sexta-feira, 6 de junho de 2014

All You Need Is Kill / Edge of Tomorrow


"All You Need Is Kill" também conhecido por "Edge of Tomorrow", de Hiroshi Sakurazaka (ainda não publicado em Portugal)

Sinopse (inglês):
When the alien Mimics (Gitai) invade, Keiji Kiriya is just one of many recruits shoved into a suit of battle armor called a Jacket and sent out to kill. Keiji dies on the battlefield, only to be reborn each morning to fight and die again and again. On his 158th iteration, he gets a message from a mysterious ally—the female soldier known as the Full Metal Bitch. Is she the key to Keiji's escape or his final death?

Opinião (audiolivro):
Para os curiosos, sim, este é o livro que usaram como base para fazer o filme "Edge of Tomorrow" (com o Tom Cruise). Pena que o Tom Cruise seja tão pouco japonês ...

Mas falemos do livro, porque o filme ainda não vi. A história é, basicamente, o que a premissa indica. Keiji é um soldado na sua primeira batalha e ele morre ao assassinar um dos Mimic, mas este não é um Mimic qualquer e Keiji acorda dois dias antes da batalha. E tudo recomeça. Um, duas, três, mais de uma centena de vezes.
Parece simples, mas não é, embora o autor não complique muito, a história não perde complexidade emocional.
A dificuldade que Keiji tem, no princípio, em aceitar o este ciclo sem fim, as suas tentativas de fugir, e finalmente a sua submissão à realidade e descoberta de algo a que se agarrar para tornara a experiência suportável, é bastante credível. No entanto achei que tudo aconteceu um pouco de mais.
Contudo eu gostei disso. Estranho, não? É que o autor deixou que fosse o leitor a processar os sentimentos do Keiji, sem assoberbar o espectador com sentimentalismos.
Já agora, gostei muito da explicação que o autor deu para o que acontecia ao Keiji. Diferente!
O final da história foi, de certa forma, previsível (e maldito trailer que tem spoilers!) mas não deixou de ter impacto. Confesso que queria que houvesse um pouco mais de interacção entre o Keiji e a Rita. Acho que o final teria ganho mais impacto se os momentos entre os dois fossem mais numerosos. Felizmente os que houve foram marcantes.

Keiji transparece como uma personagem muito humana. Como alguém que perdeu a razão para viver em sociedade e por isso se refugiou no exército e aí descobriu, finalmente, que na verdade tinha razões para sobreviver. Gostei muito da relação que ele criou com a Rita e de como, não tendo ela a memória de todos os momentos que passaram juntos, ainda assim existe uma ligação forte entre os dois, que nem sequer precisa ser romântica.
A Rita foi, para mim, a melhor personagem do livro. Como existe uma parte do livro que é escrito na perspectiva dela, e como foi ela quem mostrou como era o mundo fora da guerra, houve espaço para uma maior ligação. Curioso como aquela que é considerada um soldado fria e distante, acaba por ser a mais humana.

Quanto à escrita do autor eu vou manter as minhas reservas, isto porque, tendo eu lido uma tradução, me pareceu que o tradutor tomou bastantes liberdades com o texto. Em determinados momentos (mais nas cenas antes das batalhas) havia algo de muito ocidental na escrita, que não me pareceu ser totalmente fiel ao original. Infelizmente não posso confirmar isto porque não percebo japonês, mas foi a sensação que ficou. Fora isso gostei bastante da prosa e num texto que, no final de contas é uma noveleta, o autor conseguiu contar uma boa história.

Em suma, All You Need is Kill é uma excelente história de ficção científica, com personagens com quem é fácil o leitor se relacionar e um final merecedor. Recomendo!

Narração (Mike Martindale):
O narrador deste audiolivro fez um excelente trabalho a interpretar o texto. Só é pena não saber dizer "Keiji" como deve de ser. XD
Vá, isto já sou eu a ser picuinhas.

Sem comentários:

Enviar um comentário

LinkWithin

Related Posts with Thumbnails