que o romance não funcionou muito bem. Estava fofo mas não fez clique. Faltava-lhe algo de mais extraordinário, mais aconchegante.
E por falar em relacionamentos eu tenho ainda de acrescentar que adorei a interacção do Ronan com os irmãos e também o relacionamento entre o Ronan e o Gansey, pois embora eles passassem muito tempo separados neste livro, o elo estava lá. E aquela boca do Cavinsky ... dá muito tema de conversa.
Em suma, eu adorei esta sequela, apesar de a cena final com o Cavinsky ter sido um pouco exagerada, o resto do livro estava fenomenal e todas as revelações, mudanças e possibilidades testam a imaginação do leitor. Ainda não pegaram nesta série? Pois eu recomendo-a!
Sinopse (edição brasileira "Ladrões de Sonhos" pela editora Verus):
Ao lado de Blue, os garotos corvos — o privilegiado Gansey, o torturado Adam, o espectral Noah e o sombrio e perigoso Ronan — continuam sua busca pelo lendário rei galês Glendower. Mas suas explorações enfrentam um duro contratempo conforme segredos, sonhos e pesadelos começam a enfraquecer a linha ley — um canal invisível de energia que conecta lugares sagrados e que pode levá-los até o rei. Será por isso que a floresta mística de Cabeswater sumiu inexplicavelmente? Quem é o misterioso Homem Cinzento e por que ele está procurando o Greywaren, uma relíquia que permite tirar objetos de sonhos? E o que isso tem a ver com o indecifrável Ronan? Conforme Blue e os garotos corvos procuram respostas a essas e outras questões, o perigo que os envolve se torna cada vez mais real, e será preciso apostar todas as fichas nessa aventura enigmática.
Opinião:
*Atenção: Esta opinião conterá spoilers do primeiro livro da série*
Depois de no livro anterior eu ter mencionado que o Ronan tinha sido uma das personagens menos exploradas, eis que este segundo volume da série The Raven Cycle se foca exactamente nele. E ao que tudo indica o próximo dará mais atenção a outra personagem negligenciada: a Blue.
Pois então, The Dream Thieves começa praticamente logo a seguir aos acontecimentos de The Raven Boys, logo após a estranha revelação de Ronan, que é a base para todo este livro: Ronan consegue arrancar objectos e seres directamente dos seus sonhos. E é impressionante como a autora consegue convencer o leitor deste facto, à medida que as páginas vão avançado, tornando-o tão perigoso quanto fascinante, de tal forma que passado um pouco eu já nem acreditava que até ali isso não tivesse sido um dado adquirido da história.
Ronan é uma personagem que parece fácil odiar mas na realidade não o é. E isso faz dele uma das personagens mais interessantes da série e do bando.
Efectivamente a autora conseguiu, neste livro, dar novas dimensões a várias personagens e nem sempre foram precisas muitas palavras para o conseguir, senão vejamos o Grayman, uma das personagens mais interessantes do livro. E até o Cavinsky, que acabou por ser um vilão mais interessante que o do livro anterior, não precisou de muitas cenas para se estabelecer.
Já dentro do grupo de Raven Boys há o exemplo do Adam que sofreu grandes mudanças que deram origens a muitas reviravoltas e por conseguinte, tanto no caso dele como do Ronan, era impossível saber que passo ia dar a seguir. E também as cenas com o Gansey e o Adam, quando estavam na casa do Gansey, foram muito boas e criaram muita tensão.
A escrita da autora continua a surpreender-me, especialmente nas suas descrições, sempre na dose certa. Houve uma grande evolução desde a série The Wolves of Mercy Falls (não querendo eu estar a dizer que nesses livros a escrita era má, porque não era). A prosa é envolvente, rica e cheia de mistério e fantasia, mesmo nas coisas mais banais.
O único ponto negativo, a meu ver, foi que o romance não funcionou muito bem. Estava fofo mas não fez clique. Faltava-lhe algo de mais extraordinário, mais aconchegante.
E por falar em relacionamentos eu tenho ainda de acrescentar que adorei a interacção do Ronan com os irmãos e também o relacionamento entre o Ronan e o Gansey, pois embora eles passassem muito tempo separados neste livro, o elo estava lá. E aquela boca do Cavinsky ... dá muito tema de conversa.
