quinta-feira, 30 de abril de 2015

A Cada Dia (Every day)

"A Cada dia (Every Day 1)", de David Levithan (Topseller)

A premissa deste livro foi o que mais atenção me chamou. Uma pessoa (não identificável como homem ou mulher) que acorda num corpo diferente todos os dias. Não é intrigante?

A, como gosto de ser chamado o protagonista, é uma personagem que aprendeu a viver com a sua condição desde bebé, possivelmente desde o seu primeiro dia de vida, e por isso mesmo não se vê nem como rapaz nem como rapariga, o género é-lhe indiferente, o que acaba por ser a sua melhor qualidade.

Mas apesar da premissa e apesar do A, eu estive mesmo, mesmo, mesmo para desistir do livro, logo no início. E porquê? Porque o livro começa com a mudança, sem nos mostrar a normalidade primeiro.
Deixem-me explicar: o A supostamente viveu os seus 16 aninhos a saltar de corpo em corpo todos os dias, sem se ligar verdadeiramenet a ninguém mas desfrutando do que tinha no presente e seguindo uma série de regras feitas por si, que incluem o tentar minimizar o seu impacto na vida da pessoa cujo corpo está a habitar, ou seja, evitar conflitos e acções fora do normal para a dita pessoa.
Ora, tudo isto nos é contado de forma relâmapago, mas nunca chegamos a ver isto em acção. Nunca vemos um A que segue as regras, pois logo no início ele começa a quebrá-las todas assim que conhece a  Rhiannon.
Isto criou um fosso entre mim, enquanto leitora, e a suposta premissa de mudança. Como posso aceitar a mudança se não a li? Enfim, o insta-romance também não ajudou nada, até porque no livro todo achei a  Rhiannon uma personagem insípida.

O enredo em si é aquele que fala na sinopse e pouco mais. Embora ali no meio o A cometa um erro que só praticamente no final vai ter reais repercursões, que parecem cair um pouco do nada, sinceramente (aparece o 'inimigo' e ao mesmo tempo a 'esperança' para poder haver sequela). Mas realmente essa nem é a parte mais interessante do livro. O melhor é ver o A a tentar agarrar-se a todo o tempo que pode roubar da  Rhiannon, com isso esquecendo as suas regras todas (que, como já disse, nós nunca chegamos a ver em acção). Mas mais interessante ainda são as vidas das pessoas cujos corpos o A habita à vez. E rapidamente é notório que o autor usou este livro também como uma forma de mostrar a sua posição em relação à homossexualidade, ou melhor, à comunidade LGBT. E é interessante ver como se foca no amor que estes encontram e a felicidade que eles sentem. Não esperem ler sobre a felicidade de um casal hetero aqui. Acho que não me lembro de nenhum (ou talvez um apenas).
Ei, se outros autores podem escrever um livro só com casais homossexuais, porque não pode o David Levithan fazer o oposto?


As personagens secundárias na verdade foram as mais ricas, depois do A. A Rhiannon, que deveria ser o outro pilar da história, fica bem atrás do Nathan em termos de interesse. Parece uma folha branca em termos de personalidade. Não gostei, sinceramente, ela ia com o vento e só mostrou um pouco de iniciativa bem no fim, e mesmo assim não o suficiente porque aceitou logo o 'arranjinho' que o A fez para ela não ficar só.
Oh, e o tema da solidão amorosa é tão exaustivo aqui! Eu bem sei que os jovens pensam assim, mas
tudo se resumia a quem ficava com quem, quem ia para a cama com quem, quem amava quem. E supostamente só têm 16 anos!

Mas não quero falar mais nisso que me enerva. Por isso falo agora da escrita do autor que me deixou um pouco decepcionada. Não é má mas também não é boa. É feita para um público jovem, e isso vê-se. Não é particularmente eloquente ou evocativa. Mas houve algo que me irritou na escrita, e foi o facto de apesar de o texto estar totalmente na voz de A e de este apenas ter acesso às mesmórias das pesssoas que visitava (seu corpo), ele falar como estivesse na cabeça das pessoas à sua frente. Especialmente dos/as namorados/as. A sério! Houve ali um episódio entre duas raparigas em que ele falava como se fosse a outra. Muito mau! Eu não gosto desses saltos de proximidade que não fazem sentido na narrativa escolhida.

