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quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Memórias de Sherlock Holmes 1

"O Problema Final, O Paciente Internado, O Enigma de Reigate, O Corcunda (Memórias de Sherlock Holmes I)", de Sir Arthur Conan Doyle (Global Notícias, Publicações)

Sinopse:
As Memórias de Sherlock Holmes incluem originalmente onze contos de histórias do detective Sherlock Holmes, publicados em 1894. Os contos foram divulgados pela primeira vez na revista Strand Magazine, nos anos de 1892 e 1893. Neste primeiro livro de memórias estão reunidos O Problema Final, O Paciente Internado, O Enigma de Reigate e O Corcunda.

Opinião:
Este foi o meu primeiro contacto literário com o detective mais famoso de todos os tempos: Sherlock Holmes.

O Problema Final
 Logo desde o início gostei da "voz" do Watson e por isso todo o conto foi contado de forma a que a leitura se tornou bem interessante. No entanto, o extenso diálogo do Sherlock, no momento em que explicava ao seu fiel amigo o que lhe tinha ocorrido desde o momento em que descobriu o seu "arqui-inimigo", foi ... não chato, mas pouco natural. Não houve pausas no diálogo, e as situações e segundos diálogos foram narrados como se fossem prosa e não como se o detective estivesse a contar algo que se tinha passado com ele. Muito estranho, embora não estivesse aborrecido.
Outra coisa que me deixou algo decepcionada, foi o facto de nunca nos ser revelado o que, exactamente, o "vilão" tinha feito, ou sequer como ele tinha chegado a descobrir o Holmes no final. Ou seja, embora o desenrolar tenha sido interessante, o "recheio" ficou um pouco perdido.

O Paciente Internado
Os pontos positivos e negativos foram os mesmos do conto anterior, e, ou muito me engano, ou esta e mesmo a forma como os contos de Sherlock Holmes são contados. A prosa está muito cativante, e o poder de observação do detective continua a ser exemplar (mesmo nos dias de hoje), mas o facto de não nos ser dito como ele foi capaz de descobrir a verdade sobre a quadrilha, é um "balde de água fria" no leitor.

O Enigma de Reigate
Embora tivesse conseguido adivinhar a solução para este caso a meio do conto, a verdade é que este está mais bem conseguido que os anteriores, pois apresenta-nos todos os factos e deixa que o leitor, ao mesmo tempo que o Holmes, vá descobrindo o que se passou.

O Corcunda
À semelhança do anterior, também este adivinhei antes do desfecho, porque os dados nos foram dados na medida certa. No entanto, mais uma vez, o autor usou e abusou dos diálogos para narrar algo que poderia ter exposto de outra forma mais natural. Não que isso seja mau, pois consegue ainda assim motivar a leitura, mas é estranho e anti-natura.
Confesso que só no final percebi a que se referia "David" e foi um toque inteligente.

Em suma, um livro pequenito, que se lê num instante, mas que demonstra porque este é o detective londrino mais famoso de sempre. Recomendo!

Tradução:
À excepção de um dois erros, o trabalho de tradução está impecável.

Capa, Design e Edição:
A capa mostra-nos a cidade londrina, o que é natural quando se fala do detective, mas que mostra algum descuido no facto de ser uma foto relativamente actual, com carros e tudo.
A impressão está bem delimitada e as margens permitem uma leitura agradável, assim como a letra e tamanho escolhidos. O problema foi o papel, que era tão fino que deixava antever a tinta do outro lado da página. Isto não foi muito impeditivo, mas exigiu alguma "ginástica" especialmente quando foi lido com luz fraca.
Uma nota negativa para o facto de não estar mencionado, em nenhum lado, quem é o/a tradutor/a.

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Herbert West: Reanimador

"Herbert West: Reanimador", de H.P. Lovecraft (Edições Quasi)

Sinopse:
Uma perturbante história sobre as experiências excêntricas e secretas de um médico em busca da solução química para reanimar a vida humana. nesta busca, Herbert West faz diversas tentativas com cadáveres frescos e obtém os resultados mais inesperados e aterradores.

Opinião:
Este pequeno livro contém, entre as suas poucas páginas, uma noveleta (ou será conto) e dois contos relativamente pequenos.
Vamos por partes, então.

Herbert West: Reanimador
Apesar das sucessivas e extenuantes repetições narrativas no início de cada capítulo (que na veradde amontoavam a quase metade de cada capítulo), esta noveleta foi veraddeiramente interssante e manteve-me uma leitora atenta durante todas as páginas. A escrita está simplista, mas muito bem conseguida, de forma que, embora não pregue veraddeiros sustos, consegue intimidar e deixar o leitor com a cabeça cheia dos verdadeiros horrores que West 'trouxe à vida'.
Assim sendo, foi uma leitura muito interessante, nada datada e muito bem transmitida, mas que teria ganho com menos repetições abusivas.

Celephais
Com uma prosa estimulante, este conto peca por uma certa previsilidade. Mas como é curto e as suas descrições criam imagens vivas na mente do leitor, é uma história que não chega a aborrecer.

A Oliveira
Gostei do tom fábula/lenda deste conto, mas confesso que fiquei muito bem sem perceber o final pois nada explicou realmente o que se passou, e nem o 'fazer assumpções' terá grande efeito neste caso bizarro. E acho que a narrativa teria ganho mais com alguma profundidade extra.

Em suma, foi uma leitura muito interessante e que não me importarei de repetir no futuro, este foi o meu primeiro contacto com um dos grandes nomes dos contos de horror, e pretendo voltar a este grande autor muito em breve, pois adorei a escrita deste.

Tradução (Isabel Rocha), Capa e Edição:
Sem lacunas que eu notasse, uma tradução bastante boa (à excepção da "galera" que eu tive que ir pesquisar para saber o que era, mas bem ... isso é falta de cultura da minha parte e nada tem a ver com o excelente trabalho da tradutora).
A capa está em sintonia com o resto da colecção, e a cor amarela é bastante chamativa (embora pouco tenha a ver com o conteúdo).
Quanto à edição, e embora o papel seja relativamente fino, o livro parece relativamente durável. O design interior é do mais simples que há, mas funciona bem.

sábado, 9 de outubro de 2010

Por Treze Razões

"Por Treze Razões", de Jay Asher (Editorial Presença)

Sinopse:
Naquele dia quando Clay regressou da escola, encontrou à porta de casa uma estranha encomenda com o seu nome escrito, mas sem remetente. Ao abri-la descobre que, dentro de uma caixa de sapatos, alguém colocara sete cassetes áudio, com os lados numerados de um a treze. Graças a um velho leitor de cassetes Clay prepara-se para ouvi-las quando é sobressaltado pela voz de Hannah Baker de dezasseis anos, que se suicidara recentemente e por quem ele estivera apaixonado. Na gravação, Hannah explica os seus treze motivos para pôr fim à vida, que a cada um deles correspondia uma pessoa e que todas elas iriam descobrir na gravação o seu contributo pessoal para aquele trágico desfecho.

Opinião:
Ao ler este livro, recordei-me um pouco do que senti ao ler o "Sorte" da Alice Sebold. Ou seja ... uma completa e total apatia.
Eu sei, parece cruel, até atroz. Mesmo para mim, é isso que parece, especialmente quando o livro supra mencionado é um relato cru e biográfico da violação da autora. Mas estaria a mentir se dizesse que consegui empatizar com a Alice Sebold, porque a forma como ela descreveu todo o livro, era de um afastamento gelado que me impedia de sentir algo para além de nojo. O mais completo nojo.
Este "Por treze razões" não é um relato auto-biográfico. É ficção. Mas o tema, por si só, tinha potencial para me fazer chorar rios de lágrimas. E eu nem uma verti ...
Por um lado sinto-me como se fosse uma insensível, mas por outro sei que a culpa não é minha, nem sequer do meu estado de espírito. É o livro que não tem o impacto que deveria ter.
A Hannah Baker está longe de ser uma personagem que inspire piedade. Está certo que lhe aconteceram coisas horríveis, e também sei que são as pequenas coisas, que acumuladas em cima umas das outras, que levam a actos como o dela. Mas, sem querer ser objectiva demais, metade das coisas que lhe aconteceram foi porque ela deixou, porque ela era fraca e eu não consigo simpatizar com uma personagem assim.
No fundo acho inverossímil que uma personagem que é fraca e não consegue defender-se das situações que a deixam incomodada, tenha o discernimento de gravar 7 cassetes a deitar as culpas do seu suicídio aos outros.
Não lhe tiro realismo, porque não são poucos os suicidas que, no seu "caminho" para a morte, se certificam que os que vivem se tornam tão ou mais miseráveis que eles. Por isso nem é o facto de ela gravar as cassetes que parece estranho. O que parece estranho é que as acções dela não condizem com isso. Já para não falar que não me parece que uma pessoa com tendências suicidas vá fazer "piadas" sobre isso. Os suicidas são pessoas deprimidas, perdem todo o sentido de humor, por isso quando a primeira cassete começa com uma graçola, eu perco esperanças.


Eu queria muito gostar deste livro. Aliás, gostar é a palavra errada. Eu queria muito chorar (rios e rios de lágrimas) com esta leitura. Pois sabia que se isso não acontecesse, era muito mau sinal.


