segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Fahrenheit 451

"Fahrenheit 451", de Ray Bradbury (Colecção Mil-Folhas)


Sinopse:
O sistema era simples. Toda a gente compreendia. Os livros deviam ser queimados, juntamente com as casas onde estavam escondidos... Guy Montag era um bombeiro cuja tarefa consistia em atear fogos, e gostava do seu trabalho. Era bombeiro há dez anos e nunca questionara o prazer das corridas à meia-noite nem a alegria de ver páginas consumidas pelas chamas... Nunca questionara nada até conhecer uma rapariga de dezassete anos que lhe falou de um passado em que as pessoas não tinham medo. E depois conheceu um professor que lhe falou de um futuro em que as pessoas podiam pensar. E Guy Montag apercebeu-se subitamente daquilo que tinha de fazer... De implicações assustadoras, a forma como reconhecemos o nosso mundo naquele que é retratado em Fahrenheit 451 é impressionante.

Opinião:
Este pequeno livro agarrou-me desde as primeiras páginas e é daqueles que permitem que se diga que para se ter uma grande história, não se precisa de um livro grande.


A premissa para este livro é fabulosa (tal como era a do 1984, embora sejam diferentes) e o autor explorou este mundo futuro de uma forma intuitiva, guiando o leitor sem o assoberbar, mas dando-lhe a conhecer (subtilmente) tudo o que era necessário saber e perceber deste mundo distópico. 
O enredo em si é também muito volátil, com excelentes voltas e deixando sempre o leitor na expectativa (mesmo quanto ao final que foi fabuloso!).


As personagens não são o ponto forte do livro, mas também não são o seu ponto fraco. Tal como aconteceu com o 1984 (do George Orwell) pareceu-me que as personagens não eram 'seres' mas sim 'tipos de seres' que a sociedade em si suportava de forma autónoma. Ou seja, não me relacionei com as pessoas em si, mas com a ideia dessas pessoas e as suas crenças. Não sei se me estou a fazer entender, mas foi este o sentimento que ficou.


A prosa em si é bastante competente e o autor consegue mostrar  este futuro, sem necessitar de debitar informação como se não houvesse amanhã. A forma como ele integra quase todas as informações na acção, é muito boa e manteve-me agarrada ao livro. 
Para mim, o único senão do livro prende-se com os diálogos, que me soaram muito forçados e filosóficos. O que contrastava imenso com a prosa e fazia com que as conversas não fossem tão brilhantes como o resto do livro.


Em suma, este é um pequeno grande livro que deve ser lido por todos, especialmente os que gostam de livros. Foi um pouco assustador perceber como certas coisas contadas no livro, quase se traduzem para a nossa realidade. Dá que pensar.
E embora, neste artigo, eu mencione algumas vezes o 1984 do George Orwell, acreditem que não basta ler um. São bastante diferentes, embora no fundo, no fundo, também sejam bastante semelhantes. Ambos retratam uma sociedade futurista onde os pensamentos e acções das pessoas são controladas, embora o de George Orwell seja bastante mais cruel. O que quero dizer é: Leiam os dois!

Tradução, Capa, Design e Edição:
A tradução está muito bem conseguida, tanto quanto consegui perceber. A capa é bastante genérica mas não deixa de ser representativa e, permitam-me um à parte mas, quem me dera na altura ter feito a Colecção Mil-Folhas ... Tantos livros bons com uma edição competente.

2 comentários:

  1. Olá deixei-te um selo no meu blog: http://www.olindapgil.com/2012/12/selo-campanha-de-incentivo-leitura.html

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