Em suma, A Cada Dia foi um livro que me decepcionou, de certa forma, por não aproveitar bem as suas personagens, embora tenha usado bem a premissa. Por outro lado o final foi suficientemente conclusivo para não me deixar insatisfeita. No entanto, por todas as razões aqui apresentadas não tenho intenção de ler os livros seguintes.

Sinopse:
A cada dia, A acorda no corpo de uma pessoa diferente. Nunca sabe quem será nem onde estará. A já se conformou com a sua sorte e criou regras para a sua vida:
Nunca se apegar muito. Evitar ser notado. Não interferir.
Tudo corre bem até que A acorda no corpo de Justin e conhece Rhiannon, a namorada de Justin. A partir desse momento, as regras de vida de A não mais se aplicam. Porque, finalmente, A encontrou alguém com quem quer estar a cada dia, todos os dias.

Booktrailer:

Agenda Cultural Maio 2015 - Bertrand Braga - divulgação


terça-feira, 28 de abril de 2015

Visita às Arábias - divulgação

Este mês no Clube de Leitura de Braga vamos, coincidentalmente, falar de duas obras que se debruçam sobre o Oriente:
- "Xerazade - A Última Noite", de Manuela Gonzaga
- "Habibi", de Craig Thompson (Novela Gráfica)


Apontem o dia 2 de Maio na agenda. Estejam connosco às 15 horas, para falarmos de "Xerazade - A Última Noite" e/ou às 17h30 para opinar sobre "Habibi".
Já sabem que é no sítio do costume: Bertrand de Braga (Liberdade Street Fashion - Avenida da Liberdade).

segunda-feira, 20 de abril de 2015

A Vida aos Quadradinhos - 1º Trimestre 2015

Depois de uma longa pausa, o A Vida aos Quadradinhos volta com um apanhado do primeiro trimestres deste ano (e preparem-se que vai ser longo). Espero que descubram muitas BDs e Mangas interessantes. E se tiverem sugestões, deixem-nas num comentário. :)


"A Pior Banda do Mundo (1 a 3 - volume 1)", de José Carlos Fernandes
Esta leitura surgiu no seguimento do primeiro encontro do Clube de Leitura de Braga - BD.
Há uns bons anos atrás, quando a Devir estava no seu auge de publicações, soube do lançamento do primeiro número de A Pior Banda do Mundo e, apesar de curiosa pelo seu conteúdo, esta BD nunca me veio parar às mãos. O tempo foi passando e só agora, com o relançamento em volumes de capa-dura, é que a oportunidade ressurgiu.
A Pior Banda do Mundo conta várias histórias, contidas em duas pranchas cada. As personagens são múltiplas mas repetem-se, por vezes, em histórias distintas. Tentar fixá-las pelo nome é difícil, mas pelas suas personalidades e manias já é mais fácil.
O melhor destas pequenas grandes histórias de duas páginas é que todas são críticas socias e, de certa forma, bem actuais, conseguindo pôr o dedo na ferida. Algumas são mesmo fascinantes e ficamos a pensar nelas durante uns tempos.
Uma pequena lista das minhas favoritas: O Triunfo da Entropia, As preocupações Metafísicas, O Condensador de Livros, A Última Palavra, As Estatísticas Vitais, O Lexicógrafo Implacável, Escola Superior de Faláca e Diletância, A Escrita Criativa, entre outros.
Passando então à arte propriamente dita, ou não se tratasse isto de uma banda desenhada, o que mais gostei foi a palete de cores, os tons sépia que dão mais vida às vinhetas. Por outro lado, o que menos gostei foi da inexpressividade das personagens, cujos rostos não transmitiam quaisquer emoções, salvas raríssimos casos. E, se por uma lado, isto é compreensível pela melancolia da própria história, acabava por tornar difícil distinguir as personagens pelos seus traços desenhados e não lhes percebíamos as intenções e ideias senão pelas palavras.

