"Contos do Efémero", de Rui Sousa Basto (Opera Omnia)
Sinopse:
Conjunto de micro-contos de temática variada, por onde perpassa sempre a ironia e um final imprevisto.
Opinião:
Estava a percorrer as estantes da Biblioteca Municipal de Barcelos, na secção do Fundo Local, quando me cruzei com este livro (que chama logo a atenção pela sua estética apelativa). Não conhecia o autor, mas sabia que era de Barcelos, por isso trouxe o livro para casa e li-o num instantinho.
Esta antologia tem os seguintes (30, se não me falhou nenhum) contos:
Sete Vidas; Duelo; Bibliofilia; Génesis; Sniper; O Escritor; Words, words, words; Reflexo; Heroísmo; Realidade Virtual; Circo; O Sábio; Roleta Russa; Inteligência Artificial; Um Casamento Feliz; A Gente da Lei; Auto-retrato; Incompatibilidade; Por Causa Dele; Destino; Loucura; Desafinação; O Autarca; Anarquia; Paixão; Morte; O Enforcado; A Viagem; Boleia; O Editor.
E se seguem o blog há algum tempo, já devem saber que gosto de contos mas, infelizmente, este livro não me convenceu. O conceito da antologia é que os finais sejam sempre surpreendentes e, em boa verdade, isso ocorre, mas acontece que a fórmula para a 'surpresa' é basicamente sempre a mesma e daí que, ao fim de meia dúzia de contos a surpresa já não o seja. E, sem isso, os contos são fracos, pobres, desprovidos de grande interesse.
Primeiro porque são demasiado curtos, depois porque muitas vezes usam de estereótipos cinematográficos ou narrativos, que estão tão abusados que se tornam aborrecidos. Como é que um texto que nem uma página ocupa pode ser aborrecido? Até parece brincadeira mas ao fim de um tempo é isso que acontece.
Dito isto, alguns contos sobressaíram-se: Génesis, Heroísmo, Realidade Virtual, Incompatibilidade e Anarquia.
Em suma, este foi um pequeno livro que não me cativou, com contos que rapidamente se tornam repetitivos e que são demasiado curtos para contarem a sua história (não que um bom conto não possa ser curtíssimo). Não gostei particularmente desta antologia e, infelizmente, não posso recomendar este livro.
Capa (Ângela Vieira) e Ilustrações (Pedro Aires):
A capa é lindíssima! E a edição é um mimo. Já as ilustrações interiores começam por ser curiosas e depois tornam-se banais e não estão em harmonia com os contos. Uma pena!
terça-feira, 29 de julho de 2014
sexta-feira, 25 de julho de 2014
Conversas de Escritores
"Conversas de Escritores", de José Rodrigues dos Santos (Gradiva)
Sinopse:
O que acontece quando os maiores escritores da literatura universal contemporânea se sentam para falar com José Rodrigues dos Santos?
A resposta é: um diálogo fascinante. Conversa de Escritores coloca os grandes autores do nosso tempo a reflectir sobre a vida, o mundo e a escrita. São vozes e rostos que desfilaram semanas a fio pela antena da RTP-N no mais inteligente programa da televisão portuguesa em 2009.
Dez grandes escritores, dez grandes conversas
Este livro traz-nos as entrevistas com dez dos principais escritores da literatura universal contemporânea e ainda as histórias de bastidores dos seus encontros com José Rodrigues dos Santos.
Opinião:
Não há assim muito que eu possa dizer em relação a este livro porque é exactamente aquilo que diz que é. Entrevistas a: Ian McEwan; Luís Sepúlveda; Sveva Casati Mondignani; Paulo Coelho; Miguel Sousa Tavares; Isabel Allende; Günter Grass; Jeffrey Archer; José Saramago; e Dan Brown.
O que posso efectivamente dizer é que recomendo a leitura. A transcrição das entrevistas será boa para recordar quem viu o programa, quando na altura foi transmitido (e já ra boa altura para voltar à antena), mas o mais interessante é sem dúvida a introdução que José Rodrigues dos Santos faz a cada uma das entrevistas, onde nos conta as suas primeiras impressões dos autores, como foi encontrá-los para as entrevistas, e outros factos curiosos.
As próprias respostas dos escritores, a cada umadas perguntas, é interessane. Muitas personalidades diferentes, muitas histórias de vida curiosas. Muita coisa pode transparecer nestes texto e embora eu tenha gostado mais de umas entrevistas que de outras, achei-as todas muito enriquecedoras.
Vale a pena ler!
Nota: Este livro li emprestado da Biblioteca Municipal de Barcelos.
Sinopse:
O que acontece quando os maiores escritores da literatura universal contemporânea se sentam para falar com José Rodrigues dos Santos?
A resposta é: um diálogo fascinante. Conversa de Escritores coloca os grandes autores do nosso tempo a reflectir sobre a vida, o mundo e a escrita. São vozes e rostos que desfilaram semanas a fio pela antena da RTP-N no mais inteligente programa da televisão portuguesa em 2009.
Dez grandes escritores, dez grandes conversas
Este livro traz-nos as entrevistas com dez dos principais escritores da literatura universal contemporânea e ainda as histórias de bastidores dos seus encontros com José Rodrigues dos Santos.
Opinião:
Não há assim muito que eu possa dizer em relação a este livro porque é exactamente aquilo que diz que é. Entrevistas a: Ian McEwan; Luís Sepúlveda; Sveva Casati Mondignani; Paulo Coelho; Miguel Sousa Tavares; Isabel Allende; Günter Grass; Jeffrey Archer; José Saramago; e Dan Brown.
O que posso efectivamente dizer é que recomendo a leitura. A transcrição das entrevistas será boa para recordar quem viu o programa, quando na altura foi transmitido (e já ra boa altura para voltar à antena), mas o mais interessante é sem dúvida a introdução que José Rodrigues dos Santos faz a cada uma das entrevistas, onde nos conta as suas primeiras impressões dos autores, como foi encontrá-los para as entrevistas, e outros factos curiosos.
As próprias respostas dos escritores, a cada umadas perguntas, é interessane. Muitas personalidades diferentes, muitas histórias de vida curiosas. Muita coisa pode transparecer nestes texto e embora eu tenha gostado mais de umas entrevistas que de outras, achei-as todas muito enriquecedoras.
Vale a pena ler!
Nota: Este livro li emprestado da Biblioteca Municipal de Barcelos.
Maratona Especial de Verão - Bingo
Mal saí do BookTubeAThon e entrei logo de cabeça noutra Maratona Literária: A Maratona Especial de Verão - Bingo Literário, que decorre de 21 de Julho a 3 de Agosto e que foi organizada pelo grupo Viagens (In)esperadas.
