segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Na Sombra do Pecado

"Na Sombra do Pecado (Irmandade da Adaga Negra 3)" de J.R. Ward (Casa das Letras)

Sinopse:
Nas sombras das noite da cidade de Caldwell, em Nova Iorque, trava-se uma guerra entre vampiros e seus caçadores. Ali existe um bando secreto de irmãos sem igual - seis guerreiros vampiros, defensores da sua raça. De todos eles Zsadist é o membro mais aterrorizador da Irmandade da Adaga Negra.
Opinião:
Como sendo este o livro mais "amado" pelos fãs, de todos os que fazem parte da saga da Irmandade da Adaga Negra, tinha algumas expectativas, até porque no livro anterior já tínhamos tido o início da história entre a Bella (uma aristocrata) e o Zsadist (um antigo escravo. de sangue).
Este livro não desapontou, conseguindo mesmo superar o primeiro livro, que até agora era o meu favorito.

O que mais gostei nos livros, e aliás, o que mais gosto nos livros da autora, é a capacidade que ela tem de contar a história de um "casalinho" sem nunca se esquecer de todos os outros personagens da história. Neste livro ela introduziu novos personagens interessantes e mostrou-nos mais ainda de outros já conhecidos. Adorei especialmente o que se passou com o Thorment, com o Phury e no final aquela cena duplamente intrigante entre o Vishious e o Butch. Também tenho de dizer que chorei com a cena do Thorment. Não estava nada à espera daquilo.
E ela (a autora) fez isto tudo e muito mais, sem nunca perder de vista o casal principal, Zsadist e Bella.

Uma coisa que adorei neste livro foi o relacionamento entre o Phury e o Zsadist. Estes dois são irmãos gémeos, mas são muito diferentes, e foi com gosto que percebi aos poucos que o relacionamento deles era bem profundo e o quanto os dois se amavam de verdade. Algumas cenas poderia até ter passado a barreira de "irmãos", mas a autora consegue mostrar amizade e amor entre dois homens, sem que nunca pareça algo "diferente". Neste ponto ela conseguiu surpreender-em com a ausência de mau gosto que poderia ter tomado conta de pelos menos três cenas do livro, mas que na verdade não aconteceu. Adorei isso!

Outro grande ponto a favor foram as duas personagens principais. Tanto o Zsadist como a Bella conseguiram surpreender e nunca pareceram estar fora de contexto. Todas as suas acções foram bem integradas nas personalidades distintas de ambas, o que criou um ambiente extremamente bem conseguido entre os dois. Ver o relacionamento deles a crescer foi mais que interessante e sempre surpreendente. Não houveram cenas forçadas (houve uma que quase pareceu mas depois se justificou a si mesma) e isso fez com que fosse impossível não torcer por um final feliz. Adorei ver a forma como o Zsadist foi mudando aos poucos, sem que isso parecesse estranho no seu comportamento. Havia potencial para o exagero e até para o "mau gosto" na forma como o Zsadist era mostrado, mas a autora conseguiu manter-se à tona, sem cair em banalidades, tornando este personagem em alguém com quem era impossível não simpatizar. Além de que, há que adorar um homem que chora (essa ideia que os homens não chora é tão velha que até já mete nojo).

Os lessers (maus da fita), e como nos livros anteriores, tiveram também um bom desenvolvimento e a loucura do "O" foi extremamente bem mostrada. Assim como aconteceu com a própria hierarquia da sociedade lesser, que neste livro sofreu várias e drásticas mudanças.

A escrita da autora continua muito cativante e ela consegue dar vozes únicas a cada uma das personagens, o que nunca torna a leitura maçadora.

Em suma, este é um livro obrigatório para quem gostou do primeiro e do segundo livro. E para quem ainda não experimentou, aconselho (mas comecem pelo primeiro). Este livro consegue ser um pouco mais "cruel" que os anteriores, mas nunca em exagero. E o casalinho, Bella e Zsadist, não podia ser mais perfeito. E o final é tão fofo! XD

Capa:
Li o livro em Inglês e com a capa que está à direita. Pessoalmente não gosto particularmente dela especialmente porque não é uma representação fiel de nenhum dos dois personagens principais (a Bella tem os cabelos negros e longos e o Zsadist é esquelético), mas funciona bem com as restantes capas da edição mass-market paperbak (livros de bolso).
Já a edição portuguesa tem uma capa bem mais apelativa, embora demasiado "vampírica" para o meu gosto, e bem que ficaria melhor se tivessem rapado o cabelo ao homem, aí sim ficavam representações fiéis de ambos. Ainda assim gosto muito (mesmo não sendo a melhor das três editadas até agora em português).
Quanto ao título em Português, sinceramente não compreendo o porquê do "pecado", mas como tinham de criar uma sequência com os anteriores, imagino que este título até não caia assim tão mal. Se bem que acho que teria ficado melhor algo do género "Na sombra do cativeiro" ou "prisão" ou mesmo "passado". Fazia muito mais sentido, a meu ver.

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