Em suma, eu adorei esta sequela, apesar de a cena final com o Cavinsky ter sido um pouco exagerada, o resto do livro estava fenomenal e todas as revelações, mudanças e possibilidades testam a imaginação do leitor. Ainda não pegaram nesta série? Pois eu recomendo-a!
Sinopse (edição brasileira "Ladrões de Sonhos" pela editora Verus):
Ao lado de Blue, os garotos corvos — o privilegiado Gansey, o torturado Adam, o espectral Noah e o sombrio e perigoso Ronan — continuam sua busca pelo lendário rei galês Glendower. Mas suas explorações enfrentam um duro contratempo conforme segredos, sonhos e pesadelos começam a enfraquecer a linha ley — um canal invisível de energia que conecta lugares sagrados e que pode levá-los até o rei. Será por isso que a floresta mística de Cabeswater sumiu inexplicavelmente? Quem é o misterioso Homem Cinzento e por que ele está procurando o Greywaren, uma relíquia que permite tirar objetos de sonhos? E o que isso tem a ver com o indecifrável Ronan? Conforme Blue e os garotos corvos procuram respostas a essas e outras questões, o perigo que os envolve se torna cada vez mais real, e será preciso apostar todas as fichas nessa aventura enigmática.
domingo, 3 de janeiro de 2016
Relatório de 2015
Um novo ano se inicia e é tempo de fazer um apanhado das melhores leituras de 2015.
Para começar, se quiserem, podem consultar a lista de todos os romances/antologias, bandas desenhadas/mangas e contos que li no ano que passou AQUI.
Também podem ver uma lista mais visual no Goodreads AQUI, com algumas curiosidades.
Vamos a números!
Em 2015 li 42 livros (incluindo antologias, romances e noveletas) somando 12.194 páginas.
17 destes livros estavam em português (10 de autores portugueses) e os restantes 25 em inglês.
12 destes foram lidos em formato físico, 6 em ebook e 24 em audiolivro.
10 eram de autores portugueses.
Nota média de leitura: 6,73 de 10 possíveis.
Li 28 álbuns de banda desenhada e mais de 56 volumes manga, num total de cerca de 14.722 páginas.
Nota média de BD foi 6,9 e de manga foi de 6,71, em 10 possíveis.
Li 59 contos, 55 dos quais de autores portugueses (muitos incluídos em antologias).
Nota média dos contos é 6,61 em 10 possíveis.
O Género mais lido em romance foi Ficção Científica (13) e em conto foi o mesmo (14)
Vamos agora aos Tops!
Top 5 de romances/antologias de 2015:
1) "Sono", Haruki Murakami
2) "The Martian", Andy Weir
3) "A Bela Americana", Jess Walter
4) "The Knife of Never Letting Go", Patrick Ness
5) "A Morte de Ivan Ilitch", Lev Tosltoi
Top 5 de BD e Manga de 2015:
1) "Três Sombras", Cyril Pedrosa
2) "Rurouni Kenshi vol. 1", Nobuhiro Watsuki
3) "Ore Monogatari!!", Kazune Kawahara, Aruko
4) "28 Days Later", Michael Alan Nelson, Declan Shalvey
5) "Gantz vol. 30-37", Hiroya Oku
Top 5 contos de 2015:
1) "O Monocilo", Vitor Frazão
2) "Happily Ever After (Bridgertons)", Julia Quinn
3) "O Hospital", Fernando Lobo Pimentel (in Conto Fantástico 3)
4) "Zona F", Marcelina Gama Leandro (in Conto Fantástico 3)
5) "Métodos de Evasão", Carlos Silva (in Comandante Serralves - Despojos de Guerra)
E para terminar os tops ficam as categorias:
Melhor P. Principal Masculina de 2015: Mark Watney (in The Martian)
Melhor P. Principal Feminina de 2015: Alexia Tarabotti (in Soulless)
Melhor P. Secundária Masculina de 2015: Manshee (in The Knife of NeverLetting Go)
Melhor P. Secundária Feminina de 2015: Zusana (in Days of Blood andStarlight)
Melhor Vilão de 2015: President Prentiss (in The Ask and the Answer)
Melhor Casal Literário de 2015: Augustus e Hazel (in A Culpa é dasEstrelas)
- Terminar pelo menos 3 séries literárias que esteja a seguir FEITO! Terminei Daughter of Smoke and Bone (Laini Taylor), The Lunar Chronicles (Marissa Meyer), Mistborn (Brandon Sanderson), e terminei mais 3 séries que comecei este ano;
- Terminar pelo menos 10 séries de manga que esteja a seguir FEITO! Terminei 10 que já seguia e ainda terminei outras 8 que comecei este ano;
- Ler mais Banda Desenhada e Manga do que em 2014 FEITO! Em 2014 tinha lido 13 BDs e 50 mangas, enquanto este ano li 28 BDs e 56 mangas;
- Terminar de ler todos os livros que estão em stand-by e que estou sempre a dizer que vou terminar.FEITO;
- Actualizar o blog Floresta de Livros com mais frequência que em 2014FEITO;
Para começar, se quiserem, podem consultar a lista de todos os romances/antologias, bandas desenhadas/mangas e contos que li no ano que passou AQUI.
