No início deste mês esqueci-me completamente de fazer a habitual lista de aquisições, por isso agora que o ano está a chegar ao fim, compilo as compras e ofertas dos últimos dois meses.
Comportei-me, como tem sido hábito nos últimos meses, embora tenha feito várias compras durante o Fórum Fantástico (quando fui também apresentar a antologia "Lisboa no Ano 2000"), as restantes adições à minha 'biblioteca' foram muito singelas.
Ficção:
- A Nação, Terry Pratchett;
- Não Sou Um Serial Killer, Dan Wells;
- Os Melhores Contos de H.P. Lovecraft - Volume 1, H.P. Lovecraft;
- Os Transparentes, Ondjaki;
Não-Ficção:
- Larousse Enciclopédia Moderna 1;
- Larousse Enciclopédia Moderna 2;
- Publishing E-Books for Dummies, Ali Luke;
Ebook:
- Wool, de Hugh Howey;
- The United States of Air - a Satire that Mocks the War on Terror, de J.M. Porup;
- Crafting Unforgettable Characters, de K.M. Weiland;
- The Secrets to Ebook Publishing Success, de Mark Coker;
- É Preciso Calar o Monólogo, de Victor Domingos;
- Questing Beast, de Ilona Andrews;
- The Zombies of Mesmer, de O.M. Grey;
- Avalon Revisited, de O.M. Grey;
- Recetas para Sanar tu Corazon: Principios simples para vivir la vida, de Hector Williams Zorrilla;
Banda Desenhada:
- O Baile, de Nuno Duarte e Joana Afonso;
- Naruto 5, Masashi Kishimoto;
Fanzines:
- Lusitânia 1;
- Dagon 2;
- Dagon 3;
- ISF - International Speculative Fiction 1;
- Nanozine 7;
- Trëma 1;
Ofertas:
- Lisboa no Ano 2000, vários autores (inclui um conto meu);
- Inverso, de L.C. Lavado (ganho num passatempo promovido pela autora);
- Truques e Segredos das Nossas Avós, de Nicolas Priou (oferta Círculo de Leitores);
sábado, 29 de dezembro de 2012
segunda-feira, 24 de dezembro de 2012
segunda-feira, 17 de dezembro de 2012
Fahrenheit 451
"Fahrenheit 451", de Ray Bradbury (Colecção Mil-Folhas)
Sinopse:
O sistema era simples. Toda a gente compreendia. Os livros deviam ser queimados, juntamente com as casas onde estavam escondidos... Guy Montag era um bombeiro cuja tarefa consistia em atear fogos, e gostava do seu trabalho. Era bombeiro há dez anos e nunca questionara o prazer das corridas à meia-noite nem a alegria de ver páginas consumidas pelas chamas... Nunca questionara nada até conhecer uma rapariga de dezassete anos que lhe falou de um passado em que as pessoas não tinham medo. E depois conheceu um professor que lhe falou de um futuro em que as pessoas podiam pensar. E Guy Montag apercebeu-se subitamente daquilo que tinha de fazer... De implicações assustadoras, a forma como reconhecemos o nosso mundo naquele que é retratado em Fahrenheit 451 é impressionante.
Opinião:
Este pequeno livro agarrou-me desde as primeiras páginas e é daqueles que permitem que se diga que para se ter uma grande história, não se precisa de um livro grande.
A premissa para este livro é fabulosa (tal como era a do 1984, embora sejam diferentes) e o autor explorou este mundo futuro de uma forma intuitiva, guiando o leitor sem o assoberbar, mas dando-lhe a conhecer (subtilmente) tudo o que era necessário saber e perceber deste mundo distópico.
O enredo em si é também muito volátil, com excelentes voltas e deixando sempre o leitor na expectativa (mesmo quanto ao final que foi fabuloso!).
As personagens não são o ponto forte do livro, mas também não são o seu ponto fraco. Tal como aconteceu com o 1984 (do George Orwell) pareceu-me que as personagens não eram 'seres' mas sim 'tipos de seres' que a sociedade em si suportava de forma autónoma. Ou seja, não me relacionei com as pessoas em si, mas com a ideia dessas pessoas e as suas crenças. Não sei se me estou a fazer entender, mas foi este o sentimento que ficou.
A prosa em si é bastante competente e o autor consegue mostrar este futuro, sem necessitar de debitar informação como se não houvesse amanhã. A forma como ele integra quase todas as informações na acção, é muito boa e manteve-me agarrada ao livro.