Não simpatizei com a Hannah Baker, mas felizmente o Clay foi uma personagem bem interessante de seguir. As reacções dele, há medida que ouvia as cassetes, foram constrangedoras e verdadeiras. Senti apertos no coração em certas cenas que a Hannah descreveu. Cheguei a imaginar coisas horríveis, que infelizmente mais tarde chegaram mesmo a acontecer, mas quando chegamos ao 12º culpado, eu passei a odiar a Hannah Baker. Só entenderá o que eu quero dizer, quem ler o livro, mas deixem-me dizer isto: Ela perdeu todo o respeito que tinha por si mesmo, e isso é normal na situação, mas o que ela fez, ou aliás, o que ela deixou que lhe fizessem, tirou toda e qualquer piedade que tinha por ela. Simplesmente deixou-me mal disposta.


A história está bem empregue, muito bem estruturada e de um realismo sufocante. Acho que ninguém pode ler isto e dizer "isso nunca aconteceria", porque na verdade acontece ... todos os dias, infelizmente. É esta realidade que faz com que este livro me fique na memória. Pela sua franqueza, pelo facto de não andar com rodeios. A forma como a história é contada, é inteligente e original, se bem que por (raras) vezes algo forçada.


As personagens são interessantes, mas quase todas desaparecem da memória rapidamente, há excepção do Clay e da Hannah, mas ambos por razões bem diferentes. E já que falo nestes dois, posso dizer que, tendo em conta a personalidade da Hannah (que foi extremamente bem retratada) eu não acredito que ela colocasse o Clay na lista pelas razões que ela mencionou. Sendo ela quem era, culpá-lo-ia por a deixar só naquela noite, por ele não ter tido coragem de falar come ela antes, e por uma outra infinidade de pequenas coisas que parecem sem grande importância. Afinal, foi isso mesmo que ela fez com os restantes. Assim sendo, a história do Clay, aos olhos dela, não parece minimamente credível. Desculpem, mas é a verdade.


Em suma, foi uma história com um certo nível de interesse que me deixou indisposta e com as entranhas às voltas, mas que não conseguiu ter o impacto sentimental que se esperaria de uma história com esta premissa. A escrita estava simples (por vezes até demais), mas acessível e integrada na idade das personagens. Os dois principais estiveram extremamente bem desenvolvidos, e os restantes também, mas não de uma forma semelhante ou tão fulcral como seria de esperar.
Recomendo, a quem não se importe de ler verdades cruas e que não tenha medo de descobrir que, são as pequenas coisas que às vezes têm os efeitos mais nefastos na vida dos que nos rodeiam. Até as coisas mais insignificantes podem pôr a rolar uma bola de neve, que em breve ficará tão grande que o seu peso será insuportável.


Tradução (Alice Rocha):
Dois livros seguidos com traduções que deixam muito a desejar, é azar! E não se percebe porquê já que a tradutora deste livro parece ter muita experiência (J.K. Rowling, Nicholas Sparks, Ken Follet). De onde vieram tantas más expressões, então?
Traduzir "If I even tried to utter a single word, I would have lost it. Or had I already lost it?" para "Se tivesse proferido uma palavra que fosse, tê-lo-ia perdido. Ou seria que já o perdera?" (pág. 177) - É de uma atrocidade indesculpável. Desculpem-me, mas é!
E quem é que diz "Acho que aquele rapaz te está a galar." - Galar? A sério? Por favor ...
Confesso que, por várias vezes, torci o nariz à tradução. Havia capítulos inteiros em que nada surgia de mal, mas depois aparecia algo alienígena no texto, que me dava comichão.
Lamento, mas a tradução neste livro não está aprovada, de todo.

Capa (Filipa Costa Félix), Design e Edição :
Gosto muito desta capa porque a cassete representa bem um pouco do que é a história, mas a cor (turquesa) pode indiciar um livro "feliz" quando este não o é.
Gostei bastante da paginação do livro, pequenita e no cantinho lateral, fazendo-me lembrar as cassetes (não sei bem porque fiz esta associação). 
De mal só achei que tinha o tamanho dos capítulos. Muito longos, a maioria deles, mas isso não tem a ver com a edição. Só achei que deveria deixar aqui uma notinha.

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Ódio

"Ódio (Ódio 1)", de David Moody (Editorial Presença)

Sinopse:
Todos os dias, Danny McCoyne sai de casa para um emprego que apenas tolera por ter de assegurar a sua sobrevivência e a da sua família. Mas em breve este homem vai descobrir o que verdadeiramente significa sobreviver. De um momento para o outro, começam a ocorrer um pouco por toda a parte cenas de violência extrema. Sem que ninguém saiba explicar porquê, qualquer transeunte normal pode tornar-se de repente um assassino impiedoso que ataca aleatoriamente. À medida que esta estranha epidemia vai alastrando, Danny sente-se na obrigação de proteger a família - mas como quando já não pode confiar em ninguém, incluindo em si próprio…?

Opinião:
Quem me conhece, sabe que eu adoro o género do horror. Estranhamente poucos livros li neste género, muito por culpa dos poucos que li não terem sido muito compensadores.
Quando pego num livro de horror espero apanhar sustos e ser surpreendida. Não me importo que tenha violência (desde que não seja extrema), e dependendo da história, esta até é aconselhável, mas claro, uma história de horror que se baseie quase exclusivamente em cenas nojentas, não vai ter grande sucesso comigo. É tudo uma questão de equilíbrio.

Este "Ódio" usou bastante da violência, embora não de forma desproporcional. Infelizmente pouco uso fez do susto e da surpresa, o que fez com que o meu "grau de divertimento" fosse menor.

Dividido por dias da semana, no início de cada "parte" temos a descrição de uma cena de violência extrema que parece não ter explicação para os que a elas assistem. Aos poucos vamos percebendo que os "odiosos" agem por medo pois são assolados por um sentido extremo de auto-preservação, sem distinção entre quem antes era seu amigo ou inimigo. Só poupam aqueles que são como eles. os que mudaram. Todos os outros são uma ameaça e por isso devem ser eliminados, nem que sejam esposos/as, filhos/as, pais, amigos/as.
Esta vertente acabará por nos ser contada na primeira pessoa, e o que poderia ter sido uma viagem elucidativa e potente à mente destes "odiosos" acaba por ser apenas ... algo amena.
Infelizmente não acho que a história, neste ponto, tenha ganho com a perspectiva na primeira pessoa, pois chegamos ao fim do livro sem saber o que se passa na realidade.
Certo é que percebemos o que lhes passa pela cabeça, e isso sim está bem conseguido, mas nada nos é explicado sobre como realmente as coisas chegaram ao ponto em que estão. Temos apenas um político a dizer que "deve ter a ver com a genética e coisa e tal" (é mesmo isso que ele diz. não nestas palavras, mas com o mesmo significado).
Percebo que o autor queira deixar o terreno aberto para os livros seguintes, mas é frustrante para o leitor chegar ao fim do livro a saber pouco mais do que sabia no início.

O que mais gostei nesta narrativa foi a vida quotidiana do Danny. A sua vida profissional, igual à de tantas outras pessoas aborrecidas e descontentes com os seus empregos. A sua vida amorosa, ainda apaixonada mas encurralada pelos três filhos. A vida familiar, sufocada pelos filhos, que ele parece amar tanto quanto, por vezes, parece querer ver-se livre deles. Este sem dúvida foi um ponto alto do livro. Muito real e no qual, acredito, quase todos se poderão rever nem que por um só momento.
Mas também aqui há momentos algo aborrecidos. No início do livro, a exaustiva descrição do local do trabalho e dos seus colegas pareceu-me desnecessária. Uma visão mais curta teria sido suficiente pois nada do que poderia ter surgido lá, chegou a acontecer. Por exemplo, estava a contar que ele e a chefe se metessem numa luta, já que o autor lhe deu tanta importância no texto, mas ela quase deixou de ser mencionada depois das primeiras páginas. Ou seja, perda de tempo narrativo (ou estaria a tentar desviar a atenção do leitor?).

Uma coisa que me fez muita impressão nesta história foi o facto de nem por uma vez alguém ter levantado um dedo para ajudar quem estava a ser atacado. Uma vez!
Gosto de acreditar que a humanidade nunca agiria dessa maneira, mas quem sabe?

Em suma, foi uma leitura interessante, que tinha potencial para muito mais, e que sem dúvida deixa expectativas quanto à continuação, embora possa ser lido como um volume único sem quaisquer problemas. Infelizmente, sem a continuação o mistério dos "odiosos" permanece por desvendar, o que é uma decepção.
Achei que poderia ter recorrido mais ao susto e menos ao gore. A voz na primeira pessoa podia e devia ter sido mais bem aproveitada, de forma a que o leitor realmente conseguisse entrar na pele do narrador, coisa que não aconteceu.
Ainda assim vale a pena, pela ideia, pela forma como é contada e pelas personagens, que são muito "nossas conhecidas". Todos nós conhecemos um Danny, ou mais ainda, somos um Danny. Aqui as pessoas parecem genuínas, o que torna tudo isto ainda mais "real" e consequentemente assustador.

Tradução (Saul Barata):
Antes de mais, pareceu-me que um título mais adequado teria sido "Odiosos" (nome dado aos que começam a agir de forma estranha) e não ódio, pois quanto muito o sentimento mais presente neste livro é o "medo". Mas claro, essa é a minha opinião pessoal.

Não posso dizer que há erros na tradução, porque poucos há (um ou dois, que tenha reparado). O problema é que as palavras escolhidas para os primeiros capítulos não são as melhores. Tive oportunidade de ler o primeiro capítulo em Inglês (língua original) e notei logo a diferença. Mas mesmo antes disso dei por mim a "torcer o nariz" ao texto em português.
Felizmente esta estranheza durou +/- até à página 100, porque a partir dai, ou eu me adaptei à escolha das palavras ou elas começaram a ser mais naturais.
Por isso cheguei ao fim sem voltar a "torcer o nariz" e só acho que a primeira parte precisava de uma nova revisão, pequena, mas que ajudaria muito a deixar o texto fluir.