Também podem ver uma lista mais visual no Goodreads AQUI, com algumas curiosidades.
Vamos a números!
Em 2015 li 42 livros (incluindo antologias, romances e noveletas) somando 12.194 páginas.
17 destes livros estavam em português (10 de autores portugueses) e os restantes 25 em inglês.
12 destes foram lidos em formato físico, 6 em ebook e 24 em audiolivro.
10 eram de autores portugueses.
Nota média de leitura: 6,73 de 10 possíveis.
Li 28 álbuns de banda desenhada e mais de 56 volumes manga, num total de cerca de 14.722 páginas.
Nota média de BD foi 6,9 e de manga foi de 6,71, em 10 possíveis.
Li 59 contos, 55 dos quais de autores portugueses (muitos incluídos em antologias).
Nota média dos contos é 6,61 em 10 possíveis.
O Género mais lido em romance foi Ficção Científica (13) e em conto foi o mesmo (14)
Vamos agora aos Tops!
Top 5 de romances/antologias de 2015:
1) "Sono", Haruki Murakami
2) "The Martian", Andy Weir
3) "A Bela Americana", Jess Walter
4) "The Knife of Never Letting Go", Patrick Ness
5) "A Morte de Ivan Ilitch", Lev Tosltoi
Top 5 de BD e Manga de 2015:
1) "Três Sombras", Cyril Pedrosa
2) "Rurouni Kenshi vol. 1", Nobuhiro Watsuki
3) "Ore Monogatari!!", Kazune Kawahara, Aruko
4) "28 Days Later", Michael Alan Nelson, Declan Shalvey
5) "Gantz vol. 30-37", Hiroya Oku
Top 5 contos de 2015:
1) "O Monocilo", Vitor Frazão
2) "Happily Ever After (Bridgertons)", Julia Quinn
3) "O Hospital", Fernando Lobo Pimentel (in Conto Fantástico 3)
4) "Zona F", Marcelina Gama Leandro (in Conto Fantástico 3)
5) "Métodos de Evasão", Carlos Silva (in Comandante Serralves - Despojos de Guerra)
E para terminar os tops ficam as categorias:
Melhor Autor/a Português/esa de 2015: Vitor Frazão
Melhor Autor/a Estrangeiro/a de 2015: Maggie Stiefvater
Melhor Autor/a Estrangeiro/a de 2015: Maggie Stiefvater
Melhor P. Principal Masculina de 2015: Mark Watney (in The Martian)
Melhor P. Principal Feminina de 2015: Alexia Tarabotti (in Soulless)
Melhor P. Secundária Masculina de 2015: Manshee (in The Knife of NeverLetting Go)
Melhor P. Secundária Feminina de 2015: Zusana (in Days of Blood andStarlight)
Melhor Vilão de 2015: President Prentiss (in The Ask and the Answer)
Melhor Casal Literário de 2015: Augustus e Hazel (in A Culpa é dasEstrelas)
Por fim falta-me apenas analisar os objectivos que tinha no início do ano (AQUI) para ver o que cupri e o que ficou pleo caminho:
- Ler mais Banda Desenhada e Manga do que em 2014 FEITO! Em 2014 tinha lido 13 BDs e 50 mangas, enquanto este ano li 28 BDs e 56 mangas;
- Terminar de ler todos os livros que estão em stand-by e que estou sempre a dizer que vou terminar.