Em suma, gostei dos três volumes, em especial do segundo ( O Museu Nacional do Acessório e do Irrelevante) e espero em breve ler os restantes três.

"You Can't Disappear from Me - Vol. 1 a 4 (Boku kara Kimi ga Kienai)", de  Saki Aikawa
Este manga cai no erro de usar demasiados clichés , especialmente na última metade. Tem boas personagens e uma excelente química entre o casalinho principal, assim como uma arte apelativa, no entanto a história não acompanhou essa qualidade, o que foi uma pena.
Podem ler a opinião completa no Nekko-Mimi.

"The Circumstances of Our Strange Love (Boku to Watashi no Henai Jijou), de Shiro Amano
Este manga é pura diversão! Os personagens são adoráveis, o romance é super-fofo e o final é perfeito. Curtinho mas bom!
Podem ler a opinião completa no Nekko-Mimi.

"Undead", de Kazurou Inoue
Conhecendo já vários dos trabalhos deste mangaka, eu esperava algo mais. Undead tem algumas cenas engraçadas e a premissa é interessante, mas as histórias não são muito boas e não me consegui ligar a  nenhuma das personagens em especial, tirando na primeira história.
Podem ler a opinião completa no Nekko-Mimi.

"X-Men: Days of Future Past", de Chris Claremont e John Byrne
A razão porque esta é uma história clássica do Universo Marvel é óbvia, ou não fossem as repercursões enormes, no entanto custou-me muito a adaptar ao estilo comic dos anos 80, com diálogos e balões super-descritivos e repetitivos. E o mais engraçado é que mais de metade do álbum nem sequer é sobre o "Days of Future Past", mas até gostei mais da aventura no Canadá, com o regresso do Wendigo.
Foi bom conhecer esta história em BD, mas continuo a preferir a aventura no Wolverine: Dias de um Futuro Passado (publicado pela Devir no Wolverine 8 e 9, em 2000).

 “I Kill Giants – Eu mato Gigantes”, de Joe Kelly e JM (Kingpin Books)
Eu Mato Gigantes conta-nos a história de uma rapariga que, a princípio, pode parecer muito estranha: Usa orelhas de animais na cabeça, não tem amigos, passa muito tempo debaixo da mesa, recusa-se a subir ao primeiro andar de sua casa, e diz-se caçadora de Gigantes (tem inclusive um saco onde diz guardar a sua maior arma, e este está sempre fechado).
A protagonista está belissimamente bem apresentada e a história está construída de tal forma que, apesar de não ser inesperada, a revelação sobre o que se passa no 1º andar da sua casa acaba por ser surpreendente.
Houveram, no entanto, duas coisas que não gostei no enredo: o desfazamento entre os primeiros dois capítulos e os restantes; e a violência desmedida que ocorria entre a Barbara Thorson e a sua ‘rival’ na escola. Era demais!
Fora isso, adorei tudo, desde as personagens (excepto a ‘vilã’) até à forma como a história é contada. Tem o tamanho certo e desenrola-se ao bom ritmo.
Quanto à arte, tenho opiniões divergentes. Por um lado adoro o traço nas cenas mais dinâmicas: nos combates com gigantes, na representação das coisas que a Barbara vê no mundo, e melhor ainda nas cenas de medo e terror que ela sente. Mas por outro lado acho que o traço não funciona bem nos restantes casos, ou seja, nas cenas mais normais; parece apressado e descuidado.
Por exemplo, na cena do combate com o titã, o estilo brilha. Está fenomenal! Mas na escola … bem, digamos que não causa o mesmo impacto.