Cada livro que lemos pode cruzar várias categorias do Bingo. E aqui estão os livros que eu escolhi para cada categoria:
- Capa Azul ou com Mar: Air, de Katsura Yukimaru
- Conto ou Novela: Lili e o Natal no fundo da Caixa, de Manuel Alves
- Natureza em Destaque ou como cenário: Two Moons of Sera vol 3 e 4, de Paravati K. Tyler
- Um dos teus autores favoritos: Lili e o Natal no fundo da Caixa, de Manuel Alves
- Recomendação Amigo/Online: Drácula, de Bram Stoker
- Aventura, Mistério ou Comédia: Largo Winch, de Philippe Francq e Jean Van Hamme
- Infantil ou Juvenil: Lili e o Natal no fundo da Caixa, de Manuel Alves
- Protagonista Feminino: Two Moons of Sera vol 3 e 4, de Paravati K. Tyler
- Género Diferente do Habitual: Largo Winch, de Philippe Francq e Jean Van Hamme
- Ebook ou da Biblioteca: Lili e o Natal no fundo da Caixa, de Manuel Alves /
Two Moons of Sera vol 3 e 4, de Paravati K. Tyler
- Decorre no Verão: Air, de Katsura Yukimaru
- Romance ou Amizade Forte: Air, de Katsura Yukimaru
- Com Personagens não Humanas: Two Moons of Sera vol 3 e 4, de Paravati K. Tyler
- Continente Diferente do Norte Americano: Air, de Katsura Yukimaru
- Mais de 400 Páginas: Drácula, de Bram Stoker
- Best Seller: Drácula, de Bram Stoker
Podem ver também o vídeo em que faço o apanhado de como correu o b e dos livros que escolhi para este novo desafio:
Cada livro que lemos pode cruzar várias categorias do Bingo. E aqui estão os livros que eu escolhi para cada categoria:
- Capa Azul ou com Mar: Air, de Katsura Yukimaru
- Conto ou Novela: Lili e o Natal no fundo da Caixa, de Manuel Alves
- Natureza em Destaque ou como cenário: Two Moons of Sera vol 3 e 4, de Paravati K. Tyler
- Um dos teus autores favoritos: Lili e o Natal no fundo da Caixa, de Manuel Alves
- Recomendação Amigo/Online: Drácula, de Bram Stoker
- Aventura, Mistério ou Comédia: Largo Winch, de Philippe Francq e Jean Van Hamme
- Infantil ou Juvenil: Lili e o Natal no fundo da Caixa, de Manuel Alves
- Protagonista Feminino: Two Moons of Sera vol 3 e 4, de Paravati K. Tyler
- Género Diferente do Habitual: Largo Winch, de Philippe Francq e Jean Van Hamme
- Ebook ou da Biblioteca: Lili e o Natal no fundo da Caixa, de Manuel Alves /
Two Moons of Sera vol 3 e 4, de Paravati K. Tyler
- Decorre no Verão: Air, de Katsura Yukimaru
- Romance ou Amizade Forte: Air, de Katsura Yukimaru
- Com Personagens não Humanas: Two Moons of Sera vol 3 e 4, de Paravati K. Tyler
- Continente Diferente do Norte Americano: Air, de Katsura Yukimaru
- Mais de 400 Páginas: Drácula, de Bram Stoker
- Best Seller: Drácula, de Bram Stoker
Podem ver também o vídeo em que faço o apanhado de como correu o b e dos livros que escolhi para este novo desafio:
terça-feira, 22 de julho de 2014
::Entrevista:: Imaginauta
Hoje trago-vos algo novo: a primeira entrevista aqui do blog Floresta de Livros. Já tive oportunidade de vos falar do Projecto Imaginauta num post anterior (aqui) e agora segue-se uma entrevista exclusiva. Espero que gostem, e deixem os vossos comentários.
Floresta de Livros (FL): Começo então por perguntar: Exactamente em que consiste o Imaginauta? São uma espécie de Liga de autores nacionais? O vosso objectivo é somente partilhar as vossas histórias ou há algo mais?
Imaginauta (IM): Imaginauta é apenas um estandarte em redor do qual queremos unir esforços que até agora têm estado dispersos e trazer a público conteúdos que nos entusiasmam como escritores e leitores. Até agora, cada vez que um de nós começava um projecto tinha de construí-lo praticamente de raiz, com Imaginauta queremos usar o “balanço” gerado por um projecto para dar ritmo a outros, criando um sistema de apoio.
FL: Quantas pessoas fazem parte do projecto, neste momento, e como se dividem as tarefas?
IM: Somos um reduzido núcleo duro macgyveriano, com uma alergia patológica a hierarquias, com apenas uma prioridade: remar na mesma direcção. “Comandante Serralves – Despojos de Guerra” foi feito com Carlos Silva, Ana Ferreira, Rui Leite, Vitor Frazão, Joel Puga e Inês Montenegro, contudo, isso não significa que o próximo conteúdo o seja. Pode ser com apenas alguns deles ou mesmo com um alinhamento completamente novo. Até pode ser com um de vós.
FL: Sendo que todos os autores são conhecidos por escreverem maioritariamente Fantasia e Ficção Científica, será correcto dizer que o Imaginauta se focará nestes dois géneros (e todos os seus subgéneros) ou estender-se-ão por outros?
IM: Não escondemos a paixão por esses dois géneros, contudo, não queremos limitar-nos e estamos sempre dispostos a aceitar propostas/desafio. O Imaginauta não seria lá muito imaginativo se só viajasse por dois universos, não é?
FL: No que respeita à vossa primeira obra “Comandante Serralves - Despojos de Guerra", que segundo a vossa descrição é uma colectânea de várias histórias, sobre a mesma personagem, passadas no mesmo mundo; como foi trabalharem em conjunto? Como coordenaram as histórias de forma a serem um todo coeso e a manterem-se fiéis às personagens e ao cenário?
IM: A história nasceu de um conto que o Carlos Silva decidiu abrir a outros autores, para expandir o world-building, tornando-o mais complexo e fortalecendo-o como outras perspectivas. No centro dessa história estava uma personagem cujo mesmo “extra” que a torna diferente de todos os outros separatistas que lutam contra a Aliança Humana, também permite uma certa flexibilidade no manuseamento por vários autores. O facto do universo literário em questão ser um misto do que existia nesse conto inicial e do que foi criado à medida que novos contributos foram introduzidos, também ajudou a manter a coesão. Desde o princípio tivemos consciência que garantir coesão requereria muitas leituras e muito lapidar de pormenores. Afinal, não queríamos apenas uma simples antologia de contos desconexos que apenas partilhavam o mesmo universo, antes um conjunto de episódios que, mesmo valendo por si mesmo, seguiam uma linha narrativa e complementavam-se uns aos outros. Felizmente ao longo do processo tivemos duas boas surpresas. Em primeiro lugar, o autores entenderam bem o espírito das personagens criadas pelos colegas e, com os seus pontos de vista diferentes, ajudaram a vincá-lo. Em segundo, não se verificou o nosso receio que à medida que os primeiros contos saíssem e o world-building se tornasse mais definido, os outros autores se sentissem criativamente mais limitados. Não só isso não aconteceu, como elementos inseridos nos contos mais novos acabaram por influenciar alterações nos mais antigos, simplesmente porque funcionavam melhor ou levaram a ver o cenário de outro prisma. Verdade seja dita, apesar de existirem pontos assentes, ainda há no world-building muita margem para manobrar e/ou introduzir novos conceitos. Afinal, temos todo um Sistema Solar (e além?) para brincar.
