"Fangirl", de Rainbow Rowell (ainda não publicado em Portugal)
Eu queria mesmo gostar deste livro. Mesmo, mesmo! Afinal ele tinha tudo para me agradar: fanfiction, uma jovem escritora que ainda por cima tem problemas de socialização, e com uma irmã gêmea. A sério? A premissa sozinha fazia-me sorrir.
Infelizmente foi só isso que me fez sorrir.
A história central é banal e os poucos conflitos que surgem são ridículos porque, maioritariamente, são resolvidos com uma facilidade espantosa. Além de que me faz espécie o facto de maioria destes problemas serem familiares e se deverem ao facto de pessoas que até ali eram muito chegadas e contavam tudo umas às outras, de repente, e sem nenhuma explicação racional, deixarem de se falar ou de quererem saber umas das outras. Senão vejamos:
- A Cather e a Wren seguem caminhos separados na universidade. Até aí tudo bem! Mas depois simplesmente deixam de se falar durante meses. Não querem saber uma da outra e quando por acaso se encontram e deparam com problemas, simplesmente esquivam qualquer tipo de conversa, em vez de berrarem uma com a outra. E isto tendo em conta que, meses antes, as duas eram absolutamente inseparáveis, simplesmente parece uma estratégia para criar algum conflito que na verdade nunca o chega a ser porque elas não falam uma com a outra!
E nem vou referir-me a outras coisas que, segundo a estrutura familiar que a autora descreveu no início, não faziam sentido nenhum ao longo do livro. A autora dizia-nos que era uma coisa e as suas personagens faziam o exacto oposto.
No que respeita ao romance, admito que até achei fofinho, tanto no que se relaciona com a Cather/Levi e Wren/Alejandro.
Também o problema com o Nick foi interessante, embora a Cather me tenha aborrecido imensamente nesta matéria. Parecia que não tinha espinha!
Falando na história: a parte mais triste no meio disto tudo é o facto de a outra história (a do Simon e Baz) ser sem dúvida a mais interessante de todo o livro. Estas personagens que supostamente existem apenas numa saga de livros que a Cather adora, são mil vezes mais interessantes que a própria Cather ou que o Levi. Uau!
Ainda respeitante às personagens, eu detestei a Cather por ela ser fraca, insegura e sompletamente «URGH!». Sinceramente, a rapariga manteve-se durante dois meses alimentada a barras de cereais simplesmente porque não queria procurar a cantina ou perguntar a alguém onde esta ficava. Dois meses! Surpreendentemente a Wren ainda me irirtou mais porque durante quase toda a história ela é uma cabra enquanto a autora insitia em nos informar que, coitada, meses antes ela era a melhor irmã de sempre. Mas melhor, melhor, é que no fim ela deixa de ser uma cabra (e que me perdoem os animaizinhos) de um momento para o outro! Assim, sem mais nem menos. Certo ---
Em termos de personagens gostei do Levi, apesar de ele ser demasiado conveniente e sempre presente. O rapaz parece que nem tem vida própria!
Também gostei da Raegan que foi a única personagem que fez sentido nesta salsada toda.
Virando agora para a prosa, tenho que admitir que esta não me surpreendeu e achei-a bastante insonsa. faltou-lhe vivacidade. Não que não fosse competente mas não foi uma escrita que me tivesse marcado. No entanto admito que a autora conseguia, em poucas palavras, dar vida às personagens.
Em suma, Fangirl decepcionou-me bastante. A história tinha tudo para me agradar /enquanto antiga escritora de fanfics e leitora de slash), mas o produto final não me cativou. Muito disso se deveu ao facto de o relacionamento familiar da Cather não fazer clique comigo, e também porque a Cather é uma protagonista fraca, com quem me foi muito difícil relacionar. E aquele final ... bem ... foi demasiado aberto para o meu gosto. O que me valeu foi o Simon e o Bazz!
Nota: Esta opinião foi feita com base na versão audiolivro narrada por Rebecca Lowman e Maxwell Caulfield
Sinopse (edição Brasil):
Cath é fã da série de
livros Simon Snow. Ok. Todo mundo é fã de Simon Snow, mas para Cath, ser
fã é sua vida – e ela é realmente boa nisso. Vive lendo e relendo a
série; está sempre antenada aos fóruns; escreve uma fanfic de sucesso; e
até se veste igual aos personagens na estreia de cada filme. Diferente
de sua irmã gêmea, Wren, que ao crescer deixou o fandom de lado, Cath
simplesmente não consegue se desapegar. Ela não quer isso. Em sua
fanfiction, um verdadeiro refúgio, Cath sempre sabe exatamente o que
dizer, e pode escrever um romance muito mais intenso do que qualquer
coisa que já experimentou na vida real. Mas agora que as duas estão indo
para a faculdade, e Wren diz que não a quer como companheira de quarto,
Cath se vê sozinha e completamente fora de sua zona de conforto. Uma
nova realidade pode parecer assustadora para uma garota demasiadamente
tímida. Mas ela terá de decidir se finalmente está preparada para abrir
seu coração para novas pessoas e novas experiências. Será que Cath está
pronta para começar a viver sua própria vida? Escrever suas próprias
histórias?
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