Em suma, I Kill Giants – Eu mato Gigantes é uma novela gráfica com uma história com a qual é fácil nos relacionarmos, que explora bem as suas potencialidades e nos dá uma protagonista bem interessante. A arte, nas cenas de acção, está fabulosa, mas nas cenas mais corriqueiras acaba por não funcionar bem. Mas não se deixem enganar por isso, pois I Kill Giants – Eu mato Gigantes é um trabalho que merece ser lido e apreciado. Recomendo!

"Black God (Kurokami) vol. 11 a 15", de Dall-Young Lim e Sung-Woo Park 
Adorei a interecção entre a Excel e a Mikami no volume 11. Outra coisa boa foi a evolução do relacionamente entre o Keita, a Kuro e a Akane. Por outro lado começa a aparecer ali um romance onde até agora este era muito frágil, por isso ainda é muito cedo para saber se gosto ou não. Uma coisa que não gostei foi do facto de mais uma rapariga ir viver com  o Keita. O harem não pára de crescer e esta rapariga é especialmente irritante. Fora isso, continua a vontade de saber como isto vai terminar.


"Sword of the Dark Ones", de Yasui Kentaro e Tsukasa Kotobuki
Um bom manga de acção, com excelententes personagens e páginas duplas estonteantes. Podem ler a opinião completa no Nekko-Mimi.

"The Wallflower (Yamato Nadeshico Shingi Henge) vol. 24 a 32), de Tomoko Hayakawa
Já há muito que esta série está demasiado cansativa e repetitiva. Testa constantemente a minha vontade de ler o final, que supostamente está tão próximo. Isto porque embora seja uma história super-engraçada, com personagens hilariantes, as piadas repetem-se até ao infinito, já tivemos pelo menos 4 Halloweens e 3 Natais desde o volume 1 e mesmo assim a autora quer-nos fazer acreditar que eles continuam todos com a mesma idade.
A verdade é que ao longo destes últimos volumes houve algum desenvolvimento das personagens mas foi tão ténue que eu estive quase para desistir. Só se aproveita 1 ou 2 capítulos por volume, o que é francamente mau. Mas eu persistirei! Quero ver o fim!

"Ressentiment vol. 4", de Kengo Hanazawa
Este manga é bastante obscuro, mas a premissa é bastante interessante: o mundo virtual sendo mais importante para o protagonista que o mundo real. A reviravolta dada no último volume é mirabolante e foi bem usada. Não posso dizer que amei a série, mas foi muito interessante e se conseguirem adaptar-se ao facto de a maiora das personagens não serem de uma beleza convencional, são capazes de dar umas boas gargalhadas, como eu fiz. O protagonista é em igual parte irritante e alguém com quem se pode empatizar facilmente, e foram realmente as personagens que fizeram o manga.

"Empowered 3", de Adam Warren
Tirando três ou quatro histórias, este volume foi bastante insignificante. A história do passado do Thugboy foi muito boa, e a da Ninjette também estava bem, assim como uma ou duas no início do volume. Mas a Emp foi a que menos desenvolvimento teve neste volume e passou o tempo quase todo em situações ridículas e repetitivas. Imagino que este volume seja de transição, porque até agora foi o mais fraco.
Mesmo assim a arte, como sempre, está absolutamente fabulosa. Linda! Tanto em cenas normais como, especialmente, as de acção. E até os capítulos arte-finalizados (coisa nova nesta BD, já que todos os desenhos são finalizados a graffite/lápis) estã muito bons.