FL: Ainda em relação a esta colaboração, qual foi o maior desafio que enfrentaram?
IM: Todos sabemos que em qualquer grupo com mais de uma pessoa há potencial para conflito. É natural que assim seja. Afinal, as diferentes opiniões, perspectivas e paixões fazem parte do interesse e do valor de trabalhar com outras pessoas. Como estereotipados solitários, os escritores podem ter alguma dificuldade em adaptar-se aos métodos de trabalho uns dos outros. Mas com calma, muitas horas de diálogo, mais uma dose de calma, paciência e, não sei se já disse, calma, acabámos por não só trabalhar bem em conjunto como até alimentar a criatividade uns dos outros.
FL: Fala-se muito da existência, ou inexistência de fantasia e ficção científica com cunho verdadeiramente nacional, ou seja, com algo que a marque como portuguesa e distinga da FC&F anglófona. Como o título da vossa primeira obra é obra “Comandante Serralves - Despojos de Guerra" será correcto assumir que tentaram levar a lusofonia ao espaço? Tentaram criar uma space-opera, uma aventura espacial com cunho nacional?
IM: Serralves é português. Gosta de o ser, foi por isso é que chamou Maria à nave que “pediu emprestada” aos pahoehoentes. Contudo, isso deve-se menos ao nosso desejo de carimbar um cunho nacional ao livro e mais ao mundo em que a aventura espacial se insere. Os separatistas lutam contra uma Aliança Humana que, entre outras coisas, procura activamente eliminar todas as evidências de um tempo em que os povos da Terra e suas colónias espaciais não estavam unidos sob uma égide. Falar em outros idiomas além da língua padrão oficial, comer determinados pratos, seguir determinadas tradições, etc, em suma, viver e mostrar a sua cultura é, por sim só, um acto de desafio perante o poder instituído. Sim, Serralves é português e ao mostrá-lo também está a lutar simbolicamente. Mas outros tripulantes da Maria têm outras nacionalidades e lutam da mesma maneira.
FL: Quando em entrevista no blog “Uma Biblioteca em Construção” dizem, e passo a citar: «(…) desde o início estamos preparados para expandir este universo em vários formatos.», querem dizer que não planeiam ficar-se apenas pela prosa? Podemos esperar trabalhos noutras áreas? Banda Desenhada, Cinema, Teatro, talvez?
IM: Tal como “Comandante Serralves - Despojos de Guerra” nasceu da partilha de um autor, temos todo o interesse em continuar nesse espírito, estando abertos a todo o tipo de colaborações, sejam elas textos em prosa ou outros formatos. Artistas das mais variadas áreas têm revelado algo interesse em contribuir, contudo, foram só conversas informais. Quando tivermos novidades partilharemos. Para já o importante é esclarecer que não é nossa intenção guardar o Serralves só para nós e que estamos sempre abertos a ideias, desafio, contributos, etc. Por isso, se tiverem vontade de aumentar este universo, enviem-nos um email.
FL: Por fim, será que podem desvendar um pouco do que pretendem fazer no futuro próximo no Imaginauta e como tentarão de diferenciar do que já existe no mercado nacional?
IM: É verdade que estamos a trabalhar em algumas coisinhas, mas mais interessante que levantar um pouco o véu seria passar a pergunta aos seguidores do blog. Que lacunas gostavam de ver preenchidas no mercado nacional? Que projectos gostariam de ver surgir? Quem quiser acompanhar o que vamos fazendo AQUI (newsletter)
FL: Deixo os meus mais sinceros agradecimentos pela vossa disponibilidade para esta entrevista. Votos de muito sucesso com este projecto.
Vistem o site IMAGINAUTA para seguirem de perto este projecto. E por fim convido-vos a deixarem os vossos comentários. Gostaram desta entrevista? Gostariam de ver mais do mesmo género ou diferentes? Digam de vossa justiça! :)
Floresta de Livros (FL): Começo então por perguntar: Exactamente em que consiste o Imaginauta? São uma espécie de Liga de autores nacionais? O vosso objectivo é somente partilhar as vossas histórias ou há algo mais?
Imaginauta (IM): Imaginauta é apenas um estandarte em redor do qual queremos unir esforços que até agora têm estado dispersos e trazer a público conteúdos que nos entusiasmam como escritores e leitores. Até agora, cada vez que um de nós começava um projecto tinha de construí-lo praticamente de raiz, com Imaginauta queremos usar o “balanço” gerado por um projecto para dar ritmo a outros, criando um sistema de apoio.
FL: Quantas pessoas fazem parte do projecto, neste momento, e como se dividem as tarefas?
IM: Somos um reduzido núcleo duro macgyveriano, com uma alergia patológica a hierarquias, com apenas uma prioridade: remar na mesma direcção. “Comandante Serralves – Despojos de Guerra” foi feito com Carlos Silva, Ana Ferreira, Rui Leite, Vitor Frazão, Joel Puga e Inês Montenegro, contudo, isso não significa que o próximo conteúdo o seja. Pode ser com apenas alguns deles ou mesmo com um alinhamento completamente novo. Até pode ser com um de vós.
FL: Sendo que todos os autores são conhecidos por escreverem maioritariamente Fantasia e Ficção Científica, será correcto dizer que o Imaginauta se focará nestes dois géneros (e todos os seus subgéneros) ou estender-se-ão por outros?
IM: Não escondemos a paixão por esses dois géneros, contudo, não queremos limitar-nos e estamos sempre dispostos a aceitar propostas/desafio. O Imaginauta não seria lá muito imaginativo se só viajasse por dois universos, não é?
FL: No que respeita à vossa primeira obra “Comandante Serralves - Despojos de Guerra", que segundo a vossa descrição é uma colectânea de várias histórias, sobre a mesma personagem, passadas no mesmo mundo; como foi trabalharem em conjunto? Como coordenaram as histórias de forma a serem um todo coeso e a manterem-se fiéis às personagens e ao cenário?
IM: A história nasceu de um conto que o Carlos Silva decidiu abrir a outros autores, para expandir o world-building, tornando-o mais complexo e fortalecendo-o como outras perspectivas. No centro dessa história estava uma personagem cujo mesmo “extra” que a torna diferente de todos os outros separatistas que lutam contra a Aliança Humana, também permite uma certa flexibilidade no manuseamento por vários autores. O facto do universo literário em questão ser um misto do que existia nesse conto inicial e do que foi criado à medida que novos contributos foram introduzidos, também ajudou a manter a coesão. Desde o princípio tivemos consciência que garantir coesão requereria muitas leituras e muito lapidar de pormenores. Afinal, não queríamos apenas uma simples antologia de contos desconexos que apenas partilhavam o mesmo universo, antes um conjunto de episódios que, mesmo valendo por si mesmo, seguiam uma linha narrativa e complementavam-se uns aos outros. Felizmente ao longo do processo tivemos duas boas surpresas. Em primeiro lugar, o autores entenderam bem o espírito das personagens criadas pelos colegas e, com os seus pontos de vista diferentes, ajudaram a vincá-lo. Em segundo, não se verificou o nosso receio que à medida que os primeiros contos saíssem e o world-building se tornasse mais definido, os outros autores se sentissem criativamente mais limitados. Não só isso não aconteceu, como elementos inseridos nos contos mais novos acabaram por influenciar alterações nos mais antigos, simplesmente porque funcionavam melhor ou levaram a ver o cenário de outro prisma. Verdade seja dita, apesar de existirem pontos assentes, ainda há no world-building muita margem para manobrar e/ou introduzir novos conceitos. Afinal, temos todo um Sistema Solar (e além?) para brincar.