Edição:
Gostei muito do design interior do livro, embora fizesse uso das "famosas" gotas de sangue, não deixou de fazer "vista" ao livro e à edição. Foi bem escolhido e deu um toque mais único ao volume.
A capa (de David Moody), embora em concordância com a original, não se distingue muito de outras duas que a Presença publicou nos últimos meses e cuja capa é branca com esguichos de sangue a vermelho.
Acho que um pouco mais de individualismo teria feito muito bem a este livro, até porque corre o risco de confundir os leitores dos outros dois livros ("A sociedade de sangue" e "O ano dos desaparecimentos") e induzir em erro sobre uma possível continuação.
Gostei da citação na contracapa: "O inferno são os outros", de Sartre. Uma frase que diz muito, mas se calhar teria sido mais interessante colocar algo que o próprio autor tivesse escrito.

Nota: Recebi este livro num passatempo do Refúgio dos Livros, cortesia da Editorial Presença.

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Mockingjay

"Mockingjay (Os Jogos da Fome 3)", de Suzanne Collins (ainda não publicado em Portugal)

Sinopse:
Contra todas as expectativas, Katniss Everdeen sobreviveu Os Jogos da Fome duas vezes. Mas agora que ela está fora da sangrenta arena, ela ainda não está a salvo. A Capitol está furiosa. A Capitol quer vingança. E quem é que eles pensam que deve pagar o preço pela rebelião?
Katniss. 
Mas pior do que isso é que o Presidente Snow tornou bem claro que mais ninguém está a salvo. Certamente não a família da Katniss, ou os seus amigos, e muito menos as pessoas do Distrito 12.

Opinião:
Não há palavras para descrever o quão decepcionada fiquei com este livro. Nunca pensei que depois de dois livros que amei, encontrasse um terceiro que me deixou mais que insatisfeita.

O que mais pesou nesta minha "decepção" foi o desenvolvimento das personagens. Não a falta dele, mas o que este implicou:
- A Katniss deixou de ser uma rapariga dura e inteligente, para passar a ser uma marioneta, incompetente, choramingas, que se achava com o peso do mundo nas costas.
- O Gale, bem ... o Gale nem se fala.  Completamente díspar do que tinha conhecido dele nos livros anteriores (que em verdade tinha sido muito pouco). A felicidade de ter um livro em que ele aparecia em todos os capítulos, foi de pouca dura, pois ele mostrou ser um "soldadinho" sem escrúpulos, capaz de uma frieza em combate, que me deixou mal disposta e que não condisse com o que nós conhecíamos dele.
- O Peeta ainda foi o que se manteve mais fiel a si mesmo, pois mesmo depois do tudo pelo que passou, ele manteve-se coerente (se bem que um pouco mais louco).
- Das restantes personagens, só o Finnick e a Primm ficaram na memória, pois os restantes eram tantos mas tantos novos nomes, que eu acabava confundida.

Outro ponto bem negativo foi a escolha da autora em falar constantemente nos sonhos e pesadelos. Que eu me lembre ela nunca foi tão insistente nisto nos livros anteriores, e neste chegou a ser cansativo pois de cada vez que a Katniss dormia, lá íamos nós para uma descrição do sonho que na maioria nem tinha grande significado. Falta de imaginação? Quem sabe ...
Mais outra coisa que me incomodou foi o final da guerra. A autora contou-nos tudo numa monotonia que quase chegou a parecer surreal. Estava a ler, mas era como se não estivesse. Aborreceu-me! Parece que estavam com pressa em despejar informação, de tal forma que não transmitiram emoção nenhuma, mesmo depois da morte tão “emotiva” de uma certa personagem.
Felizmente as cenas entre a Katniss e o Snow foi bem entregue e surpreendente, o que deu alguma dinâmica a um capítulo insípido e sem força.

Uma coisa que até apreciei foi o facto de, de forma ainda mais intensa que nos livros anteriores, Mockingjay fazer-me pensar no poder e influência que a televisão tem sobre as pessoas.A maneira como a autora usou esta verdade durante os três livros, foi muito bem conseguida. Mas em contrapartida, a constante menção das gravações e das roupas e das preparações, etc., chegou a ser irritante.

Outro ponto a favor, foi a perspectiva sobre a guerra e como esta é feia, cruel. Um jogo onde todos usam de todos, em que ninguém é verdadeiramente "bom" e nunca se sabe quem nos vai apunhalar pelas costas. Também o facto de a guerra alterar de forma significativa a maneira como as personagens encaram a vida, foi bem arquitectada, mas no caso da Katniss, foi puro exagero. Ela perdeu-se totalmente enquanto personagem com carisma, como anteriormente tinha mostrado ser.


* Daqui para baixo há spoilers, por isso quem ainda não leu este terceiro e último livro, é aconselhável não prosseguir. *

A Katniss irritou-me bastante neste livro, especialmente no facto de achar que tudo era culpa dela, que toda a gente que morria era por ela. Que nervos! Ela perdeu toda a “força” que a caracterizara nos livros anteriores, tornando-se uma “coitadinha” irritante.
Eu nem consigo acreditar que ela, que estava sempre a queixar-se que todas as mortes da guerra eram todas culpa sua, teria a frieza de matar o Peeta, depois de tudo o que ele fez por ela. Não foi uma, nem duas, mas muitas vezes que ela pensou e quase matou o rapaz e o mais irritante era que ponderava fazê-lo para salvar a própria pele! E depois ainda teve o desplante de dizer ao Peeta que eles se defendiam um ao outro. Pois sim ...

A decisão final da Katniss em relação ao Snow, foi de certa forma surpreendente, mas o que se seguiu foi de certa forma ridículo. Quem ficaria meses e meses enfiado numa cozinha, sem tomar banho, pensando no suicídio mas sem nunca o chegar a fazer? Se ao menos ela tivesse a coragem para se matar, teria sido mais convincente.
E por falar em mortes, quase nem acredito que os três tenham sobrevivido. Pareceu tão ... forçado. (E o pobre do Finnick foi desta para melhor, e a coitada da Primm.)

*Fim dos spoilers. *


Em suma, este livro não me encheu as medidas e só lhe dou os pontos que dou, porque não aborreceu e porque teve uma perspectiva bem fria e realista da guerra, mas enquanto final de uma saga que adorei, falhou em todos os aspectos. Infelizmente não posso dar-lhe o valor que não merece, pois sei que havia lugar para muito mais.
Pareceu-me que este livro foi apressado e não pensado como merecia. Havia tanto potencial!
Já o final foi ... fofo. E acreditem, isso não é um ponto a favor.

Capa (Tim O'Brien):
Não sou uma fã das capas da saga, mas na senda das anteriores, esta consegue sem dúvida ser a melhor. E o azul também ajuda (adoro azul).
Infelizmente, não tem muito a ver com o livro, conseguindo este ser o mais "negro" de todos três. O Azul dá uma sensação de paz e serenidade que este livro, no seu interior, não tem.
Contudo não posso deixar de dizer que as três capas têm uma lógica e significado irrevogáveis, o que resulta numa sequência e consistência excepcionais para a saga.


Assistam abaixo o vídeo em que a autora lê um excerto do primeiro capítulo do livro (quem ainda não leu o "Catching Fire (Livro 2)" é desaconselhado a assistir a este vídeo):

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Os Homens que Odeiam as Mulheres

"Os Homens que Odeiam as Mulheres (Millennium 1)", de Stieg Larsson (publicado pela Oceanos) - página oficial em português

Sinopse:
O jornalista de economia MIKAEL BLOMKVIST precisa de uma pausa. Acabou de ser julgado por difamação ao financeiro HANS-ERIK WENNERSTÖM e condenado a três meses de prisão. Decide afastar-se temporariamente das suas funções na revista Millennium. Na mesma altura, é encarregado de uma missão invulgar. HENRIK VANGER, em tempos um dos mais importantes industriais da Suécia, quer que Mikael Blomkvist escreva a história da família Vanger. Mas é óbvio que a história da família é apenas uma capa para a verdadeira missão de Blomkvist: descobrir o que aconteceu à sobrinha-neta de Vanger, que desapareceu sem deixar rasto há quase quarenta anos. Algo que Henrik Vanger nunca pôde esquecer. Blomkvist aceita a missão com relutância e recorre à ajuda da jovem LISBETH SALANDER. Uma rapariga complicada, com tatuagens e piercings, mas também uma hackerde excepção. Juntos, Mikael Blomkvist e Lisbeth Salander mergulham no passado profundo da família Vanger e encontram uma história mais sombria e sangrenta do que jamais poderiam imaginar.

Opinião:
Devido às muitas críticas positivas que este livro tem recebido, eu tinha as expectativas altas, embora tente sempre entrar numa nova leitura de forma imparcial. O que eu queria deste livro era um bom mistério que me deixasse agarrada e que me surpreendesse.
Infelizmente, não foi bem isso que recebi.