"Três Sombras", de Cyril Pedrosa
Apesar de desconhecer por completo o trabalho deste artista, foi desde as primeiras páginas que "Três Sombras" me impressionou.
A história começa por mostrar-nos a vida corriqueira de uma pequena família que vive isolada na sua pequena quinta, na paz e harmonia do lar. Tudo isto muda quando, uma noite, três figuras surgem no horizonte e a partir daí nunca mais se afastam muito da família. As suas presenças assustam os membros da família, que se vêem impotentes perante as mesmas. E a história progride a partir daí.
E que história! Eu adorei! Fala da perda, da despedida, do amor e de como cada pessoa lida com estas coisas de forma bem diferente. A reacção da mãe é totalmente oposta à do pai e isso enriquece a história. Até mesmo as pessoas que eles vão conhecendo ao longo da viagem, para o bem e para o mal, e depois a parte final em que o pai conhece-se a si mesmo, aos seus medos e sentimentos e estes são exprimidos nas páginas de forma tão cruel. Está muito bom!
A única parte que não gostei particularmente no livro foi quando se revelou o vilão e saltamos de cena sem pré-aviso, de forma completamente abrupta e confusa. Depois a exposição do passado do 'vilão' foi um pouco extensa demais para o papel que ele teve na trama. Mas fora isso, não tenho nada a apontar.
Por seu lado a arte é lindíssima! O artista já trabalhou para os estúdios Disney e isso percebe-se na sequência de imagens, na fluidez dos desenhos e na composição geral das páginas. Este é um álbum que merece ser lido lentamente e apreciado vinheta a vinheta. Certas partes, como a no pantanal, com o velho que salva o pai e o filho, estão incrivelmente bem conseguidas, e então a cena do naufrágio ... Uau! Sem palavras! E para denotar a mestria do desenho, basta dizer (tanto quanto eu reparasse) nunca foram usados onomatopeias (sons escritos) e isso nem se notou, porque o próprio desenho evocava o som.
Um livro feito par ser visto e apreciado uma e outra vez.

Em suma, Três Sombras é uma obra magnífica, com desenhos maravilhosos e uma história tocante  que resultam num álbum que vale a pena ser lido e apreciado devagarinho.

"The Waking Dead - vol. 17", de Robert Kirkman, Charlie Adlard
Há uns tempos li muitos volumes desta série de uma assentada, de tal forma que fiquei saturada e tive de fazer uma pausa bem grande. Para dizer a verdade estava convencida que nunca mais lhe iria pegar, mas recentemente decidi que ia tentar mais uma vez e ver como corria. Realmente esta BD, para mim, não pode ser consumida em grandes doses, ou corre o risco de tornar-se nociva. É pelo facto de ser tão propensa a mortes grotescas e por seguir um ciclo vicioso de: Conflito inicial, conflito extremamente violento, vitória, pequeno rescaldo de 1 ou 2 capítulos, Conflito Incial, conflito extremamente violento, vitória, pequeno rescaldo de 1 ou 2 capítulos, e por aí em diante.
Esta última história, em especial, foi difícil de engolir, talvez porque uma das minhas personagens favoritas morreu de uma forma absolutamente estúpida e desnecessariamente gráfica (mas nesta BD tudo é gráfico até ao extremo).

"Gantz - vol. 30 a 37", de Hiroya Oku
Gantz é, desde o início, um manga bastante gráfico e com uma boa dose de violência. estes últimos volumes não trouxeram grandes surpresas mas a sequência de acção está muito boa e a ligação com as personagens cresce ainda mais à medida que os capítulos vão avançando. A exploração de divindade e religião que é mostrada nos últimos volumes é bastante interessante e o efeito dos rostos de 'Deus' = Wow!
No geral gostei muito do desfecho. A arte está soberba, como já é habitual, e a batalha final foi bem conseguida. o final propriamente dito, ou melhor dizendo: o rescaldo, foi um pouco facilitado demais, mas sinceramente se fosse outro os leitores iam ficar zangados, por isso eu vou deixar passar o cliché em branco.

"Y - The Last Man - vol. 2 a 10", de Brian K. Vaughan e Pia Guerra
A premissa para esta BD é muito intrigante: uma epidemia qualquer mata todos os mamíferos machos do planeta, incluindo todos os homens. Apenas Yorick Brown sobrevive. Ele e o seu símio.
Seguir as desventuras do Yorick pelo mundo, foi uma aventura em pêras. O rapaz atraía sarilhos que era uma coisa louca.
Esta BD tem boas personagens e sabe usá-las para avançar a trama, mas ao mesmo tempo achei que, dadas as circunstâncias, as coisas estavam um pouco facilitadas em certas ocasiões.
O que realmente mais gostei de ver nesta BD foi a degradação da sociedade assim que a calamidade ocorreu. E o seu posterior regresso a um certo nível de normalidade.
Uma coisa engraçada que reparei é que, nesta BD, toda a gente que leva um tiro ou desmaia por outro motivo, acaba por falar no seu sono e dizer coisas que as outras personagens nunca descobririam de outra forma. Achei essa tática muito fraca, sinceramente.
Por outro lado o final romântico foi muito climático e estava, fracamente, excelente, mas a consequente resolução da vida das outras personagens deixou muito a desejar. No entanto depois as últimas 3/4 páginas realmente brilharam e foram perfeitas.