FL: Ainda em relação a esta colaboração, qual foi o maior desafio que enfrentaram?
IM: Todos sabemos que em qualquer grupo com mais de uma pessoa há potencial para conflito. É natural que assim seja. Afinal, as diferentes opiniões, perspectivas e paixões fazem parte do interesse e do valor de trabalhar com outras pessoas. Como estereotipados solitários, os escritores podem ter alguma dificuldade em adaptar-se aos métodos de trabalho uns dos outros. Mas com calma, muitas horas de diálogo, mais uma dose de calma, paciência e, não sei se já disse, calma, acabámos por não só trabalhar bem em conjunto como até alimentar a criatividade uns dos outros.
FL: Fala-se muito da existência, ou inexistência de fantasia e ficção científica com cunho verdadeiramente nacional, ou seja, com algo que a marque como portuguesa e distinga da FC&F anglófona. Como o título da vossa primeira obra é obra “Comandante Serralves - Despojos de Guerra" será correcto assumir que tentaram levar a lusofonia ao espaço? Tentaram criar uma space-opera, uma aventura espacial com cunho nacional?
IM: Serralves é português. Gosta de o ser, foi por isso é que chamou Maria à nave que “pediu emprestada” aos pahoehoentes. Contudo, isso deve-se menos ao nosso desejo de carimbar um cunho nacional ao livro e mais ao mundo em que a aventura espacial se insere. Os separatistas lutam contra uma Aliança Humana que, entre outras coisas, procura activamente eliminar todas as evidências de um tempo em que os povos da Terra e suas colónias espaciais não estavam unidos sob uma égide. Falar em outros idiomas além da língua padrão oficial, comer determinados pratos, seguir determinadas tradições, etc, em suma, viver e mostrar a sua cultura é, por sim só, um acto de desafio perante o poder instituído. Sim, Serralves é português e ao mostrá-lo também está a lutar simbolicamente. Mas outros tripulantes da Maria têm outras nacionalidades e lutam da mesma maneira.
FL: Quando em entrevista no blog “Uma Biblioteca em Construção” dizem, e passo a citar: «(…) desde o início estamos preparados para expandir este universo em vários formatos.», querem dizer que não planeiam ficar-se apenas pela prosa? Podemos esperar trabalhos noutras áreas? Banda Desenhada, Cinema, Teatro, talvez?
IM: Tal como “Comandante Serralves - Despojos de Guerra” nasceu da partilha de um autor, temos todo o interesse em continuar nesse espírito, estando abertos a todo o tipo de colaborações, sejam elas textos em prosa ou outros formatos. Artistas das mais variadas áreas têm revelado algo interesse em contribuir, contudo, foram só conversas informais. Quando tivermos novidades partilharemos. Para já o importante é esclarecer que não é nossa intenção guardar o Serralves só para nós e que estamos sempre abertos a ideias, desafio, contributos, etc. Por isso, se tiverem vontade de aumentar este universo, enviem-nos um email.
FL: Por fim, será que podem desvendar um pouco do que pretendem fazer no futuro próximo no Imaginauta e como tentarão de diferenciar do que já existe no mercado nacional?
IM: É verdade que estamos a trabalhar em algumas coisinhas, mas mais interessante que levantar um pouco o véu seria passar a pergunta aos seguidores do blog. Que lacunas gostavam de ver preenchidas no mercado nacional? Que projectos gostariam de ver surgir? Quem quiser acompanhar o que vamos fazendo AQUI (newsletter)
FL: Deixo os meus mais sinceros agradecimentos pela vossa disponibilidade para esta entrevista. Votos de muito sucesso com este projecto.
Vistem o site IMAGINAUTA para seguirem de perto este projecto. E por fim convido-vos a deixarem os vossos comentários. Gostaram desta entrevista? Gostariam de ver mais do mesmo género ou diferentes? Digam de vossa justiça! :)
sábado, 19 de julho de 2014
Projecto Imaginauta - Divulgação
Já devem ter ouvido falar do novo projecto IMAGINAUTA, que se define desta forma:
A primeira obra lançada é "Comandante Serralves - Despojos de Guerra", um livro escrito a várias mãos.
Aqui fica a sinopse:
Imaginauta é um projecto literário que está prestes a descolar. O seu principal objectivo é trazer à luz do dia boas obras independentes que se destaquem no panorama nacional. Não é uma editora, é uma marca comum a um conjunto de projectos. Juntem-se a ele e conheçam novos e excitantes Mundos, ficção de qualidade e vibrante de imaginação.
A primeira obra lançada é "Comandante Serralves - Despojos de Guerra", um livro escrito a várias mãos.
Aqui fica a sinopse:
Esta é a Era da Aliança Humana. Uma nova ordem Mundial forjada a sangue e fogo pela necessidade de unir os povos da Terra para derrotar uma invasão alienígena.
Não, esta não é a estória dessa guerra. Essa já nos foi contada e recontada pela FC desde os seus primórdios. Esta é a estória do que veio depois.São tempos de paz, união, desenvolvimento, abundância e colonização do sistema solar. No entanto, tudo tem um preço e nem todos estão dispostos a aceitar o sacrifício da liberdade e da cultura de cada povo em troco deste futuro unido sobre uma única égide. E ninguém se rebela mais que o vulpino, grandíloquo e questionável Comandante Serralves. Armado com umas quantas “prendas” deixadas pelos derrotados invasores e na companhia de um caótico imbróglio de aliados, o perigoso rebelde garantirá que o poder estabelecido nunca tenha uma noite de sono descansada.Na tradição das clássicas space operas, “Comandante Serralves – Despojos de Guerra” é um universo aberto escrito a seis mãos. O que começou como um modesto conto e um protagonista-conceito simples, floresceu em complexidade e novas perspectivas ao ser expostos aos talentos (e consideráveis neuroses) de um grupo de jovens escritores.Uma aventura espacial excitante e intrigante que promete apelar a todos os leitores.
Os autores deste primeiro livro são: Ana Ferreira, Carlos Silva, Joel Puga, Inês Montenegro, Rui Leite e Vítor Frazão. Tudo autores que aprecio, por isso o livro promete ser bom!
Podem saber tudo sobre este projecto no site oficial. leiam também a opinião do Artur Coelho (Intergalactic Robot), que já leu o "Comandante Serralves - Despojos de Guerra" e a entrevista no blog Uma Biblioteca em Construção.
Quanto a mim, fiquem atento porque espero em breve trazer mais novidades sobre este projecto. Visitem o SITE.
quinta-feira, 17 de julho de 2014
Booktubeathon 2014 - Dia 1 2 3
A Booktubeathon continua e, até agora, já li:
- "Precious - A Força de Uma Mulher", de Sapphire
- "Cartas Portuguesas", de Soror Mariana Alcoforado
- "Joker -O Último a Rir", de Alan Moore, Brian Bolland, Brian Azzarello, Lee Bermejo
- "Annarasumanara 1 a 3", de Il-Kwon Ha
E estou a ler "Linhas Cruzadas", uma antologia.