A coisa que mais me incomodou e que menos me incentivou a ler mais compulsivamente esta história, foi a quantidade de despejo de informação (info dump) que foi passada na primeira metade do livro. Era algo que me dava arrepios. Demasiadas explicações, diálogos longos e aborrecidos sobre uma infinidade de pormenores que me cansavam enquanto leitora.
Claro que compreendi a necessidade de muita dessa informação, mas também houve muita coisa altamente desnecessária, sem que fosse necessário contar tudo até ao mais ínfimo (e irritante) pormenor.
Por várias vezes ponderei abandonar a leitura, mas como tinha lido algures que o final era totalmente imprevisto, segui a leitura, por vezes num desinteresse tal que me perguntava porque estava a dar-me ao trabalho de ler um livro de 544 páginas, cuja primeira metade me demorara, nada mais nada menos que 17 dias a ler (isto pareceu-me uma eternidade comparada com os 6 dias que demorei a ler o resto, e que ainda assim foi bastante tempo).
Felizmente, depois de passar o meio do livro, as coisas começaram a encarreirar-se (ou seria eu que já estava ambientada com o estilo do livro) e daí foi um saltinho até ao final. Confesso que a segunda parte redimiu de certa forma a impiedosa primeira parte.

A nível de personagens, devo dizer que achei que os dois protagonistas foram muito bem expostos e explorados, mas não gostei de nenhum dos dois. XD
O Mikael, embora fosse dos dois o meu favorito, é um homem que me irrita até um certo ponto porque é um mulherengo que faz com que todas as mulheres se derretam a seus pés. Felizmente é um homem também muito integro e aprendi a apreciá-lo enquanto "ser humano".
Já a Lisbeth, que sempre se mostrou uma personagem bastante única, cometeu alguns erros injustificados. Como é que alguém tão inteligente (como supostamente ela é) conseguiu ser tão ingénua? Afinal quem é que, depois de ser mordida por um cão feroz, entra de livre vontade na casota do cão? Que estava à espera? De ser lambida? Era óbvio que na segunda vez o cão não se limitaria a morder. A ingenuidade (e estupidez) dela irritou-me! (desculpem lá a comparação, mas não quero estragar a festa a quem não leu o livro)
Escusado será dizer que lhe fiquei com algum "pó". Não gostei dela, embora não desgoste totalmente da sua forma de ver as coisas. É uma personagem complexa que me deixa algo dividida (ponto a favor para o autor).
Infelizmente, no que respeita a personagens o autor também falhou ao não conseguir expor convenientemente as personagens secundárias. Nem o próprio Henrik Vanger, que era das personagens secundárias mais presentes, foi suficientemente bem mostrado para sentir algo em relação a ele. E tudo isto fica pior quando falamos dos "vilões" que, diga-se, foram tão mal explorados que até doeu. Uma pena, pois havia muito potencial.


Quanto à história em si,e depois de ter já dito que esperava muito mais, devo confessar que não fui apanhada de surpresa pela resolução do mistério. Logo no início do livro percebi o que tinha realmente acontecido à Harriet, e nada do que foi dito ou mostrado depois disso conseguiu tirar-me a verdade da cabeça. Só por aí, senti-me defraudada.
Depois houve o resto ... a história grotesca por trás da família Vanger, que a mim me pareceu mais uma jogada para impressionar o leitor com a sua violência, do que outra coisa. Também esse mistério não me surpreendeu na sua resolução, embora quando comecei a história não esperasse algo assim, mas como os crimes foram expostos antes do meio do livro, eu esperava ser surpreendida com a verdade sobre quem os cometia, coisa que não aconteceu pois o "culpado" era o meu suspeito número um.
A verdade é que penso que a forma como o autor escreveu o livro lhe tirou muita momentaneadade. Sinto que se este tivesse um compasso mais acelerado eu teria ficado surpreendida com quase todas as reviravoltas, mas a forma como tudo foi desvendado foi muita anti-climática, a meu ver, o que tirou muita adrenalina e surpresa das situações em causa.

Uma coisa que gostei foi do fim, refiro-me ao fim fim (últimas 2/3 páginas) que deu um novo alento à personagem da Lisbeth. Bem jogado!

Em suma, foi um livro cuja primeira metade cruzou o limite do aborrecido, mas que conseguiu apanhar o passo na segunda metade. A escrita do autor é muito acessível, mas arrasta-se até à exaustão e por isso perdeu muito valor enquanto mistério capaz de surpreender até às últimas páginas (coisa que não foi).
Não vou deixar de aconselhar o livro a quem goste de livros de mistério, mas advirto que para quem não gosta de longos diálogos e ainda mais longas descrições infinitamente pormenorizadas, poderá não gostar deste livro.
Se alguém me oferecer o segundo volume, sou bem capaz de o ler, mas caso tal não aconteça, não tenho intenções de comprar a restante saga.

Tradução:
O livro teve uma tradução aprimorada que não esqueceu detalhe nenhum e só muito esporadicamente encontrei um ou outra palavra que não estava bem contextualizada, No entanto, do que senti falta foi de algumas notas de rodapé. Este é um livro carregado de menções a ícones característicos da região onde se passa a história, e ao não haver lugar para notas de rodapé que expliquem aos incautos o que é o quê, perdeu-se algum valor. Refiro-me especialmente aos muitos livros e, especialmente, revistas mencionadas, já sem falar em algumas bebidas e variados objectos culturais. Uma nota a dizer que género de revista era, ou que tipo de bebida era, faria com que a história fizesse um pouco mais de sentido. mas também afirmo que isto não interferiu de todo na fluidez do livro, apenas achei que seria uma mais valia.
Noutro apontamento, achei que o título se encaixou que nem uma luva no livro.

Capa e Design:
Confesso que sempre gostei mais da versão da capa da 1ª edição portuguesa, mas esta (a partir da 2º edição, se não estou em erro) não está muito má, embora bem mais básica que a anterior.
É um caso claro de, primeiro estranha-se, depois entranha-se.
O design interior está básico, mas bem conseguido para o género literário em que se integra. Neste campo não há nada a apontar.

Os Homens Que Odeiam as Mulheres - www.wook.pt

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Venom

"Venom", de Joan Brady (ainda não publicado em Portugal)

Sinopse:
Recentemente saído da prisão, David Marion não esperava encontrar um caça-cabeças à porta de sua casa. Avisado de que uma poderosa organização anda atrás dele, David simula a própria morte, à espera do momento certo para contra-atacar.
Helen Freyl acabou de aceitar um trabalho numa companhia farmacêutica muito influente, que está prestes a descobrir a cura para o envenenamento radioactivo. Mas quando a morte misteriosa de um colega é seguida por outra morte ainda mais súbita, Helen começa a duvidar dos motivos dos seus empregadores e percebe que a sua vida também está em perigo.

Opinião:
Não tenho grande conhecimento de livros de mistério e suspense, e das poucas vezes que li algo do género, saí gorada porque a maioria das vezes adivinho tudo com demasiada antecedência (o meu cérebro trabalha de forma estranha. Não perguntem!)
Ainda assim, sempre que pego num livro destes, tenho expectativas e este "Venom" não foi excepção.

Algo que gostei nesta história é a "veracidade", ou seja, o que nele é contado e retratado poderia mesmo ser verdade. Não é uma daquelas histórias mirabolantes que muito dificilmente poderiam ser reais. Tudo o que é descrito parece real o suficiente (embora esperemos que nunca o seja), quer nas personagens retratadas, quer nas instituições e na forma como o mundo se move. Nesse ponto o livro foi bastante bom, mas também foi aqui que pecou mais. Não tanto pelo que conta, mas pela forma como o conta. Não há grande suspense ou mistérios realmente envolventes. Pela forma como a autora descreve as cenas e situações, conseguimos ver tudo antes mesmo de as coisas acontecerem, o que tira muita intensidade à história.

Quanto às personagens, confesso que adorei o David, pela sua crueza e ao mesmo tempo pela sua vivência dorida. Estava mesmo do lado dele, mas nos últimos capítulos ele fez algo que me deu as voltas ao estômago (e isto é dizer algo quando ele durante o livro matou várias pessoas sem pensar nisso duas vezes). Não gostei da cena, mas percebi porque a autora usou aquela criança para algo tão ignóbil.  O David, a partir daí, deixou de ser uma personagem que exigia alguma simpatia da minha parte.
Já a Helen é das protagonistas mais irritantes que eu alguma vez li (ou vi). Uma menina rica com a mania que sabe muito e que é dona do mundo, mas que na verdade é uma idiota que comete erros completamente imbecis. Odiei-a desde a primeira página! E acredito que até isto seja bom, pois ao menos fez-me sentir algo.
O relacionamento destes dois personagens não foi de todo escaldante ou sequer passional. Não havia faísca e muito menos amor. Da parte do David, talvez, mas da parte da Helen pareceu-se ser apenas uma maneira de a menina mimada se envolver com o "bad boy" só pelo perigo da experiência.
As restantes personagens foram, infelizmente, todas medíocres. O Charles era um insípido pau mandado, a avó da Helen era uma velha chata e casmurra, só a Lilian sobressaiu, com a sua personalidade forte.

Em suma, não foi uma leitura má, no sentido em que a prosa estava bem conseguida e as explicações não se estendiam em demasia, mas perdeu a momentaneamente e o mistério a partir dos primeiros capítulos, mas mais que isso perdeu pontos por ter personagens fracas.
Um livro que se lê muito bem, mas que não surpreende verdadeiramente.

Capa:
Gostei bastante da capa. Simples, mas visualmente cativante, e que tem tudo a ver com a história. Pessoalmente não em cansei de olhar para ela.

Nota: Este livro é uma ARC (Advanced Reading Copy), cortesia da Simon & Schuster.

