terça-feira, 31 de dezembro de 2013

The Lost Colony

"The Lost Colony (Artemis Fowl 5)", de Eoin Colfer (ainda não publicado em Portugal)

Sinopse (inglês):
Ten thousand years ago, humans and fairies fought a great battle for the magical island of Ireland. When it became clear that they could not win, all of the faeries moved below ground—all except for the 8th family, the demons. Rather than surrender, they used a magical time spell to take their colony out of time and into Limbo. There they have lived for decades, planning their violent revenge on humans.
Now the time spell is unraveling, and demons are beginning to materialize without warning on Earth. If humans were to find out about them, all faeries would be exposed. To protect themselves, the faeries must predict when the next demon will materialize. But in order to do so, they will have to decipher temporal equations so complicated, even a great brain like Foaly can't understand them. But he knows someone who can: Artemis Fowl.
So when a confused and frightened demon imp pops appears in a Sicilian theater, Artemis is there to meet him. But he is not alone. Someone else has unlocked the secrets of the fairy world and managed to solve complex mathematical problems that only a genius could. And she is only twelve years old...


Opinião (audiolivro):
Este foi, sem dúvida, o melhor livro da série Artemis Fowl, até agora! Apesar do início um pouco mais fraco e menos claro do que eu gostaria, rapidamente o enredo se tornou completamente viciante.

O início não me convenceu por duas razões:
1. O autor nunca nos explicou devidamente como é que o Artemis conseguia prever os eventos que envolviam os demónios.
2. A Minerva (nome muito ligado ao do próprio Artemis) não me convenceu enquanto génia precoce.

Mas assim que o génio em acção voltou a ser o Artemis, a história tornou-se bastante mais interessante e desafiante. Gostei especialmente das potenciais consequências de várias acções mais audazes que o Artemis faz neste livro.
Outra coisa que gostei foi da comunidade de demónios. Mal posso esperar para ver mais desta espécie (e espero ver) que esteve separada de todas as outras durante tanto tempo.
E ainda a nível de enredo, aquele final foi muito bem conseguido, apesar de ser um pouco previsível.

A nível de personagens, tenho a dizer que adorei o Number 1. A forma como ele pensava e se comportava era genial. O Artemis, neste livro, mostrou-se mais maduro, independente e impetuoso, o que não é mau e reflecte um desenvolvimento que é bem-vindo.  Só tive pena da falta de desenvolvimento de personagens como a Holly e o Bttler, que tiveram muito pouco protagonismo desta vez.

A escrita do autor continuo muito boa. Sempre mais direccionada para os adolescentes, mas suficientemente aliciante para os adultos.

No geral, The Lost Colony foi uma leitura empolgante e mal posso esperar para ler o próximo volume da série. E, claro, recomendo!

Narração (Nathaniel Parker):
Este senhor dá outra vida aos livros e consegue tonar cada personagem única. Simplesmente consegue arranjar o tom de voz perfeito para estas aventuras e adoro o trabalho dele.

quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Besta

"Besta (Leviathan 2)", de Scott Westerfeld (Vogais Editora)

Sinopse:
O Behemoth é a besta mais feroz da Marinha britânica. Pode engolir navios de guerra com uma dentada. Os Darwinistas precisam dele mais do que nunca, agora que estão em guerra declarada com os Clankers.
Alek e Deryn estão juntos a bordo do Leviatã, e esperam conseguir levar a guerra a um impasse. Mas, quando a sua missão de paz falha, percebem que estão sós em território inimigo e que estão a ser perseguidos!
Com grande capacidade de improvisação, novos aliados, e muita coragem, Alek e Deryn estão prontos para enfrentar todos os desafios que o futuro lhes reserva.


Opinião (audiolivro):
O segundo livro da série Leviathan foi uma muito agradável surpresa. Acabei por gostar mais deste Behemoth do que do seu antecessor.
Com um enredo bem pensado, bem executado e que decorre no compasso certo, cheio de reviravoltas, intrigas e aventuras, Behemoth triunfou.
Grandes acontecimentos históricos deram origem a grandes desenvolvimentos de personagens, com as quais o leitor se liga ainda mais neste livro.
Tanto Alek como Deryn cresceram bastante a amadureceram, assim como aconteceu com outras personagens. Todas foram bem aproveitadas e mostraram-se interessantes.

E, tal como no volume anterior, adorei a forma como o autor usou a história real da guerra como base, modificando-a para que fizesse sentido no mundo rico e detalhado que criou. Nesse campo, também a nota final do autor (explicando o que de facto aconteceu e o que foi alterado) foi muito esclarecedora e apreciada.

