sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Eon - Dragoneye Reborn

"Dragoneye Reborn (Eon 1)", de Alison Goodman (ainda não publicado em Portugal)


Sinopse (inglês):
Sixteen-year-old Eon has a dream, and a mission. For years, he's been studying sword-work and magic, toward one end. He and his master hope that he will be chosen as a Dragoneye-an apprentice to one of the twelve energy dragons of good fortune.
But Eon has a dangerous secret. He is actually Eona, a sixteen-year-old girl who has been masquerading as a twelve-year-old boy. Females are forbidden to use Dragon Magic; if anyone discovers she has been hiding in plain sight, her death is assured.
When Eon's secret threatens to come to light, she and her allies are plunged into grave danger and a deadly struggle for the Imperial throne. Eon must find the strength and inner power to battle those who want to take her magic...and her life.


Nota: Este livro pode ser encontrado com três títulos diferente: "The Two Pearls of Wisdom". "DragonEye Reborn" e "Eon", mas é mais conhecido como "Eon" (o nome da saga)

Opinião (audiobook):
"Eon - DragonEye Reborn" é um daqueles livros cujo início nos testa a paciência, mas cujo final faz valer a pena.No entanto é-me difícil decidir se simplesmente gostei do livro, ou se gostei muito. Isto porque o livro se arrastou desnecessariamente durante a primeira parte (uma primeira parte muito grande).

Em termos de história, temos uma trama intensa, com muitas raízes e diversificada. Não é de todo imprevisível mas a forma como a autora encadeia a acção torna irrelevante o facto de o leitor lhe adivinhar certas cenas-chave.
No entanto, uma coisa que me dificultou a ligação à história no início, foi o Eon, isto porque esta é uma personagem que é oposto de tudo o que as pessoas acreditam que ele é, ou melhor, é oposto de tudo o que teria de ser para suceder, e ainda assim sucede. Senão vejamos: Eon tem 16 anos, quando deveria ter (obrigatoriamente) 12, é uma rapariga quando deveria ser (obrigatoriamente) um rapaz, e ainda por cima tem uma deficiência motora quando não o poderia ser pois tais pessoas são inaceitáveis na sociedade do livro.
Como leitora achei isto altamente inverossímil. Até aceitaria 2 destes quebra-regras, e isso já seria esticar a corda. Um seria mais que suficiente, mas a autora decidiu usar as três ferramentas e isso fez com que só no final eu conseguisse ligar-me ao/à Eon/Eona. Quando temos demasiadas razões para ter 'pena' de um protagonista, acabamos por ter a reacção contrária.

Por outro lado, o mundo que Alison Goodman nos apresenta é extremamente rico, extremamente interessante e é impossível não ter vontade de o visitar. Está explorado de forma subliminar e exemplificado neste primeiro livro e espero que no segundo ainda melhor o esteja. Para fãs da cultura oriental, este livro será um mimo. No entanto as belas descrições são por vezes exageradamente minuciosas, chegando a ser aborrecidas.
Por outro lado, adorei o facto de a autora não ter medo de tocar em temas que raramente vejo retratados em livro, e especialmente tanto juntos. Temos eunucos, transsexuais, deficientes físicos, entre outras coisas. E acreditem que o faz de forma muito interessante.

A nível de personagens, o livro também é extremamente rico. Não houve nenhum pelo qual não me interessasse e guardo-os todos na memória. As personagens estão muito bem expostas e exploradas, de forma gradual e cada qual com o nível de intensidade que a sua função (no livro) requer. Assim, podem ter a certeza que se a autora gasta tempo a apresentar uma personagem, é porque mais tarde ou mais cedo a vai usar para algo importante.
As minhas personagens favoritas foram: Ryko, Lady Dela, o Chart e a Rilla, assim como o príncipe Kygo. Mais no final, também Eona me cativou, mas só mesmo no final, pois no resto do livro irritou-me solenemente este/a protagonista, tanto pela sua estupidez como dependência no seu mestre.

Quanto a prosa (eu li/ouvi em inglês), gostei bastante, mas achei a primeira parte excessivamente morosa e algumas descrições exageradas. Alison Goodman queria mostrar-nos tudo o que imaginou, e com isso exagerou. Às vezes a planta arquitectónica do palácio parecia mais importante que a intriga palaciana (só para dar um exemplo) e isso distraía o leitor.
Outra coisa que não gostei particularmente, foi a forma como a autora decidiu dar-nos a descrição física de Eon/Eona. Sendo que o livro está contado na 1ª pessoa, decidiu pôr a personagem em frente a um espelho para nos dizer como era a sua aparência física. Isso não se faz! É das coisas mais clichés de todos os tempos.
Fora isto, o livro está muito bom, no entanto há que suportar a primeira parte, para então chegar ao bom. Não é que na primeira parte não aconteçam coisas interessantes, porque acontecem muitas, mas como estamos a ser introduzidos num novo mundo, isso toma um pouco o papel principal. E num livro com mais de 600 páginas, a primeira parte, como devem imaginar, é muito grande.

Em suma, "Eon - DragonEyes Reborn" é um livro que começa ameno e depois se torna em algo muito bom. Com excelentes personagens, um mundo fabuloso e uma história intrigante, fica a vontade de ler o segundo e último livro desta duologia (que pelos vistos é ainda maior).


Narração (Nancy Wu):
Embora a narração de Nancy Wu não seja má de todo, de início custou-me habituar, especialmente quando personagens masculinas entravam em cena. Mas depois de alguns capítulos já estava mais integrada na narração e não me fazia espécie alguma.

Booktrailer:

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