Nota:  Este é o sétimo livro que vou submeter como sendo para o Desafio Thriller & Suspense, já que se insere no género.

You can read my review in English HERE.

terça-feira, 15 de junho de 2010

Ofertas 07

Voltei!
Desculpem só hoje dizer alguma coisa.
No dia antes de ir de férias, recebi no correio duas prendas fantásticas:
-"The Alibi, de Sandra Brown (que ganhei num passatempo feito pela própria autora através do Goodreads e que veio acompanhado de um marcador assinado, e o próprio livro vinha autografado. *happy*)

- Venom, de Joan Brady (que ganhei automaticamente ao entrar no Thriller & Suspense Challenge 2010, cortesia da editora Simon & Schuster UK. De notar que esta é uma ARC (Advanced Reading Copy) e que é a primeira vez que recebo uma. *lucky*)

Escusado será dizer que ambas cópias estão em Inglês e como pretendo lê-las em breve, cedo terão uma opinião.

quinta-feira, 20 de maio de 2010

A Floresta de Mãos e Dentes

"A Floresta de Mãos e Dentes" de Carrie Ryan (a ser publicado pela Edições Gailivro em Junho de 2010)

Sinopse:

No mundo de Mary há verdades muito simples:
A Irmandade é quem sabe o que é melhor.
Os Guardiões irão sempre servir e proteger.
Os desconsagrados nunca descansam

Opinião: 
Primeiro, deixem-me tirar algo do sistema, sim?
Em que terra é que isto é um título juvenil? Quer dizer, eles têm tantos problemas com descrever sexo em livros para jovens, mas não há problemas em decapitar cabeças, matar dezenas de pessoas, e etcetra e tal?
Não me entendam mal. Eu acho que a maioria dos jovens tem maturidade suficiente para ler estas coisas, assim como acho que poderiam muito bem ler sobre sexo sem que fizessem uma algazarra disso. E o problema está aí! Se são suficientemente maduros para ler umas coisas, porque não as outras também?
E agora que já disse isto, continuemos ao que verdadeiramente interessa ... o LIVRO!

Quando comecei este livro tinha algumas expectativas, por já ter ouvido falar muito bem dele e também porque adoro histórias de zombies. E talvez por ter expectativas, fiquei desapontada com o início. Custou-me imenso adaptar à voz narrativa da história, falada na primeira pessoa e no tempo presente, algo que me deixava com os nervos à flor da pele, talvez por não estar habituada a ler livros narrados desta forma, mas a verdade é que o texto parecia forçado e a acção não fluía com o compasso certo.
Depois dos primeiros capítulos, esta minha inquietação (ou birra) começou a desaparecer, à medida que me habituava, até que no fim já não me chateava.
A acção deste livro corre, literalmente. Tudo nos é mostrado pela perspectiva da Mary, que questiona tudo e todos à sua volta, o que é bom pois, sem parecer ser forçado, ficamos a conhecer o mundo em que ela vive, as suas regras e a forma como as pessoas agem.
Embora possa dizer que todas as personagens eram únicas e muito distintas, também posso dizer que não gostei de nenhuma delas, à excepção do Argos (o cão) que era um fofo e muito corajoso. Sinceramente, não percebo muito bem porque isto aconteceu pois todas as personagens são muito realistas, com falhas e virtudes. Há alturas em que as quis abraçar e outras em que só quis ter uma mão literária para lhes dar um enxerto de porrada, e mesmo assim, nenhuma me marcou o suficiente para poder dizer que gostaria de ler outro livro com elas.
Mas, numa coisa este livro ganha pontos. A autora poderia ter levado isto para o lado romântico. Havia muitas hipóteses para tal, mas ela decidiu focar-se no sonho da Mary, mostrando assim que não devemos abdicar daquilo em que acreditamos por um amor que pode ser fugidio. Isto é algo que não se vê muito nestes livros para jovens. Só no fim consegui entender totalmente o porquê das escolhas e acções de certas personagens, o que é bom porque o leitor gosta que as coisas se desenrolem aos poucos e não que tudo seja mostrado ao molho (e fé em Deus?).

Posso dizer que foi um livro que entreteve bem, cuja acção escorreu num compasso certo, com personagens tridimensionais, um mundo exuberantemente explorado, que não poupa na violência, não avisa antes da morte bater à porta (porque a vida também é assim) e que consegue convidar à leitura compulsiva, depois dos primeiros capítulos. No entanto falhou na descrição morosa, que não teve profundidade, na voz narrativa que chegou a ser monótona e, principalmente, falhou na Mary, que é das personagens mais fortes e ainda assim chatas que eu já li. Podia amá-la pela sua tenacidade, mas ao invés odeio-a pela sua mentalidade "só vê aquilo que está à frente". Por mais que concorde com o facto de ela querer chegar onde deseja, não posso ainda assim aceitar o facto de ela não pensar nos outros quando age de forma irracional. podia ser uma característica da personagem, mas se assim é, então a autora não podia esperar que gostássemos verdadeiramente dela.
Só tive pena foi de não apanhar verdadeiros sustos. A história não era totalmente previsível mas não cheguei a ficar com verdadeiro receio.


Edição: 
Infelizmente a edição de capa dura que eu tenho traz um defeito muito mau: o miolo do livro está mal colado, o que faz com que o livro pareça partir-se ao meio a cada página.Mau, mau, mau! Uma pena ...

Capa (Hony Werner) & Design: 
Confesso que adoro a capa. Talvez seja o contraste vermelho com preto, mas também digo que a capa não tem muito sentido. Quero dizer, eu pelo menos não vejo o sentido. Aliás! Eu percebo que queriam (possivelmente, e corrijam-me se estiver enganada) retratar a veste vermelha de uma certa personagem que corria como o vento. Também imagino que ainda tentassem com essa veste vermelha, fazer o pano assemelhar-se a uma mão predatória, mas a meu ver falharam. Eu olho para a capa e não sei bem o que aquilo simboliza. Gosto dela, mas continuo sem perceber o significado.



Nota:  Este é o sexto livro que vou submeter como sendo para o Desafio Thriller & Suspense, já que se insere no género.

Já quase me esquecia que este livro tem um booktrailer fabuloso. Vejam:



Também podem ver o booktrailer da sequela AQUI.

terça-feira, 27 de abril de 2010

Uma Bruxa em Apuros

"Uma Bruxa em Apuros (The Hollows 1)" de Kim Harrison (Saída de Emergência)

Sinopse:
Todas as criaturas da noite se juntam no "The Hollows" de Cincinnati, para se esconderem, para investigarem, para se divertirem ... e para se alimentarem.
Os vampiros são donos da noite num mundo com perigos para além da imaginação, onde um predador come o outro -- e é o trabalho de Rachel Morgan manter este mundo civilizado.
Uma bruxa caça-cabeças com muito sex-appeal e uma atitude a condizer, ela irá trazê-los de volta vivos, mortos ... ou mortos-vivos.

Opinião: 
Para começar, não se deixem enganar pela sinopse, que não tem NADA a ver com o livro. Não sei quem foi que fez a sinopse (eu traduzi do Inglês), mas devia estar sobre o efeito de algum agente perturbador do raciocínio, pois nada do que ali está dito tem a ver com o livro.

Bem, quanto ao que interessa, que é a estória do livro, posso dizer que comecei a lê-lo porque me tinha sido sugerido por uma companheira nas aventuras do NaNoWriMo, que já me tinha sugerido o Os guardiães da noite, por isso podem imaginar que tinha grandes expectativas, e qual não foi a minha supresa quando comecei a ficar farta do livro.
Confesso, custou-me imenso a terminar a leitura e só cheguei ao fim por pura tenacidade e esperança que as coisas melhorassem, mas chegada ao fim senti-me gorada.
Para começar, as descrições das personagens eram demasiado exaustivas, depois as próprias personagens eram irritantes, juro que para além do Jenks nenhuma se redimiu. A Rachel, personagem principal, parecia ter a atitude e mentalidade de uma adolescente e tudo o que ela fazia era estúpido e irracional. A Ivy, vampira de serviço, era possessiva, chata e não fez nada o livro todo. Como é que é possível a personagem mais forte do grupo não fazer nada? Os restantes personagens não foram melhores, mostrando-se todos extremamente bidimensionais e "sem sal".
Para além disto tivemos o relacionamento entre a Rachel e a Ivy, que desde o pricípio pareceu sem sentido e extramemente irrealista dentro da irrealidade que é o livro. A autora insistiu demasiado nisto e como tal saturou. Aliás, toda a situação que as uniu pareceu descabida, assim como tudo o que aconteceu ao longo do livro. Demasiadas coincidências e muito poucas explicações.
Houve uma altura em que pensei, não, rezei, para que uma personagem (não divulgo) fosse um espião e as traísse mas nem isso aconteceu, e o pior é que sem essa traição o enredo perdeu ainda mais.

Estou só a dizer o que tem de mal, não é?
Então o que teve de bom?
Para começar, toda a história com a tranformação da Rachel esteve interessante, à excepção de como os vilões agiram, mas bem ...
O Jenks também esteve fabuloso e adorei a personalidade dele, assim como de quase toda a sua família.
A ideia por detrás deste livro e de toda a saga também está interessante e a autora mostra-nos bem o mundo que imaginou, mas em certos momentos lembrou-me um pouco demais o Dresdem Files o que lhe tirou um pouco de graça.
Também teria gostado mais do Nick, não fosse ele ser demasiado conveniente para a estória (um mal de todas as personagens que não a Rachel).