Ao contrário do que aconteceu com outra série do autor, Uglies, aqui a escrita não me causou comichão, e na verdade funcionou na perfeição . Não deixa de ser, claramente, mais voltada para um público juvenil mas consegue ser bastante madura e densa, sem se tornar maçadora.

No geral, Behemoth é um livro ao qual não tenho nenhuma falha a apontar. Pode não ser perfeito mas continua a ser o melhor livro que li do leitor, até agora, e é pura diversão! Estou ansiosa por saber o desfecho desta fabulosa série. Recomendo!

Narração (Alan Cumming):
Mais uma vez o narrador surpreendeu. Alan Cumming sabe dar a entoação certa a cada momento da trama e consegue criar as vozes certas para cada personagem. Excelente trabalho!

Promessa de Sangue

"Promessa de Sangue (Academia de Vampiros 4), de Richelle Mead (Editora Contraponto)

Sinopse:
A saga continua e uma vez mais o amor tem de superar todas as dificuldades.
A vida de Rose Hathaway nunca mais será a mesma… O recente ataque à Academia São Vladimir devastou por completo o mundo dos Moroi. Muitos morreram e os poucos que foram levados com vida pelos Strigoi esperam um destino ainda pior… Porém, apenas uma vítima importa: Dimitri Belikov. Rose vai ter de escolher entre cumprir a sua promessa e proteger Lissa – a sua melhor amiga e a última das princesas Dragomir – ou abandonar a Academia e dar caça ao homem que ama.
Deverá Rose ir até ao fim do mundo para encontrar Dimitri e cumprir a promessa que ele lhe suplicou que fizesse? Terá ela força para destruir Dimitri ou irá sacrificar-se pela oportunidade de um amor eterno?


Opinião (audiolivro):
Depois do surpreendente volume anterior, as expectativas estavam altas.
A nível de enredo, e após os acontecimentos que fecharam o terceiro livro da série, foram notórias (e esperadas) as mudanças de cenário, de ritmo e de responsabilidade da protagonista. Somos apresentados aos alquimistas, sobre os quais fiquei bastante curiosa (suponho que o spin-off Bloodlines se foque neles) e também conhecemos melhor as comunidades de Damphyrs e até mesmo dos Strigoi.
Nestes campos o livro foi refrescante mas não gostei das artimanhas que a autora usou para nos manter a par do que se passava na academia, com a Lissa e com os outros, sendo que Rose passou todo o livro longe deles. Foi tudo muito fácil! A Rose entrava na cabeça da Lissa e sabia tudo o que se tinha passado na sua ausência. Muito conveniente!
Não gostei e achei que foi um produto de preguiça narrativa, usada até à exaustão. Teria sido bem mais interessante de a Rose apenas visse o presente e não pudesse vasculhar o passado. Teria criado mais intriga e não pareceria tão estupidamente conveniente.
Outra coisa que não gostei, ou melhor, detestei, foi o facto de a autora ter feito uma coisa que, infelizmente, é muito comum na fantasia: o velho uso de "é daquela raça, por isso é mau/vilão". Existe, neste livro, uma personagem que foi transformada em Strigoi (os mauzões) e, apesar de ele antes ter sido uma pessoa de bom coração, leal, e de ter sido transformado contra a sua vontade, bastou tornar-se Strigoi, para que tudo isso deixasse de ter importância e ele se transformar nu grande mauzão.
Eu detesto isto!
Detesto quando usam a 'raça' como desculpa para alterar completamente ou defenir por inteiro a  personalidade de uma personagem. É super-racista! E, sinceramente, a autora não dá nenhuma razão verossímil para esta mudança radical de atitude.
E foi, por isso, que este foi o meu maior problema com o livro.

Fora isso, achei o final muito previsível, embora muitos acontecimentos a meio do livro tenham sido bem conseguidos.

No que diz respeito às personagens, acabei por gostar da evolução de quase todas, em especial da Rose, da Lissa e do Adrian. Também gostei das novas personagens, como o Abe (aquela revelação no final, apanhou-me de surpresa), a Sidney e a família Belikov. Por outro lado, e como já referi, não gostei nada do desenvolvimento da tal personagem que mudou de raça.

A escrita da autora não decepcionou e pareceu-me até mais madura, mais focada.

No geral, Promessa de Sangue foi uma boa sequela, com bons desenvolvimentos e cenas marcantes, mas foi também um pouco previsível e, em certos aspectos, pouco imaginativa. Isso, contudo, não me impede de ter uma enorme vontade de ler a sequela.