**

E foram estas as muitas leituras bedéfilas do primeiro trimestre de 2015. E vocês, qual foi a melhor BD que leram este ano?

domingo, 19 de abril de 2015

::TAG:: Amo / Odeio

A Isaura do Jardim de Mil Histórias fez-me tag por isso aqui fica:

As regras da Tag são:
1. Mencionar 10 coisas que amamos e 10 coisas que odiamos;
2. Indicar 10 blogues para responder à Tag;
3. Clocar a imagem da Tag no post;
4. Colocar o link de quem nos indicou.

10 coisas que amo:
1  Família
2 Livros
3 Animais
4 Natureza
5 Amigos
6 Chocolate
7 Escrever
8 Desenhar
9 Uma boa história
10 Sorrisos verdadeiros

10 coisas que odeio (embora eu não goste da palavra odiar e muito raramente a use):
1 Guerra
2 Ciúmes / Inveja
3 Ganância
4 Corrupção
5 Que maltratem quer seres vivos (incluindo animais) quer a terra
6 Pessoas hipócritas
7 Touradas
8 Editoras que começam séries e depois não as acabam
9 Que os livros em Portugal sejam tão caros (em comparação com o salário mínimo)
10 Spoilers!

E dito isto já me devem conhecer o suficiente para saber que eu não vou fazer TAG a ninguém. Por favor, quem gostar, está à vontade para responder à TAG e deixar o link num comentário, se gostar.

Terminos por agradecer à Isaura do Jardim de Mil Histórias. Boas Leituras!

sexta-feira, 17 de abril de 2015

::Conto:: The Eleventh Metal

"The Eleventh Metal (Mistborn 0,5)", um conto de Brandon Sanderson

Li este conto já depois de terminar a trilogia Mistborn (e antes de saber que afinal a trilogia agora passou a ter 7 livros O.o). Mas deixando isso de parte por agora, até porque parece que os restantes 4 livros estão bastante distanciados dos primeiros três, passo à opinião relativa a este pequeno conto, que ocorre algum tempo antes do início do primeiro volume da série Mistborn.
Kelsier é aqui o personagem central, pouco mais de 3 meses depois de ter adquirido os seus poderes de Mistborn. Tudo se passa durante um treino com o seu mentor que é, definitivamente, uma personagem muito caricata e que, tem muita ligação com algo que os leitores só descobrirão no terceiro livro (quase no final), o que o torna ainda mais interessante.
Kelsier aqui, pelo menos no início, está bem diferente de como o vemos no primeiro volume da série, o que é perfeitamente justificável, dado o que se passou 3 meses antes (a morte da Mer, e isto não são spoilers porque diz mesmo no conto). Isto fez com que a história se tornasse ainda mais interessante e permite ao leitor conhecer um pouco melhor o Kelsier e o que o motivou a fazer o plano mirabolante que mais tarde se pode ler no "Império Final".
Por isso, e pela introdução do seu mestre, que é uma personagem bem intrigante, o conto vale bem a pena ler, por qualquer fã da série. E acredito que possa ser um bom ponto de partida para quem não a conhece ainda.

Podem ler o conto, gratuitamente, AQUI. E quem sabe não descubram que talvez Mistborn seja uma boa série também para vocês.
P.S.: Estou a trabalhar nas opiniões dos três livros da série e espero colocá-las no blog nos próximos dias. Estejam atentos!