Em suma, não foi um livro que surpreendeu nem que prendeu, com personagens sem personalidade e sem vilões dignos do nome ou algo de realmente original que o separe dos restantes do género, este livro chegou a aborrecer e por isso não pretendo ler os números seguintes da saga.

Capa (desconhecido): 
A capa é uma interpretação extremamente fiel da descrição que nos é dada da personagem principal, Rachel Morgan, por isso embora a pose seja muito cliché e não traga nada de novo, dou-lhe pontos pela fidelidade à imagem que autora transmite.


Nota 1: Li este livro em Inglês, cujo título é "Dead Witch Walking", e confesso, não acho muita piada ao título português.

Nota2: Este é o quinto livro que vou submeter como sendo para o Desafio Thriller & Suspense, já que se insere no género. 

domingo, 28 de fevereiro de 2010

Neverwhere - Na terra do nada

"Neverwhere - Na terra do nada" de Neil Gaiman (Editorial Presença)

Sinopse:
Neil Gaiman leva-nos até à grande metrópole londrina, dividida em dois mundos, a Londres-de-Cima e a Londres-de-Baixo, que coabitam articulados por uma única estrutura ordenada: a rede do metropolitano. Ao mundo de luz da Londres-de-Cima opõe-se o mundo das trevas da Londres-de-Baixo. O protagonista, Richard Mayhew um rapaz vindo da província acaba por acolher em sua casa uma fugitiva. A partir daí, Richard passa a não existir, a não ter lugar na Londres-de-Cima. Só lhe restará descer ao mundo da escuridão, dos túneis, dos esgotos que as pessoas de Cima esqueceram e já não vêem.

Opinião: 
Quando comecei a ler este livro, senti logo que lhe faltava algo. Qualquer coisa que não sabia bem explicar, mas que sabia não estar lá. à medida que fui lendo, e à medida que fui gostando mais da história, esse sentimento nunca desapareceu, como uma sombra sobre o livro.

A estória começa de forma lenta e algo desinteressante, o autor não conseguiu cativar desde o início, embora logo no princípio existissem mistérios. À medida que a estória vai decorrendo, os mistérios adensam-se e, confesso, fiquei surpreendida com as reviravoltas, com os verdadeiros inimigos e o verdadeiro traidor, mas também foi aqui que o autor pecou mais.
Reviravoltas houve muitas, mas foram tão mal empregues, tão mal expostas, que não senti aquele aperto no peito, aquela adrenalina, que seria de esperar quando se descobre algo do qual não se suspeitava.
A escrita do autor, embora rica (não rebuscada), não cativa. Estende-se demasiado, deambula por locais desnecessários e não puxa como outros livros, cujas estórias podem ter menos interesse, mas que ao menos conseguem manter o leitor atento e expectante.
E enquanto falamos da escrita, outro erro foi a forma da narrativa, que se lia como um guião, só que o problema é que eu estava a ler um romance, não um guião de cinema, e por isso muitas cenas pareceram-me desnecessárias, e o foco parecia estar em todo o lado, e, ao mesmo tempo, em lado nenhum, o que tirou muito interesse à trama.

Claro que nem tudo é mau! A história tem muito potencial e gostei muito do "mundo" que o autor criou e da maneira como o conjugou com o "real", também gostei muito do Richard, que não sendo o comum "herói", teve cenas fabulosas (especialmente nas que era um medricas) e mostrou-se muito humano e realista. As outras personagens eram todas medianas, e embora chegassem a ser todas bem exploradas, a forma como o autor as mostrava não deixou que nenhuma delas entrasse verdadeiramente no meu coração (à excepção do mencionado Richard, e talvez da pequena Door, que era um doce).
Outra coisa boa do livro foi o final, que ata todas as pontas soltas, mas não tenta safar-se com um "e viveram todos felizes para sempre", deixando tudo muito em aberto, mas não de forma a necessitar de uma sequela. Mais no estilo "e a vida continua", que é o tipo de final que prefiro, pessoalmente.

Em suma, foi um livro que se leu bem, mas que o autor não conseguiu expor da melhor forma, o que tirou muito mérito à obra. Tenho a certeza que daria um excelente filme, mas como livro, ficou aquém das expectativas, embora não me arrependa de o ler, e tenha gostado especialmente pelo Richard, que certamente merece um lugar na minha memória.

Tradução de Alberto Gomes & Carlos Afonso Lobo
Capa (Ilustração) de Samuel Santos


Nota: Esta leitura foi feita no âmbito do Desafio Literário 2010.  

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Os guardiães da noite

"Os guardiães da noite (Mundo dos Guardiães 1)" de Serguei Lukianenko (Editorial Presença)

Sinopse:
Este é o primeiro volume de uma trilogia cuja trama se desenrola em Moscovo sobre uma raça de seres sobrenaturais, com um tipo de magia necromante, que habita lado a lado com os humanos. Dentro desta raça de feiticeiros podemos distinguir as Forças da Luz e as Forças do Mal que se digladiam na conquista da cidade. Anton, dedicado guardião da Noite, patrulha a capital, tentando protegê-la das trevas e é então que se apaixona por Svetlana, uma jovem médica que vive sob uma maldição. De que lado ficará este jovem com poderes especiais: do lado da luz ou das trevas? Três histórias sequenciais contadas com a mesma personagem principal dão colorido a um texto original, que faz uso do nonsense e de variantes fantásticas que elegeram a obra e o filme ao estatuto de bestseller na Rússia.


Opinião: 
Desde que este livro foi editado em Portugal, que tinha muita vontade de o ler. Felizmente, a simpática e talentosa AnaCSilva (tem um nome muito semelhante ao meu), ofereceu-me o livro durante uma das nossas NaNo-meets. [Obrigada!]

Confesso que no início da leitura senti um certo desconforto que não conseguia perceber na totalidade. Penso que tenha sido da tradução, que nas primeiras páginas era verde e insegura, o que me impediu de gostar logo à partida deste livro. Só que, à medida que a leitura foi avançando, comecei a gostar mais e mais das personagens, do mundo fabuloso que o autor criou, de uma infinidade de pequenas coisas que tornaram a leitura exigente, mas prazerosa.
O que mais gostei neste livro foi sem dúvida a ambiguidade Bem vs Mal. Logo no início percebemos que existem duas facções de Seres Diferentes (pessoas com poderes, capazes de entrar na Penumbra e de viver virtualmente para sempre), mas o que me atraíu foi o facto de o lado do Bem não ser totalmente desprovido de culpa e de, por vezes, parecer mais cruel e sem escrúpulos que o próprio Mal. Posso até dizer que, se tivesse de escolher, possivelmente ia para o lado do Mal, já que o Bem se rege por mentiras e dissmulações.
Adorei as jogadas inteligentes do autor e especialmente as muitas dúvidas que assolam o Anton, que é umas das personagens mais interessantes que já tive oportunidade de ler. A verdade é que ainda não sei se amo ou odeio o Anton. Não consigo justificar muito do que ele faz e pensa, mas ao mesmo tempo consigo entendê-lo e até apoiá-lo. O autor fez um excelente trabalho na personagem dele e nas restantes, que conseguem ser muito bem desenvolvidas e intrigantes.
Uma personagem que que não gostei foi a Svetlana, especialmente durante a terceira estória. Aliás, o relacionamento entre o Anton e a Svetlana não me soou a amor verdadeiro, mesmo depois de tudo o que ele fez por ela (a culpa é dos dois). Diria mesmo que o romance do Guesser e da Olga foi o mais verdadeiro do livro, embora tenha sido pouco desenvolvido.

Noutra nota, há ali no meio um capítulo que fez rebolar a rir. Ri-me tanto que as pessoas que estavam comigo no café ficaram a olhar-me como se eu fosse meia doida. Depois, mais tarde, percebi que aqueles momentos mais relaxantes, augoravam algo de muito mau para o Anton (que foi o centro das situações caricatas: uma envolvendo champanhe e o chefe nu, outra envolvendo uma troca de corpos e o conhecimento dos homens sobre o uso de pensos higiénicos. XD )

É difícil dar uma classificação a este livro, pois deixou-me com sentimentos mistos, no entanto posso dizer que o autor criou um mundo soberbo, dando também a conhecer um pouco da Rússia e dos seus costumes. Com personagens únicas e que marcam, deu voltas e reviravoltas que me surpreenderam uma e outra vez (algo que eu tenho dificuldade em encontrar, recentemente), deu-me que pensar e fez-me amar, odiar e sonhar. Um excelente livro de Fantasia Urbana, que nunca se torna simples nem monótono. Só tenho pena de não ter conseguido desfrutar dele tanto quanto sei que poderia ter feito.

Tradução de Natália Vakhmistrova
Capa de Ana Espadinha



Nota: Será que alguém me pode explicar porqué é que o nome do autor está Serguei (português) e Sergei (inglês), quando o original é Sergey (como comprovado no site do autor)? Qual foi a ideia? Eu muito gosto quando "traduzem" os nomes dos autores ...
Outra coisa ... mas será possível justificarem preços destes? 20€ por livro? Assim nunca mais vou poder ler a sequela (se calhar o remédio é mesmo ler em inglês). E já agora, quando pretendem editar o quarto livro (Last Watch)? É que já lá vão 2 anos desde "Os guardiães do Crepúsculo".