Narração (Emily Shaffer):
Com uma nova narradora tenho de dizer que até gostei mais. A anterior não tinha tanta genica vocal.
Outra das coisa que tornou o audiolivro mais agradável foram os efeitos sonoros (banda sonora) e os sotaques que a narradora deu às personagens. Um trabalho agradável ao ouvido, depois de algum hábito.

terça-feira, 24 de dezembro de 2013

Feliz Natal e Bom Ano de 2014

Aproveito para deixar votos de um Bom Natal, para quem o comemora, e um excelente ano de 2014, para todos!
Já sabem que podem ler, gratuitamente, "A Heroína e o Guerreiro", AQUI.

sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Promoção de Natal

Até ao final de 2013, decidi baixar o preço do “Angel Gabriel – Pacto de Sangue“.
Aproveitem para comprar o vosso exemplar por 0,99€ ou menos (disponível desde 0,75€).


A promoção já está em vigor na Smashwords e na Kobo. Brevemente também na Amazon e nos restantes revendedores.

domingo, 8 de dezembro de 2013

A Vida aos Quadradinhos - Outubro e Novembro 2013

Nos últimos dois meses li pouca BD mas acabaram por ser todas memoráveis, já que terminei 3 séries que seguia.

Gokusen 15 e Gokusen Katsuhen, de Kozueko Morimoto
As aventuras da Yankumi (Yamagichi) sempre me trouxeram um sorriso aos lábios. Gokusen é um dos mais aparvalhados e divertidos mangas que já li, por isso esperava um final em grande. Infelizmente isso não aconteceu. O final não foi propriamente mau, mas ficou aquém da restante série. Parece que jogaram pelo seguro, foram pelo mesmo caminho que sempre tinham ido e isso não me surpreendeu nem satisfez.
Ainda assim, Gokusen é um manga que reconheço que valeu a pena ler, pelas situações malucas, pelas personagens divertidas e pelas próprias mensagens: que não interessa em que família nascemos, o que interessa é o que fazemos na vida; e que até os delinquentes têm sentimentos e podem ser redimidos.
Se procuram uma história alucinada com situações hilariantes e personagens meias maradas, Gokusen é o a escolha certa.

Curiosidades: Gokusen teve direito a duas adaptações para televisão (1 anime e 3 temporadas de um live-drama) e uma adaptação para cinema.

Gokinjou Monogatari 5 a 7, de Ai Yazawa
Da mesma autora do conhecido "Nana" este Gokinjou Monogatari nunca me cativou realmente. As personagens irritavam-me mais vezes do que me  divertiam e, bem, tinha a sensação que já as conhecia de outros mangas da autora (Nana e Paradise Kiss).
O desenho é fofo e alguns dos relacionamentos são interessantes, mas é apenas mais do mesmo. Lembra-me demasiado o "Paradise Kiss", que eu já não tinha apreciado por aí além.
Gokinjou Monogatari não é um manga mau, por assim dizer, mas não é bom e acaba por cansar.
"Nana" é sem dúvida melhor trabalho da autora.

Curiosidades: Gokinjou Monogatari teve direito uma adaptação para televisão (anime). 

As Fantásticas Aventuras de Dog Mendonça e Pizzaboy (3), de Filipe Melo, Juan Cavia, Santiago Villa
Chegaram ao fim as aventuras deste grupo de heróis que tanto me divertiram nos dois volumes antecedentes.
Depois dos acontecimento do segundo volume, seria difícil igualar o Apocalipse que aí se passou, por isso os autores decidiram focar-se mais nas personagens, ou melhor, no Dog Mendonça. Esta foi uma decisão acertada pois seria difícil fazer algo mais grandioso que no segundo. No entanto confesso que teria gostado de os ver a explorar mais o Pizzaboy. O que me pareceu que aconteceu, foi que as páginas foram poucas. Havia muita coisa para dizer e pouco espaço para o contar.
Dito isto, este é um desfecho mais que merecedor para esta série, com excelentes cenas, personagens interessantes e uma arte fabulosa. Contudo eu queria algo mais. Ou será simplesmente o sentimento de saber que este é o último volume?

Bem, se não conhecem esta BD, eu recomendo todos 3 livros. Estão há espera do quê?

Já agora, ficam os dois vídeos promocionais:

Terra Sonâmbula

"Terra Sonâmbula", de Mia Couto (Caminho & Leya)

Sinopse:
"Terra Sonâmbula" foi considerado um dos doze melhores romances do século XX em África. Moçambique, década de 1990. Numa terra devastada pela guerra, um menino sem memória é encontrado por um velho errante. Muidingae Tuahir, ambos marcados por conflitos que não entendem, desprovidos de passado e de esperança. Unidos, fazem de um machimbombo incendiado a sua casa, e de um diário, encontrado junto de um cadáver, a sua demanda. Nas linhas do caderno, Muidinga acredita ter um mapa que o levaráde volta à sua mãe. Nessa busca, o insólito par descobre-se, reinventa-se, enfrenta a insanidade e a miséria que grassam em seu redor, e recusa deixar morrer o alento. Tal como a terra que percorrem sem destino, uma terra que nunca dorme, nunca descansa, uma terra sonâmbula. Já adaptado ao cinema, "Terra Sonâmbula" foi considerado um dos doze melhores romances do século XX em África. Cruza elementos da cultura tradicional moçambicana com a própria história do país, realismo e magia, factos e símbolos, "Terra Sonâmbula" é, acima de tudo, um hino ao poder dos sonhos e da vida.