O que é que vocês estão a ler neste momento?
- "Precious - A Força de Uma Mulher", de Sapphire
- "Cartas Portuguesas", de Soror Mariana Alcoforado
- "Joker -O Último a Rir", de Alan Moore, Brian Bolland, Brian Azzarello, Lee Bermejo
- "Annarasumanara 1 a 3", de Il-Kwon Ha
E estou a ler "Linhas Cruzadas", uma antologia.
O que é que vocês estão a ler neste momento?
terça-feira, 15 de julho de 2014
Precious - A Força de Uma Mulher
"Precious - A Força de Uma Mulher", de Sapphire (Alfaguarra - Edição Visão)
Sinopse:
Esta é a história de Claireece Precious Jones, uma jovem de 16 anos, igual às outras raparigas da sua idade em muitas coisas... mas muito singular noutras: Claireece é obesa, analfabeta, foi vítima de abusos sexuais do seu pai, do qual teve uma filha, e é maltratada psicologicamente pela sua mãe. Quando Precious, após outra violação, fica novamente grávida, é expulsa da escola e começa uma nova educação num centro especial para casos extremos... e a sua vida mudará para sempre.
Opinião:
Este foi o primeiro livro que decidi ler durante o Booktubeathon (um desafio da comunidade youtube dos livros) e a ideia era ler um livro e depois ver a sua adaptação cinematográfica.
Precious é uma daquelas histórias que me chamaram a atenção desde o primeiro momento que soube que existia, mas entretanto foi ficando esquecida nas minhas prateleiras. Mais vale tarde que nunca, certo?
E agora posso dizer, com confiança, que Precious é um livro tocante. A sinopse já prepara um pouco o leitor mas, acreditem, é mesmo chocante, e ainda assim, tão humano.Aliás, basta ler o primeiro parágrafo para se sentir que se levou um murro no estômago.
E sabem o que melhor funciona neste livro? A escrita! A autora decidiu escrever o livro como se fosse um diário da Precious, um diário escrito da mesma maneira que ela faria; ela que é praticamente analfabeta no início da história. E conforme o livro vai avançando, vamos vendo progressos significativos na sua escrita. E isso funciona muito bem com a trágica vida da Precious, com a sua visão da vida, com os seus sentimentos, e com a forma como decide mudar a sua vida.
Precious é uma personagem rica, que começa insegura e amarga para com a vida e que, ao longo deste seu 'diário' vai amadurecendo, tornando-se mais confiante, conhecendo pessoas que lhe fazem bem, mesmo quando a vida não pára de lhe dar pontapés (muito ao jeito da própria mãe). E já que falamos em mãe ... preparem-se para odiar esta senhora mais do que odiarão o próprio abusador. Esta ... mulher (se é que se pode chamar isso a esta personagem) é absolutamente detestável!
*SPOILER*
E já que falo em personagens, vou agora referir o único ponto fraco deste livro: o facto de todas as amigas da Precious, as que ela vai conhecer na nova escola, terem sido sexualmente abusadas de uma ou outra maneira. Uma ou duas, seria trágico, mas quando são todas (e não estou a dizer que isso não fosse possível e que a realidade não é bem pior que isto tantas vezes) o impacto acaba por ser menor. Estúpido, eu sei, mas existem tantas formas de abuso, tantas razões porque as amigas poderiam estar nas situações que estavam. Não tinham de ter todas passados similares, ou pelo menos tão similares.
*FIM DE SPOILER*
A escrita, como disse, é uma das coisas que mais dá vida a esta história. Adorei as primeiras tentativas da Precious em comunicar através da escrita, e ver como ela ia melhorando substancialmente de dia para dia. Os seus poemas eram lindos!
Em suma, Precious é um livro que retrata um tema forte de uma forma muito única e próxima. Adorei a Precious, a sua força, o seu carácter, até os seus palavrões. Senti a sua dor e a sua alegria. Custa ler histórias tão trágicas mas a vida também tem destas coisas, infelizmente, e estas histórias merecem ser contadas e tantas outras que ficam sempre no anonimato). Precious não é uma história verídica mas, pelo que diz a autora, é uma mistura de várias histórias que ela viu desenrolarem-se quando dava aulas.
Este livro merece ser lido.
Livro vs Filme (2009):
Poucos filmes causaram tanta comoção nos festivais de Sundance e de Cannes de 2009 como Precious de Lee Daniels, no qual as interpretações da recém-chegada ao grande ecrã Gabourey Sidibe no papel de Precious e Mo'Nique no da sua abusiva mãe foram celebradas pela crítica e arrasaram todos os prémios do ano.
Na altura que o filme saiu falou-se bastante da actuação da Mo'Nique, que faz da mãe da Precious e, acreditem, a mulher faz um papelão. Brutal! No filme a mãe é tão perturbadora como no livro, mesmo quando o filme censura certas coisas que me reviraram o estômago no livro, elas estão lá, nas entrelinhas.
A actriz que faz de Precious também está excelente, assim como a que faz de Prof.ª Blue.
E o filme é uma boa adaptação do livro, ou pelo menos da história que este conta. No entanto, como devem imaginar, no ecrã não se nota a progressão da escrita da Precious, que no livro é das melhores coisas, e sinceramente, acho que o filme não mostrou a Precious em todo o seu potencial. ela no início (do filme) parecia mais abatida que revoltada e não dizia palavrões como a sua versão literária.
Fora isso, está um filme excelente, muito pessoal, focado, com bons actores e com algumas mudanças que até funcionaram bem. Confesso até que gostei mais do final do filme que do final do livro, talvez por ser mais ... feliz? Não que esse seja o termo adequado mas, dadas as circunstâncias, é o mais fiel.
Leiam o livro e vejam o filme. Vale a pena!
Trailer filme
Sinopse:
Esta é a história de Claireece Precious Jones, uma jovem de 16 anos, igual às outras raparigas da sua idade em muitas coisas... mas muito singular noutras: Claireece é obesa, analfabeta, foi vítima de abusos sexuais do seu pai, do qual teve uma filha, e é maltratada psicologicamente pela sua mãe. Quando Precious, após outra violação, fica novamente grávida, é expulsa da escola e começa uma nova educação num centro especial para casos extremos... e a sua vida mudará para sempre.
Opinião:
Este foi o primeiro livro que decidi ler durante o Booktubeathon (um desafio da comunidade youtube dos livros) e a ideia era ler um livro e depois ver a sua adaptação cinematográfica.
Precious é uma daquelas histórias que me chamaram a atenção desde o primeiro momento que soube que existia, mas entretanto foi ficando esquecida nas minhas prateleiras. Mais vale tarde que nunca, certo?
E agora posso dizer, com confiança, que Precious é um livro tocante. A sinopse já prepara um pouco o leitor mas, acreditem, é mesmo chocante, e ainda assim, tão humano.Aliás, basta ler o primeiro parágrafo para se sentir que se levou um murro no estômago.