Para mim, o único senão do livro prende-se com os diálogos, que me soaram muito forçados e filosóficos. O que contrastava imenso com a prosa e fazia com que as conversas não fossem tão brilhantes como o resto do livro.
Em suma, este é um pequeno grande livro que deve ser lido por todos, especialmente os que gostam de livros. Foi um pouco assustador perceber como certas coisas contadas no livro, quase se traduzem para a nossa realidade. Dá que pensar.
E embora, neste artigo, eu mencione algumas vezes o 1984 do George Orwell, acreditem que não basta ler um. São bastante diferentes, embora no fundo, no fundo, também sejam bastante semelhantes. Ambos retratam uma sociedade futurista onde os pensamentos e acções das pessoas são controladas, embora o de George Orwell seja bastante mais cruel. O que quero dizer é: Leiam os dois!
Tradução, Capa, Design e Edição:
A tradução está muito bem conseguida, tanto quanto consegui perceber. A capa é bastante genérica mas não deixa de ser representativa e, permitam-me um à parte mas, quem me dera na altura ter feito a Colecção Mil-Folhas ... Tantos livros bons com uma edição competente.
terça-feira, 11 de dezembro de 2012
Mil Novecentos e Oitenta e Quatro
"Mil Novecentos e Oitenta e Quatro", de George Orwell (Antígona)
Sinopse:Segundo Orwell, «Mil Novecentos e Oitenta e Quatro» é uma sátira, onde aliás se detecta inspiração swifteana. De aparência naturalista, trata das realidades e do terror do poder político, não apenas num determinado país, mas no mundo — num mundo uniformizado. Foi escrito como um ataque a todos os factores que na sociedade moderna podem conduzir a uma vida de privação e embrutecimento, não pretendendo ser a «profecia» de coisa nenhuma.
Opinião:
Quando me preparo para ler um clássico, há um certo nível de expectativa sempre presente. No caso de "1984", por ser bastante falado e por quase toda a gente que conheço ter gostado muito dele, ainda mais isso aconteceu. Felizmente foi um daqueles casos em que a opinião da maioria se confirmou.
O enredo é envolvente, muito detalhado mas sem chegar a ser aborrecido, com cenas maravilhosas que fazem o leitor parar e pensar. As peculiaridades do mundo de "1984" são apresentadas de modo gradual, de forma a que o leitor chegue ao final com uma compreensão profunda do que se passa e de como esse mundo funciona, E é impossível não ser 'tocado' por ele, pensar nele, reflectir sobre ele.
A história tem várias reviravoltas e mantém o leitor sempre na expectativa. E aquele final ... sem palavras.
A única coisa que não gostei foi da parte em que o protagonista está a ler um livro e o livro é todo apresentado ao leitor, em texto corrido, num despejo de informação que quase foi demais.
A nível de personagens, posso dizer que não temos 'pessoas' mas 'tipos de pessoas'. Cada personagem representa um tipo de pessoa diferente, uma forma distinta de enfrentar o mundo, e dessa forma o leitor pode ver e compreender melhor o mundo em si. O autor permite-nos entrar na mente das personagens e pensar como elas, perceber as suas motivações, talvez até mesmo, deixar que elas nos influenciem de alguma forma, como fazem umas às outras.
A escrita está belíssima. Há clássicos que são maçudos, mas "1984" não é um deles. Fora a situação que mencionei anteriormente (do livro que despeja informação) todo o restante está muito bem escrito, na dose certa de informação e desenvolvimento, com uma escrita que merece a atenção do leitor. Até mesmo as deixas mais filosóficas chegam a ser brilhantes.
Em suma, este é um livro que merece sem dúvida o cunho de clássico. Um livro que faz o leitor pensar, reflectir e talvez até mesmo questionar certas coisas que acontecem hoje em dia. Uma história que não só não perdeu impacto com o passar do tempo, como ganhou. Vale a pena!
Tradução, Capa, Design e Edição:
A tradução está muito boa, embora eu não tenha lido a versão original, não notei qualquer tipo de linguagem que me incomodasse.
Gosto muito da capa da edição que tenho (no topo) e prefiro-a às mais recentes. É chamativa e representativa. Quanto ao design, está muito simples, mas bem conseguida.
Nota: A próxima leitura do Clube de Leitura de Braga será "Os Transparentes" de Ondjaki.
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