Tarde e a más horas, dei-me conta que tinha passado em branco o Dia Mundial da Árvore. Como blog com o título "Floresta de Livros" e como amante da natureza, isto não é desculpável.
Ontem até tinha intenções de ter ido fazer um passeio ao Parque Nacional da Peneda Gerês, mas acabei na ribeira do Porto (eu sei que não tem nada a ver), para meu descontentamento porque estava um dia lindo para ir para o meio da natureza. Se há coisa que me dá mais prazer, é estar na montanha. Gosto muito mais do que da praia, ao contrário da maioria das pessoas que conheço.
Se pudesse, confesso que adorava viver num sítio como o Gerês, adoro aquilo lá, mas o mal é mesmo ser um pouco longe de tudo e eu, como rapariga que nem carta de condução tem, e que não confia em absoluto nos transportes públicos, não me arriscaria a viver além de um certo nível de isolamento.
Mas não é esse o tema pois não?
Plantem árvores! E fala quem nunca teve oportunidade de plantar nenhuma (eu bem quero e assim que puder, lá vou eu a correr).
Mas, mais do que plantarem árvores, o melhor é mesmo poupar as que temos. Usem papel reciclado, reciclem o que usam, não queimem ou abatam nenhuma das maravilhas da natureza. Tanto para nosso bem, enquanto humanidade, como para o bem do planeta e de todos os seres vivos que nele existem.
Esta é também uma das razões porque sou a favor do ebooks, para poupar no papel, se bem que não sou ignorante e sei que os aparelhos electrónicos, entre os quais se encontram os ebook readers, são altamente poluentes.
A verdade é que, para já, acho que ainda não foi encontrada nenhuma solução realmente amiga do ambiente, mas os ebooks, a meu ver, são a opção mais amiga do ambiente.
Também eu adoro o cheiro do papel, o sentir do livro nos meus dedos, mas, se a escolha chegar a isso, prefiro poupar nas árvores, não concordam?
É que o prazer de ler está na escrita, nas palavras e na estória, não no papel, embora este dê um outro sentido à leitura, talvez por ser uma tradição e um prazer.
E no meio de tudo isso, também me esqueci do Dia Mundial da Poesia. Confesso nunca ter lido muita poesia, nunca a compreendi muito bem, talvez porque nunca dei, a esta forma de arte, a atenção que merecia, ou simplesmente porque não sou apta a isso. Quem sabe? A verdade é que tenho intenções de ler poesia, e até tenho uns livros lá em casa, mas ainda não surgiu a oportunidade (tanto para ler e tão pouco tempo).
Depois disto, nada me saberia melhor que sentar-me à sombra de uma àrvore a ler um poema. Uma pena viver no meio da cidade e, como já referi, não ter carro para dar uma fugida à montanha (o parque da cidade não é uma boa alternativa, infelizmente).
Quem sabe, no próximo fim-de-semana?
Também gosto muito da montanha, mas odeio insectos. Às vezes na montanha é difícil equilibrar este amor\ódio... :) Acho que é por isso que prefiro a praia, e também porque adoro o mar!
ResponderEliminarNunca achei muita piada a poesia, sinceramente acho que nunca a percebi muito bem... Claro que gosto de alguns poemas de Fernando Pessoa, Florbela Espanca, etc, mas ler livros de poesia simplesmente não me atrai. Acho que é um bocado como a matemática, ou se tem uma capacidade inata para perceber ou então é um esforço e, até se pode gostar mas não é a mesma coisa. :)
A ribeira do Porto é linda, mas encanta-me muito mais o Gerês! Um dos lugares mais bonitos deste nosso Portugal! E se pudesse mudava-me para lá.
ResponderEliminarGosto imenso de poesia. Gosto de lê-la especialmente nos intervalos da prosa. E não é assim tão complicado entendê-la, pois sente-se. Deixo-te com o poema «parto» para que o bichinho da poesia entre em ti. :)
«há pessoas que têm medo de dizer o que pensam
há pessoas que têm medo de dizer o que sentem
há pessoas que têm medo de pensar o que dizem
há pessoas que têm medo de sentir e não dizem
há pessoas que têm medo de não dizer o que não sentem
há pessoas que têm medo de falar como quem não diz
beijar como quem não ama
sorrir como quem sofre
nascer como quem chora
fugir como quem regressa
caminhar como quem dorme
chorar como quem sonha
há pessoas que têm medo
tanto medo que não conseguem caminhar
e cada passo que dão só os leva para o mesmo sítio
para o útero da mãe que é quente e confortável e tem um sofá com naperons nas costas que
[os faz sentir quentinhos seguros
e aí todos somos o mesmo
aí todos somos um
aí todos somos aquele que ainda não chorou mas que está quase
e quando começar já não se pode voltar para trás
e passamos toda a vida com olhos na nuca a querer voltar para casa
a querer voltar para dentro porque neva lá fora
e lá dentro é tão quentinho
deixem-me entrar
agora
depois é tarde demais
deixem-me ser o antes
quero ser o antes que seja tarde»
in «a verdade dói e pode estar errada», de João Negreiros
Está muito bom esse poema. Gostei.
ResponderEliminarMas, tinsdeazul, eu também disse que nunca li muita poesia e por isso não a compreendo. Acredito que quando lhe der uma hipótese, possivelmente irei gostar.