Sinopse (inglês):
"This story was written specifically for the Mistborn Adventure Game, a tabletop RPG. Please keep in mind that the story was intended to help a GM bring his players up to speed on the world if they haven’t read the books. There are a few goodies for those who want to know more about Kelsier, but this story is not meant to stand wholly on its own."
~ Brandon Sanderson.

sexta-feira, 10 de abril de 2015

Viagem Literária - divulgação

A Porto Editora prepara-se para arrancar com uma iniciativa muito interessante: Uma Viagem Literária pelo país (incluindo Madeira e Açores, e excluindo Lisboa e Porto (por serem já pólos de grande divulgação literária)).
Neste Viagem Literária, que visitará 18 cidades durante 18 meses, estarão dois escritores à discussão.
A ideia é levar a cultura literária às zonas menos abrangidas pela divulgação literária, e incitar o gosto pela leitura.
Parece-me bem! E vocês?



Esta viagem começa em Bragança, já a 25 de Abril, com a presença de Luís Sepúlveda e Valter Hugo Mãe, moderado por João Paulo Sacadur. Saiba mais no SITE.

Nota: Espero que aproveitem estas iniciativas também para divulgar nomes literários menos conhecidos e não se fiquem só pelos que já têm nome na praça (embora entenda sejam estes que chamam o público)

quinta-feira, 9 de abril de 2015

Google Hangout com Jim Butcher - divulgação

Este ano a EuroSteamcon Portugal vai ser organizada pel' A Corte do Norte que tem o prazer de anunciar que no próximo dia 7 de Maio, uma sexta-feira, pelas nossas 20h, iremos organizar um Google Hangout com o escritor Jim Butcher!

Neste Google Hangout iremos falar sobre steampunk e o novo livro do escritor, THE AERONAUT’S WINDLASS, o primeiro livro da série The Cinder Spires, que irá sair a 29 de Setembro deste ano. Toda a gente poderá assistir e contribuir com perguntas no chat que estará disponível na altura, mas convidamo-los desde já a deixarem as vossas perguntas nos comentários, ou a enviarem-nas para o mail da Corte: steamnorte@gmail.com.

Mais informação no site da Corte do Norte *Evento no Facebook.

 (o texto acima divulgado foi retirado da Corte do Norte)

Vocês sabem que eu já li vários livros do autor Jim Butcher, por isso foi com agrado que soube que está prestes a lançar uma série steamun. Este Google Hangout vai ser uma boa oportunidade para os fãs e também para os que desejam conhecer um pouco melhor o seu trabalho. Não percam!

sexta-feira, 3 de abril de 2015

De Rugas e Morte - divulgação

Amanhã em discussão, no Clube de Leitura de Braga:
- "A Morte de Ivan Ilitch", de Lev Tolstoi
- "Rugas", de Paco Roca


Já sabem, no sítio do costume: Bertrand de Braga (Liberdade Street Fashion - Avenida da Liberdade.

Leituras e Compras de Março 2015

Vídeo das leituras e compras literárias do passado mês de Março.


Leituras:
- "Beautiful Ruins (A Bela Americana)", Jess Walter
- "Por Mundos Divergentes", Ana C. Nunes, Nuno Almeida, Pedro G.P. Martins, Ricardo Dias, Sara Farinha
- "Anna Dressed in Blood", Kendare Blake
- "A Trilogia de Nova Iorque", Paul Auster
- "Fairest", Marissa Meyer
- "A Morte de Ivan Ilitch", Lev Tolstoi
- "Gantz - 30 a 37", Hiroya Oku
- "Três Sombras", Cyril Pedrosa
- "Y - The Last Man - 2 a 10", Brian K. Vaughan, Pia Guerra
- "Dança do Corvo", Vitor Frazão
- "Monociclo", Vitor Frazão

Compras:
- "À Lareira - Volume 1", José Viale Moutinho
- "Três Sombras", Cyril Pedrosa
- Dicionário Escolar de Alemão-Português, Português-Alemão

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