"Excecionais (Uglies 4)", de Scott Westerfeld (Vogais & Companhia)
Sinopse:
Após a era dos
Perfeitos, abre-se caminho a um novo mundo, embora não seja
necessariamente um mundo melhor. Alguns anos depois de Tally Youngblood
ter derrubado o regime, o mundo encontra-se num absoluto renascimento
cultural, sem hierarquias nem regras definidas... em que a popularidade
dita as regras. Ser famoso implica ter a casa mais sofisticada, a roupa
mais luxuosa e inclusive os melhores amigos. Pelo contrário, ser um
completo desconhecido faz de ti um alguém invisível, uma pessoa
irrelevante, torna-te num excecional.
Opinião (audiolivro):
Este é o livro da série que eu considerei como absolutamente desnecessários!
Esta pode até parecer uma afirmação muito intransigente mas, olhando para trás, não há nada neste livro que eu considere essencial para o desfecho da série Uglies. Nada!
E tanto assim é que, por várias vezes, estive quase a desistir deste livro. E a única razão porque não o fiz foi por este ser mesmo o último.
Mas vamos por partes.
A mudança de protagonista foi, a meu ver, irrelevante, desnecessária e ineficiente. Aya não trouxe nada de novo à narrativa, e conseguia ser ainda mais irritante que a Tally. Como é possível? E, em grande parte, foi a Aya que contribuiu para que desgostasse tanto deste livro. A sua personalidade era a mesma que Tally no livro 1, mas multiplicada por 10 (para pior, claro).
Das restantes personagens, só Friz se mostrou interessante, por culpa da sua honestidade. De resto só tenho a dizer que a Aya devia era concentrar-se em arranjar amigo decentes e uma família como deve de ser porque, com amigos como aqueles, quem precisa de inimigos? (O irmão era um idiota e o melhor amigo do irmão, que
supostamente era melhor que ele, era outro idiota chapado (que a mandou
para a água gelada))
Enfim ... a trama é ainda mais cheia de adrenalina que o livro anterior, e isso não jogou a favor da história, ou do desenvolvimento das personagens, Muita acção e pouca densidade emocional. Muito pouca, mesmo!
A ideia por detrás do livro está muito interessante, sem dúvida, mas a execução deixou muito a desejar. Não quero com isto dizer que é tudo mau! Por exemplo, sempre gostei da forma como o autor critica a sociedade actual, exagerando-a nos seus livros da série Uglies. Neste caso a atenção recaiu sobre as redes sociais e a forma como muita gente ganha a vida só porque é famoso, e nem tem de fazer grande coisa, só tem de se manter famoso (faceranks). Ou como outras pessoas são capazes de udo para se tornarem famosas.
Outra coisa que em agradou imenso foi a ideia por detrás dos Extras (Excecionais), que está muito bem conseguida.
Mas a verdade é que cheguei a um determinado ponto na história em que não estava minimamente interessada, e tanto me fazia que acabasse assim, ou assado.
A escrita do autor começou a irritar-me sobejamente neste livro, seja pelas palavras que as personagens usam sempre as mesmas expressões e a falarem todos como uns totós sem individualidade), quer pelo próprio vocabulário do narrador, que se mostrou um tanto ou quanto repetitivo, especialmente porque usava exageradamente uso das metáforas.
No geral, Excecionais foi um autêntico extra! Já agora, porque não traduziram o livro para "Extra", como devia de ser? É que o leitor, quando chegar ao fim do livro e perceber o que são os 'Excecionais', o nome não vai fazer sentido.
Preferia não ter lido este volume e assumir o terceiro como o fim da série. Teria ficado mais satisfeita com Uglies.
Narração (Carine Montbertrand):
Já habituada à narração de Carine Montbertrand, ainda assim estranhei certas coisas no audiolivro, como por exemplo a maneira como ela dizia Tally-sama ou qualquer coisa-sama, irritava-me. Via-se mesmo que nunca tinha ouvido um japonês a dizer.
Fora isso, fez um trabalho competente.
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