terça-feira, 1 de março de 2011

Feed (parcial)

"Feed (Newsflesh1)", de Mira Grant (ainda não publicado em Portugal)

Sinopse:
Ano 2014: Encontramos a cura para a gripe comum. Mas ao fazê-lo criamos algo novo, algo terrível que não podia ser parado. A infecção proliferou, vírus tomaram conta dos corpos e mentes com apenas um, imparável, comando: COMER (FEED). Agora, vinte anos depois da Ascenção (Rising), os bloggers Georgia e Shaun Mason estão no encalço da maior história das suas vidas - a negra conspiração por trás dos infectados. A verdade virá ao de cima, nem que para isso eles tenham de morrer.
(tradução livre, feita por mim)

Opinião:
O início deixou-me logo rendida. Com uma voz narrativa bastante astuta e até divertida, seguida de muita acção, melhor início seria quase impossível.
Então, como é que conseguiram fazer-me desistir quando já ia a meio do livro?
Fácil!
Aborrecido. Política. Blah blah blah. Aborrecido. Shares. Blah blah blah. Aborrecido. Medidas de Segurança. Blah blah blah. Aborrecido.Política. ABORRECIDO!
Está explicado, certo?

Enfim, eu até gostei de algumas coisas, particularmente do Shaun e até da Georgia, mas a narrativa era aborrecida (estou a repetir-me propositadamente) e em quase 300 páginas só houve 2 ataques zombies, enquanto que tivemos pelo menos 200 páginas a falar de política, medidas de segurança contra zombies, computadores e shares/ratings (em blogs). Chato!
E o pior não foi isso, porque sou a favor de nos explicarem as coisas (embora, mesmo assim, muita coisa tenha ficado por explicar, o que não quer dizer que não estivesse na parte do livro que não li), mas antes foi o facto de a informação ser repetida até à exaustão. O leitor não precisa ser dito a mesma coisa cem vezes, por favor!

Também tive um problema logo ao início, que foi perceber se o protagonista era um rapaz ou uma rapariga. Com um nome tipo Gerge/Georgia ou coisa que se assemelhe, e nenhuma característica distintiva no seu comportamento, fala ou descrições, era impossível chegar a um consenso. Só mais tarde (capítulo 2) é que finalmente percebi que era uma rapariga, mas mesmo sem grandes bases a apoiar essa teoria, que não o facto de ela própria dizer que os nomes mais comuns para raparigas eram Georgia e outros que tal (em homenagem a George A. Romero, que se não sabem quem é, é porque não gostam de filmes de zombies).

Infelizmente as personagens, que supostamente já tinham vinte e muitos anos, agiam como crianças e adolescentes. Irritou-me isso. Imaginamos que no meio de um Apocalipse zombie, as pessoas amadureçam mais depressa, mas nesta história parece é que cada vez ficam mais infantis por mais tempo (refiro-me a todas as personagens, mas especialmente aos pais da Georgia).

Noutra nota, a Georgia está-nos sempre a dizer que o seu blog é imparcial e que ela se limita a transmitir as notícias, mas tudo o que eu vejo são opiniões, pontuadas com algum profissionalismo, mas ainda assim cheios de opiniões pessoais. Um verdadeiro jornalista, sério, limita-se a dar os factos e não tenta dizer-nos que é imparcial e depois, entrelinhas (ou mesmo de forma óbvia), acaba por nos dizer o que acha e o que nós devemos fazer.

Os fãs de filmes de zombies, encontrarão aqui várias referências a várias películas de culto (ou nem tanto). Let out the movie-geek in you!

Enfim, tive de abandonar a leitura depois de 273 páginas, porque sinceramente já não aguentava mais politiquice. Como é que falam tão bem deste livro? Não compreendo, sinceramente ...
É capaz de ser um bom livro para quem gosta de política e de técnicas de segurança, assim como para jornalistas e até bloggers aficionados (mas eu sou blogger e não gostei), mas para os restantes leitores, o meu conselho é que se afastem. Fiquem bem longe! A menos que queiram ser aborrecidos de morte.
Isto não é um livro sobre zombies, é um livro sobre uma campanha política, sobre o jornalismo e sobre mais umas quantas coisas que chateiam de tanto serem exploradas. Mas zombies? Não! Só lá estão para fazer de conta. E isto vem de uma fã do género (no cinema), que sabe que uma boa história de zombies se foca nas personagens. Infelizmente, Feed não fez isso, e como tal perdeu-se.


Capa:
A capa está perfeita, em todos os sentidos. Não há um zombie à vista e o foco está todo no símbolo de 'feed', que no fundo é tudo o que este livro é. Um grande manual sobre como seriam os blogs num mundo infestado de zombies (se se esquecessem dos zombies) :)

4 comentários:

  1. Ainda bem que li esta crítica! Andava há algum tempo de olho neste livro, mas sendo assim dispenso! :p

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  2. slayra,
    Eu não gostei, mas a verdade é que no Goodreads ele tem uma nota de 4.1. Em certos livros penso que posso ser eu que exijo demais, mas neste nem sequer tinha expectativas, por isso não me parece que esse seja o problema. Sei lá! Se calhar esta juventude pensa tanto em bloggar que gosta disto, ou então os americanos gostam mesmo de política. :)

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  3. Não terminaste! Perfeitamente compreensível, politiquices: BOOOORING (elevado ao infinito) O_O

    ~carla

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  4. OLÁ
    ADOREI SEU BLOG E ESTOU SEGUINDO.
    ME SEGUE:
    WWW.AMORIMORTALL.BLOGSPOT.COM
    BEIJOS

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