"The Pendulum" de Anne Elizabeth e Siya Oum (ainda não publicado em Portugal)
Sinopse:
Power up! Destiny is a choice! Anne Elizabeth takes her heroine, Tia Stanton, on an off-world journey to a land with strange creatures, power struggles, and an evil dictator. Even with all her magical power, she is no longer just a stock girl by day at Vivant, the sentient supernatural store, or a monster-hunting vigilante at night, Tia is being courted to become a queen! Our heroine is at a serious turning point in her life and difficult choices face her, but it is crucial that she make her own decision.
Esta BD é uma sequela para "Pulse of Power" da mesma autora.
Opinião - Guião (Anne Elizabeth):
A primeira coisa que notei foi que devia ter lido o "Pulse of Power"antes de ver esta BD. Sabia que este "The Pendulum" é uma sequela, mas pensei que fosse mais fácil entrar na história. Bem, na verdade não é que seja impossível, pois li bem esta BD sem ler a antecessora, mas sinto que a teria desfrutado mais se tivesse antes lido a prequela.
Esta BD é uma história de fantasia, meia urbana, meia ficção científica. Fala-nos da Tia, que é uma heroína forte e com personalidade. Gostei da protagonista, no geral, mas já em relação s outras personagens, vi-as como demasiado uni-dimensionais, à excepção de um ou outro caso (mais concretamente, os extra-terrestres verdes e o guerreiro que não falava). Já o namorado, que deveria talvez ser mais central, acabou por não me fascinar e ser muito banal em toda a história.
Quanto à trama central, posso dizer que gostei da história como todo. Tinha conflito, tinha uma 'mensagem' e algumas personagens interessantes, além de umas quantas reviravoltas. Contudo, não achei que esta foi contada da melhor forma.
As cenas sucediam com demasiada rapidez, sem haver um real tempo para as assimilar.O texto era demasiado "literário" para uma novela gráfica, sobrepondo-se e eclipsando a arte (o que é mau, pois as duas devem trabalhar em conjunto para uma boa novela gráfica).
Por outro lado, a escrita da autora é muito interessante e tenho a certeza que gostaria de ler um romance escrito por ela, mas para novela gráfica, o texto tornou-se demasiado maçudo, em certos momento.
Opinião - Arte (Siya Oum):
Em primeiro lugar, a capa de Brett Booth,está genérica mas interessante, embora eu não seja grande fã do estilo do artista gosto do fluxo da magia e do olhar sério da Tia.
Já com relação à arte de Siya Oum (interior) posso dizer que gostei bastante, pelo traço limpo e bonito, mas que tenho de confessar que nas cenas de maior acção (que não são muitas) deixaram bastante a desejar.
Agora uma coisa que realmente detestei, e não sei se foi culpa a escritora, do edito ou do artista, foi o facto de as cenas transaccionarem sem elo. Deixem-me dar-vos um exemplo: Num momento a Tia estava na mansão, a falar com o namorado que acabava de dizer que ela podia viajar com eles para um planeta separado, no momento seguinte a Tia está a olhar para uma paisagem (bastante earth-like) e o texto diz-nos que ela está fascinada com o que vê (só três vinhetas depois percebemos que está num planeta diferente e ficamos sem saber como chegou até ali), na página seguinte, sem aviso de qualquer espécie e porque o namorado dela está sabe-se lá onde, a Tia é atacada por um homenzinhos verdes que lhe dão uma tareia e a põem inconsciente. momento seguinte ela acorda numa caverna qualquer e começa logo a falar (como se não tivesse levado uma pancada na cabeça nem nada).
Este meu relato faz a BD parecer muito má (e até não é), mas a verdade é quando estas cenas aconteceram eu tive de voltar para trás para me certificar que não tinha perdido alguma coisa pelo caminho.
Em primeiro, acho que devíamos ter visto como e quando eles foram para o outro planeta, depois devíamos ter tido uma cena a explicar porque ela ficou separada do namorado (estava num planeta estranho e ele deixa-a?), três, ela não devia ter começado a falar assim que acordou (não é lógico).
Se isto acontecesse só nesta situação, eu até 'deixava passar', o problema é que aconteceu mais uma série de vezes. As cenas mudavam frequentemente, sem elo de ligação, deixando o leitor confuso. Uma altura ela foi raptada por seres azuis e nós só percebemos isso porque um momento ela está num bar, nas calmas e no painel seguinte está no deserto, com eles a ameaçarem comer-lhe um braço. O.o
Juro que se não fossem estas situações teria gostado muito mais desta novela gráfica, mas assim sendo não posso dizer que fiquei arrebatada.
Talvez leia "The Pulse of Power" um dia, porque gostava de saber o que se passou antes. E se houver uma sequela poderei também dar-lhe uma hipótese, na esperança que estes defeitos não se repitam. E na verdade isto é uma pena porque a Tia é uma protagonista forte e a história é interessante, mas falta uma ligação mais forte entre o texto e a arte.
Nota: Tenho de agradecer à editora (Sea Lion Books) a oportunidade de ler esta BD.
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