E sabem o que melhor funciona neste livro? A escrita! A autora decidiu escrever o livro como se fosse um diário da Precious, um diário escrito da mesma maneira que ela faria; ela que é praticamente analfabeta no início da história. E conforme o livro vai avançando, vamos vendo progressos significativos na sua escrita. E isso funciona muito bem com a trágica vida da Precious, com a sua visão da vida, com os seus sentimentos, e com a forma como decide mudar a sua vida.
Precious é uma personagem rica, que começa insegura e amarga para com a vida e que, ao longo deste seu 'diário' vai amadurecendo, tornando-se mais confiante, conhecendo pessoas que lhe fazem bem, mesmo quando a vida não pára de lhe dar pontapés (muito ao jeito da própria mãe). E já que falamos em mãe ... preparem-se para odiar esta senhora mais do que odiarão o próprio abusador. Esta ... mulher (se é que se pode chamar isso a esta personagem) é absolutamente detestável!
*SPOILER*
E já que falo em personagens, vou agora referir o único ponto fraco deste livro: o facto de todas as amigas da Precious, as que ela vai conhecer na nova escola, terem sido sexualmente abusadas de uma ou outra maneira. Uma ou duas, seria trágico, mas quando são todas (e não estou a dizer que isso não fosse possível e que a realidade não é bem pior que isto tantas vezes) o impacto acaba por ser menor. Estúpido, eu sei, mas existem tantas formas de abuso, tantas razões porque as amigas poderiam estar nas situações que estavam. Não tinham de ter todas passados similares, ou pelo menos tão similares.
*FIM DE SPOILER*
A escrita, como disse, é uma das coisas que mais dá vida a esta história. Adorei as primeiras tentativas da Precious em comunicar através da escrita, e ver como ela ia melhorando substancialmente de dia para dia. Os seus poemas eram lindos!
Em suma, Precious é um livro que retrata um tema forte de uma forma muito única e próxima. Adorei a Precious, a sua força, o seu carácter, até os seus palavrões. Senti a sua dor e a sua alegria. Custa ler histórias tão trágicas mas a vida também tem destas coisas, infelizmente, e estas histórias merecem ser contadas e tantas outras que ficam sempre no anonimato). Precious não é uma história verídica mas, pelo que diz a autora, é uma mistura de várias histórias que ela viu desenrolarem-se quando dava aulas.
Este livro merece ser lido.
Livro vs Filme (2009):
Poucos filmes causaram tanta comoção nos festivais de Sundance e de Cannes de 2009 como Precious de Lee Daniels, no qual as interpretações da recém-chegada ao grande ecrã Gabourey Sidibe no papel de Precious e Mo'Nique no da sua abusiva mãe foram celebradas pela crítica e arrasaram todos os prémios do ano.
Na altura que o filme saiu falou-se bastante da actuação da Mo'Nique, que faz da mãe da Precious e, acreditem, a mulher faz um papelão. Brutal! No filme a mãe é tão perturbadora como no livro, mesmo quando o filme censura certas coisas que me reviraram o estômago no livro, elas estão lá, nas entrelinhas.
A actriz que faz de Precious também está excelente, assim como a que faz de Prof.ª Blue.
E o filme é uma boa adaptação do livro, ou pelo menos da história que este conta. No entanto, como devem imaginar, no ecrã não se nota a progressão da escrita da Precious, que no livro é das melhores coisas, e sinceramente, acho que o filme não mostrou a Precious em todo o seu potencial. ela no início (do filme) parecia mais abatida que revoltada e não dizia palavrões como a sua versão literária.
Fora isso, está um filme excelente, muito pessoal, focado, com bons actores e com algumas mudanças que até funcionaram bem. Confesso até que gostei mais do final do filme que do final do livro, talvez por ser mais ... feliz? Não que esse seja o termo adequado mas, dadas as circunstâncias, é o mais fiel.
Leiam o livro e vejam o filme. Vale a pena!
Trailer filme
segunda-feira, 14 de julho de 2014
::Conto:: Even Hand
Sinopse (inglês):
“A successful murder is like a successful restaurant: Ninety percent of it is about location, location, location.” –John Marcone
Jim Butcher takes us inside the head of Gentleman John Marcone.
It’s cold in there. Better bring a coat.
Jim Butcher takes us inside the head of Gentleman John Marcone.
It’s cold in there. Better bring a coat.
Opinião:
É engraçado perceber que este conto, contado na perpectiva do John Marcone (um dos inmigos de Dresden) me deu a conhecer melhor esta persoanegm que os cinco livros da série que já li até aqui.
Uma boa história que mostra um outro lado o vilão, e com isso dá-lhe vida, profundidade.
O enredo em si segue muito na linha de outros contos do autor, não que com isso seja repetitivo. Acho que o Jim Butcher escreve tão facilemente e fluentemente contos quanto romances. E isso é um feito por si só.
Gostei de revisitar algumas das personagens secundárias e, mais uma vez, de me fascinar com a construção de mundo que o autor consegue trazer à vida. A mitologia é sempre surpeendente.
Em suma, um conto interessante, com uma história bastante linear mas uma excelente perspectiva do 'outro lado' dos Dresden Files. E a escrita do Jim Butcher é sempre boa.
(narrador do audiobook: Joe Barrett)
::Conto:: Questionable Client
"Questionable Client (Kate Daniels 0,5)", de Ilona Andrews (incluido na antologia "Dark and Stormy Knights")
Sinopse (inglês):
In a world beset by magic waves, Kate Daniels works as a mercenary. She is tired, hungry, and there is foul-smelling blood on her boots. All she wants to do is to go home, but when Mercenary Guild offers her a job she can't refuse, she finds herself protecting a man against Russian wizards.
Opinião:
Já há muito que oiço falar da saga Kate Daniels e, por isso, estava curiosa por ler esta aventua.
Só por este conto já se percebe que a Kate é uma personagem forte mas não sei ao certo se é o tipo de protagonista que me cativaria numa história de maior dimensão.
De quem eu gostei mesmo foi do Simone (ou lá como é o nome do homem que emprega os serviços da Kate) porque ele é um parvalhão assumido. A quantidade de parvoíces que ele diziam, eram hilariantes.
E, basicamente, o que eu gostei neste conto foi a interacção entre o Simone e a Kate, mas também a mitologia por detrás da história. Contudo não gostei da forma como a autora lidou com a acção (muitas vezes com as cenas a passarem-se fora das páginas), nem do facto de a autora assumir que o leitor sabe porque é que a Kate é tão forte. A mim, que nunca li nada sobre a Kate, pareceu-me imensamente inverossímil que ela conseguisse vencer 30 criaturas sobrenaturais, felinos sedentos de sangue, sem mais nem menos. O que é que se passou ali? Como é que os derrotou? Sim porque esta cena não foi descrita, somente vemos o resultado final.
E, por isso mesmo, não posso dizer que fiquei interessada em ler mais desta série. Talvez leia outro conto da autora e da série, incluída noutras antologia, para tirar as dúvidas mas, como está, Kate Daniels não entrou na minha lista de prioridades.