- Actualizar o blog Floresta de Livros com mais frequência que em 2014
E agora gostava que vocês deixassem os vossos comentário contando como correu 2015 em termos
literários para vocês. Atingiram todos os vossos objectivos? Qual foi o melhor livro que leram em 2015?
The Ask and the Answer
"The Ask and the Answer (Chaos Wallking 2), de Patrick Ness (ainda não publicado em Portugal)
Opinião:
Pela primeira vez no blog vou usar um gif animado para sumarizar o que senti ao ler um livro:
via GIPHY (cena do filme "O 5º Elemento"
E não, não é pelo rumo da história, nem pelo desenvolvimento das personagens, nem sequer pela escrita. A desilusão deve-se toda ao Todd!
Já nem me lembro da última vez que gostei de uma personagem no primeiro livro e passei a odiá-la no livro seguinte. Não é que a personagem não evolua neste livro mas simplesmente evolui de uma forma muito negativa. Não para vilão, que isso até podia ser interessante, mas para uma versão muito pior de si. Talvez outros leitores não tenham sentido o mesmo mas pessoalmente odiei tudo o que o Todd fez e na pessoa em que se tornou neste livro.
Por outro lado o Davy Prentiss Junior, que sempre foi uma besta quadrada ao longo dos dois livros, conseguiu brilhar neste volume. Foi fabuloso aquilo que o autor fez com esta personagem e com outras. Muitas delas até só surgiram neste volume mas o autor e a trama trabalharam-nas muito bem.
Oh e o Presidente Prentiss está absolutamente genial! Ficou na minha lista de vilões mais envolventes da literatura com o que fez neste volume. A forma como ele manipula a população e consegue convencer toda a gente que as suas acções bárbaras são para o bem de todos, não tanto pelo medo mas pelo poder da palavra e, mais ainda, consegue convencê-los de que ele é uma alma piedosa. Fenomenal!
Dito isto o grande ponto forte do livro são as personagens. Viola está excelente e cresce a cada novo capítulo; a Mistress Coyle é daquelas personagens ambíguas que é tão difícil odiar quanto adorar; e o Davy que conseguiu ser mais detestável que o pai e o Aaron juntos acabou por revelar-se uma personagem que surpreendeu mesmo sendo o oposto do Todd, ou talvez por essa mesma razão; o 1017 e a Angharrad são duas outras personagens interessantes e que foram das que mais trouxeram mudanças ao Todd.
Para os que já leram o primeiro livro e acharam que este estava cheio de acontecimentos, não ficarão decepcionados pois The Ask and The Answer, apesar de um pouco mais voltado para os estratagemas e conspirações, está repleto de reviravoltas.
A escrita é distinta e cheia de genica, embora eu julgue ter notado uma tentativa de amenizar a brutalidade das cenas, o que nem sempre jogou a favor da narrativa. Mas há algo que eu estranho muito nesta saga e é o facto de o autor descrever as paisagens como sendo basicamente iguais às da Terra. E sendo que tudo se passa num outro planeta eu acho isso muito estranho e pouco credível.
Em suma, e apesar do meu profundo desgosto com o Todd, The Ask and the Answer é uma sequela excelente, onde vemos o quanto as pessoas podem ser manipuladas, mesmo as mais inteligentes: E também aqui nos é mostrado como nenhuma das pessoas deve ser definida apenas como boa ou má, especialmente em cenário de guerra. Recomendo!
Sinopse (edição brasileria "A Missão" da editora Pandorga):
Nós estávamos na Praça, na praça onde eu iria correr, segurando ela, carregando ela, dizendo-lhe para permanecer viva, permanecer viva até que nós estivéssemos seguros, até que chegássemos ao paraíso, assim, poderiam salvá-la - mas não havia nenhuma segurança, nenhuma segurança em nada, havia apenas ele e seus homens... Fugindo anteriormente de um exército implacável, Todd deixou Viola ser desesperadamente ferida direto nas mãos de seu pior inimigo, o prefeito Prentiss. Imediatamente separado de Viola e preso, Todd é forçado a aprender os caminhos da nova ordem do prefeito. Mas que segredos se escondem fora da cidade? E onde está Viola? Ela ainda está viva? E qual é a misteriosa resposta? E então, um dia, as bombas começam a explodir... "A Missão" é um romance tenso, chocante e profundamente comovente de resistência sob a pressão mais extrema. Este é o segundo título da trilogia "Mundo em Caos".