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Em Chamas

"Em Chamas (Os Jogos da Fome 2)" de Suzanne Collins (Editorial Presença)

Sinopse (tradução livre):
Contrariando todas as probabilidades, Katniss Everdreen ganhou os Jogos anuais da Fome, juntamente com o companheiro do seu distrito, Peeta Mallack. Mas esta foi uma vitória ganha desafiando a autoridade e regras da Capitol. Katniss e Peeta deviam estar felizes. Afinal de contas eles ganharam, para si mesmos e para as suas famílias, uma vida cheia de conforto e segurança. mas há rumores de rebelião entre o povo, e a Katniss e o Peeta, para terror de ambos, são o rosto da rebelião. A Captitol está furiosa. A Capitol quer vingança.


Opinião: 
Depois de ler o primeiro livro  fiquei com muita vontade de ler a sequela, por isso inquiri a Editorial Presença, para ter uma estimativa do tempo que teria de esperar até ler o resto. Eles responderam-me prontamente, mas a resposta não foi a que eu esperava. A verdade é que não têm previsões da data de publicação e como eu tenho pouca paciência para esperar por algo que não sei se sai este ano ou no próximo (ou nunca), avancei para  leitura em inglês.
Demorei algum tempo a ler o livro, mas não foi por falta de vontade, e sim por falta de tempo. Assim como o primeiro, este livro leu-se muito bem e nem dava pelo tempo a passar. Muito envolvente!
Algo que notei logo no início foi que a autora usou, mais ou menos, a mesma fórmula e estrutura do primeiro volume, o que criou um reconhecimento imediato e uma familiaridade aconchegante, mas também foi aí que o livro pecou um pouco (só um pouquinho). No início tinha tudo o que o primeiro tinha, o que significa que se gostei do primeiro, iria indubiltalvemente gostar deste, mas ao não ter nada de verdadeiramente novo (estou a falar em termos estruturais) ficou o sentimento de que faltava algo e isso fez com que este livro não fosse tão intenso como o seu antecessor.
Não posso dizer que não estivesse à espera da maioria dos acontecimentos e reviravoltas do livro, mas eu dificilmente sou surpreendida (não brinco!), e isso não me impediu de adorar as reacções das personagens a cada novo desafio.
Outra coisa que reparei foi o quão fraco o Peeta é. Está bem que ele é fofo e muito esperto (aquela jogada na entrevista, em que ele mentiu e deixou, tanto audiência como adversários, a simpatizarem com a Katniss, foi de génio), mas não deixa de ser um empecilho na arena. É que ele não fez nada de jeito! E a Katniss não foi muito melhor,. Queria tanto protegê-lo, mas nunca conseguia e eram sempre os outros aliados que faziam de heróis.

Mas, claro, que chegada ao fim, e com um cliffhanger daqueles, eu fiquei de boca aberta. Não é que não estivesse à espera, porque já adivinha um desfecho semelhante, mas houveram factos que me surpreenderam. Louvos à autora que não tem medo de magoar as personagens principais. às vezes é bom ver um final menos feliz, embora com muita esperança envolvida pelo meio, ou não estivesse a sequela prestes a sair.

Em suma, foi uma excelente sequela, que ao princípio pareceu ter falta de algo verdadeiramente inovador, mas que depois mostrou ter tudo para ser tão boa ou melhor que o seu antecessor. Com um final surpreendente (ainda assim) e novas personagens que aprendemos a adorar, já para não falar no excelente desenvolvimento das personagens que já conhecíamos do livro anterior, e especialmente das potencialidades do triângulo amoroso que fica mais interessante a cada capítulo. Também gostei do facto de se desenvolver muito mais a rebelião, algo que faltou no primeiro livro. E claro, ainda mais que o primeiro livro da saga, este deixa um sabor a pouco e o desejo de que o terceiro e último livro saía mais depressa, para não ter de especular tanto e esperar em agonia.
Recomendadíssimo!


E por falar no terceiro livro: Quando estava mesmo a chegar ao fim desta leitura, surgiu na web a capa para o último livro da saga, intitulado Mockingjay, a sair a 24 de Agosto deste ano (em inglês).
Olhem-me bem para esta capa linda, e que já está aberta a várias interpretações. Eu concordo maioritariamente com tudo o que diz o My favourite author. Mal posso esperar para ler o encerramento da saga. (claro que vou a correr ler em inglês)

Capa (Ilustração) de Tim O'Brien


Nota: Este é o terceiro livro que vou submeter como sendo para o Desafio Thriller & Suspense, já que se insere no género.

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Brinca Comigo!

"Brinca Comigo! (e outras estórias fantásticas com brinquedos)" de João Barreiros, David Soares, João Ventura, Luís Filipe Silva (Escrit'orio Editora)

Sinopse:
Quatro histórias fantásticas com brinquedos, forjadas na imaginação de quatros dos mais conceituados e inventivos escritores do género em Portugal. João Barreiros, David Soares, Luís Filipe Silva e João Ventura, aceitaram o desafio da Escrit’orio e surpreendem-nos com excelentes contos, repletos de originalidade e imaginação, subvertendo completamente o pendor cândido normalmente presente na abordagens clássicas à temática dos brinquedos!

Opinião (por conto):


"Brinca Comigo!", de João Barreiros
O conto que deu nome à antologia, narra a história de uma horda de brinquedos, num mundo dizimado por uma praga, em que as únicas coisas 'vivas', são as electrónicas, que ainda consigam recarregar baterias e substituir peças danificadas.
Este conto foi uma surpresa muito agradável. Denso, simbólico, e muito bem pensado. Nenhum detalhe foi deixado ao acaso e tudo tinha uma ordem, uma intenção e um significado. A lógica vasta, e ao mesmo tempo limitada, da horda, pareceu tão verosímil que nos esquecemos que estamos perante um exército de brinquedos.
E o final foi perfeito!

"Um erro do sol", de David Soares
O conto daquele que é considerado o maior (e possivelmente único) escritor vivo português do horror, narra a história de um homem, dono de uma marca de brinquedos que não tem grande sucesso. Ele descobre, num acaso, um brinquedo cuja tecnologia (ou falta dela) o maravilha. Decidido a encontrar o artesão por trás dessa criação, ele viaja, com a família, para uma pequena ilha deserta, chamada de "Garganta".
Há muitos problemas quando temos expectativas em relação a algo, e, depois de ouvir tantos louvores, tanto alarido em volta do trabalho do David Soares, não pude deixar de as ter.
Para começar, já sabia que seria um conto de terror, suspeita que se confirmou lá para o meio da narrativa, mas foi também exactamente aí que a história caiu na banalidade e previsibilidade.
Se o início era medianamente interessante e  deixava espaço para algo de diferente, a partir do momento em que a família pousou os pés na ilha, tudo se tornou monótono e de um gosto muito discutível. Sem querer dizer de mais, basta afigurar que o final não fez 'clique' e não houve explicação nenhuma para o facto de ela, supostamente, descobrir o que eles eram. Nada no que ela viu, ou ouviu, daria a entender a realidade daqueles seres, e por isso a percepção dela é despropositada. Já para não falar nas "focas", porque afinal ninguém ia notar que todas as pessoas que iam à Garganta, acabavam desaparecidas, certo?
Espero apenas que este seja um trabalho menor do autor., mas como não sou de julgar nenhum autor baseado num pequeno conto, pretendo ler uma das obras mais extensas dele antes de finalizar a minha opinião.

"Boneca", de João Ventura
Este pequeno conto (possivelmente o menos extenso) conta o percurso de uma boneca de voodu, através dos tempos e das gerações.
Sei que num conto, temos de ir directos ao assunto e não andar com rodeios, mas o autor resumiu tanto a trama, a acção e o mundo, que foi impossível sentir o que quer que fosse com este conto. Quando cheguei ao fim, limitei-me a pensar "Huh?!?".
Em primeiro, uma boneca de voodu, tanto quanto sei, não pode ser direccionada "aos tiranos", pois se ela colocou uma mecha de cabelos do rei no interior, então a boneca só poderia ferir o rei. Eu até entenderia se chegasse a matar os descendentes da realeza, mas os outros? Todos os tiranos? Não faz sentido! Senão para quê a mecha de cabelo?
A história foi contada num compasso apressado, desprovido de emoções. A passagem do tempo foi abrupta, a evolução das terras e dos territórios, assim como as civilizações, foram muito mal explicadas e apressadas.
Em suma, este foi um conto que pecou por não ter recheio, nem nada que o redimisse. Talvez se não tentasse fazer tanto e tão pouco, a coisa tivesse saído melhor, mas assim apenas ficou a sensação de que nada ocorreu da forma certa.

"Não é que ignoras o motivo da tua queda mas o que pensas saber", de Luís Filipe Silva
Este conto narra a história de uma criança, do (quase) fim do mundo, e das pequenas e grandes coisas que vão acontecendo à volta dele.
Gostei muito desta pequena história por várias razões. Pelo facto de mostrar, através dos olhos de uma criança, como o mundo reagiu a uma ameaça de extinção, mas mais que tudo, à vida familiar dele, que se começou a desmoronar muito antes dos utara aparecerem no céu.
A felicidade que ele encontrou nas pequenas coisas, mesmo quando o mundo parecia ruir à sua volta, e todas as pessoas que ele conheceu, especialmente o irmão, e que o marcou da mesma forma que ele marcou o irmão. Aqui, o tema dos brinquedos é totalmente secundário, em detrimento do relacionamento de duas famílias, e quase de uma comunidade, que se une num momento de destruição.

Em suma, foi uma antologia que teve coesão de tema, mas não de qualidade narrativa, havendo dois contos que se elevaram acima dos outros (João Barreiros e Luís Filipe Silva).

