Sinopse:
Uma Ilha selvagem no Sul do Alasca, a que só se consegue chegar de barco ou de hidroavião, repleta de florestas virgens e montanhas escarpadas.
Este é o cenário inóspito que Jim escolhe para fortalecer a relação com o seu filho Roy, que mal conhece. Doze meses pela frente, numa cabana isolada do resto do mundo.
Mas as difíceis condições de sobrevivência e a tensão emocional a que se vêem sujeitos rapidamente transformam esta viagem num pesadelo, tornando a situação incontrolável
Opinião:
Depois de ler A Ilha de Caribou descobri que este A Ilha de Sukkwan, apesar de ter sido escrito antes, era uma (espécie de) sequela e por isso tive de o ler. Obrigada ao Ângelo Marques que me emprestou.
Este livro conta a história de Jim, que n' A Ilha de Caribou havia sido uma personagem que me irritou bastante. Neste livro ele está muito diferente. Tão diferente que nem parece a mesma personagem, não fosse por ter o mesmo passado e se relacionar com as mesmas pessoas, julgá-lo-ia uma personagem separada. Também seguimos Roy, que é filho de Jim, e Roy foi, para mim, a personagem mais rica do livro. Não que tenhamos muitas, porque praticamente o livro é todo sobre estes dois e se há menção de uma ou outra pessoa, elas são praticamente irrelevantes.
Confesso que não fiquei rendida a esta história, embora haja momentos brilhantes, a maioria do livro nada mais é que uma repetição d' A Ilha de Caribou, ou será que devo dizer que o outro é que é uma cópia e repetição deste?
Os temas são os mesmo, a depressão, a solidão, o escapar à sociedade na esperança de alcançar algo que nunca se encontrará, uma primitividade que perdemos no mundo civilizado, uma união com a natureza que, em ambos casos, tem resultados catastróficos por culpa de problemas muito anteriores ao isolamento. E não é só no tema que os livros são demasiado semelhantes, pois também as cenas (construir um abrigo de forma descoordenada e impensada, o estripar de peixes, etc.), e no final quem sofre as consequências não é quem primeiramente tinha o problema, mas o outro.
E aqui está o meu grande problema com este livro. É que enquanto n' A Ilha de Caribou eu achei credível o desfecho das personagens, neste o que aconteceu com o Roy saiu do nada! Literalmente. Não vou contar o que aconteceu mas eu fiquei estupefacta a ler as palavras. Não fez sentido! E depois disso o livro até melhorou, com a loucura do Jim muito bem retratada. Mas no final voltou a descambar e achei o final absurdo.
A nível de personagens, na primeira parte Roy é a mais interessante, sem sombra de dúvida, e por isso mesmo o seu 'destino' é tão difícil de aceitar, já que não fazia sentido. Na segunda metade Jim ganha terreno e a sua dor, a sua culpa e a sua solidão envolvem o leitor num manto sufocante, quase até ao final. O problema é que o final não resulta e quebra o ritmo narrativo.
Em suma, foi um livro que li facilmente mas que não me surpreendeu muito, e em muitos dos momentos que me surpreendeu, foi pelas piores razões: inverosimilhança. O autor conseguiu descrever personagens ricas e algumas passagens são muito boas, mas tropeçou algures pelo meio, voltou a apanhar-se e depois voltou a cair, sem ninguém para o amparar na narrativa.
Não me arrependo de ler, mas se querem ler, acho que não vale a pena ler os dois livros. Leiam um ou outro e terão mais ou menos a mesma coisa.
Tradução:
A tradução estava bem feita e cuidada. Nada a apontar.
Capa, Design e Edição:
Gosto muito das edições da AHAB, que são cuidadas e têm capas muito bonitas. Vale a pena comprar o livro em português.
Olá Ana.
ResponderEliminarTenho este livro na minha wishlist há imenso tempo e por qualquer motivo, na hora da compra, tem ficado para trás. Com base na tua opinião parece que não tenho feito má escolha.
Boas leituras!
André, eu tenho a certeza que se não tivesse lido "A Ilha de Caribou" antes, tinha gostado muito mais deste. Por isso se não leste o outro, acredito que vás gostar deste. :)
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