segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Prazer da Noite

"Prazer da Noite (Predador da Noite 2)", de Sherrilyn Kenyon (Edições Chá das Cinco (Grupo Saída de Emergência)) 

Sinopse: 
Querida leitora,
Alguma vez quis saber como era ser imortal? Viajar pela noite caçando os vampiros que perseguem os humanos? Ter riqueza e força ilimitadas? Essa é a minha vida e é escura e perigosa. Sou herói de milhares, mas ninguém me conhece. E adoro todos os minutos. Pelo menos era o que eu pensava até que, certa noite, acordei algemado ao meu pior pesadelo: uma mulher conservadora, de camisa apertada de cima a baixo. Ou, no caso de Amanda, abotoada até ao queixo. É inteligente, sensual, espirituosa e não
quer ter nada a ver com o paranormal, por outras palavras, comigo.
A minha atracção por Amanda Devereaux vai contra tudo aquilo que represento. Já para não dizer que, da última vez que me apaixonei, isso me custou não só a minha vida humana como a minha alma. Ainda assim, sempre que olho para ela, dou por mim a desejar tentar de novo. A desejar acreditar que o amor e a lealdade existem. Ainda mais perturbador, dou por mim a perguntar se haverá alguma forma de uma mulher como Amanda amar um homem cujas cicatrizes da guerra são profundas, e cujo coração foi ferido por uma traição tão selvagem que não sei se voltará a bater de novo.
Kyrian da Trácia


Opinião: 
Depois de ter lido Amante de Sonho, o primeiro desta série,  não ter apreciado muito, ainda assim decidi dar uma hipótese a Prazer da Noite, já que o tinha cá em casa e ainda tinha esperanças que a série ficasse melhor.

Em Prazer da Noite somos realmente introduzidos à sociedade dos Predadores da Noite, o que faz, em parte, com que o primeiro livro pareça algo redundante.
Tal como tinha acontecido anteriormente, adorei as bases para esta série: a mitologia greco-romana e o oculto em geral. Ainda assim, acho que nesse aspecto o livro anterior foi muito mais interessante e explorou melhor este lado da trama.Talvez por isso, e por se ter focado um pouco demais no casalinho principal, o enredo deixou algo a desejar. Não que fosse mau de todo mas tinha demasiadas lacunas e acabou por reservar muito poucas surpresas. Para mim o que realmente estragou este livro foi o final. Foram poucas as vezes que desprezei tanto um desfecho. Sabem quando parece que o autor nem se esforçou por fazer algo diferente, arriscado? Quando tudo pareceu encaixar demasiado bem, demasiado convenientemente? Pois foi um final desses, e eu fiquei muito decepcionada com o confronto final entre o Kyrian e o mau da fita, especialmente porque os poderes da Amanda apareceram do nada. Muito conveniente!

A nível de personagens, como quase todas as mulheres, sou muito imparcial quando o protagonista é um macho cheio de cicatrizes emocionais do passado. Pelo menos na ficção. Dito isto, gostei dessa parte da história, embora tivesse gostado de saber mais sobre a ex-mulher do Kyrian.
E por falar em Kyrian, achei que ele, a Amanda e mais algumas personagens secundárias que trilharam as páginas, foram bem desenvolvidas. E não fosse pelo facto de a Amanda de repente descobrir que tem poderes fantásticos, tudo teria sido muito bem conseguido a nível de desenvolvimento de personagens. Posso dizer que, definitivamente, não foi culpa das personagens o eu não ter apreciado mais este livro. Até porque o relacionamento dos protagonistas se desenrolou bem.

Passando à prosa, posso dizer que, no geral, gostei mas não fiquei propriamente fã da autora, especialmente porque desgostei com especial fervor das cenas mais sensuais (não as sexuais) porque a autora estava sempre a repetir o quanto a Amanda e o Kyrian se sentiam atraídos um pelo outro, e era tão repetitivo! Simplesmente pareciam-me demasiado frequentes, demasiado semelhante e sem grande charme. Já as cenas mais explícitas estavam bem conseguidas, especialmente a cena das amarras, pela sua carga emocional e pelo impacto que teve nas personagens.
Havia, no entanto, outra grande falha na prosa da escritora, que se notava com especial intensidade nas cenas de acção, que eram ridículas e sem qualquer genica. E os diálogos então ... ai os diálogos nas cenas de acção! Só de pensar até me arrepio, de tão más que eram.

Em suma, este livro não me surpreendeu, apesar de os protagonistas me terem conquistado. Simplesmente achei a história demasiado fraca e a acção demasiado repetitiva e com vários buracos inexplicáveis. Não tenho intenções de voltar à série predadores da Noite, com muita pena, já que adoro a mitologia destes livros.

Tradução (Rita Guerra), Capa, Design e Edição:
Tenho de dar os parabéns à tradutor pelo bom trabalho. Embora certas expressões não caíssem muito bem, quase sempre o texto fluía na perfeição.
Quanto ao design de capa, bem, não é que seja totalmente do meu agrado (O Kyrian é loiro!), mas prefiro-o, mil vezes, ao novo que por aí circula (à direita). No que refere ao design interior, a Chá-das-Cinco não decepciona, com uma edição cuidada e muito agradável de folhear.

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