Capa (Fotografia) de Pedro Vilela

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Storm Front

"Storm Front (The Dresde Files 1)", de Jim Butcher (ainda não publicado em Portugal)
Sugestão para leitura do mês (Janeiro) no grupo “Urban Fantasy”.

Sinopse:

Harry Dresden — Feiticeiro
Encontra objectos perdidos. Investiga o paranormal. Faz consultas. Aconselha. Preços convidativos. Não faz poções de amor, carteiras sem fundo, festas, ou outro tipo de entretenimento.

Harry Dresden é o melhor naquilo que faz. Bem, tecnicamente, ele é o único a fazer o que faz. Por isso quando a polícia de  Chicago tem um caso que ultrapassa a capacidade e criatividade dos mortais, eles vem ter com ele à procura de respostas. Porque o mundo está cheio de coisas estranhas e mágicas, e a maioria não se dá bem com os humanos. É aí que entra o Harry. É preciso um feiticeiro para tratar dos ... bem, do que quer que sejam.


Opinião:
Depois de ler o pequeno conto (Restoration of Faith) que antecede este volume (cronologicamente), tinha grandes expectativas em relação a este livro.
O Harry Dresden continuou a ser um protagonsita muito interessante e coeso. A história estava recheada de bom humor, nos momentos certos, de acção, em doses muito satisfatórias, e muito paranormal à mistura, asssim como alguns mistérios, embora este não tenha sido o ponto mais forte do livro.
O pior do livro foram as extensas descrições das personagens. Do seu físico e do seu guarda-roupas. Eu sou das que gosta de se deixar levar pela imaginação. Dêem-me um esboço, que eu termino o desenho, sim? Outro ponto menos bom, que nem por isso é muito mau, é o facto de haver tanta gente que dá tareia ao Harry. Quero dizer, não é suposto ele ser um feiticeiro todo forte e coisa e tal? É que com tanta porrada, eu fiquei na dúvida. Mas como disse, isto não é mau de todo, porque serviu de plataforma a algumas das boas cenas de acção do livro. E acreditem que foram muitas.

Este não foi certamente um livro que me deixou sem fôlego, mas serviu bem o seu propósito. Entreteve, deixou-me bastante interessada nos seguintes volumes da saga, deu-me a conhecer um role de personagens muito promissoras e fez-me rir alto várias vezes.
Não me posso queixar, pois terminei o livro com a sensação que me tinha divertido.

E para finalisar, aqui ficam dois trechos que me deixaram a rir que nem uma doida:

«Maybe it would turn up something helpful, some kind of clue to help lead me and the police to the murderer. And maybe dragons would fly out my butt. But I had to try.»

Esta fez-me rebolar a rir, porque, no momento em que foi dito, o Dresden estava totalmente nu:
«Set the stick down and put your hands up.»
Para quem não sabe, o Dresden é um feiticeiro e por isso anda sempre com o seu bastão (stick) atrás, mas juro que essa não foi a primeira coisa que me passou pela cabeça, especialmente quando alguns minutos antes, a Susan tinha estado mais que contente em excitar (sim leram bem) o Harry.


Nota: Este é o segundo livro que vou submeter como sendo para o Desafio Thriller & Suspense, já que se insere o género.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Os Jogos da Fome

"Os Jogos da Fome (Livro 1)" de Suzanne Collins (Editorial Presença)
Sugestão para leitura do mês (Janeiro) no grupo “The Next Best Book”.

Sinopse:
Num futuro pós-apocalíptico, surge das cinzas do que foi a América do Norte Panem, uma nova nação governada por um regime totalitário que a partir da megalópole, Capitol, governa os doze Distritos com mão de ferro. Todos os Distritos estão obrigados a enviar anualmente dois adolescentes para participar nos Jogos da Fome - um espectáculo sangrento de combates mortais cujo lema é «matar ou morrer». No final, apenas um destes jovens escapará com vida… Katniss Everdeen é uma adolescente de dezasseis anos que se oferece para substituir a irmã mais nova nos Jogos, um acto de extrema coragem… Conseguirá Katniss conservar a sua vida e a sua humanidade? Um enredo surpreendente e personagens inesquecíveis elevam este romance de estreia da trilogia Os Jogos da Fome às mais altas esferas da ficção científica.


Opinião: 
Foi esta noite, quase às quatro da manhã, que terminei este livro. E isto porque o livro é tão viciante, mas tão viciante, que não conseguia pousá-lo até o terminar, mesmo sabendo que hoje seria segunda-feira. Já no sábado tinha ficado até às cinco da madrugada a digerir quase cem págnas, porque não conseguia parar de ler.
Dito isto, é bastante óbvio que gostei muito do livro. Confesso que a premissa não era a mais original, sendo impossível não compará-la com o Battle Royale, mas a partir de um certo momento, tornou--se tão empolgante que era impossível pousar o livro sem se ficar a pensar no que iria acontecer a seguir.
Não vou dizer que o fim foi totalmente inesperado, pois adivinhei-o com uma certa antecedência, mas mesmo assim não deixou de ser soberbo.
A crueldade da história, a corrupção e a manipulação que o governo exerce sobre o povo, onde uns esbanjam riqueza, outros morrem de fome, aliado a personagens fortes e uma protagonista que sabe o que quer e o que tem de fazer para o conseguir, mas também é muito humana, fazem deste livro uma delícia que recomendo a toda a gente.
O facto de nunca termos a certeza se uma ou outra personagem é amiga ou inimiga, de sabermos quando vai ser o próximo ataque, tudo isso aliado ao carácter extraordinário, e ainda assim, cheio de falhas, da Katniss, fez com que a adorasse, sem nunca esquecer que estavamos a falar de uma adolescente, que agia como tal, e que por isso justificava alguns dos seus momentos menos brilhantes.
O Peeta (nome muito estranho e que vai criar sérias confusões quando o filme for lançado em Portugal)  também foi uma personagem fabulosa, pois a Katniss conseguiu transmitir muito bem as dúvidas e receios que tinha em relação a ele, fazendo com que duvidassemos dele até ao fim, mesmo depois de tudo o que ele fez por ela.
Os pontos "menos bons" do livro foram muito poucos e passíveis de serem ignorados, já que advém da idade de algumas personagens, o que faz com que certas coisas sejam irritantes, mas comprrensíveis.

Em suma, foi um livro excelente, que não é nenhuma obra-rima, mas que entretém, e muito. Um excelente livro que dá gosto, que nos deixa intrigados e na expectativa. Só espero que no próximo livro explorem mais o Capitólio, os rebeldes, e os relacionamentos da Katniss, que começaram a aquecer no final.
Recomendado!

Tradução de Jaime Araújo
Capa (Ilustração) de Tim O'Brien



Nota: Este é o primeiro livro que vou submeter como sendo para o Desafio Thriller & Suspense, já que se insere o género.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Desafio 2010 - Thriller & Suspense


Este post estará escrito em Português e Inglês.
This post will be writen in both Portuguese and English.

Tomei conhecimento deste desafio através do blog Aneca's World e achei que seria engraçado participar. Podem ver as regras no Book Chick City.
 O desafio consiste em ler 12 livros, dentro do género Thriller/Suspense, durante 2010, e já que estou decidida a ler cada vez mais este é um bom incentivo para aumentar a minha quota. então este é já o segundo desafio que aceito este ano e pretendo terminar ambos, talvez até cruzando alguns títulos, embora a minha intenção não seja essa.
Qualquer pessoa se pode juntar ao desafio, por isso  façam-no e depois digam-me, que é sempre bom ter mais pessoa envolvidas.
A lista de títulos será escolhida durante o desafio.

It was by reading Aneca's post that I discovered this challenge. You can see the rules at Book Chick City.
This challenge consists in reading 12 books in the thriller/suspense genre, during 2010, and since I'm trying to up my reading habits, I guess this will be another good incentive. So this is the second challenge this year, and I'm hoping to finish both, maybe even crossing some of the books, considering there's nothing against it in the rules, though I'll try not to.
Anyone who feels like joining, please do and let me know.
I'll choose the list as I go.

Note: J. Kaye has a very extensive list of thriller subgenres, HERE. Or another list by Book Chick City, HERE.


Lista de livros lidos:
1) Os jogos da fome (Hunger Games), de Suzanne Collins (2010/01/18)
2) Storm Front, de Jim Butcher (2010/01/21)
3) Brinca Comigo!, de João Barreiros, David Soares, João Ventura, Luís Filipe Silva (2010/01/22)
4) Catching Fire, de Suzanne Collins (2010/02/12)
5) Os Guardiães da Noite, de Serguei Lukianenko (2010/02/17)
6) Neverwhere - Na Terra do Nada, de Neil Gaiman (2010/02/28)
7) Sunshine, de Robin McKinley (2010/04/01)
8) Dead Witch Walking. de Kim Harrison (2010/04/27)
9) The Forest of Hands and Teeth, de Carrie Ryan (2010/05/20)
10) Contos de Vampiros, antologia (2010/06/19)
11) Venom, de Joan Brady (2010/08/05)
12) Os homens que odeiam as mulheres, de Stieg Larsson (2010/08/30)

Extras:
13) Mockingjay, de Suzanne Collins (2010/09/15)
14) Ódio, de David Moody (2010/09/30)
15) Por Treze Razões, de Jay Asher (2010/10/09)
16) "Herbert West: O Reanimador", de H.P. Lovecraft (2010/12/03)
17) "Memórias de Sherlock Holmes I", de Arthur Conan Doyle (2010/12/15)

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