(narradora do audiolivro: Renee Raudman)
Sinopse (inglês):
In a world beset by magic waves, Kate Daniels works as a mercenary. She is tired, hungry, and there is foul-smelling blood on her boots. All she wants to do is to go home, but when Mercenary Guild offers her a job she can't refuse, she finds herself protecting a man against Russian wizards.
Opinião:
Já há muito que oiço falar da saga Kate Daniels e, por isso, estava curiosa por ler esta aventua.
Só por este conto já se percebe que a Kate é uma personagem forte mas não sei ao certo se é o tipo de protagonista que me cativaria numa história de maior dimensão.
De quem eu gostei mesmo foi do Simone (ou lá como é o nome do homem que emprega os serviços da Kate) porque ele é um parvalhão assumido. A quantidade de parvoíces que ele diziam, eram hilariantes.
E, basicamente, o que eu gostei neste conto foi a interacção entre o Simone e a Kate, mas também a mitologia por detrás da história. Contudo não gostei da forma como a autora lidou com a acção (muitas vezes com as cenas a passarem-se fora das páginas), nem do facto de a autora assumir que o leitor sabe porque é que a Kate é tão forte. A mim, que nunca li nada sobre a Kate, pareceu-me imensamente inverossímil que ela conseguisse vencer 30 criaturas sobrenaturais, felinos sedentos de sangue, sem mais nem menos. O que é que se passou ali? Como é que os derrotou? Sim porque esta cena não foi descrita, somente vemos o resultado final.
E, por isso mesmo, não posso dizer que fiquei interessada em ler mais desta série. Talvez leia outro conto da autora e da série, incluída noutras antologia, para tirar as dúvidas mas, como está, Kate Daniels não entrou na minha lista de prioridades.
(narradora do audiolivro: Renee Raudman)
domingo, 13 de julho de 2014
::Conto:: Coincidências
::Conto:: Quem Semeia no Tejo
Booktubeathon 2014 (Desafio LIterário)
Esta semana vou participar no Booktubeathon, um desafio que consiste em ler o maior número possível de livros no espaço do desafio (14 e 20 de Julho). Já há muito que queria tentar participar numa read-a-thon e esta é uma oportunidade tão boa como qualquer outra, especialmente porque envolve grande parte da comunidade do Booktube (Youtube de livro).
Se quiserem juntar-se a nós, visitem o canal oficial, e o twitter. Toca a ler e a desfrutar do que se lê!
Se quiserem juntar-se a nós, visitem o canal oficial, e o twitter. Toca a ler e a desfrutar do que se lê!
sábado, 12 de julho de 2014
::Conto:: Taxidermia
"Taxidermia", Guilherme Trindade (incluído na antologia "Lisboa no Ano 2000")
Opinião:
Excelente texto, gostei muito da prosa que é fresca mas dá todos os destalhes necessários. O protagonista é uma personagem rica e interessante que, sozinho, consegue guiar a história. Além do mais o conto tem uma excelente reviravolta no final. Muito bom!
Opinião:
Excelente texto, gostei muito da prosa que é fresca mas dá todos os destalhes necessários. O protagonista é uma personagem rica e interessante que, sozinho, consegue guiar a história. Além do mais o conto tem uma excelente reviravolta no final. Muito bom!
::Conto:: A Raínha
"A Raínha", Pedro Vicente Pedroso (incluído na antologia "Lisboa no Ano 2000")
Opinião:
Uma história bastante científica mas acessível. Com excelentes personagens (pelo menos duas delas) que o autor sabe usar bem para avançar a trama; e as suas loucuras são fascinantes.
Bom conceito, texto interessante e muito visual (é fácil imaginar o cenário), com excelentes personagens e um final muito bem conseguido e que apanha o leitor de surpresa.
Opinião:
Uma história bastante científica mas acessível. Com excelentes personagens (pelo menos duas delas) que o autor sabe usar bem para avançar a trama; e as suas loucuras são fascinantes.
Bom conceito, texto interessante e muito visual (é fácil imaginar o cenário), com excelentes personagens e um final muito bem conseguido e que apanha o leitor de surpresa.
[TAG] As Cores dos livros
Nova TAG em vídeo: As Cores dos Livros
A TAG desta semana fala de cores, e de capas. Achei engraçada a ideia e, tendo em conta que a podemos fazer 10 vezes e nunca ser igual, ainda mais divertido é (não que eu a vá fazer outra vez com outra cor mas, é possível).
Deixem ficar os vossos links, se fizeram ou fizerem esta TAG.
TAG original: http://youtu.be/Sdd_1A6cu1g
TAG traduzida: http://youtu.be/JSLN_Iqa5Fw
Regras:
1. Escolhe uma Cor: Amarelo
2. Mostra todos os livros que tens que tenham a capa da cor que escolheste
3. Separa os lidos dos por ler
4. Dos por ler, qual queres ler MAIS? "O Filho das Sombras", de Juliet Marillier
5. Dos lidos, qual o teu FAVORITO? "Sunshine", de Robin McKinley
6. Qual é o livro que tem a tua capa preferida? "O Romance de Genji", de Murasaki Shikibu
7. E qual tem a capa mais feia? "Calder Promise", de Janet Dailey
8. Um livro com capa (da cor que escolheste) que queiras comprar? "Desconhecidos", de Taichi Yamada
9. Um objecto que esteja perto de ti/ na tua estante (com a cor escolhida, presumo)
quarta-feira, 9 de julho de 2014
Feiro do Livro de Barcelos - 2014
A Feira do Livro de Barcelos começou no dia 4 (e eu já fui comprar uns livritos) e dura até ao dia 13 de Julho, com lançamentos e/ou debates todos os dias, actividades para os mais novos e, claro, mutios livros!
Visitem o centro da cidade e desfrutem das promoções, dos alfarrabistas, dos lançamentos e dos debates.
Consultem o programa detalhadao AQUI (pdf).
Para os que vieram de fora da cidade, de comboio é fácil. Chegam à estação, sobem a avenida, continuam sempre em frente e, eventualmente, dão com a Feira, não há que enganar.
Para quem vier de autocarro ainda é mais fácil porque há paragens mesmo ao lado da Avenida da Porta Nova.
Visitem o centro da cidade e desfrutem das promoções, dos alfarrabistas, dos lançamentos e dos debates.
Consultem o programa detalhadao AQUI (pdf).
Para os que vieram de fora da cidade, de comboio é fácil. Chegam à estação, sobem a avenida, continuam sempre em frente e, eventualmente, dão com a Feira, não há que enganar.