Opinião:
Pela primeira vez no blog vou usar um gif animado para sumarizar o que senti ao ler um livro:
via GIPHY (cena do filme "O 5º Elemento"
E não, não é pelo rumo da história, nem pelo desenvolvimento das personagens, nem sequer pela escrita. A desilusão deve-se toda ao Todd!
Já nem me lembro da última vez que gostei de uma personagem no primeiro livro e passei a odiá-la no livro seguinte. Não é que a personagem não evolua neste livro mas simplesmente evolui de uma forma muito negativa. Não para vilão, que isso até podia ser interessante, mas para uma versão muito pior de si. Talvez outros leitores não tenham sentido o mesmo mas pessoalmente odiei tudo o que o Todd fez e na pessoa em que se tornou neste livro.
Por outro lado o Davy Prentiss Junior, que sempre foi uma besta quadrada ao longo dos dois livros, conseguiu brilhar neste volume. Foi fabuloso aquilo que o autor fez com esta personagem e com outras. Muitas delas até só surgiram neste volume mas o autor e a trama trabalharam-nas muito bem.
Oh e o Presidente Prentiss está absolutamente genial! Ficou na minha lista de vilões mais envolventes da literatura com o que fez neste volume. A forma como ele manipula a população e consegue convencer toda a gente que as suas acções bárbaras são para o bem de todos, não tanto pelo medo mas pelo poder da palavra e, mais ainda, consegue convencê-los de que ele é uma alma piedosa. Fenomenal!
Dito isto o grande ponto forte do livro são as personagens. Viola está excelente e cresce a cada novo capítulo; a Mistress Coyle é daquelas personagens ambíguas que é tão difícil odiar quanto adorar; e o Davy que conseguiu ser mais detestável que o pai e o Aaron juntos acabou por revelar-se uma personagem que surpreendeu mesmo sendo o oposto do Todd, ou talvez por essa mesma razão; o 1017 e a Angharrad são duas outras personagens interessantes e que foram das que mais trouxeram mudanças ao Todd.
Para os que já leram o primeiro livro e acharam que este estava cheio de acontecimentos, não ficarão decepcionados pois The Ask and The Answer, apesar de um pouco mais voltado para os estratagemas e conspirações, está repleto de reviravoltas.
A escrita é distinta e cheia de genica, embora eu julgue ter notado uma tentativa de amenizar a brutalidade das cenas, o que nem sempre jogou a favor da narrativa. Mas há algo que eu estranho muito nesta saga e é o facto de o autor descrever as paisagens como sendo basicamente iguais às da Terra. E sendo que tudo se passa num outro planeta eu acho isso muito estranho e pouco credível.
Em suma, e apesar do meu profundo desgosto com o Todd, The Ask and the Answer é uma sequela excelente, onde vemos o quanto as pessoas podem ser manipuladas, mesmo as mais inteligentes: E também aqui nos é mostrado como nenhuma das pessoas deve ser definida apenas como boa ou má, especialmente em cenário de guerra. Recomendo!
Sinopse (edição brasileria "A Missão" da editora Pandorga):
Nós estávamos na Praça, na praça onde eu iria correr, segurando ela, carregando ela, dizendo-lhe para permanecer viva, permanecer viva até que nós estivéssemos seguros, até que chegássemos ao paraíso, assim, poderiam salvá-la - mas não havia nenhuma segurança, nenhuma segurança em nada, havia apenas ele e seus homens... Fugindo anteriormente de um exército implacável, Todd deixou Viola ser desesperadamente ferida direto nas mãos de seu pior inimigo, o prefeito Prentiss. Imediatamente separado de Viola e preso, Todd é forçado a aprender os caminhos da nova ordem do prefeito. Mas que segredos se escondem fora da cidade? E onde está Viola? Ela ainda está viva? E qual é a misteriosa resposta? E então, um dia, as bombas começam a explodir... "A Missão" é um romance tenso, chocante e profundamente comovente de resistência sob a pressão mais extrema. Este é o segundo título da trilogia "Mundo em Caos".
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