Opinião:
De Mia Couto só tinha lido um ou dois contos, que me haviam atiçado a curiosidade.
Este Terra Sonâmbula tem uma sinopse que me chamou a atenção e a verdade é que adorei este livro desde o primeiro parágrafo.
O autor tem uma voz muito própria, que é muito rústica, muito da terra, e é agradável para mim, enquanto leitora.
O problema é que o livro conta duas histórias distintas, mas interligadas, só que eu acabei por achar muito mais interessante a história do Tuahir e do Muidinga, do que a do Kindzu, sob quem recai grande parte da história.
Na realidade, no princípio, vi-me envolvida nas duas histórias de igual forma, no entanto a partir do momento que Kindzu abandonou a terra, e especialmente na segunda metade do livro, a história dele tornou-se repetitiva e particularmente irritante.
Por outro lado, a história do Tuahir e do Muidinga manteve-se sempre empolgante e profunda, talvez por me parecer mais real, menos fantasiosa (não que eu tenha alguma coisa contra fantasia, basta ver o que leio ao longo do ano) mas neste caso acho que, em determinados momentos, o autor foi além do que devia. Não em ter de testar a credulidade do leitor mas antes na forma como encarou as personagens e a história dramática de um país em guerra.

Dito isto, Terra Sonâmbula foi uma leitura muito boa, com momentos marcantes, personagens ricas e uma belíssima exploração de um povo que nos é tão próximo e, ao mesmo tempo, tão desconhecido. Percebe-se porque é uma obra de referência e é uma leitura que recomendo, apesar de tudo.

Capa, Design e Edição:
Esta está longe de ser uma das minhas capas favoritas da colecção de bolso da BIIS, mas não posso negar que está bastante simbólica. vale a pena comprara a edição de bolso, se a carteira estiver mais apertada. Não se perde muito em qualidade e lê-se bem.

segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Náusea

"Náusea", de Jean-Paul Sartre (Edições Europa-América)

Sinopse:
A Náusea pode considerar-se com a estreia literária de Sartre e foi saudada aquando do seu aparecimento como a revelação de um escritor de grande talento. Através do diário íntimo do protagonista, Antoine Roquentin, Sartre retrata com um realismo digno de Maupassant a vida e os habitantes de uma cidade de província. Mas, mais do que isso, adentra-se também na análise dos problemas da existência humana e dá-nos em antevisão embrionária todos os temas da sua reflexão filosófica posterior.

Opinião:
Normalmente gosto muito de ler clássicos, quer acabe por os apreciar, quer não, porque são sempre livros intemporais.
Náusea é isso mesmo: um livro que não envelhece. essa foi uma das coisas que mais me agradou neste romance/ensaio, pois esta história e estas deambulações poderiam acontecer em qualquer lugar e em qualquer momento da história. São temas universais: os que têm a ver connosco, com a nossa existência, enquanto pessoas, enquanto seres.

A primeira parte do livro manteve-me agarrada às páginas e queria mesmo saber o que se ia passar a seguir, no entanto a partir do meio o livro começou a divagar demasiado e tornou-se maçudo, até mesmo aborrecido em certos momentos.
Acho que o principal problema acaba por ser que há demasiado filosofia, o que era de esperar, no final de contas, mas já que se trata de um suposto romance, eu gostaria que tivesse encontrado um melhor equilíbrio.
O autor também criou diálogos demasiado surreais, que tentavam passar-se por normais mas que dificilmente o poderiam ser.

Por estas razões foi-me um pouco difícil terminar esta leitura, apesar de ver na obra muitas qualidades e de ter vários trechos assinalados como brilhantes. por isso mesmo o balanço final acaba por ser positivo. Esta é uma leitura que me fez pensar e isso é sempre bom.

Em suma, Náusea trata-se de um livro que vale a pena ler, embora não em atreva a aconselhá-lo a toda a gente.

Tradução, Capa, Design e Edição:
O trabalho de tradução de António Coimbra Martins está muito bem executado. A edição de bolso é acessível (economicamente falando) e vale bem a pena pois não se perde qualidade.

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