Para quem vier de autocarro ainda é mais fácil porque há paragens mesmo ao lado da Avenida da Porta Nova.
terça-feira, 1 de julho de 2014
Book Haul (Compras) e Wrap-Up (Leituras) - Junho 2014
Leituras do mês de Junho 2014:
- "All You Need is Kill", Hiroshi Sakurazaka
- "Uma Outra Voz", Gabriela Ruivo Trindade
- "Forever - Um Amor Eterno", Maggie Stiefvater
- "Acabadora", Michela Murgia
- "Cress", Marissa Meyer
- "Keeping the Castle", Patrice Kindl
- "R-18 - Love Report", Emiko Sugi
- "Uwasa no Midori-Kun", Go Ikeyamada
- Black God 10 e 11", Dall-Young Lim, Sung-Woo Park
Etiquetas:
compras,
Dall-Young Lim,
Emiko Sugi,
Gabriela Ruivo Trindade,
geral,
Go Ikeyamada,
Hiroshi Sakurazaka,
José Rodrigues dos Santos,
Maggie Stiefvater,
Marissa Meyer,
Michela Murgia,
Patrice Kindl,
vídeo
Keeping the Castle
"Keeping the Castle", de Patrice Kindl (ainda não publicado em Portugal)
Sinopse (em Inglês):
Seventeen-year-old Althea is the sole support of her entire family, and she must marry well. But there are few wealthy suitors--or suitors of any kind--in their small Yorkshire town of Lesser Hoo. Then, the young and attractive (and very rich) Lord Boring arrives, and Althea sets her plans in motion. There's only one problem; his friend and business manager Mr. Fredericks keeps getting in the way. And, as it turns out, Fredericks has his own set of plans . . .
Opinião:
Antes de mais, vejam só um pequeno excerto da primeira páginado livro:
A história é assim um pouco à Jane Austen, pelo menos é essa a minha percepção, embora ainda não tenha lido nada da mencionada Jane Austen (Eu sei, falhanço!). A época é a mesma, a protagonista é muito independente e depois existem aqueles mal-entendidos entre a protagonista e um certo cavalheiro que, de cavalheiro parece ter pouco.
Ora, o enredo parece básico: Althea é a mais bela rapariga da sua terra e está desesperada por encontrar um marido rico, já que o seu pai morreu, e ela e a mãe mal conseguem sustentar o enrome castelo que querem manter intacto para quando o seu irmão bebé o vier a herdar. Existem ainda duas meias-irmãs que mais parecem tiradas de um clássico Disney, de tão odiosas e mesquinhas que são. Ao menos não temos a madastra!
O mal da Althea, a protagonista, é que não consegue estar calada e acaba sempre por dizer o que não deve.
Ora chega à cidade o jovem Lord Boring que é um autêntico cavalheiro, charmoso, lindo, e rico. Que melhor par para Althea?
O pior é que o dito Lord Boring não vai a lado nenhum sem o seu fiél primo e comerciante nato, Mr. Fredericks, que é das persoangens menos cavalheirescas que já tive oportunidade de ler. E ainda assim, surpreendentemente, das mais bondosas.
E é segundo esta premissa que o livro se gere. Com situações hilariantes, diálogos fabulosos e muitos mal-entendidos.
Neste livro temos várias persoangens interessantes, sendo que a minha favorita é o Mr. Fredericks, seguido de perto pela própria Althea que, apesar de ser muito vã, é também a mais amorosa. Faz tudo pela família! Também gostei da Miss Vincy que acabou por não ser nada do que esperava. E as restantes personagens também estão bem exploradas, embora das irmãs odiosas só a Charity tenha tido mais desenvolvimento.
A escrita da autora fez-me recuar no tempo, pois ela tentou manter-se o mais fiél possível ao estilo da época. Eu tive mesmo de usar várias vezes o dicionário! Há que tempos que não precisava consulatr o dicionário de inglês! Mas fora isso gostei muito. Fez-me sentir mais dentro da história. E, como sempre, a escrita sacrcástica é um mimo.
Em suma, Keeping the Castle é um pequeno livro cuja história é bastante previsível mas que, com uma escrita vibrante, personagens fabulosas, e diálogos de morrer a rir, acaba por ser uma excelente leitura. Recomendo! E gostei mais do que do Goose Chase, da mesma autora.
Sinopse (em Inglês):
Seventeen-year-old Althea is the sole support of her entire family, and she must marry well. But there are few wealthy suitors--or suitors of any kind--in their small Yorkshire town of Lesser Hoo. Then, the young and attractive (and very rich) Lord Boring arrives, and Althea sets her plans in motion. There's only one problem; his friend and business manager Mr. Fredericks keeps getting in the way. And, as it turns out, Fredericks has his own set of plans . . .
Opinião:
Antes de mais, vejam só um pequeno excerto da primeira páginado livro:
“I love you, Althea—you are so beautiful,” murmured the young man into my ear.A sério! Ri-me logo ali. E este tipo de humor continua durante o livro todo, e foi o que mais adorei neste Keeping the Castle.
Well, I was willing enough. I looked up at him from under my eyelashes. “I love you too,” I confessed. I averted my gaze and added privately, “You are so rich.”
Unfortunately, I apparently said this aloud, if just barely, and his hearing was sharper than one would expect, given his other attributes.”
"I beg your pardon? You love me because I'm rich?"
A história é assim um pouco à Jane Austen, pelo menos é essa a minha percepção, embora ainda não tenha lido nada da mencionada Jane Austen (Eu sei, falhanço!). A época é a mesma, a protagonista é muito independente e depois existem aqueles mal-entendidos entre a protagonista e um certo cavalheiro que, de cavalheiro parece ter pouco.
Ora, o enredo parece básico: Althea é a mais bela rapariga da sua terra e está desesperada por encontrar um marido rico, já que o seu pai morreu, e ela e a mãe mal conseguem sustentar o enrome castelo que querem manter intacto para quando o seu irmão bebé o vier a herdar. Existem ainda duas meias-irmãs que mais parecem tiradas de um clássico Disney, de tão odiosas e mesquinhas que são. Ao menos não temos a madastra!
O mal da Althea, a protagonista, é que não consegue estar calada e acaba sempre por dizer o que não deve.
Ora chega à cidade o jovem Lord Boring que é um autêntico cavalheiro, charmoso, lindo, e rico. Que melhor par para Althea?
O pior é que o dito Lord Boring não vai a lado nenhum sem o seu fiél primo e comerciante nato, Mr. Fredericks, que é das persoangens menos cavalheirescas que já tive oportunidade de ler. E ainda assim, surpreendentemente, das mais bondosas.
E é segundo esta premissa que o livro se gere. Com situações hilariantes, diálogos fabulosos e muitos mal-entendidos.
Neste livro temos várias persoangens interessantes, sendo que a minha favorita é o Mr. Fredericks, seguido de perto pela própria Althea que, apesar de ser muito vã, é também a mais amorosa. Faz tudo pela família! Também gostei da Miss Vincy que acabou por não ser nada do que esperava. E as restantes personagens também estão bem exploradas, embora das irmãs odiosas só a Charity tenha tido mais desenvolvimento.
A escrita da autora fez-me recuar no tempo, pois ela tentou manter-se o mais fiél possível ao estilo da época. Eu tive mesmo de usar várias vezes o dicionário! Há que tempos que não precisava consulatr o dicionário de inglês! Mas fora isso gostei muito. Fez-me sentir mais dentro da história. E, como sempre, a escrita sacrcástica é um mimo.
Em suma, Keeping the Castle é um pequeno livro cuja história é bastante previsível mas que, com uma escrita vibrante, personagens fabulosas, e diálogos de morrer a rir, acaba por ser uma excelente leitura. Recomendo! E gostei mais do que do Goose Chase, da mesma autora.
Subscrever:
Mensagens (Atom)